Moments escrita por Marih Yoshida


Capítulo 9
IX


Notas iniciais do capítulo

Oi oi amores!
MUITO OBRIGADA À LETY PELA RECOMENDAÇÃO LINDA ♥ EU AMEI VIU?
E eu estou muito feliz com os comentários no capítulo anterior ♥ Fico muito feliz por saber que gostaram dele :3
Só tenho uma coisa a dizer sobre esse capítulo: FLASHBACKS!
Ah, eu queria avisar que temos uma nova capa! Era para eu ter avisado há dois capítulos, mas eu esqueci e só lembrei agora.
Vamos lá, espero que gostem!
Capítulo dedicado à Lety!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/646154/chapter/9

Thalia recebera uma mensagem de Nico falando que ele havia preparado algo especial para aquela noite. Sempre que Nico dizia que havia algo especial preparado ele a surpreendia, e mesmo que ela pensasse em mil e uma maneiras sobre o que poderia ser, a realidade era melhor. E era por essa razão que ela sempre se arrumava mais quando ele dizia que havia algo especial. Nunca sabia para onde iriam, poderia ser desde um restaurante caro até uma praia distante.

Colocou um vestido preto simples, saltos pratas e desistiu de arrumar o cabelo depois da quarta tentativa de fazer um penteado bonito. Em seus olhos, uma sombra prateada fora passada e um batom vermelho em sua boca. Olhou-se no espelho mais uma vez, desejando que estivesse perfeita. A campainha soando e depois vozes no andar de baixo fizeram o coração da garota bater mais forte. Com uma última olhada no espelho, saiu do quarto e desceu as escadas, ouvindo sua mãe conversar com Nico.

Ao vê-lo, Thalia teve certeza que estava arrumada o suficiente desta vez. Usava um blazer preto, calças jeans e em sua mão havia um buquê de flores cujo nome era desconhecido por ela. Nico abriu um grande sorriso quando a avistou, e estendeu o buquê. O sorriso carinhoso e todos os gestos fizeram-na ter que segurar um suspiro de alegria.

Saíram, e Nico fazia questão de não contar para onde iriam. Pela primeira vez, ele não estava com a moto, alegou que seria melhor se fossem andando. E foi, porque o caminho fora mais demorado e permitiu que conversassem sobre diversas coisas, enquanto caminhavam de mãos dadas. Depois de um tempo, Thalia reconheceu o caminho: estavam indo diretamente para a casa de madeira que haviam construído anos antes.

Chegaram e ela não poderia estar mais maravilhada. Nico colocara luzes penduradas por todas as árvores, e, no centro, uma mesa redonda estava posta, já com dois pratos e as bebidas. Ele a guiou até uma das cadeiras, puxando-a para que ela pudesse sentar, e sentou-se na outra. Thalia ainda estava muito encantada com tudo e ele sorria ao ver sua expressão. Comeram e ficaram por mais algum tempo sentados, conversando. Então se levantaram e Nico pegou um violão dentro da casa, sentou-se na grama e começou a tocar várias músicas para sua garota, que se deitou ao seu lado e apenas ouvia atentamente a voz do namorado.

Ele parou depois da quarta música e a observou atentamente, com o coração doendo por saber o que aconteceria no dia seguinte. Com ela ali, ao seu lado, não parecia real que provavelmente nunca mais fosse voltar a vê-la. Thalia abriu seus olhos, sorrindo para o namorado, e cada pensamento que estava dentro da cabeça do garoto fugiu, tudo o que ele conseguia processar eram os lábios pintados de vermelho dela.

Aproximou-se, deixando o violão de lado, e beijou-a como nunca havia feito antes. Talvez fosse aquele sentimento de perdê-la, ou as luzes fazendo com que ela brilhasse. Sem que percebessem, Nico estava sem camisa e tirando o vestido dela. Ele suspirou ao ver as roupas intimas de Thalia. Já havia visto ela de biquíni, mas era diferente. Como se fosse apenas real.

