Another Hermione escrita por Mrs Rainbow


Capítulo 42
42 - Claramente uma Grifinória.


Notas iniciais do capítulo

Oe!
Gente, muito obrigada pelos reviews, mesmo eles tendo diminuído novamente no último capítulo (foi ruim, né), agradeço aos que tiraram tempo para comentá-lo!
É, eu estou cansada, nota-se pela escrita meio "que?". São 04:00 (05:00 no horário de verão), estou escrevendo esse capítulo a muuuuuito tempo. Foi o último que precisei reescrever e quase sem tempo, não postei ontem pois tive exame e que sair. Ou seja, não fiquei em casa, mas quando cheguei, voltei a escrever e estou acordada até agora para isso. A semana foi corrida, o dia foi horrível com notícia de que eu talvez mude de cidade novamente (Terceiro ano consecutivo, yay)
Enfim, é só isso mesmo, estou cansada e triste, basicamente. Mas me esforcei no capítulo, juro. Foi o mais longo que já escrevi, com 7043 palavras. Quis fechar o "reescrever" com chave de ouro, sabe?

Prometo responder os comentários mais tarde, é que eu estou realmente cansada e com dor de cabeça, gosto de dar o devido tempo merecido aos reviews.

Outra coisa, por favor, respeitem o andar da Fanfic e lembrem que tudo que eu faço é pensando num futuro, sim? Se o Remus e a Mione não estão juntos, tem um motivo. Se o Riddle não está enchendo o saco da Mione e fazendo a ligação todo santo dia - novamente -, tem um motivo.
Ainda me dói e decepciona ver que muitos apenas leem para ver o romance e o casal principal, sério.

Enfim, espero que gostem do capítulo. E eu vou responder os reviews assim que eu acordar, ok? É que eu estou REALMENTE acabada. Tô vendo dois, já.



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— Essas poções podem mudar o mundo! – Guinchei para Pedro, vendo-o corar e dar de ombros. Estávamos voltando de tarde da biblioteca, havíamos concluído a poção para Remus.

Duas, na verdade.

A primeira deixava o corpo dele todo dormente, mas diferente da nossa famosa pasta, ela agia internamente.

A segunda era para acalmá-lo, já que ele tendia a ficar nervoso e irritadiço.

— Se funcionar.

— E vai.

— Eu vou estar feliz em ajudar pelo menos nisso. – Deu de ombros, fazendo-me rolar os olhos um pouco irritada. Rabicho sempre teve isso de “eu não sou bom o suficiente e não ajudo em nada”.

— Não começa, Rabicho! Você sabe muito bem que é a alma e a cola do grupo. – Ele resmungou algo e eu lhe dei um tapa na nuca, fazendo-o rir baixinho.

— Vou para o dormitório, tenho que fazer o trabalho de transfiguração. – Ri com seu gemido de desgosto – 20 cm de pergaminho! — Guinchou irritado, eu já havia feito o meu em uma das muitas tardes na biblioteca.

— Vai querer ajuda? – Perguntei ao diminuirmos a velocidade para que ele pudesse pegar um atalho para o andar do nosso salão comunal.

— Não, pode ir ficar olhando Martinez estudar na ala de Herbologia da biblioteca. – Corei com sua voz maliciosa e bufei, lhe dando um soco no ombro e o ouvindo gemer de dor.

— Sobe logo, idiota.

Ele riu me dando um beijo na têmpora e entrando atrás de um tecido pesado que tinha ali, suspirei e voltei a caminhar, enfiando as mãos nos bolsos do casaco de Almofadinhas. Eu havia afanado novamente.

Mas quem mandou deixar de bobeira no sofá do salão comunal?

— A culpa é dela! Se ela tivesse simplesmente trepado com ele, ainda poderíamos ganhar a taça de quadribol. – Alguém chiou no corredor, estaquei no lugar ouvindo um “shhhh” desesperado, olhei para os dois garotos do sétimo ano. Não sabia os nomes e não me importava, marchei até eles, cruzando os braços e levantando o queixo ameaçadora. Eu já estava irritada com a vida, e ouvir algo daquele tipo... Ah...

Claro que a maioria dos grifinórios estava do meu lado, então não foi uma surpresa quando no dia seguinte aos dos testes, Marcus receber um berrador de Wood e rosnados dos integrantes de casa.

— Você disse algo? – Os sussurros e murmúrios já haviam começado ao nosso redor, fazendo a raiva dentro de mim borbulhar com mais intensidade, como se tivessem jogado álcool numa chama, aumentando-a com força, incentivando um incêndio.

O que - provavelmente - tinha falado aquilo, levantou o queixo igual a mim, estufando o peito para falar:

— Eu disse que a culpa vai ser sua por não ganharmos a taça de quadribol! – Era um dos amigos do babaca filha da puta do Marcus, ri sem humor e peguei seu amigo pelas vestes o empurrando na parede com violência.

— Você vai beijá-lo, ou eu irei bater nele. E sabe de quem vai ser a culpa? Sua. — Rosnei prendendo o amigo dele pelo pescoço, eu arfava preenchida de ódio. Estava ouvindo alguns poucos sussurros sobre isso nas últimas semanas e eu estava cansada daquilo.

— E-eu... Não! – Guinchou ficando vermelho e com as sobrancelhas falhas se juntando, sorri acida antes de puxar meu cotovelo e rodá-lo no rosto do seu amigo. Alguns gritaram surpresos, outros riram e bateram palmas, outros simplesmente passaram como se fosse normal me ver daquele modo. O amigo caiu no chão gemendo de dor e cuspindo sangue, devia ter cortado a boca.

Senhorita Potter! — Ouvi Minerva grasnar, olhei sobre o ombro, vendo que a multidão já se dissipava. – O que a senhorita pensa que está fazendo?!

