–Hoje eu queria sair para jantar... – Cathy disse a Gilbert assim que o homem terminou o banho. – Você bem que poderia vir a um lugar comigo...

Ele lhe abriu um sorriso. Ela já sabia que ele não lhe negava nada, bastava ela pedir. Aquele Gilbert era o Gil 2.0 dela, afinal o Gilbert pré-amnésia nunca lhe deixaria fazer o que quisesse. Era mais forte que ele.

–Vamos sim. Imagino que já escolheu o local. – Supôs enquanto vestia uma camisa.

Ela sorriu e se jogou na cama, cheia de preguiça.

–Já. Nossa reserva está agendada para as vinte horas.

–Certo. Então vou terminar de consertar a calha enquanto a hora não chega, tá?

Ela assentiu. Ele depositou um beijo terno nos lábios da ruiva que ficou ali e dormiu. Acordou na hora de se arrumar e quando Gil veio tomar seu banho ela já estava quase pronta. Pronta e linda. Ele quase deixou uma baba escorrer, mas entrou para o banheiro e saiu de lá quase quinze minutos depois. Vestiu uma roupa social e penteou os cabelos da maneira de sempre. Pegou a carteira e conferiu se não estava deixando nada para trás. Esse nada tem nome específico: cartão de crédito. Levar Catherine Willows para jantar não ficava nada baratinho meus amigos. Ela tinha um gosto refinado e caro. Bem caro mesmo. Mas ele pagava sem reclamar.

–Estou pronta meu bem! – Ela anunciou ao sair do closet.

Ele sorriu e anunciou que também já estava pronto. Assim que estraram no carro e ele deu partida, Gilbert perguntou:

–Me responde uma coisa?

Ela o olhou um pouco preocupada e assentiu, pedindo que ele continuasse.

–Lembra-se da primeira vez que fui a Jackpot? – Ela assentiu novamente. – Me lembro de ter lhe dito que quando chegasse te recompensaria... O que eu fiz? Eu te recompensei mesmo?

Ela sorriu e respondeu:

–Bom, você me deu um dia todo de folga, se deu um dia, me acordou as sete da manhã com café da manhã na cama, me levou as compras, voltamos para casa, você pediu nossa comida japonesa, assistimos filmes durante a tarde toda, depois fomos jantar e apreciar vinhos... O que você acha?

Enquanto ela contara uns flashes surgiram na mente de Gil e ele sorriu. A resposta dele fez Cathy parar de respirar por uns segundos:

–Acho que você merecia mais. Você sempre vai merecer mais.

Ela estava roxa de vergonha. Ainda não conseguia reagi bem aos elogios de Gilbert. E por mais que ela se preparasse, era inevitável. Ele sempre a deixava desconcertada, isso porque ela era vulnerável à Gilbert. Apenas por isso.

–Chegamos bonitinha. – Ele disse desligando o carro. Ele deu a volta e abriu a porta para ela. Entraram sorrindo e aquilo chamou a atenção dos outros presentes no local. Notaram que eles estavam realmente felizes, coisa que a grande maioria ali não estava!

Jantaram, namoraram, pediram a sobremesa e Cathy pediu para irem para casa. No caminho ela adormeceu e Gil, ao chegar a casa deles, pegou-a no colo e levou-a para a cama. Como o vestido dela era fácil de ser tirado ele trocou a roupa dela e notou como a esposa estava cansada, pois não acordara em momento algum. Cobriu-a e, ao perceber que ainda era cedo, foi para o escritório ler algumas coisas dos investimentos deles. Acabou ficando ali até duas da manhã. Tentou deitar-se sem acordar Cathy, mas foi impossível.

–Gil? – Ela perguntou sonolenta.

–Sou eu meu bem. Volte a dormir. – Ele disse se sentando na cama.

Ela se sentou e o beijou.

–Oi... – falou sonolenta ainda. – Você demorou.