Pedindo permissão com os olhos, retirou seu sutiã branco e parou por um momento para admirar seus seios, e, em seguida, começou a massageá-los, voltando a beijar a garota. Thalia estava corada, mas retribuía o beijo de forma ardente. Ela desabotoou a calça jeans de Nico e, com a ajuda dele, tirou-a. Nico desceu seus beijos, passando pelo pescoço e fazendo uma trilha até chegar à região que ele massageava. Cobriu ambos os seios de beijos e chupões, e sentia-se mais completo a cada som que ela fazia. Isso o lembrava um instrumento: a cada parte que ele tocava ou beijava Thalia fazia um novo som. Ela era melhor que qualquer instrumento de percussão, sopro ou cordas que ele já tocara.

Assim, quando ele finalmente estava dentro dela, fundidos, como uma só pessoa, descobriu que se ela fosse um instrumento, ele iria querer apenas ouvir seu som. Como ela pronunciando seu nome num suspiro, ou puxando-o mais para perto, pedindo silenciosamente que ele a tocasse mais. E Nico nunca poderia negar um pedido a ela, muito menos aquele.

E chegaram ao ápice, fogos de artifício explodindo como no fim de um show. Ele deitou-se ao seu lado e a embalou nos seus braços, com um grande sorriso no rosto. “Eu te amo, Nico”, foi o que ela pronunciou antes de dormir abraçada a ele. E, apesar de toda a felicidade que sentira segundos antes, agora apenas a culpa o consumia. E chorou, sem dormir a noite inteira, lutando contra o cansaço, apenas para poder ficar o máximo de tempo com sua amada. Cantando uma música triste, assim como sentia-se.

~^~

Nico caminhou com Thalia até seu prédio. Insistiu que estava tarde e era perigoso que ela andasse sozinha, principalmente porque estava parcialmente bêbada, assim como ele. Ambos se sentiam leves como há muito tempo, e sorriam, apesar de que a culpa de todas aquelas risadas sem sentido era do álcool, e provavelmente o motivo de suas pernas estarem mais leves também.

– Prédio legal. – Disse, quando já haviam chego.

– Nem tanto. Eu pretendo procurar algum lugar para morar sozinha depois que eu terminar a faculdade. – Ela deu de ombros. – Annabeth é muito legal, mas ás vezes eu me sinto um pouco presa.

– Eu entendo. – Sorriu. Encararam-se por algum tempo, o que já não era mais tão estranho depois da terceira vez que fizeram isso naquela noite. Não queriam se separar, apenas estavam bem juntos, e não sabiam quando sentiriam isso novamente.

– Nos vemos amanhã, na festa? – Perguntou. Nico pensou por alguns segundos. Ele planejava não ir, mas apenas porque não queria vê-la. No entanto, agora que estava tudo bem entre eles, parecia natural que ele fosse.

– Sim. – Respondeu. Ela sorriu.

– Até amanhã. – Deu um passo para longe dele, mas se virou alguns segundos depois. – Ou hoje, porque já passou da meia noite. – E dessa vez entrou. Nico ainda ficou alguns segundos parado, apenas olhando para onde a mulher sumira de sua vista. Suspirou e começou a andar, sem vontade nenhuma de voltar para sua casa. Pensou se deveria visitar suas amigas no hotel, era bem perto de onde estava, e, mesmo que já estivesse tarde, tinha certeza que Phoebe ainda estava acordada. No entanto, apenas andou sem uma direção correta, ignorando o frio que a madrugada trazia, ou o silêncio da cidade àquela hora.

~^~

Bianca acordou com o barulho da porta do quarto ao lado. Ela realmente considerava pedir ao pai que desse um jeito no gemido das portas da casa, às vezes chegava a ser assustador. Virou-se para olhar as horas; ainda eram cinco e meia da manhã. Se levantou, ignorando todos os pedidos de seu corpo para continuar deitada, e andou até o quarto do irmão, que tirava a roupa e colocava uma calça de moletom e uma blusa cinza.

– Você está chegando agora? – Perguntou, andando até a cama de Nico e se deitando. A cama era pequena, assim como a dela. Se o pai pretendia mantê-los ali por mais tempo, ela tinha uma lista de coisas que ele precisava mudar.

– Sim. – Respondeu, andando até onde a irmã estava deitada e se deitando também, abraçando-a. A mulher se aconchegou no peito do outro e fechou os olhos.

