Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 74
Crise 74 - Depósito Galáctico


Notas iniciais do capítulo

Opa. Estamos aqui de novo. Boa leitura



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 Seguimos para os fundos da escola e Estrela utilizou seu Portal Gun para nos levar ao tal depósito de lixo onde ela planejava criar uma bola gigante de tranqueiras para desviar o asteroide que estava prestes a colidir com a Terra em menos de duas semanas. Fomos todos nós: eu, Estrela, Veterano Caio, Mabi, Eduardo e Kevin. É, iríamos perder a aula, mas diante desse crise, acho que cabular seria o menor dos problemas (e é um dos maiores cdfs da sala que está dizendo isso).

Entramos pelo porta e...estávamos todos ali: no meio de uma montanha enorme de sacos de lixo espacial. Não preciso dizer que era um cheiro insuportável.

— E eu achava que meu quarto era fedido - disse Veterano Caio, sem perder o bom humor.

— Precisamos fazer uma bola com isso aí? - falei enquanto segurava o meu nariz.

— Não - disse Estrela - Caímos justo na parte mais orgânica. O ideal seria fazer a bola com material mais resistente...precisamos ir para a área de materiais recicláveis.

— Então eles separam entre orgânicos e recicláveis. Interessante - reparou Eduardo.

— Isso é básico - disse a w-ana - Qualquer lugar que queira garantir o mínimo do futuro precisa pensar em separação de lixo.

 Bem, acho que não era uma boa hora para falar que nosso planeta tinha dificuldades com isso. Mas isso não importa. Estrela localizou a central do depósito e, mais uma vez, nos levou para lá. Caímos na sala de um tipo de alienígena esverdeado, com um tipo de uniforme cinza, um boné também cinza, com pernas e braços parecidas com tentáculos. Sem dúvida, era o responsável pelo setor e parecia estar dormindo, bem, o que pareciam os olhos dele estavam fechados e estava em uma poltrona, relaxado, com os braços-tentáculos para trás e roncando. É, com certeza ele estava cochilando em serviço. Estrela o acordou na mesma hora.

— Ei, acorda! - disse ela, sacudindo o pobre funcionário sem o mínimo de piedade.

— Não devíamos ser mais discretos? - perguntou Mabi.

— Estamos em uma emergência! - explicou Kevin - Não podemos perder tempo!

— Hã?! O quê?! - o alienígena acordou assustado - Não fui eu! Eu estava só meditando e..

 Ao nos ver, ele ficou ainda mais desesperado.

— Quem são vocês? Assaltantes? Piratas do espaço? Por favor, não me matem! Podem pegar o que quiser e..

— Calma, não somos piratas - falei - Queremos apenas pedir um favor.

— Favor? - ele se acalmou um pouco.

— Você é o responsável por esse setor? - perguntou Estrela.

— S-Sim - gaguejou ele - Meu nome é Gutter. Trabalho nessa parte de ferro-velho há uns cem anos.

— Isso é bastante tempo - falei.

— Bem, na medida de tempo da Terra é - comentou Eduardo.

— Sim, são cem anos da Terra - falou Estrela - O tradutor universal sempre converte valores para um número que o ouvinte entenda.

— Sério? Então você vive trabalha há muito tempo mesmo! - disse Mabi, espantada.

— Bem, cem anos não são muito tempo para nós gallekianos - disse ele, com uma certa sensação de orgulho, mas logo mudou seu tom para nervosismo ao ver Veterano Caio mexer no painel - Ei, não mexa aí! Você pode ativar o giga-ímã!

— Giga-ímã? - perguntou Kevin.

— É um ímã que usamos para juntar grandes quantidades de metal - disse Gutter - Isso aqui é um ferro-velho de extensão galáctica. A quantidade de metal desse lugar consegue cobrir o volume de uma galáxia pequena. É muito metal mesmo! 

— Uau! Como pode ter tanto lixo assim? - perguntou Mabi.

— O universo é muito grande - explicou Eduardo - Há milhões e milhões de galáxias espalhadas por aí. Não é surpreendente que exista uma quantidade de lixo reciclável tão grande no universo que possa cobrir o tamanho de uma galáxia inteira.

— Sim. E há mais de um depósito desses espalhados por aí - explicou Kevin - Alguns lixeiros espaciais já vieram dar palestra na CICE uma vez.

— Que da hora! Como posso ser lixeiro espacial? - perguntou Veterano Caio.

— Não é uma profissão muito fácil - disse Kevin - Pelo contexto da Terra, você tem que ser um astronauta primeiro.

— Ah, que chato...não quero ser astronauta - lamentou ele - Só quero recolher o lixo do universo.

 Que inversão de valores era aquela? De qualquer forma, Estrela parecia estar maquinando uma solução para o caso.

— E quanto esse giga-ímã consegue acumular de metal? - perguntou Estrela.