— Ajudando-os em Estudo dos Trouxa, física. Ação e reação. – Rosnei para o babaca, vendo-o engolir seco e tentar ajudar seu amigo a levantar, mas o mesmo rosnou e o empurrou, saindo para um lado e pisando duro. – Vai repetir que eu deveria ter trepado com Marcus para que ganhássemos a taça? – Chiei o empurrando para a parede

Senhorita Potter! ­– Fui segurada por uma mão invisível, arfei ainda sentindo a raiva queimando dentro de mim. – Senhor... Doyle. Por favor, se retire.

— Ela tem que pagar! – Vociferou, mas logo se calou ao receber um olhar de Minerva.

— E ela irá, mas o senhor também, pela sua fala sem noção e por ter começado. Detenção na quarta. – Sorri maldosa, vendo-o arregalar os olhos puto da vida. – Senhorita Potter, me siga.

— Espera, eu vou pegar detenção? – Perguntei lutando contra a mão invisível, ela acenou com a cabeça, me olhando como se eu tivesse dito a coisa mais óbvia do mundo. – Então, vou fazer valer a pena.

Me joguei contra o garoto novamente, lhe dando uma joelhada nas bolas, ele gemeu e caiu de joelhos. Ri e suspirei aliviada, virando para Minerva novamente, vendo-a negando com a cabeça, mas as linhas de seu rosto indicavam que ela queria sorrir. – Agora sim podemos ir, senhora vice-diretora. – Minerva negou com a cabeça e se virou, sabendo que eu iria segui-la.

Me virei novamente, andando de costas dando dedo para o babaca cujo nome eu não me preocuparia em lembrar, sorri maliciosa e passei a língua pelos lábios, formando xingamentos com meus lábios, vendo-o vermelho de raiva.

Rodei nos calcanhares e saltitei atrás de Minerva, ela ainda negava com a cabeça, mas sua pele puxada das bochechas deixava claro que ela estava sorrindo e tentando escondê-lo de mim.

Foi uma longa e silenciosa viagem até a sala dos professores, olhei para os retratos dos fundadores das casas de Hogwarts arqueando uma sobrancelha.

Claramente uma grifinória.— Salazar debochou, sorri de lado junto a Godric, que estufou o peito orgulhoso

Claro! Olhe só, se ela está entrando na sala dos professores então deve ser importante! — Prendi a risada, seguindo Minerva para dentro da sala e me sentando na cadeira que ela havia indicado.

— O que fazer com você, senhorita Potter? – Fez uma pergunta retórica e eu sorri dando de ombros. – Não lhe culpo por bater no senhor Doyle, mas em seu amigo... Bem, aquilo com certeza foi inesperado.

— Eu disse, senhora vice-diretora. Estava ensinando ação e reação, ele estava me culpando por Marcus ser um babaca e ter tirado a mim, Marlene e James dos principais pois eu não aceitei ser tratada como uma vad-

— Entendi, Potter. – Suspirou e eu me arrumei na cadeira olhando interessada ao redor da sala. Ela ficou uns minutos me observando até voltar a falar – Sabia que eu já participei do time de quadribol em meus dias escolares em Hogwarts?

— Na verdade, sim. Como apanhadora em 1947. – McGonagall arqueou ambas as sobrancelhas de modo surpreso, dei de ombros sorrindo de lado – Eu limpo os troféus e medalhas desde o primeiro ano, 43 vezes, até agora.

— Eu não sei se fico impressionada ou decepcionada, senhorita Potter. – Ri vendo-a negar com a cabeça, mantendo um sorrisinho pequeno no rosto enquanto se curvava sobre a mesa que nos separava. Sua expressão ficou séria quando ela voltou aonde tinha parado – Na minha época, eu fui escolhida como apanhadora substituta do substituto. Por dois anos seguidos até que um belo dia, ambos acabaram tendo fortes e misteriosas dores de estômago e eu tive que jogar. – Sorriu orgulhosa, com os olhos longe – Depois daquele dia, em que eu ganhei o jogo no tempo recorde daquele tempo, me provei para todos e me aceitaram como membro do time.

Sorri para ela, a admirando ainda mais. Tinha um fraco por mulheres fortes.

— Isso é uma permissão para colocar Pinhão de Purga em muitos sucos de abóboras? – Brinquei e ela rolou os olhos um tanto severa.

— Não. Mas eu não lhe contei essa história para você se pôr no meu lugar, e sim imaginar Jason no meu lugar. – Arqueei uma sobrancelha ainda sem entender – Você está achando que ele não merece aquela posição.

— Eu nunca disse isso. Mas é óbvio que Marcus o colocou como principal porque eu não aceitei ir para o maldito armário de vassouras com ele. – Resmunguei sentindo a raiva voltar um pouco. – E sinceramente, eu vi aquele garoto jogando. Ele tem medo do balaço! Como é que ele vai proteger os outros jogadores se corre da maldita bola?

— Ora, tenho certeza que está exagerando. – A olhei desesperada e neguei com a cabeça lentamente – Foge... Mesmo?

— Sim, foge. — Ela suspirou e massageou as têmporas, franzindo minimamente o cenho.

— Onde eu estou querendo chegar, Hermione, é que deveria dar uma chance ao senhor Rogers. Se acha que ele não é bom o suficiente... Por que não o treina você mesma? – Olhei para o teto, pensando que aquilo podia ao menos ser uma ajuda ao time. Hoje teríamos treino a algumas horas, mas eu podia obriga-lo a ficar mais tarde e treiná-lo. Seria uma boa. Hm...

— Eu podia, não é? – Murmurei ponderando a ideia, mas então eu abaixei meu rosto, estreitando os olhos para McGonagall – James e Marlene ainda estão pagando o pato. – Ela deu um sorrisinho malicioso e deu de ombros.

— Espero que tenha mãos ágeis, senhorita Potter. – Ri e me levantei, andando até a porta – Detenção na primeira semana de outubro, final de semana. Terá a oportunidade de chegar ao número 45. – Murmurou, sabendo que no próximo final de semana era dia de lua cheia. Olhei sobre o ombro, sorrindo agradecida e acenando com a cabeça antes de sair de sua sala.

