Black Angel escrita por summer


Capítulo 2
Celebração


Notas iniciais do capítulo

Olaaaá!
Acho que eu não poderia ter escolhido um momento melhor para postar como um dia antes do site entrar em manutenção.
Parabéns, K!
Bom, seja o que Odin quiser!



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Depois de muito bate-papo durante o expediente, estávamos esperando os funcionários da noite.
Fomos tirar os uniformes na pequena sala para funcionários, ficava ao lado da cozinha e continha dois sofás, alguns armários, e um banheiro. Mike estava jogado no sofá, brincando com uma almofada enquanto esperava as irmãs, e Lucy terminava de escovar o cabelo liso olhando para o seu reflexo no espelho do seu armário.
– Lis, hoje vai ter uma festa na Gotham Academy para os universitários, você sabe. O que acha de ir? - Suzi pediu esperançosa, enquanto tirava o avental.
– Não. - Respondi sutilmente, abrindo o meu lado do armário.
– Qual é, Lis?! Você nunca vai! - Mike resmungou, levantando do sofá.
– Não.
– Mas é a minha primeira noite aqui, eu quero curtir com vocês.
– Podemos ficar juntas amanhã
– Acho que Mike tem razão - Theo entrou no quarto
– Isso é um complô - Acusei, pegando minhas roupas do armário.
– Lices, querida, você trabalha tanto e vai tão bem na faculdade, você devia se distrair um pouco. Vamos, faça isso como um favor para o seu velho Theo! - Ele abriu um sorriso, quase uma súplica covarde
Eu não ia em uma festa há anos. Eles me encaravam, suplicantes. Eu saí da casa dos Lane para evitar preocupações e para não precisar dar satisfações sobre meus horários. Ouvir Martha e Theo discutirem em segredo sobre ter uma "filha" adotiva com problemas para socializar foi o o único motivo que me fazia sair de casa acompanhada durante o dia. Desde que saí da casa da família Lane, me esquivei de todo e qualquer convite, mas agora Suzi estava ali e Theo me pedia pessoalmente. Pensei em todas as desculpas que eu poderia inventar.
– Certo, eu vou.
Suzi pulou, me abraçando.
– Mas tem uma condição: o Mike tem que tirar esse boné horrível.
Todos rimos.
– Por você eu tiro, gata. - Ele tirou o boné, animado.

Entrei naquele apartamento que eu tentava chamar de casa. Chutei as almofadas no chão para o canto e caminhei até o quarto. Eu detestava aquela bagunça, mas não fazia sentido arrumar. Aquele lugar não podia parecer um lar. Eu nunca poderia ter um lar. Eu não merecia. Um lar me tornaria humana e me faria esquecer meus objetivos. Eu estava corrompida. Tentei me lembrar que não podia estar corrompida esta noite. Só uma noite.
Caminhei até o guarda-roupa e tirei um envelope pardo da última gaveta. Coloquei-o sobre a mesa de centro da sala e fui para o banho. Só uma noite como mulher não me mataria.
A companhia tocou algum tempo depois, como eu esperava. Peguei o envelope sobre a mesa e fui para a porta. Tentei ajeitar a toalha branca que me enrolava antes de abrir a porta.
– Oi, Ralf.
– Ah! Alicia, eu não esperava encontrar você assim... - Ele olhou para o lado, encabulado. Depois sorriu, me mostrando seus dentes brancos que contrastavam com a pele negra.
– Tudo bem, eu avisei ao seu pai que entregaria hoje, passei na sua casa, mas não havia ninguém. - Estiquei o braço com o envelope
– Obrigado, eu cheguei agora.
– Imagine, desculpe a demora.
– Hm, Alicia, eu... Estive pensando... Quero sair com você de novo.
– Nós nunca saímos. - Eu sorri, balançando a cabeça e o cabelo molhado.
– Você me entendeu. - Ele abriu um sorriso canalha
– Não é uma boa hora, Ralf. Mas nós nos esbarramos por aí. - Dei um sorriso malicioso e fechei a porta
Lembrei dos amassos nos corredores do prédio e dentro do elevador que não funcionava. Não era mesmo uma boa hora. Ao menos a moto dele me quebrava um galho nas madrugadas.

A campainha tocou e Suzi berrou, impaciente.
– Vamos, Lis!
Saí do apartamento dando de cara com Suzi e seu vestido azul sobre a meia-calça preta e sua maquiagem impecável. Seu salto alto a deixava ligeiramente mais alta que eu, mesmo competindo com os meus saltos. Encontramos Mike no carro, muito bem arrumado e perfumado.
– Uau! - Ele exclamou quando me viu - Assim eu não vou aguentar, gatinha.
– Você também está bem, Mike.

Mike deixou o carro no estacionamento da Gotham Academy e caminhamos pelo campus. Me surpreendi ao reconhecer cada parte daquele lugar. Me surpreendi ainda mais ao perceber que sentia nostalgia daquele lugar. Os prédios onde havia as salas e os laboratórios estavam trancados, como o esperado. O ginásio de esportes, o auditório de teatro e a piscina eram onde acontecia a festa. Ainda assim, havia universitários em todo canto. Lucy encontrou um grupo de amigos e foi para o auditório, Mike encontrou uma garota e provavelmente a levaria atrás do auditório. Suzi e eu caminhamos para o ginásio, onde acontecia a maior parte da festa.
Havia muita gente, muita música e muita bebida. Fiquei feliz por não reconhecer ninguém, não tinha ninguém com quem eu quisesse falar da época do ensino fundamental. Suzi cumprimentava muita gente ao longo do caminho, seu cabelo balançava a cada passo, como se estivesse dançando.
– Vou pegar um drink, você quer? - Ela berrou, parando de andar.
– Ainda não. - Berrei de volta, tentando superar o som da música.
Ela se foi.
– Lis? - Ouvi alguém falar atrás de mim, ele não berrou, mas eu o ouvi no meio de tanto barulho.
Virei para trás, intrigada. Apenas minha família me chamavam de Lis. O dono da voz era alto, com a pele clara e o cabelo negro bagunçado, tinha olhos azuis tão familiares. Ele era forte e sorridente. Minha expressão de intriga se suavizou num sorriso.


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Notas finais do capítulo

E então? Alguém aí?



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