Capítulo 10- A Escolhida (parte 2)

— Não! Isso não é possível! Deve ... deve não sei. Mas eu NÃO sou a escolhida. Isso é impossível! Vamos tirar isto. AGORA! – Desesperada não se aplica exatamente a como eu estou. Talvez louca, ou surpresa. Mas ... eu e Charles?! Juntos?! Acho que não! Charlotte abre a boca algumas vezes, mas sempre retorna a fechá-la.

— Precisamos falar com Charles – fala ela, finalmente. Eu balanço a cabeça.

— O príncipe não precisa se envolver nisso, afinal, este Anel vai sair. Eu tenho certeza! Falo agitada. Ele tem que sair, certo?

*

— Sophie, já tentamos de tudo!- fala Charlotte. O Anel continua preso em meu dedo. Tem que haver uma saída. De repente a porta da cozinha abre, entrando príncipe Juan e Mary. Ao nos ver, ambos arregalam os olhos e eu escondo minha mão. Juan pigarreia.

— O que estão fazendo aqui?- pergunta, desconfiado. Dou um olhar a Charlotte de ‘Não fale uma palavra’.

— Estávamos com fome, então descemos- eu falo, mentindo. Ele arqueia uma sobrancelha.

— Ao mesmo tempo?- pergunta desconfiado. Eu nego.

— Nos encontramos enquanto eu estava a caminha daqui- dou de ombros.

— O que tens em tuas mãos?!- pergunta Mary.

— Bo-bom, nada!- gaguejo.

— Posso ver?- pergunta Juan. Eu falei que ele era meu preferido?! Bom, acho que acabei de mudar de opinião!

— SophieestácomoAnel- salta Charlotte, rápida. Juan nos franzindo a testa. Ele não entendeu.

— Desculpe princesa, mas não entendi. Poderias falar um pouco mais de vagar?- eu tenho que desviar o assunto. Então, antes que Charlotte abra a boca, a ideia me ocorre.

— E o que vocês fazem aqui?- pergunto, desconfiada. Mary cora. Ai tem coisa!

— Nos esbarramos pelos corredores, então começamos a caminhar. Vi que a vela da cozinha estava acesa e decidi ver o que estava acontecendo. Mas, continuando ... o que tem em tuas mãos?!- Meu Deus!

— Sophie, tu não podes esconder para sempre!- fala Charlotte.

— O que ela está tentando esconder?- dessa vez Mary pergunta. Todos estão contra mim?

— O Anel – eu falo baixinho, olhando para meus pés.

— Poderias falar mais alto?

— O ANEL!- Eu grito. Juan e Mary arregalam os olhos e Mary corre até mim, pegando minha mão.

— AI MEU DEUS! – Ela fala as palavras calmamente, mas está surpresa – ele não sai?- ela pergunta.

— Não, e nós já tentamos de tudo! Mas Sophie não aceitas que é A escolhida! – murmura Charlotte.

— Precisamos avisa a todos!- Fala Juan, subitamente animado.

— Não! – eu me livro do braço de Mary e corro para para-lo – Ninguém pode saber disso. Acharei um jeito para remove-lo – Juan suspira.

— Sophie, eles irão perceber a ausência do Anel, e tu não podes esconder tuas mãos de todos! – esbraveja. E eu sei que estás certo, mas tem de haver outro jeito. Respiro fundo e me viro para as meninas, largando Juan.

— Vocês, todos vocês tem de prometer-me que, por enquanto, isto ficará somente entre nós ... –antes de terminar de falar Juan sai correndo. NÃO! Eu corro atrás dele, com as meninas atrás de mim. Ao chegar a escadaria eu paro e tiro meu sapato, depois volto a correr. Então eu percebo aonde eles está indo. Charles! Corro o mais rápido que posso, mas é em vão. Quando chego ao terceiro andar Juan já entrou no quarto de Charles, me detenho na porta, ao ver que Charles acabou de sair do banho. Oh, Céus!

— É Sophie- berra Juan.

— O que tem a Sophie?- pergunta Charles confuso. Juan respira fundo.

— É ela. A portadora – Charles não entende de imediato, mas quando sei quando ele me vê, e olha para  a minha mão, a verdade lhe cai. Ignoro seu peito subindo e descendo rapidamente.

— Sophie? – pergunta ele, caminhando até mim. Escondo minhas mãos atrás de mim, em vão. Ouço quando as meninas finalmente me alcançam. De repente, seu peito torna-se um ponto muito interessante. Charles coloca a mão em meu queixo, fazendo-me olhar em seus olhos – dê-me sua mão – pede ele. P-E-D-E. O jeito carinhoso com que fala faz-me ter um conflito interno, mas não obedeço.

