Os enteados escrita por Evil Queen 42


Capítulo 5
Cor de rosa


Notas iniciais do capítulo

Hello amores da minha life, tudo bem com vocês ? Estou ótima, pois vou pra praia amanhã heheh :3
Bem, comecei duas novas fanfics SasuSaku com parceria, uma se chama Evil Walks e a outra se chama O bom e velho rock'n roll. Gostaria que vocês lessem *-* Façam uma autora feliz, as histórias estão no início e ainda tem pouquíssimos acompanhamentos, mas garanto que são ótimas, sinceramente, acho que estão entre as melhores fanfics que já escrevi (e olha que eu tenho 39 fanfics postadas).
Enfim, após tanta propaganda, vamos ao capítulo ;)
Ah, eu vou responder os comentários de vocês, deixa só eu postar o capítulo no Spirit ;)



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Não conseguia crer no que via diante do espelho... Seus cabelos estavam completamente rosados, como quando ela era mais nova. Gritou alto novamente e um sorriso vitorioso se formou nos lábios de Saya, que estava em outro cômodo mas que escutou o escândalo da madrasta.

- Amor, o que houve ? - Sasuke, preocupado com a esposa, abriu a porta do banheiro de uma vez e arregalou os olhos negros diante de uma Sakura rosada - Ora, resolveu tingir os cabelos novamente ?

- Sasuke - Ela se virou para o marido, possessa de raiva e tentando manter a calma. Sakura sabia que aquilo não passava de uma armação, provavelmente de Saya - Meu creme... Colocaram tinta nele.

- E você não reparou ?

- O creme é rosa ! - Bradou em desespero - Não tinha como perceber !

- Calma... - O Uchiha falou tranquilamente enquanto puxava sua esposa recém rosada para um abraço - Não ficou ruim. Sinceramente, eu gostei, me lembra quando nos conhecemos.

- Sasuke ! - Ela se afastou do marido e o encarou furiosa - Pelo amor de Deus, eu não tenho mais idade pra sair por aí com os cabelos coloridos. E eu preciso trabalhar amanhã, o que meus pacientes vão pensar de mim ?

- Você é pediatra, seus pacientes vão amar.

Ela não podia crer na reação do marido. Como Sasuke podia estar tão tranquilo ?

- Não dá pra conversar com você ! - Bufou furiosa e saiu do banheiro, indo em direção ao quarto para poder se vestir - Ah, quem você acha que fez isso ?

- Provavelmente foi a Saya... - Sasuke admitiu, voltou para o quarto junto com Sakura e se jogou de barriga pra cima na cama de casal - Eu vou falar com ela amanhã, mas com certeza irá negar... Conheço a cria que tenho.

- Deixa pra lá, Sasuke - A rosada falou após vestir sua camisola branca e se deitou ao lado do moreno - Não temos provas de que foi ela, embora tenhamos certeza de que foi... Acho improvável que o Saito tenha feito isso - Ela soltou um suspiro alto e deitou a cabeça no peito de Sasuke - Vamos esquecer isso. Saya já não gosta de mim e levar uma bronca por minha causa só vai piorar tudo.

- Tem razão - Assentiu - Mas se ela continuar aprontando eu terei que tomar uma atitude - O homem, que brincava com os cabelos recém tingidos da esposa, segurou em seus braços e a puxou rapidamente para baixo de si - Agora, não entendo pra que diabos você vestiu essa camisola... - Sorriu malicioso e deu um selinho em Sakura - Esse cabelo cor de rosa me atiçou e essa camisola só vai atrasar o meu trabalho.

- Bobo... - Ela sorriu e o beijou apaixonadamente.

[...]

Sakura e Sasuke tomavam café da manhã juntos enquanto as crianças se arrumavam para ir à escola. A rosada fez um coque nos cabelos, como se aquilo fosse esconder a sua nova cor, mas ela ainda não se sentia confortável para andar com eles soltos.

Sarada apareceu, vestida com o uniforme escolar, acompanhada de Saya que, como ainda não tinha uniforme, vestiu uma calça jeans com uma blusa bege que tinha detalhes azuis nas costas e calçou um par de sapatilhas de oncinha.

