The Next Queen - Interativa escrita por Lu au Andromedus


Capítulo 19
Capítulo 17 - Descosturando máscaras


Notas iniciais do capítulo

Olá loves!! Como estão nessa (não tão) bela noite de outono? E que outono ferrado esse, né? Aqui está fazendo calor de verão poxa!!! Mas enfim, demorei um pouquinho e não vou nem falar porque, já que acho que vocês já sabem. Desculpa de qualquer jeito e espero que gostem desse capítulo!!



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Capítulo 17

Descosturando máscaras

 

Alice tinha um sorriso estático no rosto, enquanto tentava passar tranquilidade para os illeanos que os assistiam do outro lado da tela da televisão. Aquele era o primeiro Jornal Oficial desde a morte de Anastácia, e os membros da família real tinham sido instruídas a agirem como se estivesse tudo bem, o que para Alice era ultrajante. Não estava tudo bem. De acordo com os Guardas Reais, 57 pessoas morreram na noite do ataque, e dentre elas havia crianças, filhos de empregados do palácio, com não mais de oito anos de idade. Se A Onda estava atrás do fim da casta, qual era o propósito de metralhar crianças, seres completa e totalmente inocentes? Simplesmente não fazia sentido. Reviver a imagem deles ainda agarrados a seus bichinhos de pelúcia com os pequenos corpos perfurados por balas fazia Alice estremecer. E mesmo assim, ela devia fingir que não estava abalada, devia fingir naturalidade, tudo por uma tentativa desesperada de acalmar a população. Mas se fosse realmente só para acalma-los, por que sentia que os estava enganando?

As fatalidades não foram divulgadas ao público, nem o estado no qual o corpo de Anastácia foi encontrado, sentado desleixadamente no trono com uma coroa na cabeça, muito menos a frase escrita em sangue na parede: o povo não será enganado pela seleção. Tudo era mascarado para parecer muito menor do que realmente foi, o ministro da propaganda de seu pai se esforçava para isso. Como Alice odiava aquele homem, com seu bigode engraxado e sua atitude bajuladora. Ele não tinha nenhum compromisso com a verdade, sendo inclusive capaz de dizer a Robert que ele era magro se achasse que isso lhe beneficiaria.

Desviando seu olhar para o outro lado do estúdio, Alice viu as selecionadas sentadas desconfortavelmente nas cadeiras que haviam sido dispostas para elas. Usavam vestidos glamorosos, mas o brilho do visual se apagava diante de suas expressões, a maioria perdidas e distantes. De acordo com a tradição da seleção, hoje todas elas fariam uma entrevista com Dylan Grey, o apresentador do Jornal Oficial de Illéa. Mas devido aos acontecimentos recentes, isso foi adiado para a semana seguinte, o que para elas devia ser um alívio. Não conseguiriam esconder seu abalo caso fossem obrigadas a abrir a boca. Já Alice conseguia, Nicholas conseguia, Katrina conseguia, até Mia estava começando a conseguir. Robert, no entanto, já não era tão bom nisso, mas não havia dúvida que ele estava se saindo melhor que as selecionadas.

Enquanto o Jornal transcorria, Alice não prestava nenhuma atenção no que estava sendo dito. Para que prestaria, se tudo que iria ouvir seriam mentiras temperadas com um leve toque de verdade? Mas, infelizmente, ouvidos não eram olhos e ela não podia simplesmente fecha-los, então acabou pegando alguns fragmentos. O general Collins disse que um ataque como esse não iria se repetir, que medidas para reforçar a segurança estavam sendo tomadas e que mais guardas seriam convocados para proteger o povo e a monarquia. Mas convocar mais guardas seria realmente uma boa ideia? Alice não achava que tirar garotos de suas famílias e obrigá-los a servir o exército deixaria o povo feliz. Depois foi a vez de Katrina, que disse com a voz determinada que foi um ato de covardia dos rebeldes atacar o palácio enquanto as pessoas dormiam, e ressaltou a extrema crueldade da parte deles por apontar suas armas para os empregados. Um discurso que levava a crer que ela valorizava suas vidas, o que Alice não achava que ela fazia.