O tempo que eu teria para... Estudar na biblioteca de Hogwarts foi perdido, obrigando-me a me apressar para pegar meu equipamento de quadribol para ficar sentada no campo, vendo o desastre acontecer.

E era aquilo que estava acontecendo, franzi a cara como se tivesse chupado algo azedo ao ver Rogers ratando um balaço fácil. Em consequência, a bola quase atingiu o apanhador.

— Corvinal vai acabar conosco. – Marlene murmurou petrificada e boquiaberta, se assustando em como o time estava desorganizado. Tivemos a sorte de Almofadinhas, Frank e o apanhador serem bons, ao menos aquilo.

— Estou preocupada com o apanhador, ele depende totalmente do batedor, se aquele garoto não conseguir protegê-lo, ele vai ser atingido nos primeiros minutos de jogo, e não temos um substituto. – Eu já havia contado a James, Marlene e Sirius que eu iria conversar com Rogers que iria treiná-lo. Bem, com James foi sem querer, já que ele estava lá na hora. – James, acha que pode treinar o Reeves para desviar e driblar? – Perguntei ainda olhando criticamente para o bando de macho desengonçado voando, o time estava ridiculamente lerdo.

Ele também não me respondeu, apenas acenou com a cabeça, fazendo-me murmurar um “ótimo”, que foi abafado pelas risadas de um grupo de pessoas da sonserina, que apareceram apenas para darem risadas dos novos jogadores.

Depois de mais alguns frustrantes minutos, Marcus deu o treino como encerrado.

Me levantei, andando até Rogers com Marlene e James atrás de mim, ele se encolheu minimamente, um tanto intimidado. Suspirei e tentei sorrir simpática.

— Jason Rogers, não é? – O magricelo acenou com a cabeça, olhando ao redor em busca de ajuda, ele deu um passo para trás e acabou batendo no peito de Almofadinhas, que havia chegado naquele exato instante. Ele se sobressaltou, fazendo Sirius sorrir de lado malicioso.

— Ele parece um Puffskeinzinho. – Botei a mão em minha testa enquanto ria levemente, Sirius e sua mania de achar coisas pequenas e indefesas, fofas.

— E-eu não sou um Puffskein*! – Disse, estufando o peito como um bom grifinório, se virando para Sirius e olhando para o alto, para poder encará-lo nos olhos.

— Claro que não. – Riu e empurrou a cabeça dele, colocando o dedo indicador da testa de Jason.

— Enfim, eu gostaria de lhe fazer uma proposta para o bem do time. – O garoto rodou para mim novamente, colocando a mão na parte que Sirius havia empurrado. Meu outro irmão já estava do outro lado, entre mim e Marlene, nos abraçando pelas cinturas.

— N-não acho que possa lhe dar minha posição. – Murmurou um tanto triste, e naquele momento eu entendi e o pus no lugar de Minerva. Ele merecia uma chance, mas também precisava de treino.

— Não quero tirá-lo. – Ele abriu os olhos em um estalo, olhando para cima assustado

— Não? – Neguei com a cabeça e suspirei, olhando ao redor para ver que não havia mais quase ninguém ali. Afinal, logo seria o jantar.

— Eu gostaria de treiná-lo. O time necessita do batedor para proteger o time e principalmente, o apanhador. Você tem potencial, é magro e baixo, pode voar mais rápido. Mas lhe falta coragem para poder acertar o balaço. – Rogers ainda parecia surpreso demais com minha oferta para prestar atenção na minha mini-aula.

— Você não quer tirar minha posição? – Repetiu extasiado e eu ouvi Sirius prender uma risada junto a Marlene, James já estava do outro lado do campo, treinando Reeves

— Você escutou o que eu disse? – Rolei os olhos, ele se arrumou, estufando o peito e arrumando os ombros me olhando como se eu fosse uma professora, seu olhar transbordava determinação

— O que eu devo fazer?

— É assim que se fala, mas antes, Marlene, alcance Hugues e Davies. James e eu vamos treiná-los também.

— Então, basicamente, vocês vão treinar o time sem Marcus? – Sirius riu e eu o olhei me fazendo inocente, enquanto Marlene acenava com a cabeça e corria campo a fora.

— Não faço a mínima ideia do que você está falando. – Sorri maliciosa e lhe lancei uma piscadela, vendo-o ir para o lado de James, esperando o treinamento começar. – Certo, primeiro, você precisa trabalhar nos reflexos, ok?

Ele acenou com a cabeça e eu sorri de lado, puxando minha varinha e a girando, em alguns segundos, as cestas com as bolas da escola estavam se arrastando e flutuando até meu pé.

— Eu subo? – Rogers já estava montando quando eu neguei com a cabeça, James chegou perto, olhando os outros meninos voltarem curiosos e um tanto animados

— Eles também? – Acenei com a cabeça, se fosse para treinar, era melhor treinar todos, logo. – Treino zero meia?

— Zero quatro, desvio. Já vou para lá. – Ele se virou novamente e foi até os meninos e Marlene, começando a falar como seria o treino. Tínhamos diferentes tipos, os praticávamos em casa ou sozinhos, papai ajudava, na maior parte das vezes. – Você, eu vou te treinar separadamente, e-

Espera!— Ouvi um grito e olhamos de onde vinha, era Louis, o outro reserva, ele arfava colocando as mãos nos joelhos para recuperar o fôlego. Cruzei os braços e arqueei uma sobrancelha indagadora, vendo-o levantar um dedo pedindo alguns segundos – Eu... Também... Quero... Treinar!

Olhei para Marlene indagadora, ela também parecia confusa. Ele deve ter ouvido em algum lugar.

— Está bem... Quão bom é seu arremesso? – Olhei para seu braço, ele era troncudo e um tanto musculoso, mas era baixo, lembrava um pouco Carlinhos, na verdade. Eu também o tinha observado nos testes, Rogers era melhor que ele.

