Um grupo de rapazes saiam de um ginásio. Eles usavam roupas que lembravam roupas de ginástica ou balé. Eles riam e pareciam se divertir bastante.

– Cara, que movimentos foram aqueles?! Hahahahaha sensacionais! – diziam um deles

– Po, obrigado! – dizia outro sem graça – Pratiquei muito nas últimas semanas! Hehehehe

– Olha... – dizia um outro levando sua mão por trás do pescoço do rapaz e o puxando para si – Com você na equipe esse campeonato aí tá no papo pra gente! Tenho certeza!!! Hahahhahaa

Quando o rapaz terminou de falar isso para o outro, eles se vem cercados por monstros de olhos esbugalhados e com roupas que lembravam as deles. Na cabeça, esses monstros usavam faixas num tom cor de rosa. O corpo deles eram negros, as roupas que lhe revestiam os corpos, eram rosas também, enquanto os olhos eram azuis.

Os monstros davam piruetas e mais piruetas no ar. Eles então param cercando o grupo e em seguida, um outro monstro sai de trás deles. Este era todo cor de rosa, com o rosto que lembrava um flamingo.

No dia seguinte ao ocorrido, Nana estava em um colégio diferente do dela. Se tratava do colégio de uma amiga sua que há muito não via: Agome. O colégio de Agome havia um grupo muito diferente dos que se costuma ver em escolas, um grupo de ginástica rítmica. Eles estavam para fazer uma apresentação e elas haviam combinado de assistirem juntas.

– Uau! - dizia Nana maravilhada – Ginástica Rítmica é demais!!!

– Não falei?! - dizia Agome segurando a mão da amiga – Queria ter essa coragem toda que eles tem!!! Hihihihi.

– Mas e aí, quem é o melhor da equipe do seu colégio?

– É o, bem... Err... - a garota fica corada de repente e olha para um jovem de cabelos bagunçados e com excesso de gel. O cabelo do rapaz além de tudo era pintado de um vermelho bem forte.

– Uhhhh, entendi! Hahahaha – dizia Nana cutucando a amiga com o cotovelo – Danadinha...

– Q-Que? - dizia Agome ficando cada vez mais sem graça – N-Não é nada disso que você está falando...

– Sei, sei... - dizia Nana dando um sorriso de lado e encolhendo os olhos.

– Aff, vocês mulheres, são muito cheias de mimimi... - dizia Shigeru com cara de tédio e com o punho fechado usando como apoio.

Agome joga as mãos por entre as pernas e olha pra baixo, tentando esconder o constrangimento criado pela amiga e agora por Shigeru. Nana dá um tapa no braço do rapaz e fecha a cara pra ele.

– Oiasawa-san! - dizia ela dando bronca – Se vai ficar com essa cara amarrada o tempo todo pelo menos fecha essa matraca! Não sei porque veio...

– Porque eu vim?! - dizia Shigeru se lembrando de mais cedo.

Algumas horas mais cedo...

– Ai, vamos, Oiasawa-san!!! Vai ser legal! - dizia Nana segurando o braço do rapaz e o balançando feito uma criança.

– Não... - dizia Shigeru.

– Porque não? - indagava ela.

– Fala sério! - dizia ele com cara de deprimido – Isso é coisa de mariquinha! Aquele bando de homem dando pirueta pra lá e pra cá como se estivessem num circo e ainda mais usando aqueles colãs apertados onde o sol não bate! Me dá agonia só de imaginar, não, não, não!

– Aff, como você é machista e bobo!

– Pode dizer o que quiser, minha resposta continua sendo não!!! - dizia Shigeru dando as costas pra ela.

– Ah é, é? - dizia Nana fazendo uma cara de malícia e dando uma risadinha baixa.

– Hm? - diz Shigeru desconfiado – Porque essa risadinha, o que você...? - ele se vira para Nana e dá de cara com o pé de seu sapato.

O rapaz cai no chão com uma marca vermelha do pé de Nana bem no seu rosto. Ele tenta se arrastar até a porta, mas a garota senta em cima dele e começa a fazer cócegas nele.

– Hahahaha, para com isso! Hahahahaha.

– Não, não enquanto você não disser que vai comigo!

– Hahaahhahaa, jamais! Hahahahaha Jamais enquanto eu respirar!

– Ah... A gente pode dar um jeito nisso! - diz ela se aproximando da orelha de Shigeru e dando um sorriso maléfico.

– Co-Como assim?! - Shigeru escapa dela e se arrasta até a parede com medo.

– Hehehehehe! - Nana sorria enquanto seus olhos brilhavam e seu corpo era envolto por uma aura negra.

Momentos atuais...

– Vem, deixa de ser bobo! - dizia Nana arrastando Shigeru – Vamos falar com o pessoal!

A competição havia terminado. Nana, Agome e Shigeru, que ainda relutava muito, descem as escadas do ginásio e se aproximam dos colegas da garota envergonhada. No momento que os dois se aproximam, o rapaz com o cabelo pintado de vermelho encara Shigeru.

– Ai, essa não... - dizia Nana – Esse olhar...

– O que foi? - pergunta Agome bem baixinho.

