Memory of the Future - Parte 2 escrita por chrissie lowe


Capítulo 16
The Cybership


Notas iniciais do capítulo

Gente, tem algo que eu venho me esquecendo de explicar. É o seguinte, na versão dublada da série, os Cybermen são chamados de Ciborgues, mas quero dizer que nesta história os ciborgues são a denominação para os humanos convertidos e usarei os nomes em inglês mesmo para os Cybermen. Além disso, na língua inglesa, como devem saber, o singular e o plural são escritos de forma diferentes, então farei o mesmo aqui, CybermAn no singular e CybermEn no plural. Bom, é isso. Espero que gostem!



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O Doutor e Claire subiram à superfície ensolarada em direção à TARDIS. O plano do Doutor era deveras maluco, mas Claire estava disposta a segui-lo. 

— O que está acontecendo? – perguntou o Doutor ao notar a vermelhidão no braço direito de Claire.

— Ah, não é nada. – disse ela. – Acho que passei muito tempo nos subterrâneos, só isso.

Os dois seguiram para a TARDIS e entraram. Claire sentiu-se nostálgica ao adentrar a caixa de madeira azul mais uma vez.

— Está tão incrível quanto daquela vez. – Disse ela admirando o centro de comando da nave.

— Bom, agora que estamos aqui, vamos ver se encontramos essa bendita nave. – Disse o Doutor digitando rapidamente as coordenadas no console da TARDIS. 

Então, ele puxou a alavanca e o motor começou a fazer barulho e o centro do console começou a subir e descer vagarosamente. Claire olhava maravilhada para aquilo tudo. 

— Bom, aqui estamos. – Disse o Doutor. – Estamos na órbita da Terra.

— Quer dizer que estamos no… espaço? – Perguntou Claire.

— Sim. – Respondeu o Doutor sem tirar o olho do console. – Gostaria de ver?

Claire, sem dizer nada, aproximou-se da porta e a abriu com certo receio. No entanto, esse receio desapareceu ao ver o que se encontrava a sua frente. A imensidão escura e estrelada até onde a vista não alcançava mais deixara Claire atônita. Ela nunca havia visto tamanha beleza e não esperava que fosse vê-la algum dia. Seus olhos brilhavam tanto quanto as estrelas ao seu redor. 

— Isso é… fantástico. – Dizia ela sem conseguir tirar os olhos do que via.

O Doutor admirava a empolgação de Claire. Ele se lembrou da jovem de dezenove anos que conhecera há tanto tempo e de como ela se empolgara daquela mesma forma ao ver a Londres do século 21, tão simples, mas em paz, muito diferente da Londres que ela vivia. Um sorriso fraterno pousava no canto de sua boca. 

— Bom, está vendo alguma nave? – perguntou ele voltando de seu devaneio.

Claire piscou os olhos e voltou para a realidade. Tinha uma missão a cumprir ali. Ela, então, olhou em volta em busca de alguma nave e abriu a boca, em choque, ao encontrá-la.

— Doutor, é essa a nave que procura?

O Doutor caminhou até a porta e olhou para onde Claire lhe indicava com o dedo indicador. Um grande sorriso de satisfação surgiu em seu rosto.

Uma nave metálica gigantesca pairava a poucos metros de distância da TARDIS. Claire nunca havia visto algo tão imenso. Mas o Doutor já conhecia muito bem um cybernave.

— Eu não disse? – perguntou ele. – Então, vamos?

Ele, então, correu para o console da TARDIS e digitou as coordenadas para que ela pudesse pousar dentro da nave.

— Espere. Como saberemos onde pousar? E se pararmos bem na cara deles? – questionou Claire.

— Bom, vamos torcer para cair no almoxarifado ou no banheiro, já que Cybermen não possuem necessidades fisiológicas. – disse ele.

Nisso, ele puxou a alavanca e a TARDIS começou a se desmaterializar. 

Alguns segundos depois, a nave materializou-se dentro da nave Cyberman. O Doutor foi até a porta e a abriu, receoso com o que encontraria. No entanto, não havia ninguém ali para a sorte dos dois.

— Bom, não se parece com um almoxarifado e muito menos com um banheiro, mas pelo menos estamos sozinhos. – disse ele para Claire, que saiu da nave logo em seguida.

***

Enquanto andavam pela nave aparentemente vazia, Claire decidiu perguntar algo que não saía de sua cabeça há algum tempo:

— Doutor, e a Rose? Conseguiu vê-la de novo depois daquela vez? 

O Doutor olhou surpreso para Claire. Fazia tempo que alguém mencionava Rose para ele.

— Bom, sim. – respondeu ele. – Algumas coisas aconteceram e ela acabou voltando para o nosso universo. Tive que levá-la de volta no final, mas não se preocupe. – disse ele ao ver a expressão de tristeza em Claire. – Ela está bem. Está feliz com… outra pessoa, eu espero.

— Entendo. Mas e você? Você estava bem mal por causa dela, mas agora parece que você está muito bem com Clara. – disse ela com um sorriso malicioso.

— Conheci muitas pessoas depois de Rose. Podem ter passado trinta anos para você, mas para mim foi muito, mas muito mais que isso. Milhares de coisas aconteceram, várias pessoas vieram e se foram… Clara foi quem apareceu mais recentemente. E olha que já a conheço faz algum tempo. Mas sinto que… sinto que a conheço há milhares de anos. – disse ele com um nó na garganta, pois isso não era exatamente uma mentira.