- Mamãe ! - Sarada arregalou os olhinhos assim que viu o novo cabelo da mãe - Que lindo ! Seu cabelo tá rosa que nem aquela fadinha do desenho - Ela puxou uma cadeira e se sentou com a ajuda do pai - Papai, não é que a mamãe tá linda ?!

- Sim, sua mãe está linda - Sasuke assentiu e riu da cara amarrada da esposa. Será que nem a noite quente que tiveram foi capaz de acalmá-la ?

- Nossa, Sakura... - Saya puxou uma cadeira e se sentou também, sequer fingiu surpresa - Que bonita a sua nova cor de cabelo.

- Obrigada, Saya - A mulher respondeu com um sorriso simpático, não queria dar para Saya o gostinho de vê-la com raiva por causa do cabelo, por mais que sua vontade fosse de dar umas palmadas naquela pirralha - Sabe, meu cabelo era dessa cor quando conheci seu pai e ele já me pediu algumas vezes para pintar novamente... Ele adorou e eu acho que vou manter a cor.

- Ficou bem em você - Saya respondeu curta e grossa enquanto colocava leite numa xícara, sequer encarou o rosto de Sakura, estava com muita raiva.

A ruiva ficou realmente irada, pois pensou que Sakura fosse definitivamente enlouquecer, mas ela gostou e Sasuke também. Enquanto Saya se corroía de raiva, Sakura comemorava internamente, visto que percebeu, pela reação da enteada, que ela tinha culpa no cartório. Agora só restava saber se Saya tinha algum cúmplice, no caso, seu irmão Saito.

O garoto logo apareceu, vestindo uma calça jeans preta com uma blusa azul clara de gola V e mangas longas que estavam dobradas até os cotovelos e calçava um par de tênis All Star. Estava com uma tremenda cara de sono e esfregava os olhos.

Se sentou à mesa ainda sonolento, bocejou, pegou uma fatia de bolo e colocou sobre um pratinho; quando desviou o olhar para a madrasta que estava bem na sua frente, Saito levou um grande susto.

- Nossa... - Ele arregalou os olhos negros e sorriu sem graça enquanto desviava seu olhar para a deliciosa fatia de bolo de laranja - Que... Que mudança... É... Radical... - Olhou para a rosada que limpava a boca de Sarada suja de manteiga - Sakura, por que você pintou o cabelo dessa cor ?

- Bem - Ela riu e olhou para o enteado - Não sei se você se lembra, mas, na época em que eu conheci o seu pai, meus cabelos eram rosados nas pontas - Colocou o guardanapo sobre a mesa após terminar de limpar a boca da filha - Antes eu pintava tudo de rosa, mas deixei crescer e, quando eu conheci o Sasuke, a tinta rosa já estava na metade do meu cabelo.

- Eu realmente acho que ficou ótimo - Sasuke comentou com a voz rosinha - Acho que você fica mais bonita rosada, Sakura.

- É, depois do choque, admito que ficou muito bom - Disse Saito. O garoto percebeu a insatisfação da irmã diante daquilo, deduziu que ela aprontou com Sakura e esperava que a madrasta ficasse furiosa, não que gostasse do resultado.

Assim como Sasuke, Sakura teve a certeza de que Saito era inocente, o garoto ficou realmente surpreso ao ver os cabelos rosados de Sakura, ao contrário de Saya, que agiu normalmente, sem demonstrar surpresa diante de uma mulher de trinta e um anos com os cabelos cor de rosa. Com certeza a ruiva estava por trás disso.

Após o café da manhã, as crianças foram buscar as mochilas para Sakura levá-los à escola. Sarada rapidamente pegou sua mochila de rodinhas da Barbie e saiu correndo, enquanto que Saya parou de frente para o espelho e pegou um brilho labial para passar.

- Saya ! - A ruiva foi surpreendida pela voz do irmão que entrou no quarto com a mochila preta nas costas - Por que você fez isso ?

- Por que eu fiz o que ? - A ruiva continuou passando seu brilho despreocupadamente, encarando Saito pelo espelho.

- Não se faça de idiota - Ele falou firme, mas não aumentou o tom de voz para que Sakura não ouvisse - Você deu um jeito de tingir o cabelo da Sakura.

