Behind Blue Eyes escrita por Lady


Capítulo 10
09


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Behind Blue Eyes

 

Quando somos abandonados pelo mundo, a solidão é superável; quando somos abandonados por nós mesmos, a solidão é insuportável.

— Mari Ming Onnet.

 

As vezes eu fecho meus olhos e finjo que está tudo bem, mas nunca é o suficiente.

— Holy Serenity.

 

Eu não sou a melhor pessoa do mundo, mas eu também não finjo ser quem não sou.

— Dio Von Burning Canyon.

 

Entre sobreviver e viver há um precipício que poucos arriscariam o salto.

— Lass Isolet.

 

Piscou, não acreditando a visão que tinha. Era surreal, absurda, e por mais que a adolescente de cabelos cor de céu quisesse negar, era verdadeira. Sua paixão juvenil estava em coma há meio ano devido a uma acidente que poderia ter sido evitado se a loira aguada - como Mari tão gentilmente nomeava a Eryuell - houvesse engolido porcaria do orgulho e falado com o rapaz. Diante de tudo aquilo a azulada não conseguia deixar de se culpar por ter ido embora, por ter deixado-se convencer pelas belas palavras do albino que a fizeram pular todos os seus anos estudantis e ir direto para uma faculdade no exterior.

Por que ela não notou o tremular da voz dele quando ela ligava? Ou talvez como ele soava triste e distante. Por que ela fora tão repugnantemente estupida? Não era um gênio? não se gabava de ter tamanha genialidade, então como pode ter sido tão tola? E agora estava ali, tremula e aos prantos agarrada as mão frias daquele que tinha posse única de seu coração mecânico. A vida era tão malditamente injusta consigo.

Mari nunca havia pedido nada a ninguém, mesmo sua inteligência ela quis, repugnava seu QI de duzentos e doze, odiava o currículo tão glorioso que possuía e ainda mais as propostas de emprego que dariam inveja a qualquer adulto, ela era apenas uma simples adolescente - ao menos era isso que queria convencer-se-de para poder conquistar o jovem de cabelos albinos - não era ambiciosa, não ligava para dinheiro ou status, ela só queria Lass, somente isso, desejava profunda e loucamente o amor do albino desde que o mesmo lhe sorriso quando estavam no jardim de infância. E agora tudo estava indo pelo ralo por causa de um irmão imbecil, uma família cretina e supostos amigos que Mari Ming Onnet desejava ardentemente arrancar as tripas e espalhar pelos quatro cantos do mundo.

Implorava entre soluços para que o rapaz abrisse os olhos, dizia que o amava e que o levaria embora daquele inferno e para longe de todos aqueles incompetentes assim que ele acordasse e fazia tudo sob o olhar pesaroso de Dio, seu primo ruivo que namorava uma garota que a azulada nunca fora muito com a cara - acreditava ser Elesis o nome da mesma. O ruivo limitou-se a ficar no canto próximo da porta apenas observando a prima nerd sussurrar palavras que o adolescente nunca cogitou ouvir vindas dela. Mari era ótima em guardar segredos e melhor ainda em esconder seus sentimentos, Dio tinha certeza absoluta de que se essa catástrofe nunca houvesse acontecido a prima teria realmente preparado tudo o que estava planejando para o ano seguinte, quando se formaria e se tornaria uma famosa inventora; com Lass ao seu lado a vida perfeita da azulada estaria completa.

E então o ruivo piscou, a prima ainda derramara seu pranto agoniado entre promessas e juras ininteligíveis ao Burning Canyon, de canto de olho, através da pequena janela de vidro que havia na porta fechada do aposento, o adolescente acreditou ter visto uma cabeleira verde longa. Virou-se e abriu a porta, logo saindo dali e voltando a bloquear a entrada do recinto. Havia apenas uma pessoa no corredor, sentada sobre os bancos que haviam próximos ao quarto do albino, e Dio nunca imaginou ver a jovem herdeira dos Serenity ali com ombros tremendo e soluços de partir o coração. Fora então que o mais velho recordara-se, quando eles eram mais novos, quando aquela maldita brincadeira ocorreu, Holy não era nada menos do que uma simples e ingênua criança, a mais nova ali presente ao lado de Amy. Ela não havia entendido o que havia acontecido, tanto que pelos dias que se seguiram a menor tornou a perguntar mais e mais por Uno - o mais jovem Sieghart - até que ele, de todos os que presenciaram o acontecido, contou-lhe e explicou o que havia acontecido e por que Elesis estava tão abalada e Eacnard silencioso.

Primeiro ela chorou, depois enraiveceu-se, Holy idolatrava Uno e o seguia de forma fiel e apaixonada; quando a realidade veio novamente a jovem menina ela passou a abominar Lass com todas as suas forças, o chamou de monstro, aberração, bateu no mesmo e jogou coisas neste. E mesmo que a Serenity não passasse de uma jovem ingênua ela gritou e chorou jogando toda a culpa no albino arrastando todos os outros a fazerem o mesmo, todos exceto por Mari que apenas abandonara o país por que o Isolet a incentivara a ir concluir seus estudos no exterior e ser a gênia que ela sempre foi. Mas mesmo que poucos meses após o ocorrido a Onnet houvesse partido, ele e todos os outros ainda estavam lá, eles poderiam ter estado ao lado do albino, poderiam ter dito a verdade a policia e resolvido tudo aquilo da maneira certa, mas não, todos se afastaram, tanto do menino quanto uns dos outros.

E agora, enquanto observava a jovem Serenity arrependida de tudo o que fizera no passado - não que ela odiasse menos o albino, mas que agora ela compreendia a situação completamente, não fora culpa de Lass, pelo menos, não completamente. Todos tinham culpa ali, ele mesmo tinha culpa nessa história, Holy também tinha sua pequena parcela.

Por causa de todos uma pessoa só estava pagando, por causa de uma tolice, uma brincadeira, alguém estava morrendo; Lass estava desejando morrer.

Entretanto havia quem torcesse para que o albino tivesse seus planos concluídos, ão por ódio ao mesmo, pelo contrário, por compaixão. Quanto mais aquela alma bondosa teria de sofrer para que enfim a libertassem de tudo aquilo? Mas não era apenas isso, Dio queria que o albino morresse porque ele não queria mais ver a prima sofrer tanto, por que não suportava mais o melhor amigo se perder e se afogar em uma depressão culposa, e também por que o ruivo já não suportava mais ver o mais novo naquela cama, sofrendo sozinho e em silêncio entre a vida e a morte desejando, talvez, que a vida desistisse de si tanto quanto ele já desistira dela.

 


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Notas finais do capítulo

Comentarios?
Beijos.



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