Oh, Calamity! escrita por Leh Linhares


Capítulo 20
Capítulo Dezenove


Notas iniciais do capítulo

Não disse que dessa vez ia ser mais rápido!



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Pov. Clarke Griffin

Andar até aquela sala é um dos momentos mais conflitantes da minha vida.  Sei desde quando pedi sua ajuda que teria que lidar com Lexa em algum momento, mas não tinha realmente pensado sobre isso até agora. Heda, a mulher por quem me apaixonei, quem me transformou em Wanheda. Alguém que até hoje cerca meus pensamentos. Uma pessoa que eu ainda amo, porém não consigo lidar.

Tento disfarçar meu nervosismo, a verdade é que não sei qual sentimento ver Lexa despertará. Se é o amor que eu acho que ainda sinto a raiva ou nenhum dos dois. Entro de cabeça erguida já a encarando, Lexa não é o tipo de pessoa para quem se pode demonstrar fraquezas. Me surpreendo com a facilidade que é ver a morena. Ela não mudou nada, os mesmos olhos, a mesma maquiagem, mas tudo parece diferente. Talvez tenha sido eu que mudei.

De uma maneira que Lexa ou ninguém pode compreender ainda. Hoje eu sei que o que eu fiz com o povo de Mount Weather não é tão diferente do que ela fez com a gente. E que mesmo nos amando nenhum sentimento ultrapassaria a responsabilidade que temos por nossos respectivos povos. Nunca poderíamos realmente confiar uma na outra.

— Seu soldado disse que queria me ver – falo disfarçando todas as sensações que vê-la traz.

— É bom vê-la, Clarke. Não pensei que fossemos nos reencontrar depois da estupidez que você fez.

— Desculpe?- pergunto ainda confusa sobre o que ela pode estar falando.

— Salvar o jovem Blake.  Algumas coisas não mudam você continua se importando mais com ele do que todos os outros- Lexa não parece estar ressentida, muito pelo contrário é como se ela buscasse a confirmação de algo que já sabe há anos.

— Não...

— Vai negue de novo. Todos sabem da verdade até eu que não estive presente nos últimos anos. Não é difícil de adivinhar você aceitou uma missão suicida tentando salvá-lo...

— E consegui-digo a cortando.

— Pura sorte. Você sabe que foi irracional e estúpido voltar por ele. As chances de os dois serem mortos eram grandes demais e as informações que você carregava valiosas demais-Lexa diz irritada.

— E exatamente por isso eu sabia que nenhum dos seus me abandonaria. Não dessa vez pelo menos- disse demonstrando mais raiva do que eu gosto de admitir.

— Ainda tem mágoa pelo o que fiz? Você sabe que teria feito o mesmo.

— Sim, eu sei e na verdade eu fiz. Abaixar aquela alavanca não foi uma decisão tão diferente da sua. Sou capaz de tudo pelo meu povo e por isso não podia abandonar Bellamy.

— Você sabe que teria pensado duas vezes se fosse qualquer outro, mas com o Bellamy não. Por que, Clarke?

— Eu o amo, Lexa. É isso que quer ouvir? Não é segredo pra ninguém, nem mesmo pra ele. E diferente de você eu não seria capaz de deixar quem eu amo para trás... -falo com todas os sentimentos e mágoas escondidos agora nítidos.

— É bom te ouvir admitir o que eu já sabia há anos. O amor só se transforma em fraqueza se permitimos.

— Quem te ensinou isso?- pergunto sorrindo tenho certeza que deve haver uma nova pessoa em sua vida.

— Não é da sua conta, Clarke e afinal não foi por isso que eu te chamei. Temos assuntos mais importantes para tratar. Você disse por meio de Nathan que tinha informações valiosas para nós. Algo sobre uma máquina de destruição em massa. Pode me dar mais detalhes?

— É uma máquina de terremotos, que como disse para Nathan, precisa de um objeto nosso, os Skaikru, para funcionar.