Esse foi o limite de até onde a atenção de Alice conseguiu se estender, e ela se pegou distraída com seu próprio vestido. Ele era de um ombro só, branco e com delicados pássaros prateados bordados no tecido. Passou o dedo por um deles, sentindo o contorno das asas contra sua pele, e deu um leve sorriso. Adorava aquele vestido, era com certeza um de seus favoritos. Já sua mãe, sempre que a via o vestindo, criticava. Dizia que por ser branco e por Alice ser albina, sua pele se confundia com o tecido e ela parecia uma gigante mancha clara ambulante. Seu pai, por outro lado, falava que ela parecia uma rainha de gelo, e nessas horas preferia considerar muito mais a opinião dele do que a dela. Na verdade, na maioria das horas preferia considerar mais a opinião dele do que a dela. Robert sabia ser gentil com a filha, coisa que Katrina nunca tentara ser. Mas não era só isso. Ainda havia o descaso, a rigidez e a completa falta de interesse por parte dela. Alice ainda se lembrava com clareza dos momentos em que era criança e toda a família saía para brincar nos jardins do palácio, e, enquanto Katrina se ocupava de Nicholas, seu filho perfeito, seu menino adorado, Robert não saía do lado da filha, tentando fazê-la sentir menos a negligência da mãe. E até funcionava, mas não tanto quanto ele e Alice gostariam.

Não culpava Nicholas por nada disso, porém. Ele não havia escolhido nascer normal enquanto ela nascera com albinismo. Mas o que a incomodava é que devido a essa clara predileção de Katrina por ele, Robert acabava tendo uma predileção por Alice, o que o fazia negligenciar Nicholas. E ela sabia que isso o incomodava, mesmo ele nunca demonstrando. A única livre dessa queda de braço entre os pais era Mia, que, devido à falta de tempo e disposição por parte dos dois, era negligenciada por ambos. Isso fez Alice se sentir subitamente triste e ela esticou a mão para acariciar a de Mia. A pequena pareceu ligeiramente surpresa, mas por fim aceitou o toque da irmã mais velha.

— Você está bem? – perguntou Alice baixinho.

Mia deu de ombros.

— Acho que sim. Mas estou preocupada com Katze. Estávamos brincando e acho que acidentalmente acabei o guardando no baú junto com minhas bonecas. Mas não é minha culpa! Tia Kate estava me apressando e não tive tempo de...

— De distinguir o gato dos seus brinquedos?

— Talvez... – murmurou Mia, estreitando os olhos a espera de uma reprimenda. Alice, porém, apenas deu uma risadinha e não disse mais nada. Seus olhos estavam focados em Robert, que se levantava e se dirigia ao palanque. Se tinha um discurso que ela estava ansiosa para ouvir era o dele.

— Meus caros conterrâneos – ele disse, lendo as palavras que apareciam na tela atrás da câmera principal – Dois dias atrás, nós enfrentamos uma grave afronta a nosso país, realizada por pessoas cruéis e violentas, cujas promessas de um mundo melhor contrastam com suas ações que parecem movidas por nada além de ódio. Pois me digam vocês, me façam entender como matar crianças inocentes pode fazer um mundo melhor, um mundo mais justo?

Alice abriu um sorriso de admiração diante das palavras, pois mesmo tendo total consciência de que não havia sido Robert a criar o discurso, ele ainda tinha uma eloquência impressionante. Mas foi então que ele começou a ler a próxima parte.   

— Mas não foram só crianças que tiveram suas vidas inocentes interrompidas de modo tão brusco – continuou Robert - Anastácia Peberton foi assassinada, como vocês já devem estar sabendo. Ela era uma garota doce, gentil, sem nenhum pingo de maldade em seu coração – um lampejo de afronta passou pelos olhos de Alice. Seu pai não conhecia Anastácia, nem mesmo Nicholas a conhecia bem. Então como podia rotula-la de doce, gentil e sem nenhum pingo de maldade no coração? Ela podia ser uma vadia que ele não saberia – Cidadãos de Illéa, não podemos deixar a morte de uma garota assim passar em branco! – outra afronta do ponto de vista de Alice. Quer dizer que se ela fosse fria e rude sua morte não significaria nada? – Não podemos deixar seu sacrifício se esvanecer!