- Ah claro - Ironizou - E eu tingi o cabelo da Sakura sem ela ver ? - Fechou o brilho labial e se virou de frente para Saito - Não seja ridículo.

- Uma mulher com mais de trinta anos não pintaria o cabelo daquela cor.

- Vai ver ela fez isso pelo papai - Saya deu de ombros - Ele não disse que gostou e ela também não disse que pintava o cabelo dessa cor antes ? Então, vai ver o papai pediu para ela tingir os cabelos porque queria lembrar da época em que traía a nossa mãe !

- Ridícula ! - O moreno falou entre dentes - É isso que você é, Saya. Ridícula - Respirou fundo, tentando manter a calma - Se os nossos pais se separaram a culpa não foi da Sakura. E mesmo que tenha sido, quem você pensa que é pra fazer isso com ela ?

- Seu bobo, você ainda vai me dar razão - Ela pegou a mochila cor de rosa que estava no chão e colocou nas costas - Sakura não nos quer aqui e eu quero que ela saiba com quem está se metendo.

- E eu quero que você meça as consequências dos seus atos ! Isso pode ferrar pro meu lado também, vai que ela pense que eu sou seu cúmplice ?

- Saito, pelo que eu tô vendo, daqui a pouco ela está te chamando de "bebê da mamãe".

Estranhando a demora, Sakura foi procurar o casal de irmãos e percebeu que eles conversavam no quarto das meninas. A rosada acabou ouvindo um pedacinho da conversa.

- Saya, me escuta bem - O garoto apertou a alça da mochila - Você acha que eu também não queria estar com a nossa mãe ? Do dia pra noite tivemos que nos mudar e encarar uma vida completamente diferente, mas teremos que nos acostumar com isso. Pouco víamos a Sakura e não nos dávamos bem com ela, mas agora teremos que morar todos juntos, a diferença é que não somos mais dois pirralhos mimados implicando com a madrasta. Eu quero me dar bem com a Sakura e espero que você faça o mesmo, pois se você ficar aprontando com ela o clima aqui dentro vai ficar horrível e não é só contigo, já que tanto a Sakura quanto o papai podem achar que eu também estou por trás disso.

Sakura, que ouviu as palavras de Saito, sorriu satisfeita, visto que o filho de Sasuke, por mais que tivesse apenas doze anos, era um rapazinho muito maduro. Ah, claro, ela confirmou suas suspeitas de que Saya havia aprontado, mas decidiu deixar pra lá.

- Quem você pensa que é pra me dar um sermão desses, Saito ? - Saya estava fervendo de raiva, se ele não fosse seu irmãozinho, provavelmente levaria uns tapas dela.

A rosada percebeu o quão furiosa a garota estava e ficou preparada, se rolasse tapa, ela entraria para separar.

- Eu sou seu irmão - Respondeu sério - Por favor, não transforme essa casa num inferno. A Sakura tá se esforçando pra se dar bem conosco, valoriza isso e tenta se dar bem com ela, pois a nossa vida é aqui agora e a nossa mãe não volta mais.

- E por isso você vai passar a chamar a Sakura de mamãe ? - Provocou.

- Ninguém nunca vai substituir a nossa mãe, mas a Sakura é esposa do papai e mãe da nossa irmãzinha ! E outra, a mamãe queria que nos déssemos bem com a nossa madrasta, lembra ? Custa fazer a vontade dela ?

Ao perceber que Saito ia sair do quarto, Sakura correu na pontinha dos pés até a sala, pois não queria que eles soubessem que ela, acidentalmente, ouviu uma parte da conversa. O que pensariam ? Era melhor evitar qualquer conflito, principalmente com Saya, que deixou claro que não estava pra brincadeira.

[...]

Assim que Sakura chegou no hospital, Ino, sua amiga que também era médica, quase teve um troço ao ver o cabelo dela.

- Testuda ! - Ela foi correndo até Sakura e quase torceu o pé por causa dos saltos altos - Olha, eu sei que você trabalha com crianças, mas pintar os cabelos de rosa já é um pouco de exagero, não acha ?

- Ino, eu não fiz isso - Suspirou pesadamente, caminhando ao lado da amiga na direção seu consultório - Minha querida enteada aprontou.