— Que objeto é esse?

— Por hora vamos dizer que é uma espécie de chave que inserida na máquina é capaz de causar terremotos e matar tanto meu povo quanto o seu.

— Como vou saber que não vai usar isso contra mim? Quero a chave - exige Lexa.

— Você sabe que eu não posso e não vou confiar meu povo em suas mãos de novo - quase rio com a sua proposta. Lexa não é tão ingênua a ponto de acreditar que eu cometeria o mesmo erro novamente.

— Como espera que eu faça o mesmo com você?

— Não acho que você realmente tenha uma opção.

— Talvez você tenha razão, mas o que pretende fazer em relação à Nação do Gelo. Eles já sabem que objeto é esse?-questiona Lexa.

— Até onde eu sei não. É o que nos manteve seguro esse tempo todo e a minha esperança é que nos garanta mais tempo.

— Não acho que a reação deles vai ser pacífica depois do que fizemos. Precisamos nos preparar. Não temos muito tempo.-o tom de medo na voz da Heda me surpreende. Não a vi dessa maneira nem mesmo contra a Mount Weather.

— Faremos o melhor que pudermos e vai ser o suficiente.  E quanto ao meu povo pretende mantê-lo preso por quanto tempo naquela sala?

— Eles já estão sendo liberados, Wanheda– Me retiro da sala devagar. Tentando tomar coragem para perguntar algo que me perturba desde o fim da guerra com Mount Weather.

— Lexa?- ela olha pra mim assentindo- o que nós duas tivemos... Foi real?

— Mais do que eu gosto de admitir.

— Nunca teria dado certo, né? – questiono.

— Nunca abandonaria o meu povo por você se quer saber...

— Eu também não.

— Está aí sua resposta. Nós vemos depois.

— Nos vemos depois - respondo com um meio sorriso.

                                                                           ...

Saio da sala ainda atordoada,ver Lexa se transformou em algo muito mais emocional do que imaginava, continuo andando sem direção até esbarrar em um corpo malhado e definido que me segura pelos braços.

— Clarke, você está bem?- Nathan é claro como não percebi antes.

— Sim, só um pouco distraída.

— Não é momento e nem lugar para se distrair, Clarke, e você sabe disso.

— Não vai se repetir, Chefe Nathan- falo irônica. Não é a primeira vez que ele me repreende e muito menos a última vez que tiro sarro dele.

— Isso de novo não...

— Isso de novo sim. Só estou obedecendo a ordens, você é a mão direita de Lexa agora. Se não te respeitar sabe se lá o que vai acontecer... -digo fingindo seriedade.

— Não é pra tanto, Clarke, e você sabe disso.

— Na verdade não em um dia você era meu amigo Nathan e no outro era o espião da Lexa. Como diabos isso aconteceu?

— É complicado, você sabe que eu nunca concordei muito com as ações de Audrey.

— Sim, mas traí-la é algo completamente diferente e arriscado. O que te fez fazer isso? Tem que ter sido algo grande.

— Eu descobri sobre você sabe o quê e muitas outras coisas. Não podia continuar lutando por ela. Meu irmão já não era dos mais fiéis, tinha contato com Lexa e me convenceu a ajudá-la.

— Como sempre me surpreendendo, Nathan. É bom ter você do meu lado.

— Posso dizer o mesmo – ele segura a minha mão. Nunca precisamos de muitas palavras para nos comunicar.

...

Cinco Dias Depois

Volto para a sala, onde nos prenderam há dias atrás, e não há quase mais ninguém. Apenas Raven e Octavia conversando sobre algo aparentemente sério. Não quero interromper, mas não é como se eu tivesse muita escolha. Audrey não vai precisar de muito tempo para se recompor e assim que puder nos atacará. Preciso confirmar tudo sobre a chave antes que seja tarde demais. Já esperei tempo demais.

— Licença, desculpa incomodar... -digo hesitante.