Essa foi a afronta máximo para Alice. Sacrifício? A garota não tinha se sacrificado! Ela tinha morrido. Havia uma diferença do tamanho de uma cratera entre essas duas coisas. Foi quando percebeu, chocada, que o ministro da propaganda estava tentando transformá-la em uma mártir. Olhou para ele, que tinha uma expressão de contentamento no rosto, e sentiu sua pele se aquecer de raiva. Em seguida os olhos de Alice se encontraram com os de Nicholas, e uma comunicação silenciosa aperfeiçoada por anos de prática foi feita entre ambos. Isso é ridículo, quase podia ouvi-lo dizendo. Eu sei. Mas não há nada que a gente possa fazer, respondeu ela. Talvez possa, ele disse, e o coração de Alice imediatamente acelerou.

Robert disse ainda mais alguma coisa sobre coragem em tempos difíceis, apesar de até ele mesmo, pela dúvida estampada em seu rosto, não parecer muito convencido do que estava dizendo. Alice o via, mas mal o ouvia. Sua mente estava fixa naquelas últimas palavras de Nicholas. Deus, o que será que ele ia fazer? Foi então que o discurso de Robert finalmente acabou e Nicholas se levantou do seu lugar. Alice teve tempo de lhe lançar um último olhar interrogativo antes de ele caminhar para o tablado.

Nicholas ficou uns bons segundos olhando fixamente para a tela onde as palavras que ele tinha que dizer estavam escritas. Parecia estar pesando os prós e os contras do que estava prestes a fazer. Por fim suspirou e começou a falar:

— Eu deveria vir aqui e tranquiliza-los, dizer que tudo vai ficar bem. Porém a verdade é que eu não posso fazer isso. Não sou vidente, nem os conselheiros do meu pai, apesar de terem colocado essa falsa promessa nesse discurso que eles escreveram e que eu deveria recitar, mas que eu não vou.

Alice podia sentir a tensão crescendo na sala, quase como uma sombra negra lentamente envolvendo as pessoas de uma a uma. Já ela era dominada por uma agradável sensação de leveza. Finalmente o povo iria se deparar com alguma verdade, e por mais que ela pudesse ser difícil de engolir, era melhor do que saborear com afinco um bolo e descobrir mais tarde que seu recheio estava cheio de espinhos.    

— O que posso dizer com certeza é que vou colocar todos os meus esforços para que atinjamos esse “bem” – continuou Nicholas – E vou fazer questão de que meus pais façam o mesmo. Investiremos pesado em segurança, e se isso nos obrigar a cortar gastos, assim seja. Como poderia não abrir mão de alguns dos luxos desnecessários que me cercam quando cinquenta e sete pessoas morreram na noite do ataque? É isso mesmo, cinquenta e sete. Alguns conselheiros não queriam que esse dado fosse ao público. Mas acho que vocês merecem saber. Merecem ter noção da real dimensão da violência do grupo A Onda.

Alice desviou o olhar para o ministro da propaganda e constatou com prazer que as veias de seu pescoço estavam tensas de fúria. Sabia que era errado se sentir feliz com isso, mas não pôde evitar. Sua mãe por outro lado estava completamente inexpressiva, mas a princesa reparou em como suas mãos agarravam com força os braços da cadeira, as juntas brancas e tensionadas. Seu pai olhava para o filho com curiosidade, enquanto os rostos das selecionadas exibiam um misto de surpresa, repreensão e admiração. A pequena Mia era a única da sala que parecia não estar prestando atenção em Nicholas, sua mente provavelmente ainda no gato preso no baú junto com seus brinquedos.