— Não! – eu falo firme. Seus olhos se apertam.

— Eu disse para dar-me a sua mão, agora – o que antes era um pedido, agora virou uma ordem. Tremo. Sua voz tem um poder sobre mim e , lentamente, tiro minhas mãos de minhas costas. Ao ver o Anel seus olhos se arregalam. Sinto um choque quando sua mão pega a minha. Ele tenta puxar o Anel, sem sucesso. Lágrimas brotam em meus olhos – Não sai- fala ele, finalmente. EU nego.

— Não sai!- e então as lágrimas começam a cair.

— é você! – fala ele, encantado. Em sua voz percebo surpresa, encantamento, e ... outra coisa que não consigo identificar.

— Sou eu – eu falo, por fim. Seu dedo voa para minhas lágrimas, que já fizeram seu caminho pelo meu rosto. Então ouço passos a minha direita e viro a cabeça. A donzela que estava com Charles na outra noite. Princesa Katherine. Oh não!  Seus olhos voam para minhas mãos, junto de Charles e ela grita. NÃO!

— Isto é impossível! – ela corre até nos, e tira minha mão da de Charles. Seus dedos começam a trabalhar furiosamente, tentando tirar o Anel de minha mão. Eu grito de dor, quando ela puxa mais forte.

— Solte-me!- eu imploro, mas ela não me escuta. Charles sai de seu torpor e me puxa, tentando-me afastar dela. Juan vem ao nosso auxilio, puxando-a para o outro lado. Ela se debate, tentando fazer com que Juan a solte.

— Me solta, seu príncipe de araques! – ela grita, então crava as unhas nos braços de Juan. Ele grita de dor, e a solta. Quando ela parte, novamente, para cima de mim Charles se coloca em minha frente, me protegendo. Coloco minhas mão em sua cintura, o puxando para mim. Neste momento não me importa se ele está parcialmente vestido. O olhar que Katherine lança em mim ao ver minhas mãos em sua cintura é quase mortal. Quando ela tenta chegar perto de nós, escutamos uma voz.

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!- Berra o Rei. Ao seu lado aparece a Rainha, esfregando os olhos. Então ela olha para minhas mãos na cintura de Charles e arregala os olhos.

— O Anel! – ela grita. O rei olha imediatamente para as mãos de todas as donzelas, até ver a minha. Seus olhos também se arregalam em surpresa, oh Deus!

— Sophie?- ela pergunta, incrédulo. Todos ficam quietos, e faço um esforço enorme para sair de trás de Charles.

— Sim, Vossa Majestade – eu falo, timidamente. A porta de minha direita abre, e todos olham para ele. De lá sai a princesa Karoline, com os cabelos bagunçados.

— Que gritaria é esta? Eu preciso dormir! – fala ela, preguiçosamente. Quando seus olhos se abrem por completo ela me olha confusa, então olha para minhas mãos. – Oh, Deus!- ela murmura, tapando a boca. Isto não é nada bom! Guardas aparecem no corredor, prontos para combate. Seus rostos ficam confusos ao ver a cena.

— Está tudo bem, Vossa Majestade?!- pergunta um, vindo em nossa direção. O reconheço cmo sendo o General José. Ao chegar perto ele faz uma reverência, mas todos então ocupados olham para mim. Sinto minhas bochechas arderem. O corredor se cala quando a Rainha se aproxima de mim e pega minha mão. Quando ela tenta tirar o Anel eu grito de dor, apesar de sua delicadeza. Eu queria que Katherine tivesse sido gentil assim.

— Me desculpe!- fala ela, e vejo que sua voz está carregada de emoção. Ela tenta mais uma vez, com mais delicadeza, mas o Anel nem se mexe. Lágrimas começam a cair de seus olhos – Oh, Sophie! Estou tão feliz- e então ela me abraça. Olho para Charles surpresa, e ele dá de ombros. Quando eu a correspondo ela chora mais ainda, e o Rei a tira de meus braços.

— Bom ... acho que ... poderíamos conversar amanhã? Na presença de teus pais!- pergunta o Rei. Eu assinto, ainda sem conseguir falar nada. Quando todos já estão caminhando para seus respectivos quartos, sou imprensada contra a parede por um corpo magro.

— Isto não vai ficar assim – avisa Katherine – Eu vou descobrir como tirar este Anel de teu dedo, e me casar com Charles. Não penses que ganhou – e então ela sai, pisando firme. Eu respiro fundo e vou para meu quarto.