- E você não fez nada ?

- Ela está aqui há dois dias, não quero criar confusão com ela e nem desentendimento entre ela e o Sasuke - Levou a mão até a testa e suspirou preocupada - Não sei por que, mas acho que isso é só o começo.

- Testuda, se imponha ! Ela está na sua casa e te deve respeito - Falou convicta - Adolescentes são difíceis mesmo, não deixe ela dominar as coisas e nem achar que tá por cima !

- Ah, porquinha, deixa quieto - Falou derrotada - Dessa vez eu deixo passar, pelo menos o Sasuke gostou.

- Tá, e o outro pestinha ? - A loira indagou enquanto apertava o botão do elevador, uma vez que os consultórios dela e de Sakura não ficavam no primeiro andar - Tem um mais novo que ela, né ?!

- Ah, o Saito é um amor - A porta do elevador de abriu e as amigas entraram - Sabe, porquinha, ele tem apenas doze anos, mas se mostrou bem mais maduro do que a irmã. Não vai ser difícil lidar com ele.

- Abre o olho - Alertou - Ele ainda está se adaptando, pois é tudo muito novo. Mas logo ele se acomoda e vai achar que pode fazer o que quiser, por isso é que você não pode ser tão boazinha - A porta se abriu novamente e ambas saíram do elevador, indo em direção aos seus consultórios - Sabe, ele pode parecer bonzinho agora, mas pode ser influenciado pela irmã. Não se esqueça de que ele está entrando na adolescência, naquela fase em que muitos garotos ficam rebeldes e insuportáveis.

- Não acho que isso vá acontecer com o Saito. Ele parece bem maduro e tem a cabeça no lugar.

- Cabeça no lugar ? - Ino arqueou a sobrancelha e começou a rir - Desde quando um pirralho de doze anos de idade tem a cabeça no lugar ? - Chegando em seu consultório, Ino levou a mão até a maçaneta, girou e abriu a porta - Testuda, ele pode sim ser influenciado pela irmã e, da noite para o dia, odiar você. Se você deixar as coisas assim e não se impor, logo você vai ter dois monstrinhos incontroláveis dentro da sua casa.

Dito isso, Ino entrou em seu consultório, deixando a amiga num verdadeiro dilema. Estaria certa ? Sakura deveria mesmo se impor, ou isso poderia assustar seus enteados ? Ela não podia esquecer de que a morte de Karin ainda estava muito recente e se ela, no nada, passasse a dar uma de mãe deles, poderia assustá-los.

[...]

A rosada chegou em casa por volta de 16:00, já da porta ouviu as gargalhadas de Sarada e deduziu que a pequenina estivesse brincando com o irmão. Assim que entrou, Sakura viu que Saito corria e pulava com Sarada nas costas.

- Cuidado pra não machucar - A rosada alertou.

- Sakura - O garoto parou e olhou para a madrasta que se jogava exausta no sofá da sala - Por que não veio almoçar hoje ?

- Ah, às vezes eu almoço no hospital - Respondeu enquanto se livrava dos saltos altos.

- Cansada ? - Perguntou, mesmo que a expressão no rosto de Sakura já respondesse por ela.

- Aham - Assentiu - Acabei de sair de uma cirurgia.

- E desde quando você é cirurgiã ? - Uniu as sobrancelhas, visivelmente confuso.

- Desde que eu me especializei para ser cirurgiã - Respondeu enquanto massageava os pés.

- Pensei que você fosse pediatra - Disse Saito.

- Sim, eu faço cirurgia em crianças - Sakura respondeu e Saito fez um "Ahhh sim..." - Cadê a Saya ?

- Tá ouvindo música no quarto - Disse a pequena Sarada que logo fez uma careta - Ela não quis brincar com a gente.

- Posso ir com a Sarada lá pra baixo ? - Saito perguntou meio desconcertado, imaginando que a madrasta poderia não confiar nele para cuidar bem de Sarada - É que lá no parquinho tem mais espaço e eu não quero correr o risco de quebrar alguma coisa aqui dentro.

- Só não vai pra perto da piscina - Alertou - A Sarada é afoita e dá nó em goteira.

- Eu nem chego perto de piscina - Ele sorriu todo sem graça - Nunca aprendi a nadar.