— Minha mãe tem razão: foi crueldade da parte deles apontar suas armas para os empregados, e não posso deixar de me perguntar qual é o propósito de tudo isso. Eles querem o fim das castas, isso é claro. Mas a extensão do que sabemos sobre eles vai até aí. Nunca os rebeldes procuraram deixar claro as suas reivindicações, se limitando a explodir prédios públicos e matar pessoas inocentes, esperando que nós tiremos algum significado disso. Não pensem que isso não nos abala, porque abala, e muito. Afinal, nós somos seus governantes. Nós deveríamos protege-los, zelar pelas suas vidas, e acabar com toda e qualquer ameaça que venha a aparecer. E Deus sabe que é isso que eu anseio por fazer. Porém a vontade é impotente perante o que está atrás dela, e há tantos buracos no que sabemos sobre A Onda que seria como atirar no escuro. Mas vamos mudar isso, eu prometo. Afinal não há segredos que tempo e esforço não revelem – ele deu um pequeno sorriso, que sumiu tão rápido quanto surgiu - Anastácia era inocente. E, pelo pouco que eu pude conhecê-la, ela era sim doce. Mas sua morte não foi um sacrifício. Ela não queria morrer quando os rebeles atiraram em direção a sua cabeça. Ela só queria segurança, assim como todos nós naquela situação. Isso não significa, porém, que meu pai está errado. Não podemos deixar sua morte passar em branco, assim como a das outras cinquenta e seis pessoas que perderam suas vidas naquela noite. Elas serão para mim um estímulo extra para lutar contra os rebeldes com mais afinco do que jamais lutei. E a verdade é que eu espero que sejam para vocês também.

Nicholas começou a se afastar lentamente do microfone, a vista de olhares chocados, antes de se lembrar subitamente de algo e voltar a falar:

— Ah, e vamos ter um baile essa semana.

Depois disso, ele voltou a se sentar no seu lugar, então coube a Dylan transmitir os detalhes, apesar de isso não estar de acordo com o planejado. Mas com isso ninguém se importou, não quando o príncipe já decidira mudar tanto o roteiro. E Alice não podia estar mais orgulhosa por ele ter feito isso.

 

****************************************************

Nicholas ignorava todos os olhares que eram dirigidos a ele. Seus olhos estavam fixos em Dylan, e em mais nenhum lugar. Não por que achasse os seus comentários sobre como as selecionadas ficariam lindas com vestidos de baile interessantes, mas porque estava feliz com o que fizera, e não queria que expressões de repreensão o fizessem se sentir culpado, o que tinha que admitir, estava começando a acontecer.

Ele não planejava improvisar o discurso quando acordou naquela manhã, nem horas mais tarde, quando se vestiu para a Jornal Oficial. Foi somente depois do pronunciamento do pai que essa ideia surgiu. Não tivera tempo de amadurece-la na mente, nem de pondere-la com mais afinco, e quando se viu, já estava em rede nacional chamando Robert de mentiroso, simplesmente porque não podia deixar que as pessoas acreditassem que Anastácia tinha se sacrificado, quando ela definitivamente não tinha. Mas será que isso foi uma coisa prudente de se fazer? Nicholas não parava de pensar nisso.

No segundo em que as câmeras desligaram e o Jornal saiu do ar, ele já estava se levantando. Não queria falar com ninguém hoje. Quem sabe amanhã, depois de uma longa noite de sono. Já pensando nos seus lençóis de seda e travesseiros de penas, o príncipe andou a passos rápidos pelo corredor, mas não chegou nem a metade dele antes que uma mão segurasse seu braço com violência. Nicholas virou a cabeça já amaldiçoando mentalmente quem quer que o tivesse agarrado quando se deparou com os olhos do ministro da propaganda queimando de raiva. Na verdade, todo ele parecia queimando de tão vermelho que estava.

— Edward – cumprimentou Nicholas com frieza.

— O que foi que você fez?

— O que quer dizer?

— Você sabe muito bem o que eu quero dizer! – gritou o ministro, cuspindo gotículas de saliva enquanto falava que teriam atingido Nicholas no rosto se ele não fosse uns 25 centímetros mais alto que ele. Acabaram então por molhar sua camisa – Você não sabe o quanto trabalhei para tecer para o público aquela máscara de casualidade que todos vocês deveriam exibir hoje! Mas não. Você tinha que mudar de rumo. Sempre procurando novos jeitos de chamar atenção, não é?

Nicholas teve que rir, seu primeiro riso verdadeiro do dia. Chamar atenção? Essa era novidade. Mas não foi nesse ponto que bateu quando abriu a boca.

— É nisso que vocês, os oficiais do meu pai, são mestres em fazer. Criar máscaras e maquiar os problemas como se isso pudesse fazê-los desaparecer. Mas adivinha só? Eles continuam lá. E o povo precisa vê-los, merece vê-los e quer vê-los.