— Ele tem uma tecnologia de amplificação do campo magnético - explicou Gutter - Como controlamos tudo a partir daqui não é difícil juntar uma quantidade considerável de metal, a ponto de ter o tamanho de um planeta inteiro.

— Um planeta inteiro? E é seguro ficar aqui com tanta massa concentrada? - perguntou Eduardo.

— Esse local tem isolamento gravitacional - continuou o funcionário, balançando seus tentáculos enquanto falava - Mesmo que vocês acumulem uma quantidade enorme de massa, não seremos afetado pela gravidade dele. Vocês poderiam, em tese, juntar lixo o bastante para formar uma bola gigante capaz de alterar a trajetória de um asteroide que esteja prestes a colidir com algum planeta.

 Aquilo não era conveniente demais? Mas para Gutter, aquilo tudo foi puramente hipotético.

— É justamente o que precisamos - falou Estrela - Podemos usar o giga-ímã para criar uma bola gigante de lixo e derrubar um asteroide que está se aproximando de nosso frágil planeta?

 Gutter arrepiaria seus cabelos se tivesse algum após ouvir aquilo.

— O quê?! É óbvio que não! Sabem o que vai acontecer comigo se descobrirem que fiz algo tão irresponsável?

— Irresponsável? - indagou Mabi.

— Sim! Sua bola de lixo gigante pode seguir uma trajetória capaz de destruir um planeta inteiro com vida! - explicou ele.

— É só voltarmos para cá e impedirmos com outra bola gigante - disse o Veterano.

— Isso não vai ter fim... - comentou Eduardo.

— Não se preocupe - disse Estrela - Assumimos toda a responsabilidade.

— Assumimos? - perguntei - A gente também?

— Claro - falou Estrela - O planeta é de vocês, afinal. 

— Mas a pessoa que causou isso tudo é sua irmã! - reclamei.

— Resolvo meu problema com a Lua depois - disse Estrela.

— Ah, é? - falou uma voz conhecida atrás da gente - Então quero ver você resolver, gata!

— Lua! - falei espantado.

 Sim, a Lua chegou ali com seu Portal Gun. Mas como?

— E então, maninha? - disse ela - Resolveu apelar logo de cara?

— Como chegou até aqui? - perguntou Mabi.

— Tenho um aplicativo que localiza o Portal Gun da Estrela em qualquer lugar do universo. Eu falei que iria te impedir de me impedir, não falei? - continuou Lua - Não vou deixarem fazer o que estão planejando!

— Deixe disso - falou Estrela, tentando colocar um pouco de razão na cabeça da irmã - Não precisa destruir um planeta inteiro apenas porque não posso ir no parque com você na parte da manhã.

— Você tem ideia do quanto esperei por isso? Não chegar a tempo da abertura não é a mesma coisa. É algo que nunca irá se repetir. É um momento que gostaria de passar com minha querida irmã e aí você vem e acaba com tudo. É isso mesmo? Vai mesmo me deixar de lado. Logo eu. Sua irmã!

 Lua parecia mesmo chateada.

— O que posso fazer para você parar com isso? - perguntou Estrela.

— Cancele seu compromisso e vá ao parque comigo na hora da abertura - disse Lua, convicta.

— Tá bom. E se eu disser que faço isso? - falou Estrela.

— Sério? Vai mesmo fazer isso? - Lua mudou para uma expressão mais alegre.

— Se isso vai impedir a destruição do planeta inteiro, sim - Estrela falou, seguida de um suspiro.

— Impedir? Ah, não - falou Lua - Agora isso ficou divertido!

— Como? - não podia acreditar no que estava ouvindo.

— Isso mesmo! Vou continuar com o plano! Quero ver você me vencer, maninha! - exclamou Lua, mais empolgada do que gostaríamos.

 Eduardo coçou a cabeça.

— Sua irmã é mesmo imprevisível, não é? - comentou ele.

— Então teremos que enfrentá-la de qualquer jeito? - lamentou Mabi.

— O que eu quero saber é se tem alguma coisa para comer aqui - disse Veterano Caio - Ei, tem uma geladeira ali? Tudo bem pegar um refri?

— Mas eu ia tomar mais tarde... - lamentou Gutter.

— Opa, pega um pra mim também? - perguntou Lua, se virando para nós logo depois - O que foi? Destruidores de planeta também sentem sede.

— Vai mesmo continuar com isso?

— Cai dentro, Estrela! Não vou pegar leve!

— Não preciso dizer isso - falou Estrela - Nunca peguei leve com você em nada que disputamos.

 Os olhares entre elas praticamente soltavam faíscas. No que elas vão competir? E o que vai sair dessa disputa? Por que ela não pode ter uma irmã normal? É, meu coração ainda tem muito o que aguentar...


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo (em algum dia durante a semana), Lua e Estrela se enfrentam..em alguma coisa. Até lá! :)



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