Louis era lerdo e extremamente desatento.

— Bom, eu acho. – Peguei uma das bolas e fingi que ia jogar no novo convidado, mas virei e joguei com força em Rogers. A pequena bola atingiu sua testa no meio certinho, me fazendo suspirar e negar com a cabeça enquanto ele gemia apertando a testa.

— Temos muito a trabalhar, senhor Rogers.

***

Sorri larga para o fantasma tedioso, quase quicando na cadeira de animação, olhei eufórica para Sirius, que não estava diferente de mim.

— É errado eu estar feliz por ser lua cheia? – Sussurrou sufocado e eu quase gargalhei, ouvindo um risinho baixo de Pedro, que estava sentado do meu outro lado, parecendo o mais calmo de nós.

Remus estava sentado ao lado de Emmeline e James, ainda nos evitávamos, e acho que ele notou a falta que eu fazia em sua vida, já que já havia o pego tentando iniciar uma conversa comigo e treinando um discurso de desculpa com Almofadinhas, mas o orgulho predominante o impedia.

Era a última aula do dia, mas ainda faltaria algumas horas para a lua cheia, o que fazia a mim e aos outros marotos se afastarem de Aluado e deixa-lo se preocupando com a namorada drogada.

O que falar de Emmeline Vance, agora que ela não faz nada além de fumar e devorar quando todo banquete de Hogwarts por causa da larica?

Eu até sentiria pena de Remus se não fosse engraçado.

Meus pensamentos voaram para Selena Martinez, uma garota engraçada. Ela era simplesmente tão legal, que droga!

Eu não conseguia explicar, mas ir para a biblioteca ficar “estudando” só para vê-la batucando seu lápis – sim, um lápis. A coisa trouxa -, nos livros fazendo anotações e cuidando para que nenhum aluno estivesse fumando na biblioteca, se tornara uma atividade que eu gostava de fazer nas tardes livres.

Eu não estava apaixonadinha, como Almofadinhas ficava cantarolando. Eu só a achava legal... Mas não iria reclamar se ela quisesse ter algo comigo.

A aula acabou, fazendo-me saltar da cadeira e pegar minhas coisas para caminhar até a biblioteca. Eu também queria ver algo nas minhas anotações, apenas para ter certeza de que as poções que eu havia feito com Pedro estavam corretas, mesmo tendo quase certeza que sim.

Entrei, recebendo um olhar de Madame Pince por cima de seus óculos antes de voltar a ler seu livro e caminhei até a mesa de sempre, prendendo o sorriso ao ver Martinez fazendo uma bola com o chiclete que mascava enquanto batucava seu famoso lápis amarelo no livro velho, fazendo pequena nuvens de poeira se levantarem e dissiparem.

Abri minhas anotações e as reli, passei um tempo da tarde, ali. Lendo, relendo, pesquisando e observando Martinez mudar de cadeira nove vezes e voltar a que estava inicialmente, se levantar quatro vezes para checar as prateleiras a procura de algum aluno aos beijos ou fumando, soltar e prender o cabelo três vezes, e levantar o olhar para mim 12 vezes.

Torcia internamente para que ela ainda tivesse aquela queda por mim, tornaria mais fácil para mim.

Reli pela nona vez uma poção que me dava coceira no couro cabeludo, como se algo estivesse faltando ou errado.

Apertei os olhos e abri a boca, notando o que era. Abri minha mochila de modo animado, procurando alguma coisa para que eu pudesse riscar o papel, fiquei ali por vários minutos, revirando minha mochila e resmungando para mim mesma, mas gemi de desgosto ao lembrar que minha pena e tinta tinham ficado com Almofadinhas. Ele iria pregar alguma peça em algum corvino e os pegou no meio da aula.

Olhei vesga para algo estendido perto do meu rosto, tinha a ponta rosa e extensão amarela. O peguei, olhando para a dona de mão delicada e de unhas pintadas de cinza.

Martinez se virou rapidamente, voltando para sua mesa e guardando seus livros numa velocidade incrível, quando eu estava indo em sua direção para agradecer, feliz ao ver que tinha uma abertura para conversa, ela saiu rapidamente da biblioteca.

Suspirei, arrastando-me para minha mesa e observando o lápis em minha mão, tinha a ponta levemente mordida e amassada.

Bem, ao menos teria algo para fazer as contas.

***

Estava agitada, andando de um lado para outro em frente ao salgueiro lutador, James não estava diferente de mim, quase cavando um buraco na terra úmida. Almofadinhas havia sido encarregado de trazer Remus, não demorou muito para que ele aparecesse, trazendo um Aluado pálido e suando.

Sorri animada junto aos meus irmãos, fazendo sua respiração aumentar ainda mais.

— Não se preocupe, Aluado. Vamos estar lá o tempo todo! – Seus olhos se fecharam como se estivesse com dor e o ouvi murmurar baixinho:

— É disso que estou com medo. – Rolei os olhos e olhei para Pedro, ele estava mais calmo, sentado numa pedra no limite do Salgueiro Lutador.

Rabicho sorriu e se levantou, fechando os olhos e se transformando, correndo até pisar no nó, imobilizando a árvore. Aluado arfou e seguiu para o túnel, fazendo o caminho que percorria desde o primeiro ano, mas dessa vez, nós o seguimos, e aquilo parecia deixá-lo incrivelmente tenso.

Pedro ainda estava como rato quando subiu por minha perna até chegar em meu ombro, pegando carona. Ri e neguei com a cabeça, continuando a caminhada, tendo que me curvar e engatinhar a certo ponto.

Entrei na casa dos gritos, vendo que a tarde já estava se pondo. Remus se encostou na parede, escorregando mole até o chão, fazendo-me correr até ele e me ajoelhar ao seu lado.  