- Tudo bem, Saito - Sakura riu docemente - Podem ir e não demorem muito. Toma cuidado com ela.

O garoto assentiu e desceu para brincar com a irmãzinha. Sakura sorriu e revirou os olhos, lembrando das palavras de Ino... Ora essa, como um garoto tão doce poderia simplesmente se revoltar ? Saito era tão bonzinho e educado, estava se mostrando um rapazinho maduro e a convivência com ele não seria difícil.

[...]

Após brincar por mais ou menos uma hora e meia com Sarada e os coleguinhas dela no parquinho do prédio, Saito voltou para o apartamento com a irmã.

A menina foi correndo para o quarto e Saito, atraído por um cheiro delicioso, foi direto para a cozinha, onde Sakura preparava alguma coisa que, independente do que fosse, devia estar uma delícia.

- Tá fazendo o que ? - Ele indagou, já entrando na cozinha e apoiando os cotovelos no balcão.

- Ah - Sakura, que estava de frente para o fogão, se virou para o enteado e riu - Um macarrão para o jantar. Você gosta ?

- Demais ! - Respondeu sorridente, esticando o pescoço para espiar a panela - Você quer ajuda, Sakura ?

- Hum... Preciso de queijo ralado. Tem queijo na geladeira e o ralador tá no armário.

Saito ajudou com a maior boa vontade, sem entender como Sakura conseguia pensar em comida após fazer uma cirurgia. O garoto também gostava de ajudar sua mãe quando ela ia cozinhar, mas seu maior interesse sempre era beliscar as coisas e não foi diferente com o queijo, pois ele cortou uma fatia para comer antes de ralar.

Saya apareceu na cozinha e ficou encarando a cena de seu irmão ajudando a madrasta com o jantar. Quando viu a ruiva parada ali, Sakura sorriu e tentou ser amigável, mas Saya soltou seu veneno antes.

- Saito parece mulherzinha na cozinha...

- Saya, não fale assim - A rosada falou antes que Saito pudesse abrir a boca para rebater as palavras da irmã que estava profundamente chateada com ele - Seu irmão só está me ajudando. Ele é um bom garoto.

- Ela não gosta de cozinhar - O garoto tentou parecer o mais indiferente possível, mas a verdade era que ele já não estava mais suportando sua irmã que sempre foi tão boazinha com ele e que havida mudado da água pro vinho - Sabe, acho que quando a Saya casar, o marido dela vai morrer de fome.

- Que morra, vou ser esposa dele e não empregada ! - Retrucou a ruiva que estava de braços cruzados e escorada na geladeira.

- Saya, sou esposa do seu pai e cozinho - Sakura provou um pouco do molho para saber se estava bom de sal - Tenho certeza de que sua mãe também cozinhava.

A garota apenas deu de ombros e se retirou. Sakura sabia que não seria fácil, precisava manter a calma.

- Antipática - Saito murmurou enquanto colocava o queijo ralado numa vasilha de vidro que estava sobre a mesa - Se morder a língua, morre envenenada.

- Saito ! - Sakura não conteve uma risada, principalmente ao ver a careta que se formou no rosto do garoto - Isso é só uma fase.

- Ela era mais legal quando era mais nova - Se levantou para colocar o ralador na pia - Mas virou um verdadeiro pé no saco desde que entrou na aborrecência.

- Por isso que eu digo que é apenas uma fase... - Tampou a panela, pegou um copo no armário e foi até a geladeira para tomar um pouco de água - Relaxa, Saito. Sua irmã só está implicando comigo, mas logo isso passa... - Sakura foi até a sala, verificou que sua filha estava quietinha, sentada no chão com algumas bonecas enquanto assistia Frozen pela milionésima vez. Vendo que Sarada não estava aprontando nada, voltou para a cozinha, onde Saito estava sentado numa cadeira e com um dos cotovelos apoiado na mesa - Enfim, sua irmã não é a primeira e nem vai ser a última pessoa nesse mundo a implicar com a madrasta.

- Isso é de tanto assistir Cinderela e Branca de neve quando era criança - Revirou os olhos e fez uma cara de nojo - Eu peguei raiva desses filmes.