– O que estava fazendo? – Perguntou, sabendo que se a história fosse longa ele precisaria repetir algumas horas mais tarde, quando ela estivesse completamente acordada. Nico a puxou para mais perto, beijando o topo de sua cabeça.

– Eu passei a tarde de ontem no S&C com Thalia, e conversamos até a hora que ele fechou, vulgo duas da manhã. – Começou. Bianca tinha um milhão de perguntas, mas estava com muito sono para fazê-las, então apenas deixou que o irmão falasse. – Eu a deixei em casa e depois fiquei andando pela cidade até agora.

– Legal. – Foi tudo o que conseguiu dizer. Nico riu pelo nariz, acariciando o cabelo negro da irmã, tão semelhante ao dele. Começou a cantar uma música, a primeira que veio em sua cabeça, e depois de alguns minutos ele percebeu a mudança na respiração da mulher, que ainda segurava sua blusa. Olhou para o rosto calmo de Bianca, dormindo tão serenamente, e sorriu. Nada como passar a noite com as duas mulheres mais importantes de sua vida.

~^~

O sangue de Luke corria por suas veias, e o garoto não conseguia ficar parado. Megan estava no andar de cima, em seu banheiro, tomando banho. Esperava que ela já estivesse melhor, física e mentalmente. Seu pai, aquele que tinha sua guarda desde que a mãe morrera, batera nela.

Andou por vários minutos, indo de um lado para o outro, tentando se acalmar. Resolveu, por fim, ir até o quarto do irmão mais novo, que não estava muito melhor, tentar se acalmar. Interrompeu-se apenas na porta de seu quarto, quando ouviu um soluço baixo. Estava acostumado a ouvir aquilo, quando era mais novo ouvia sempre vindo do quarto de sua mãe. Bateu na porta calmamente, a raiva dando lugar à preocupação, e abriu-a logo depois.

Megan estava sentada no chão, olhando-se no espelho. Usava apenas roupa íntima e seu cabelo negro descia pelas costas até quase encostar-se ao chão. Os hematomas que seu pai deixara ainda estavam ali, expostos mais do que o normal na pele pálida da garota. Seus olhos azuis estavam vermelhos e inchados por causa do choro.

– Meg? – Chamou, tentando ao máximo não olhar para o corpo dela.

– Eu sou horrível, Luke. – Disse entre soluços, surpreendendo o garoto. Ela finalmente desviou os olhos do espelho, encarando o amigo. – Sou feia, não tenho graça alguma, sou completamente inútil. Olhe só para mim, não sou boa o suficiente nem mesmo para meu pai.

Luke andou até onde ela estava, se abaixando para que seus rostos estivessem perto e a virou delicadamente para o espelho, olhando o reflexo dos dois.

– Sabe o que eu vejo, Meg? – Perguntou. – Vejo os olhos mais lindos, o rosto mais lindo... – Ele passou a mão delicadamente no rosto dela, acariciando-o. – A pele mais bonita, o cabelo mais lindo, o orpo mais perfeito... – Passou a mão nos hematomas, o que a fez corar. – Você é a pessoa mais maravilhosa que já vi na minha vida, Megan. Você é perfeita.

Megan olhou-se no espelho, acompanhando o caminho que o garoto fazia com as mãos. Olhava-se pelo ponto de vista dele. Com Luke ao seu lado, achou que talvez fosse bonita, pelo menos um pouco. Sentiu-se um pouco presa, achava que era muito normal.

O garoto voltou suas mãos para seu rosto, acariciando-o levemente. As lágrimas haviam parado de cair, e talvez Megan se sentisse um pouco melhor, mas ainda não era o suficiente. Luke sabia disso, sabia que ela precisava de algo mais. Desenhou uma carinha feliz em uma parte embaçada do espelho.

– Se não está bom, mude. – Sussurrou no ouvido da garota, aproveitando para beijar seu pescoço. – Este não é o seu lema? O que acha de mudar algo em você? Eu vou achar você linda de qualquer maneira, mas quero que se sinta bem consigo mesma.