— Já? – Ele gemeu em resposta e eu sorri o acalmando, passando a mão por seus cabelos molhados de suor e lhe entregando duas poções que eu havia trago em meus bolsos. – Essa, é para lhe acalmar, você toma agora. – Aluado respirou entrecortado e estendeu a mão, tomando o frasquinho com cuidado de meus dedos. Eu ouvia os latidos e barulhos animados e excitados de James e Sirius atrás de mim. – Essa, você toma depois.

— O que ela faz? – Perguntou, tentando se distrair, sorri e me curvei sobre ele lhe tirando o casaco, sapatos e tudo que não fosse suas calças enquanto falava;

— Lembra da poção pastosa e cheirosa que eu sempre passo em você antes de cuidar dos seus machucados? A que faz você não os sentir. – Aluado acenou com a cabeça, parecendo estranhamente focado em como Sirius saltava do sofá acabado até um lado da sala. Eu sabia que era a transformação dando indícios que poderia começar. Ele disse que ficava estranhamente distraído, notando como as formigas subiam a saiam da parede e coisas do tipo – É como o remédio, só que ele vai agir internamente, pelo menos na parte da transformação.

Espero, completei mentalmente, vendo-o me olhar surpreso. Sorri antes de me levantar e esconder suas roupas e sapatos, logo voltando para o adolescente mais calmo e no mesmo lugar de antes, apenas um pouco mais deitado e suado. Me sentei e o puxei para se deitar completamente, fazendo-o descansar a cabeça em minhas coxas enquanto eu cantarolava e acariciava calmamente seus cabelos.

James levantou a cabeça de modo gracioso, olhando pela janela, segui seu olhar e vi que logo a transformação física de Remus aconteceria. Meu irmão me mandou um olhar de aviso e eu puxei a poção, vendo que Aluado estava quase adormecido, apenas estava respirando de modo rápido e curto. Abri a poção que descansava ao lado de Remus e ajudei o mesmo a tomar, vendo-o começar a soltar grunhidos de dor.

— Hermione... - Balbuciou, levantando os dedos até minha bochecha, sorri segurando sua mão em meu rosto e fechei os olhos por alguns segundos, os abrindo para olhar em seus olhos e me curvar sobre seu rosto, deixando em beijo em sua testa antes de sussurrar:

— Vamos estar aqui, Remus. Eu vou estar aqui. - Ele arfou, grunhindo mais alto. James fez um som estranho, me avisando para transformar.

Suspirei e me levantei, me transformando no caminho até Almofadinhas

Me deitei, observando Rabicho correr pelos cantos da sala até chegar em mim e subir até minha cabeça, se enfurnando nos pelos entre minhas orelhas, no centro de minha cabeça. Era uma sensação engraçada, ele começou a cavar para se enfurnar mais, fazendo-me soltar um resmungo de desagrado.

Rabicho tremeu, se camuflando na floresta de pelos brancos. Almofadinhas chegou perto, cutucando com o focinho a parte que Pedro estava, não demorou muito para que ele começasse a mordiscar levemente e lamber meu pelo, buscando Rabicho. Balancei a cabeça o empurrando e caminhando até ficar deitada e com a cabeça apoiada no peito de um Remus arfante, ele me olhou vesgo e parecendo bêbado.

— Eu não sinto nada. – Embolou-se, Pedro se agitou feliz e eu senti vontade de rir. Comecei a correr ao redor dele animada, fazendo-o rir levemente. Corri até o sofá e mordi uma das almofadas que tinham ali, levando-a saltitante a Aluado. Sirius me ajudou, enfiando o focinho entre a cabeça de Remus e o chão, a levantando para que eu pudesse empurrar a almofada para lá. – Obrigada. – Sussurrou entre arfares, ele estava mole e eu acho nunca havia lhe visto tão pálido quanto naquele momento.

Remus estava praticamente cinza, suas olheiras tinham aumentado desde quando estávamos lá fora, seus olhos rolavam e focavam em diversos pontos do teto.

Depois de horas de brincadeiras, de James, Sirius e eu para distrairmos nosso amigo, ele começou a se transformar fisicamente, trocando os gemidos por ganidos e rosnares animalescos.

E lá estava o lobisomem, olhando-nos curioso e um tanto defensivo.

Almofadinhas foi o primeiro a chegar perto animado, assustando Remus um pouco e fazendo-o rosnar em aviso. Observei atenta Remus fungar o ar perto de Almofadinhas e o cutucar com o focinho, logo Sirius estava saltitando ao redor de Aluado.

O segundo foi James.

Ele caminhou elegantemente até o lobisomem jovem, deixando-me um tanto alerta, eu estava agitada e um tanto animada, queria ver mais de perto!

Aluado praticou a mesma ação com Pontas, farejando-o desconfiado e o cutucando com o focinho em... Recebimento?

Pedro estava perto de Almofadinhas, os rodeando. E logo, a única sobrando era eu e nem queria imaginar como me sentiria se ele me rejeitasse. Isso não era impossível, principalmente pelo fato de originalmente eu não deveria estar ali.

Cheguei perto cautelosamente, sentindo-me segura com James praticamente me escoltando. Lhe lancei um olhar agradecido e ele se afastou alguns passos, dando espaço para Remus chegar mais perto.

Diferente de como ele fez com os meninos, Aluado chegou mais perto, fungando atrás de minha orelhas, passando para minha nuca e pescoço, fazendo-me quase gritar de animação quando ele soltou um bufo de agrado e lambeu o espaço entre minha orelha e pescoço.

Saltitei ao seu redor, esfregando minha cabeça em seu queixo e fazendo-o bufar novamente e “rir”. Pude vê-lo como Remus, um bobo tímido que gostava de ficar me fungando. Até mesmo a parte de me cheirar lembrava Aluado, ele tinha algo com meus cabelos, eu sabia.

Com o passar da noite, ele foi ficando mais agitado, fazendo-nos distraí-lo para que não se machucasse. Bocejei em um barulho engraçado, fazendo Sirius latir em uma risada enquanto Pedro distraía Remus de continuar a arranhar a parede, subindo até sua pata.