— Eles não querem vê-los! – exclamou Edward – Eles querem ilusões, e é isso que eu lhes providencio. Você se acha muito sábio. Acha que entende bem o mundo, mas no final, não passa de um garoto de 20 anos que teve a sorte de nascer da vagina certa.

Os olhos de Nicholas se estreitaram em fúria, mas ele se esforçou para manter o tom de voz o mais calmo possível. Não daria a Edward a satisfação de perceber sua raiva.

— Te aconselharia a ter cuidado com o que diz, Edward. Posso só ter vinte anos, mas ainda sou seu príncipe e futuro rei. E não pense que o fato de lamber as botas do meu pai te traz imunidade, ou vai quebrar a cara no futuro, eu posso te garantir, pois saiba que a primeira coisa que vou fazer quando assumir o trono é demiti-lo.

— Ah, eu apoio essa decisão – disse Katrina que vinha andando pelo corredor em direção aos dois. Edward olhou com desprezo para ela e, sem mais nenhuma palavra, virou-lhe as costas e foi embora. A inimizade entre a rainha e o ministro já era conhecida por praticamente todo mundo no palácio. A origem disso ninguém sabia, mas Nicholas desconfiava que fosse por ele não conseguir bajula-la como fazia com o rei. Katrina era esperta demais para isso. Edward sugeria constantemente a Robert mandar a esposa embora para viver na Alemanha com o pai. Só parecia se esquecer do fato de que mesmo que ele permitisse ela nunca iria, e duvidava fortemente que eles conseguissem obriga-la.

— Com licença – uma voz feminina disse com delicadeza. Mãe e filho viraram a cabeça em direção a uma garota de belos cabelos ruivos que olhava para os dois com certo receio. Angelina era o nome dela, Nicholas lembrou. Ambos esperaram que ela falasse mais alguma coisa, mas quando ela não o fez, Katrina perdeu a paciência e perguntou:

— Você quer alguma coisa ou só vai pretende ficar parada nos olhando?

O rosto da garota ficou vermelho vivo, e ela por fim falou:

— Queria falar um minuto com o príncipe.

Nicholas olhou para ela surpreso. As selecionadas não costumavam ser tão diretas.

— É claro. Vamos para um lugar mais tranquilo então.

Ele a conduziu até a sala de jantar, àquela hora da noite completamente vazia, mas teve o cuidado de deixar a porta aberta. Não sabia exatamente qual era o nível de privacidade que ela procurava e não queria alarma-la.

— Então, sobre o que queria falar comigo?

Angelina abraçou o próprio corpo, seu rosto alternando entre o nervosismo e a tristeza.

— Queria pedir para que você me eliminasse da competição.

Nicholas sentiu como se alguém o tivesse socado em cheio no estômago.

— Não é culpa sua! – Angelina acrescentou rapidamente ao ver a expressão dele – Você é adorável, e realmente acho que poderia vir a sentir algo por você. Mas depois do ataque e da morte da Anastácia.... – Ela suspirou – Meu pai morreu em um ataque rebelde alguns anos atrás. E nós éramos muito próximos. Com a Anastácia foi como rever tudo isso de novo – os olhos dela se encheram de lágrimas – Acho que preciso estar com minha família agora....

Várias perguntas rondaram a mente de Nicholas. Porém o que acabou saindo de sua boca foi:

— Você tem certeza?

Ela assentiu.

— Sim. Pensei muito nisso nos últimos dias.

— Não vou mantê-la aqui contra a sua vontade.

Angelina deu um sorriso.

— Obrigada. E não se preocupe que, se alguém me perguntar, foi você que me eliminou e não eu que desisti. Não quero que as coisas fiquem ainda piores para você.

Nicholas balançou a cabeça em agradecimento e ela se aproximou dele e beijou de leve sua bochecha.

— Adeus. Nicholas.

Ele não respondeu. Somente acompanhou com os olhos enquanto ela ia embora, uma desagradável sensação de fracasso se espalhando em seu coração.


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Notas finais do capítulo

A Angelina foi a segunda selecionada principal a ser eliminada e o motivo é o mesmo da Anastácia: falta de comentários. Lembrando que se você ainda não mandou o vestido de sua selecionada para a baile ainda dá tempo. O baile começa, sem ser no capítulo seguinte, no próximo. Beijinhos e até mais.



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