Oh, Calamity! escrita por Leh Linhares
Notas iniciais do capítulo
A fanfic está prestes a entrar numa nova fase logo logo. Espero que vocês gostem.
Pov. Bellamy Blake
Minha cabeça doí como nunca, a sensação que tenho é que tudo a minha volta pode explodir a qualquer momento. Olho para o lado e vejo Clarke dormindo ao meu lado. O que diabos aconteceu ontem a noite? Me lembro de ir até o bar, de conversar com o Monty, mas só… não lembro de ter visto Clarke, falado com ela ou ter feito sexo com ela, mas minhas roupas na verdade a ausência delas dizem muito.
O que eu tenho na cabeça? Como pude fazer isso com a Raven e comigo mesmo? Clarke não me merece e o que eu faço transo com ela. É, Bellamy é exatamente isso que pessoas que se odeiam fazem…
Me levanto bruscamente e me visto pretendo sair antes que Clarke acorde, dessa forma posso fingir que nada aconteceu, não será tão difícil já que não me lembro de nada. O dia acaba de clarear, ainda é possível ir até meu próprio chalé sem ser notado. Já estou saindo quando escuto sua voz…
– Bellamy?- Me viro nervoso. Sem saber bem como agir.
– Você ao menos se lembra disso?
– Não. Não sei como pudemos, como aconteceu. Não me lembro de nada.
– Eu fui até o bar, você estava lá, nós brigamos e depois… não brigamos mais.
– Não devíamos ter feito isso.
– É, mas fizemos.- Clarke diz aparentemente triste, talvez no fundo ela realmente me ame.
– Não precisamos mais falar sobre isso se não quiser. Podemos fingir que nunca aconteceu.- A loira fala com certo desânimo na voz.
– Acho que a única coisa que podemos fazer.
– Nós poderíamos… ficar juntos também. – As custas da felicidade de quem? Raven? Não estou disposto a fazer essa troca, nem sei como deixei isso acontecer.
– Você quem sabe.- Saio irritado sem saber ao certo para onde ir, em algumas horas precisarei trabalhar, mas agora é cedo demais. Minha casa está fora das opções depois da discussão que tive com Raven antes e não posso encará-la, não agora, brigamos por um beijo e quando me afasto transo com Clarke. Obviamente ela não ficará feliz com isso.
Sigo para a Cabana que fiz para Octavia, onde ela fica durante as visitas, se tiver sorte minha irmã já partiu e eu tenho toda a casa só para mim. Para o meu azar O ainda está lá e depois de eu explicar sobre a briga. Recebo o olhar inquisidor já conhecido junto da pergunta de um milhão de dólares.
– Onde você passou a noite?
– No bar.
– Não minta pra mim. Eu te conheço bem o suficiente para saber quando você fez algo errado. Passou a noite com a Clarke, não é? Mas está com vergonha demais para admitir.
– Eu juro que não queria, não sei como aconteceu, não tinha a intenção…
– Não é pra mim que você tem que pedir desculpas.
– Eu sei, mas não quero que você pense…
– Você a ama, Bellamy. Pensei que você fosse se dar conta sozinho, mas bem talvez eu estivesse errada.
– Não, eu a odeio.A odeio mais do que tudo agora, eu amo Raven…
– Você não precisa mentir pra mim, irmãozinho. Não estou te julgando…
– Não estou mentindo…
– Por que dormiu com ela então? Seja honesto consigo mesmo. É o mínimo que você pode fazer pela Raven, mentir pra si mesmo não vai funcionar pra sempre, sequer está funcionando agora. Você a ama, mas a odeia por ter partido. E você pode sentir isso, Bellamy. Você se casou com Raven acreditando que Clarke estava morta, você tem o direito de estar confuso, mas não tem o direito de ser desleal ou infiel. Você precisa ser honesto e se decidir. Raven e Clarke não vão esperar para sempre.Você precisa fazer sua escolha.
– A escolha foi feita no dia que Clarke partiu.
– Se você diz, mas não diga que eu não te avisei. - Enrolo por mais um tempo e vou para o trabalho, ainda é cedo, mas é melhor do que ter que lidar com o olhar da Octavia.
Ainda é cedo quando solicitam que eu vá até a sala de reunião para votarmos o que faremos afinal. Se aceitaremos a proposta de Clarke ou não.
Chego a sala e todos já estão lá, até mesmo Raven, que está sentada num banco diferente do usual, provavelmente para me evitar. Me sento no único banco disponível e evito olhar para as duas.
– Você disse que os Grounders prevem um grande inverno. Como a Nação do Gelo pode nos ajudar quanto a isso?