Rabicho havia coletado algumas amostras de pelo e saliva, já que ele era o que tinha algo mais parecido com mãos e o menor, também. A baba não foi difícil, já que Remus babou por todo sofá quando brincava de caçar James, que pulava por cima do mesmo se divertindo.

Me levantei alerta ao ver Remus pegar Rabicho pela calda e levar para perto de seu focinho, adiantei-me, ficando entre ele e a parede, batendo minha cabeça em seu queixo e apoiando as patas da frente em seu peito. Isso o fez soltar Pedro, já que não conseguia se concentrar em mais de uma coisa por tempo.

Gani de dor baixinho quando Aluado abaixou as patas pesadas, arranhando minhas costelas para poder me “abraçar”.

James levantou-se assustado, chegando perto devagar fazendo-me lhe mandar um olhar de aviso quando Remus rosnou baixinho para que se afastasse

Pontas e Almofadinhas ficaram nos rondando, o que fazia Aluado apertar mais as unhas em minhas omoplatas. Mas aqueles machucados não me incomodavam, o que doía era o das costelas: era um pouco fundo e longo, já que o peso de um lobisomem jovem com garras incrivelmente afiadas em comparação com minha pele, era incrivelmente estúpida.

Ele não havia me atacado, apenas tinha se abaixado, mas como eu estava no caminho... Aconteceu.

Eu senti algo escorrendo e grudando meus pelos de modo irritante, a ardência e queimação paravam se eu ficasse quieta, não era difícil, já que Remus havia decidido pela primeira vez ficar quieto e estava me usando como bicho de pelúcia.

Puta que pariu aquilo doía, quase gani novamente ao pensar como ficaria quando eu me destransformasse.

Esperamos o tempo passar, Remus rosnando baixinho para Sirius quando ele tentava chegar perto e enfiando as garras em minhas costas, não doíam, já que as garras ainda estavam dentro e já que as costelas distraíam.

Com o passar das horas, o nosso lobisomem começou a arfar e a ganir, se jogando sobre mim em busca de apoio e fazendo um movimento brusco, causando uma dor afiada em minhas omoplatas. Funguei seu rosto, cutucando seu queixo com o focinho, esfregando meu rosto na parte que cutuquei, o acalmando.

Virei a cabeça, vendo que já estava amanhecendo, o que explicava os grunhidos de Aluado.

Então, Remus levantou o rosto começando a uivar, Sirius o seguiu e eu quase me engasguei quando um som estranho saiu de minha garganta, crescendo de meu peito até sair naquele ruído. Não chegava a ser um uivo, talvez até fosse, eu não saberia dizer já que durou apenas alguns segundos, interrompendo o uivar solitário de Aluado.

O lobisomem começou a encolher e a tremer, alguns sons estranhos e dolorosos saíram de Remus, consegui ouvir os barulhos que os seus ossos faziam ao mudarem de lugar a força.

E então, eu só tinha um Aluado de calça rasgada, suando e arfando agarrado ao meu pescoço. O abaixei, fazendo-o deitar arfante e de olhos fechados.

James foi a primeiro a se destransformar, correndo até mim e se ajoelhando para poder ver os arranhados. Voltei a minha forma humana, arfando e ficando de quatro ao sentir os machucados abrirem novamente e se rasgarem pela diferença do corpo.

— Neve... – Sirius sussurrou engasgado, se ajoelhando do meu outro lado, pegando meu rosto entre as mãos. Neguei com a cabeça, os afastando para poder olhar Remus, que parecia estar retomando a consciência.

— Depois. – Sufoquei enquanto me levantava para poder cambalear até as coisas de Remus e para a saída, ouvindo Sirius levitar nosso amigo.

Rabicho subiu até meu ombro novamente, fungando meu pescoço e fazendo barulhinhos alarmados enquanto passeava por minha nuca até os outros ombros, como se gritasse comigo.

Ele desceu de mim ao chegarmos na saída para poder pisar no nó da árvore, e assim que eu saí, fui levantada por Rabicho, que me pegou como se eu não pesasse mais que uma pena.

Não reclamei ou me debati, não queria me machucar mais.

— Me desce. – Sussurrei, temendo que Remus visse e notasse que havia me machucado.

— Você está maluca? Eu vou te levar a enfermaria! – Chiou e eu neguei com a cabeça desesperada, tentando descer, o que me fez morder o lábio inferior para evitar um gemido de escapar.

— Me solta agora. – Ordenei imponente e o olhando séria, Pedro parou no lugar franzindo a sobrancelha de modo preocupado para mim – Não podem saber o que fizemos, Rabicho.

— Mas... – Ele suspirou e olhou sobre o ombro, me soltando cuidadosamente, porém foi para o lado não machucado e passou meu braço ao redor de seu ombro, deixando-me jogar meu peso sobre ele.

Quando chegamos no quarto deles, Sirius deixou Remus em sua cama e ficou em pé junto a James e Pedro me rodeando enquanto eu evitava ficar virada com o lado machucado para Aluado, já que minha blusa acabara ficando manchada de sangue.

Nosso amigo estava mais desperto e menos machucado do que o usual, olhando confuso meus irmãos e Pedro ainda de pé de modo tenso, logo me estudando estreitando os olhos levemente, prestando atenção em meus movimentos calculados.

— Então, está com dor em algum lugar? – Perguntei de dentes trincados enquanto limpava sua mão e colocava pequenos curativos, em seus dedos, ele estava sem uma de suas unhas, parecia ser o único lugar machucado e com sangue, mas boa parte não era dele.

— Não. – Sorriu largo, me dando um sentimento de leveza e alívio. – E sua poção... Muito obrigada. Eu mal senti a transformação. – Falou embargado e realmente feliz, olhei para Rabicho sorrindo larga e movendo minhas sobrancelhas diversas vezes. Aluado sugou o ar e se sentou tão rápido que eu tomei um susto, seu olhar caiu na mancha de sangue que já havia passado para a parte da frente da blusa. – E-eu

— Não! Eu... Me machuquei na ponta da cadeira quando me transformei. – Menti sorrindo amarelo, seus olhos estavam brilhantes quando ele pocou os botões de minha blusa para arrancar o lado melado e olhar minhas costelas – Aluado! – Chiei constrangida enquanto ele arfava como se tivesse recebido um soco no peito e estivesse a procura de ar.