Claire sorriu, feliz em ver os sentimentos que o Doutor nutria por Clara, por mais que fosse difícil para ele admitir tudo o que realmente sentia por ela. 

— Bom, de qualquer forma, fico feliz que esteja bem. – disse Claire.

Nisso, os dois permaneceram em silêncio, até encontrarem uma grande sala com vários computadores instalados em seu centro.

— Hum, interessante. – comentou o Doutor indo em direção ao maior computador da sala. – Vamos ver o que encontramos por aqui.

Ele correu para os computadores e começou a vasculhar os arquivos, clicando em qualquer lugar que fosse clicável.

— Ei! Isso parece interessante. – exclamou ele se animando. 

Desta vez, vários esquemas e maquetes apareceram na tela. Uma pequena animação apareceu e nela, vários bonecos seguiam para dentro de enormes máquinas e saíam de lá como Cybermen. E por fim, diversas naves pareciam pousar no cenário.

— Querem tomar a Terra. – sussurrou Claire assustada. – Mas por que Alec ajudaria a fazer isso?

— Talvez ele não saiba que ele não está incluído no plano dos Cybermen. –  supôs o Doutor ainda sério. – Mas de qualquer forma, temos que impedí-los antes que seja tarde demais.

Nisso, uma série de fotos surgiram na tela. O Doutor ficou confuso ao vê-las.

— Mas o que é isso? Que fotos são essas? – perguntava ele irritado.

No entanto, Claire olhava pasma para as imagens da tela.

— Mas… é Alec. – disse ela. – Tem fotos dele desde que era criança. Eu não entendo, o que é isso?

O Doutor olhou desconfiado para a tela. Em seguida, começou a clicar em outros ícones disponíveis

— Mas… é um fichamento inteiro sobre Alec. – dizia o Doutor. – Talvez eles quisessem saber a fundo com quem estavam se aliando. 

Nisso, ele continuou a clicar em todos os ícones disponíveis na tela. Mais fotos de Alec apareciam na tela, além de fotos de Claire e Eddie,  históricos escolares… os Cybermen haviam levantado um fichamento completo do rapaz.

— Ei, olhe isso. – disse o Doutor apontando para a tela. 

Uma ficha com os dados de Alec saltou na tela. Nele haviam informações gerais, como idade, data de nascimento e outros. No entanto, uma informação chamou a atenção do Senhor do Tempo.

— “Fraquezas: corpo orgânico; sentimentos conflituosos sobre elemento externo”. – leu ele curioso. 

— O que isso quer dizer? – perguntou Claire tentando ver por cima do Doutor. 

— Acho que eles estão falando de você. – supôs o Doutor. – Parece que eles te veem como um risco a operação. 

— Eu? Por que eu seria um risco para eles?

— Porque eles sabem o quanto você afeta Alec. – respondeu ele sério. – E me parece que… hum, isso é novidade. – disse ele voltando a atenção ao computador.

O Doutor então virou-se e continuou a ler os arquivos que encontrava, sem prestar atenção no tempo que passava.

— Ãhn… Doutor. – chamou Claire depois de algum tempo. – Agora que achamos o que procurávamos, que tal irmos embora? 

— Espere um minuto, ainda estou coletando alguns detalhes. – disse ele sem tirar os olhos da tela.

— Estou quase certa que podemos nos virar sem esses detalhes. – respondeu ela. – Só… só vamos sair daqui, está bem? – dizia ela puxando o paletó do Doutor insistentemente.

— Mas por que está tão… – exclamou ele já impaciente.

No entanto, assim que ele se virou para olhar para Claire, ele percebeu o que ela estava querendo dizer.

— Ah… bom, pensando melhor, acho a sua ideia uma ótima ideia. – disse ele sem tirar os olhos dos Cybermen que se aproximavam. – CORRE!

Antes que os Cybermen pudessem reagir à invasão dos dois, o Doutor e Claire correram para a porta o mais rápido que podiam. O Doutor tentava atrasar os Cybermen sabotando os painéis de controle das portas, deixando-os presos do outro lado do corredor. Os dois se abaixavam para desviarem dos tiros dos Cybermen e sentiam as pernas formigarem de dor. Suas respirações eram ofegantes, mas eles sentiam uma adrenalina que o motivavam a continuar correndo até chegarem na TARDIS.

Para a sorte dos dois, eles conseguiram chegar à TARDIS intactos. Os dois entraram e rapidamente fecharam a porta, pois nenhum Cybermen seria capaz de adentrar a nave. 

Os dois continuavam ofegantes. Poderiam ser enérgicos, mas tinham que admitir que a idade mais atrapalhava do que ajudava. Claire viu o cansaço do Doutor e começou a rir.

— Minha nossa, estamos muito velhos. – Dizia ela ainda recuperando o fôlego e apoiando os braços sobre as pernas. 

O Doutor olhou para a mulher, tão exausta quanto ele, e começou a rir também. Os dois ficaram a rir por algum tempo, até que o Doutor se virou para o console e digitou as coordenadas de volta às galerias.

— Então é isso. Impedir que a Terra se torne uma colônia Cybermen. – comentou o Doutor apoiando as mãos nas costas. – Isso realmente não estava nos meus planos.


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