Megan se olhou alguns segundos no espelho. O que ela queria mudar? Não havia nada que não gostasse em si em especial, talvez não gostasse do conjunto, mas Luke tinha razão. Ela pensou então, no que seria mais rápido para mudar.

– O cabelo. – Sussurrou de volta. – Quero trocar a cor. Esta me faz lembrar do meu pai.

Luke pegou uma mecha de seu cabelo, alisando-o na mão.

– Qual você quer colocar? – Perguntou ainda sussurrando, um pouco hipnotizado com a maciez do cabelo da amiga.

– Vermelho. – Sussurrou de volta. Decidira isso alguns segundos antes. O vermelho para ela significava que era corajosa o suficiente para mudar radicalmente, que era forte e, enquanto seus amigos estivessem ao seu lado, não iria cair tão facilmente.

Olhou para a expressão de Luke, esperando encontrar desaprovação ou surpresa, mas ele apenas colocou o rosto em sua cabeça, inalando profundamente o cheiro de seu cabelo, e lhe deu um beijo. Sua mão agora acariciava o braço esquerdo de Megan, e seus olhos encaravam os dela pelo espelho. Ele sorriu então.

– Vista-se. – Se levantou e estendeu o braço para que ela fizesse o mesmo. – Darei um jeito de seu cabelo ficar vermelho até o fim do dia.

Megan sorriu com a atitude do amigo, que saiu do quarto para chamar os irmãos e o pai.

~^~

Luke entrou no banheiro que ainda cheirava a sabonete e estava quente por causa do banho de Megan. Ainda não entendia o porquê de não haver banheiro no quarto dela. Olhou para o espelho sorrindo ao ver a carinha feliz desenhada nele. Desde aquele dia, quando o pai de Megan bateu nela pela primeira vez, ela desenhava carinhas felizes depois de terminar o banho. Luke nunca entendeu o porquê, mas sabia que a ajudava, então não questionava.

Tomou um banho rápido e já estava quase saindo do banheiro quando olhou para o espelho mais uma vez. Sorrindo, reforçou a carinha, agora andando até seu quarto. Vestiu-se, estava animado para sua festa de aniversário. Não gostava muito de coisas extravagantes como seus irmãos preparavam, mas eles sempre faziam com que Luke se sentisse feliz.

Passou pelo quarto de Megan, que ficava ao lado do seu, e encontrou a porta entreaberta. A mulher estava na frente do espelho, já pronta para a festa. Você é bonita, Megan, murmurava para si mesma. Luke a vira fazer isso muitas vezes antes, repetindo aquelas palavras e tentando se fazer acreditar. No entanto, ela não gostava do que via, não importasse o que fizesse em seu corpo.

Ele a observou por algum tempo. O cabelo ainda vermelho sangue que caia pelas suas costas em ondas largas, mas já não tão grande quanto antes, a pele pálida agora coberta por tatuagens – tiveram essa ideia depois da primeira cicatriz que seu pai deixara; escondê-las com as pinturas –, os olhos azuis inquietos olhando para o próprio reflexo. O homem nunca entenderia o que ela não gostava em si. Mesmo que aquela paixão por Megan já não existisse mais dentro de seu coração, ele ainda a achava perfeita.

– Você está linda. – Disse, assustando-a. Ela virou-se na direção dele sorrindo, o vestido azul tão escuro quanto seus olhos brilhando conforme passava pela luz do sol se pondo que entrava pela janela. – Vamos descer?

– Sim. – Andou até ele, seus passos mostrando uma confiança que não existia em seus olhos. Luke passou o braço pelos ombros da amiga e juntos desceram as escadas, conversando sobre o quão incrível a festa dos irmãos prometia ser.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam da última noite Thalico? E sobre o pai da Megan?
Luke abusadinho porque sim u-u
E esse lema da Megan é o meu lema. Eu achei que ficaria legal sendo o dela, entendem? Se não está bom, mude. Simples. Ainda acho que os seres humanos fazem muito drama para coisas fáceis. Mas tudo bem. Enquanto houver drama haverá escritores e músicos.
Mais alguém ansioso para a festa?
Obrigada à Lety mais uma vez :3
Comentem amores!
~Kisses!