–Eu estava lendo os relatórios dos nossos investimentos. Me empolguei. Me desculpe.

Ela sorriu e ficou o observando.

–Você sabia que o Dr. Knust quer vender a empresa dele? Estranho né? Você ouviu algo? – Ele perguntou.

–Não, não sei de nada. – Ela respondeu.

–Hm... – ele disse pondo as pernas na cama e se cobrindo.

Ela o olhou com um pequeno sorriso no rosto e soltou:

–Eu estou grávida!

Ele olhou para ela com os olhos esbugalhados e ela ficou calada.

–Desculpa, meu bem, achei que tinha escutado você dizer que está grávida. – Ele disse confuso.

–Eu disse. – Ela respondeu sorrindo.

–Caramba. – Ele disse.

Ela começou a ficar preocupada com a reação dele.

–Caramba. – Ele disse se levantando da cama em um pulo. Virou-se para ela. – Você tem certeza disso?

–Tenho. – Perguntou se sentindo estranha.

–Você sente que é uma menina? – Ele perguntou.

–Han... Gil... Só sinto enjoos no momento. – Ela disse com um pequenino sorriso.

–Você não está falando sério, está? Isso é sério? Você está falando sério? – Ele apoiou-se na cama.

Ela sussurrou sorrindo:

–Eu estou falando sério.

Ele engatinhou até ela na cama e a beijou.

–Vou começar a orar desde agora para ela não ser sexy como a mãe, se não eu estou perdido.

Catherine sorriu e falou:

–Ela vai ser igualzinha à mãe dela.

–Simplesmente perfeita então. – Ele disse olhando nos olhos dela, rendido como todo apaixonado fica.

Cathy o puxou para um beijo e dormiu nos braços dele. Estavam felizes como nunca. Tudo havia se encaixado. Gilbert havia feito a escolha certa. Catherine o ajudava com as lembranças e a cada dia parecia que o amor dele se fortalecia. Era estranho. Um se sentiu preso ao outro de uma maneira deliciosa. Cada beijo, cada abraço, cada toque, pareciam sempre o primeiro. Quando se amavam parecia que seus corpos era o fogo puro. Quando Gil encostava-se a Cathy ela sentiu um arrepio dominar-lhe a coluna e ela quase implorava por mais. Já Gilbert, ao receber os carinhos de Cathy, sentia-a um homem completo. Era como se Catherine o completasse de uma maneira que nem ele conseguia explicar. Para eles era estranho notar que o motivo de sua felicidade era a felicidade do outro. Eles sabiam que o outro não era responsável para te fazer feliz, mas queria fazê-lo o mais feliz possível. Era um relacionamento saudável, bonito, quente, estável. Era quase que sólido. Eles estavam dispostos a viver assim para sempre. Haviam passado muito tempo separados. Não tinham mais tempo a perder. E a chegada dessa criança só estreitaria os laços entre eles, afinal, era o fruto do amor dos dois. Haviam passado por poucas e boas para estarem ali, abraçados, em cima daquela cama, um nos braços do outro... Precisavam aproveitar cada segundo.

Durante a madrugada, ao olhar novamente a esposa dormir pesadamente, Gilbert sussurrou no ouvido de Catherine:

–Me render a você foi a melhor coisa que eu já fiz na minha vida. Você me ensinou a melhor coisa do mundo, o amor vencer qualquer barreira. Você é a escolhida do meu coração e nada nem ninguém vai mudar isso em algum momento. Eu te amo minha baixinha. Te amo como nunca pensei em amar; Estou para passar por qualquer coisa, desde que você esteja ao meu lado. – Beijou a testa dela e falou novamente – Eu te amo meu bem.

A quilômetros de distancia dali uma Lady chorava a perda de um homem. Não amava Gilbert Grissom, mas a atitude de trocá-la por Catherine era imperdoável.

–Você me paga Gilbert. Vou te ensinar a nunca mais mexer com Lady Heather.