— I-isso n-não... – Ele mal conseguia formar uma frase, ficando tão pálido quanto ontem à noite. Voltei para perto sentindo o desespero tomar meu peito, segurei seu rosto entre minhas mãos

— Respira, Remus. – Não adiantou muito, Aluado estava desorientado – Amor, respira. Respire, minha vida. — Me desesperei, sussurrando sufocada ao vê-lo daquele modo, fazendo-o levantar os olhos para mim de modo surpreso e tomar ar devagar, seguindo meus movimentos enquanto eu acariciava seu rosto, passando o dedão por suas sobrancelhas de modo carinhoso – Não está doendo e você não me atacou.

— Eu tenho muitas dessas, Neve... Não minta para mim. – Falou entre arfares, neguei com a cabeça e voltei a puxar seu rosto, já que ele tentava se desvencilhar – Eu sou um monstro... Um monstro... E-eu sabia que era um erro... E-eu machuquei v-você, logo você! – Chiei carinhosamente, passando minha mão por sua testa, desgrudando os fios de cabelo de lá.

— Não foi nada, você não fez de propósito... Foi só um arranhão. – Ele me olhou negando desesperado com a cabeça antes de urrar em uma mistura de irritamento e desespero:

— Podia ser uma mordida, Hermione! – O empurrei para que ele se deitasse novamente, ainda acariciando seu rosto lentamente

— Não importa, não passaria para nós... Não podemos ser mais de um animal por vez, Remus. – Sussurrei, ele me olhou confuso e eu sorri calma, me esticando para falar em seu ouvido – Você nunca transformou ninguém, não é possível, Aluado.

— Mas eu lhe machuquei. – Se embargou, limpei as lágrimas de seu rosto e beijei os nós de seus dedos.

— Não machucou não. – Me agachei e peguei a poção para dor dele, acho que ele não sabia, mas desde sempre eu colocava ervas para que ele ficasse sonolento, para poder descansar e se recuperar mais rápido. – Tome, você precisa se recuperar.

— V-você precisa ir à enfermaria. – Ouvi um grunhido de concordância dos meninos, mas os ignorei, sorrindo e acenando com a cabeça enquanto lhe dava a poção.

— Está tudo bem, Aluado. Está tudo bem, você não é um monstro. – Me sentei na ponta de sua cama e segurei sua mão a acariciando, começando a cantarolar uma melodia qualquer, vendo suas pálpebras caírem lentamente contra sua vontade enquanto ele resmungava alguma coisa.

Assim que Aluado começou a suspirar de sono, os meninos me levaram a poltrona, James foi o primeiro a falar desesperado

— Me desculpa! Eu sou um filha da puta babaca que não sabe a irmã maravilhosa que tem, que só se preocupa comigo e quer o meu bem! Eu nunca devia ter falado aquelas coisas! Você não é patética e muito menos me envergonha, eu tenho orgulho de ser seu irmão e mesmo eu não conseguindo falar muitas vezes e nem demonstrar, eu te amo mais que tudo, por favor me perdoa! – Falou em um só fôlego e eu o olhei arqueando ambas as sobrancelhas, um sorriso começou a despontar em meus lábios, eu tentei – falhadamente — escondê-lo, mas eu sentia tanta falta de James.

— Me desculpe, também, Pontas. – Ele suspirou aliviado e descansou a testa em meu joelho, arfando como se tivesse corrido uma maratona. Acariciei seus cabelo e vi seus ombros tremendo, Sirius colocou a mão na boca para prender o riso ao ver James chorar – Jay?

— Eu pensei que você me odiasse. – Fungou e eu gargalhei, logo me controlando para não acordar Aluado.

— Pelo amor de Deus, como se eu fosse conseguir! Vá descansar, seu bobo. Temos muitas peças para pregar em Marcus essa semana. – Ele sorriu, acenando com a cabeça tirando os óculos para passar as costas das mãos nos olhos. – Pedro, vou precisar da sua ajuda com... Isso. – Grunhi e ele acenou com a cabeça, pegando a maleta velha e a trazendo aos meus pés.

— Licença. – Limpou a garganta corado e abriu minha blusa novamente, a tirando para poder olhar todos os machucados.

— Black, saia daqui. – James resmungou olhando para os pés e indo até nosso outro irmão, o virando de costas pela blusa. Rolei os olhos enquanto levantava o braço como Pedro havia pedido, levantei um pouco o elástico do sutiã em minhas costelas para que ele pudesse limpar.

— Ai! – Exclamei brincando, fazendo-os me olhares alarmados. Ri vendo-os bufarem e negarem com as cabeças um tanto aliviados – Vamos lá, Rabicho. Sem dó, eu confio em você, mas preciso que limpe de verdade.

Ele suspirou e ajeitou os ombros, esfregando o sangue seco e limpando os arranhões sem dó nem piedade, trinquei os dentes, evitando um grunhido verdadeiro e alto.

— Nós fizemos alguma poção para curar a pele? – Perguntou enquanto limpava, jogando fora mais um pedaço de gaze ensanguentada. Neguei com a cabeça, murmurando entredentes:

— Não iria adiantar de nada, não é um machucado natural. Magia curandeira não funciona. – Ele concordou com a cabeça e passou a nossa famosa pasta em minhas costelas, antes de murmurar para que eu segurasse o curativo no lugar enquanto ele o fixava.

— As costas. – Falou ainda corado e olhando para seu joelho, ri e me virei na poltrona, puxando o cabelo para frente enquanto observava Remus ressonar baixinho. – Esses doem? – Perguntou um tanto alarmado

— Não muito... Um pouco... – Realmente, aqueles era apenas irritantes – Porque?