- Ah, pois agora você vai pegar raiva de Frozen. Eu não aguento mais ouvir "Livre estou" e nem o Olaf dizendo que gosta de abraços quentinhos - Ela riu, se aproximou do garoto e passou a mão pelos cabelos tão negros e lisos quanto os de seu marido - Mas relaxa... A Saya vai mudar, viu ? É só uma fase, apenas coisa da idade.

- Eu não pretendo ficar assim - Saito se levantou e aproximou da panela de inox que estava tampada - O cheiro desse molho de tomate tá me atiçando, posso provar ?

- Não nega ser filho do Sasuke - Sakura começou a rir e se sentou na cadeira onde Saito estava anteriormente - Pode sim.

Infelizmente, o garoto desatento não pegou um pano de prato para tirar a tampa da panela e, assim que encostou, acabou queimando a mão e a tampa caiu no chão.

- Merda ! - Ele berrou e começou a sacudir a mão - Ai, machucou.

Sakura correu até o garoto que gemia de dor, ligou a torneira e colocou a mão dele na água.

- Calma, Saito... - Falou com a voz doce - Queimadura dói mesmo, mas fica calmo.

- Ai... Como eu sou idiota...

- Relaxa, essas coisas acontecem - Ela fechou a torneira antes de pegar um pano de prato para colocar a tampa de volta na panela - Vem comigo, eu tenho uma pomadinha ótima para queimaduras.

- Morar com uma médica tem suas vantagens, eu só espero que você não me venha com injeções, eu morro de medo de agulha - O comentário brincalhão de Saito arrancou uma risada de Sakura - Não ri não, é verdade, eu tenho medo.

- Eu não tenho agulhas e seringas em casa - Respondeu em meio a risadas.

- Ufa ! - Ele suspirou aliviado - Ainda bem...

Os dois foram até o quarto do casal, Saito, que ainda resmungava de dor, se sentou na cama enquanto Sakura pegava uma bolsinha rosa dentro do guarda roupa.

A rosada se sentou ao lado do garoto, colocou a bolsinha no colo e a abriu, expondo sua pequena farmácia ambulante, com pomadas para queimaduras, remédios para dor de cabeça, dor no estômago, diarréia e várias outras coisas.

Por um momento, Saito se lembrou de Karin, cuidadosa e carinhosa quando ele estava machucado e precisava de algum curativo. O garoto ficou com o semblante triste, uma vez que estava pra lá de ciente que sua mãe não voltaria mais.

- O que houve ? - Sakura indagou assim que viu a expressão no rosto do enteado.

- Nada - Ele balançou a cabeça em sinal negativo - É que... eu lembrei da minha mãe, só isso...

Sakura ficou realmente comovida. Para um garoto tão novo, Saito até que tinha se conformado bem rápido com a morte de sua progenitora, mas é claro que sentia falta dela.

- Não precisa ficar assim, Saito - A mulher o puxou para um abraço, o que realmente o surpreendeu, mas ele retribuiu - Pensa que sua mãe morreu apenas fisicamente, mas ela sempre vai estar olhando por você.

- Eu sei - Assentiu assim que ambos separaram o abraço - É que... - O garoto sorriu meio sem graça - A minha mãe cuidava de mim desse jeito, aí foi impossível não me lembrar dela.

- Olha, eu não quero que você me veja como uma pessoa que quer tomar o lugar da Karin, muito pelo contrário, pois mãe é uma coisa realmente insubstituível... Mas eu vou cuidar de você e da sua irmã, vocês podem confiar em mim, tá bom ? - A rosada sorriu e guardou a pomada para queimaduras de volta na bolsinha - Você não precisa me chamar de mãe e nem nada do tipo, mas eu espero sinceramente que vocês me vejam como uma amiga.

- Você é legal, Sakura - O moreno falou com um sorriso sincero no rosto - Você é uma boadrasta.

A rosada estava realmente satisfeita e resolveu ignorar as palavras de Ino, afinal, Saito estava longe de ser um garoto rebelde e parecia estar gostando da madrasta, ou melhor, da "boadrasta", como ele mesmo disse... Afinal, o que poderia acontecer para Saito odiá-la ?


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Notas finais do capítulo

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Beijos e até o próximo :*