– As instalações deles são repletas de aquecedores e bem extensas. O suficiente para abrigá-los se vocês concordarem, mas caso essa não seja uma opção como imagino, temos um número considerável de roupas adequadas e suprimentos que seriam cedidos com prazer.
– E quanto a guerra como vocês querem que atuemos?
– Como disse ontem. Precisamos de tropas e equipamentos para equilibrar a luta. A guerra vem acontecendo há alguns meses, temos alguma vantagem com os Grounders, mas um aumento de batalhões é fundamental.
– Se me lembro bem. Você quer levar Bellamy, o chefe de guarda até a Nação do Gelo para que ele seja treinado e treine o resto do nosso batalhão.
– O quê?- Raven grita junto comigo. Como assim ela precisa de mim?
– Clarke pediu o Chefe de Guarda que agora é você. Algum problema?
– Todos. Não vou para a Nação do Gelo.
– É isso que viemos decidir. - Diz Abby.
– Se Lexa vai nos atacar logo, como pretende que a gente se defenda sem nosso Chefe de Guarda? - Questiona Abby.
– Temos dois de nossos batalhões na proximidade. Fiz viagem com eles. Os dois tem feito o máximo para proteger vocês e afastar qualquer possível tentativa da Lexa.
– Como assim duas tropas da Nação do Gelo estão a nossa volta. Como sabemos que isso não é uma armadilha?- Pergunto nervoso. Como Clarke pode confiar nesse povo mais do que na gente?
– Porquê eu estou dizendo que não é. Por que é tão difícil acreditar em mim?
– Não sei. Talvez se você estivesse estado conosco os últimos anos eu ainda confiasse em você.
– E aliás por que você mesma não treina o exército? Não vejo necessidade da presença do Bellamy no meio disso tudo.- Questiona Raven irritada.
– Não sou uma deles, sou tão aprendiz como vocês, eles não confiam em mim como treinadora. Tem pessoas específicas pra isso e são elas que devem passar cada fundamento para Bellamy. Além do quê só Bellamy pode treinar seu exército, eles não confiam em mim, não depois de eu ter partido.
– Mais alguma pergunta?- Diz Kane, cortando o clima de tensão que parecia se espalhar com uma facilidade assustadora.
– Se não, acho que já podemos votar. - E assim se segue a votação, por mais inacreditável que pareça as únicas pessoas que votam contra sou eu e Raven.
– Vocês não esperam que eu abandone meu exército e vá com ela para a Nação do Gelo.
– Você fez um juramento, Bellamy. Deve respeitar a decisão do Conselho.- Diz Abby e ela está certa, não posso ir contra a uma decisão do conselho, não importa o quão contrário eu esteja me sentindo.
– Vocês não podem obrigá-lo.- Essa é Raven, podemos estar brigados, mas ela nunca me submeteria a perigo se pudesse evitar.
– Não estamos o obrigando…
– Eu vou. Tudo bem…- Todos saem da sala menos Raven e eu. A observo por alguns segundos e ela faz o mesmo.
– Bellamy, você não pode ir. Seu lugar é aqui.
– Eu sei e eu vou voltar. Te prometo.
– E se você morrer? E se for uma armadilha?
– Não é.
– Como você sabe?
– Eu não sei, mas preciso acreditar nisso. Vai dar tudo certo. - A morena me abraça com lágrimas nos olhos e eu correspondo.
– Você esteve com ela. - A voz de Raven não carrega raiva como ontem, apenas contragosto e uma conformidade triste.
– Como?
– Passou a noite com ela.
– Eu não…
– Não minta pra mim. Você está cheirando a ela.
– Já disse é você quem eu amo.
– Eu não acredito…- Passo minha mão no seu pescoço e a beijo com delicadeza. Raven sequer se mexe e eu também é bom tê-la nos meus braços de novo, é seguro e agradável completamente diferente do que é estar com Clarke.
– Eu vou voltar e nós vamos ficar juntos. Te prometo.-A olho nos olhos e quase grito aquelas palavras que quero mais do que tudo que sejam reais.
– Não promete algo que você não pode cumprir. Quero que você saiba que está livre. Não precisa mais se prender a mim se não quiser. Seja feliz!- Confesso que não presto muita atenção no que ela diz, meus lábios já estão no seu pescoço, focados em tê-la e em amá-la como tenho feito nos últimos anos, mas novamente o que sinto ali é um misto de obrigação com carinho e respeito, uma receita que sempre fora maravilhosa, mas que agora parece sem graça.
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