O Ritual escrita por Elliot White


Capítulo 7
Segundo teste


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde/noite!
Bom, os capítulos continuarão tendo menos que 1000 palavras por enquanto (não me matem) eu creio que está dando certo para a fic no momento.
Boa leitura.



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Permaneci em silêncio no cômodo, ouvindo os passos dos outros do lado de fora, que ainda não perceberam meu esconderijo. Com cuidado coloquei uma cadeira na maçaneta bloqueando a porta. A cozinha estava escura, e eu nervosa. Por um instante me veio à possibilidade de Shalia estar certa sobre Baphomet, afinal aquele grito estridente não parecia um som humano e aquele homem parecia fora de si, mas tenho que admitir que aquilo me salvou.

Entretanto eles não poderiam estar certos, isso era apenas mais uma maluquice dessa escola e desses bruxos. Abri uma gaveta cautelosamente e apanhei uma faca para proteção, o medo estava me fazendo esquecer que eu sou uma bruxa e tenho poderes. Os móveis estavam parcialmente iluminados pela janela aberta e a luz noturna.

Dei um passo e escorreguei, fazendo o maior barulho e soltando um berro que ecoou pela cozinha toda, como se não bastasse derrubei a faca e mais uns talheres que estavam na pia, isso sem falar na dor do tombo. Os ruídos levaram um tempo pra cessar e era óbvio que os três ouviram tudo.

Senti um fluído pegajoso na minha bota e o que causou a queda, pela pouca iluminação notava-se que era vermelho como... Sangue. Espera, era sangue. Só notei agora, mas eu estava sentada em uma poça de sangue gelada no chão.

Deixei escapar mais um grito, e que se dane isso já foi longe demais, gritei e gritei de novo horrorizada, me levantando enquanto me deparava com um corpo no canto do cômodo, era horrível, uma garota que parecia ter a minha idade, deitada contorcida e aparentemente mutilada coberta de sangue e alguns ossos humanos espalhados pela cozinha, aí gritei mais ainda, agudo como uma menininha, e eu sou uma menina.

– O que está acontecendo aqui? – balbuciei e a porta se abriu na hora, expulsando a cadeira que a barrava com um estrondo e surgiram Shalia e seus amigos. Estavam rindo, me deixando sem graça nem reação por um tempo. – podem me explicar já! - exigi.

– Não acredito que caiu nessa! – o cara mais alto falou entre risos.

– Levante, Chris – o outro rapaz, o negro chamou a cadáver que se ergueu sorrindo e ajeitando os óculos; eles armaram pra mim.

– Pode considerar isso como seu segundo teste, está aprovada! – Shalia anunciou, entre risadinhas extremamente irritantes, ela e seus capangas conseguiram esgotar minha paciência. Permaneci séria, sendo fitada pelos quatro pares de olhos e pelos brancos sorrisos que se destacavam na escuridão, zombando de mim - Agora só falta um teste, e você estará oficialmente dentro. - a bruxa concluiu, me desafiando e me fazendo sentir de novo a repulsa que eu nutria por ela, desde o primeiro dia que a vi.


*

Os dias se passaram e o clima frio prosperou. Minhas roupas sujas de sangue foram descartadas com gosto, mas não fizeram falta afinal eu tenho muitas outras e posso comprar novas. As aulas continuaram tomando todo o meu tempo na Academia e eu mantive minha mente ocupada, tentando evitar ao máximo uma aproximação com a seita, embora eu soubesse que eles iriam me procurar quando a hora chegasse; eles sempre me encontravam quando queriam. Agora eu me encontrava na biblioteca, procurando solitária um livro que me explicasse o que era esse Baphomet que Shalia mencionara, e foi na sessão de ocultismo que encontrei, dentre tantas estandes de obras e mais obras do local.

"Baphomet ou Bafomé é um termo originalmente usado para descrever uma divindade supostamente adorada pelos Templários e, posteriormente, incorporado a tradições místicas ocultas desiguais como bruxaria, paganismo e satanismo. Sua imagem consta de uma cabeça humana com três ou quatro faces, cada uma representando uma face de Deus ou de Hermes, a divindade representa Pã e o Satã."

Estava impresso em suas páginas antigas, associado a uma figura gravada, uma assustadora representação de um homem que da cintura para cima era humano mas da cintura para baixo um peludo bode com patas no lugar dos pés e cascos ocupando onde não existiam dedos. A cabeça era animal, abissal e selvagem, com um par de chifres grande e imponente.

Obviamente ele pertencia à parte da bruxaria que se considerava negra, que alguns alunos - como os integrantes da seita - decidiam se inserir. Isso me intrigava e me causava medo, mais pelo fato de não conhecer, magia negra é uma área que meu conhecimento não dominava. Mais uma vez eu me perguntava por quê os estudantes de bruxaria não se contentavam apenas em estudar na escola mais nobre da cidade.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo sai amanhã. Se gostou, comente!