— Porque um dos furos está sangrando preto. – Fiquei tensa e grunhi de dor

— Sabe uma espinha? Aperte como se fosse uma.

— Hãm, eu vou tomar um banho e tentar não vomitar. – Ouvi Sirius dizer pela primeira vez, James apenas fez som de nojo e foi até sua cama rapidamente cobrindo o rosto. – Prefiro ficar com a imagem de você de sutiã, mesmo.

Falou da porta, olhando sobre o ombro, quando olhou para frente, a fechou rapidamente e se jogou contra ela como se a segurasse. Arqueei uma sobrancelha e ele colocou um dedo sobre os próprios lábios, em um sinal para que eu ficasse em silencio.

— Sirius Black! Abra a porta agora! – Ouvi Joshua Carter gritar batendo na porta de madeira, arregalei os olhos e olhei ao redor assustada, me arrastei para debaixo da cama de Remus e não demorou muito para o monitor conseguir entrar, gritando um feitiço.

Puxei minha blusa rapidamente para debaixo da cama comigo

— Cara, ainda é de manhã, o que você está fazendo aqui? – Pedro falou um tanto irritado, ficando na minha frente e na de Remus.

— Quem está de sutiã? – Perguntou de vez – Não sei que coisas nojentas vocês fazem com a Potter, mas não aqui. – Rosnou e eu coloquei a mão na boca para controlar a risada

— Que tipo de pessoa perturbada é você? Ela é minha irmã! – James guinchou “sonolento” de sua cama, comecei a rir sem fazendo barulho, enfiando meu rosto nos braços;

— Bem, Mione não está aqui, e não está de sutiã. Acho que está trazendo seus sonhos para a realidade, Carter. – Pedro sibilou de modo protetor, fazendo-me sorrir. Sirius foi para seu lado, ajudando-o a esconder a mim e ao machucado acima de mim.

— E-eu... – limpou a garganta – Eu não sei do que está falando!

— Nem tente a sorte com ela, você não faz o tipo dela. – James também se levantou, formando uma barreira completa de pés.

— E qual é o tipo dela, Potter? – Desafiou, para minha surpresa. Olha só, teríamos uma confissão de amor? Que divertido.

— Inteligentes, estupidamente constrangentes, de personalidade forte e muitas vezes ruivos ou morenos. – Respondeu, fazendo-me notar que ele descrevera Selena e Remus. Corei, notando que os dois realmente se pareciam um pouco. Só um pouco.

— Ou seja, tudo que você não é. Claro, tirando a parte de “estupidamente constrangentes” – Sirius debochou, eu queria espirrar com a poeira que tinha debaixo da cama de Remus.

— Agora, que tal manter um pouco de sua dignidade e sair? – Rabicho finalizou em uma ameaça não dita.

— Eu vou descobrir o que vocês fazem, e quando eu descobrir, vou contar a Dumbledore. – Chiou, fazendo meus pensamentos voarem a Severo. Será que ele tomaria as rédeas de ódio aos marotos?

Severo tem uma calma relação conosco, agora. Raramente brigava com James, o que fazia Lily feliz e gostar um pouco mais de meu irmão. De todos nós, ele conversava mais comigo, Aluado e Pedro. Já que tínhamos assuntos em comum, poções ou simplesmente conversas leves.

— Ai! – Sirius reclamou enquanto eu saía debaixo da cama, colocando a blusa na frente de meu sutiã, mesmo eles já tendo me visto de bikíni.

— Seu bocudo. – James resmungou depois de dar um tapa em Almofadinhas, que massageava a própria nuca, ri e limpei a sujeira de minha calça.

— Rabicho. – Avisei e ele acenou com a cabeça se postando atrás de mim e respirando fundo, trinquei os dentes e comecei a respirar pesadamente, me preparando para a dor. – Filho. Da. Puta. – Rosnei sentindo algo rasgar minhas costas.

Que nojo.— Sirius ofegou e James fez som de vômito.

— Anda logo, Rabicho! – Chiei, ele apertou com mais força e eu senti mais líquido escorrer por minhas costas.

— Isso é muito nojento, meu Deus... – Almofadinhas repetiu, mesmo continuando a olhar do mesmo lugar. – O-o que é isso?!

— É... A unha dele. – Rabicho ofegou ao conseguir puxar para fora, arfei aliviada, me apoiando na cama de Aluado com um braço. – C-como você sabia?

— Ele está sem unha, ela devia ter ido para algum lugar... O vírus tentou agir em mim, mas não funciona mais, então causa o líquido negro. – Murmurei respirando fundo e movendo meus ombros em dor.

— O que quer dizer com isso, por sinal? – Perguntou, rapidamente começando a limpar os machucados.

— Ainda é uma garra. – Sirius observou, pegando a unha e a rodando entre os dedos

— O vírus da licantropia não consegue mais agir em nós, mesmo com uma mordida. – James havia sentado em sua cama novamente, parecendo sonolento. – A animagia não permite, já que preencheu o espaço animal.

— Você está dizendo então que temos, basicamente, um anticorpos contra o vírus da licantropia? – Levantei a cabeça com a voz animada e sufocada de Rabicho, entendendo sua linha de raciocínio.

— Uma cura?


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Notas finais do capítulo

* Puffskein (Pufoso) É um animal mágico, pequeno e coberto de pelos macios, o pufoso é uma criatura dócil que se tornou um bichinho de estimação muito popular entre as crianças por não se importar de ser afagado ou atirado para todo lado, soltando zumbidos quando está satisfeito. (Gina tinha um, o Arnaldo)


Espero que tenham gostado! E para as, praticamente, 10 pessoas de 400 que acompanham, e deixam review, saibam que eu aprecio muito mesmo o tempo que vocês tomam apenas para isso. ♥

Ah, é. Se acharem algum erro, por favor, me avisem que eu corrijo. Eu tô vendo tudo vesga, então quando eu estiver melhor, eu conserto.