— Falando do diabo... - Diz Octavia rindo, porém consigo notar que não é brincadeira. No fim das contas a morena ainda guarda muito mais mágoa minha do que eu gostaria.

— Preciso falar com vocês... Sobre vocês sabem o quê.

— Na verdade não sei... - Raven se faz de desentendida, parece irritada e um pouco triste. Entendo que talvez eu não seja a pessoa com quem ela mais quer falar agora, porém não temos tempo. Não posso ceder por seus caprichos.

— Prisão Raven, Octavia, Monty... Agora sabe? Podemos conversar?

— Acho que não.

— Raven, por favor, seja razoável. Não temos tempo pra isso.

— Não temos tempo para muita coisa ultimamente, mas se você insiste...

— Aqui não. – Saio com elas até o lugar mais afastado e deserto que encontro.

— Preciso saber se estou certa.  Venho sentindo enjôos-quando digo isso Raven e Octavia paralisam-, por isso tenho um palpite do que pode ser. Talvez seja isso... - mostro disfarçadamente o desenho na parte inferior do meu pulso. Nunca se sabe se tem alguém nos ouvindo. Para todos os efeitos precisa parecer uma conversa normal. Raven olha por algum tempo e acena. Octavia faz o mesmo ainda impressionada.

— Faz todo sentido - Estava certa o tempo todo, preciso agora garantir que o broche fique em segurança.  Venho o carregando broche para todos os cantos o que não é nada seguro. A aposta mais óbvia é que estaria comigo, mas com quem posso confiar um item tão importante?

— Sobre os enjôos...? – pergunta Raven quando já estamos perto da vila de novo.

— Eu não... Desculpe, eu deveria ter pensado em outra, foi a primeira que veio na minha mente...

— Tudo bem. Eu só queria ter certeza. Não preciso de mais uma notícia dessas hoje, se bem que faria todo sentido- Raven continua triste como se alguma coisa tivesse acontecido nas últimas horas.

— O que faria sentido? Aconteceu algo que eu não sei?- Agora estou realmente preocupada.

— Não se finja de boba. Você sabe do que estou falando.

— Não sei. Não faço ideia. Estive tão envolvida com os preparativos pra batalha que...

— Não presta atenção em mais nada boa desculpa, mas eu não vou te dar esse prazer. Já fui humilhada o suficiente por hoje... Eu só não agüento mais, ok? Arruma outra pessoa pra perturbar, ok?- diz isso e sai correndo com as mãos no rosto.

— O que diabos aconteceram com ela?

— Não vai dizer que não sabe Clarke?- fala Octavia.

— Eu não sei Octavia. Não faço ideia. O que aconteceu com ela?

— Você aconteceu, Clarke. Bellamy aconteceu.

— Desculpa?

— Bellamy terminou tudo com ela hoje, disse que por mais que a ame não seria justo ficar com ela enquanto ele claramente ainda te ama.

— Oi? Como? Quando isso aconteceu?

— Bellamy não te disse nada? – Octavia ri- essa é nova. Você sabe Raven tinha dito que entendia e ainda podia ser amiga dele caso tudo desse errado, mas não era verdade. O que eles tiveram Clarke foi mais real do que você imagina-diz muito irritada- e você vai se arrepender de ter entrado no caminho deles.

— O que? Isso é uma ameaça por acaso?

—Entenda como quiser Clarke. Ninguém mexe com a minha família e sai limpo.

— O que isso quer dizer?

— Cuidado por onde anda.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Espero que ainda tenha alguém lendo isso!
Beijão e como eu disse já ta chegando no final temos daqui pra frente mais ou menos de cinco a seis capítulos. Tudo vai depender dos comentários de vocês e opiniões. Quero saber como vocês querem que termine.
Tenho uma nova fanfic de The 100 minha no nyah: Not tamed demons Link:https://fanfiction.com.br/historia/706746/Not_tamed_demons/ - é uma one-shot para quem quiser dar uma olhada.



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