– Bem, é que... Oiasawa-san é um delinquente, ou era até pouco tempo atrás. - explicava a rider girl – Essa encarada e esse olhar, to vendo problemas surgindo...

As duas olham para os dois preocupadas também. De repente, o rapaz de cabelos vermelhos muda sua feição e abre um sorriso.

– Shi, lembra-se de mim? - perguntava ele como se conhecesse muito bem Shigeru – Sou eu, Kamiya. Estudávamos juntos no fundamental.

– Eu... Procuro tentar me esquecer. - respondia Shigeru com um tom mais sério e seco.

– Cara, te ver assim realmente me trás lembranças. Sai de lá antes de nos formarmos, então isso já faz muito tempo mesmo! Ainda tem contato com todos? Ainda anda pra lá e pra cá com aquele seu amigo... Koma, eu acho?

Kamiya toca no ombro de Shigeru logo em seguida que apenas o encara com um olhar frio e seco. Oiasawa cerra os punhos tentando se conter, Nana percebe e o puxa.

– Err... Oi. - dizia ela sem graça para o rapaz – Bom conhecer vocês, viu? É melhor a gente ir agora, né Oiasawa-san?

Shigeru não responde nada, apenas resmungava alguma coisa. Algumas horas depois, os dois estavam na lanchonete onde Nana trabalhava por meio período. Ela coloca um milk-shake na meda de Shigeru que o pega e começa a tomar, ainda de cara fechada.

– Então... - dizia Nana com receio – Você e esse tal Kamiya huh?

– O que que tem? - dizia o rapaz sem vontade de prolongar o papo.

– Olha, Oiasawa-san, eu sei que você quer esquecer o passado, mas coisas como essas vão acontecer, você gostando ou não, ouviu?

Shigeru olha com raiva pra Nana, mas ele acaba largando o copo na mesa e respirando forte.

– Olha, eu sei, ok? Você tem razão, é que tudo o que aconteceu ainda me afeta bastante. Kamiya saiu do colégio um ano antes do ocorrido então não tá sabendo de nada. Na verdade eu fiquei bastante impressionado.

– Ah é? Com o que?

– Bom, ele sempre quis ser um ginasta. Ele sempre gostou desse negócio de dar piruetas por ai. Eu sempre achei medonho mas o Koma...

[Flashback]

– Kamiya-kun! - dizia Koma – Vamos lá!

– Mas isso, isso é muito difícil! - dizia Kamiya.

– Tá tudo bem! - dizia Koma tocando os ombros de Kamiya – Eu sei que você consegue! Vamos lá, tente de novo! - Kamiya apenas balança a cabeça em negação - Qualé! Vai amarelar? - insistia Koma.

– Deixa ele, Koma! - dizia Shigeru, naquela época com o cabelo na cor natural – O cara desistiu... Quanta frescura... - esse último dizendo em voz baixa.

– Esse é o seu sonho, não é? - dizia Koma ignorando o comentário de Shigeru olhando pra Kamiya.

Koma então assente com a cabeça e dá um mortal pra trás. Kamiya olhava pras próprias mãos, sem acreditar.

– Que legal! - dizia ele alegre e emocionado – Consegui!!! Eu consegui!, Koma-chan! Valeu mesmo!

[Flashback]

– Kamiya ficou tão feliz com aquilo. - dizia Shigeru – Esse era o tipo de cara que Koma era, um incentivador. Pelo visto ele seguiu seu sonho enquanto a mim, me tornei um delinquente.

Shigeru se mostrava triste e desanimado ao se lembrar de tudo aquilo. Nana se aproxima dele e faz um carinho na cabeça até que o rapaz percebe.

– Nana... - dizia ele.

– O que foi?

– O QUE DIABOS ESTÁ FAZENDO?!

No dia seguinte, Shigeru andava pelas ruas quando se depara novamente com Kamiya. Sem graça, ele coça a cabeça.

– Yo! - dizia ele sem graça – Err... Sobre ontem, foi mal, ok? É que depois que você saiu do colégio, algo aconteceu, o Koma... Bem... Ele...

– Não precisa explicar nada não. - interrompia Kamiya – Tá tudo bem.

– Oh... - diz Shigeru assentindo com a cabeça logo em seguida.

– Shi, digo, Shigeru-san. Você não gostaria de se unir ao clube de ginástica rítmica?

– Hã?

– Eu lembro que você sempre foi ágil. Sei que depois do fundamental você se tornou melhor de briga, escutei umas coisas por aí, mas...

– Olha, essa é a sua praia. - corta Shigeru – Eu jamais faria uma coisas dessas. - ele passa pelo rapaz e alguns passos depois para, respira fundo e vira a cabeça – Mas, eu posso assistir.

– Certo!

Um tempo depois, Kamiya e Shigeru estavam no ginásio, conversando com o treinador.

– Você quer se juntar ao clube? - perguntava o treinador que não parecia um total desconhecido pra Shigeru.

– Onde foi que eu já te vi? - dizia Shigeru se aproximando do treinador e o encarando de uma forma constrangedora.

– N-Não sei, acho que é impressão sua...

–Se preocupa não! - diz o ex delinquente abrindo um sorriso – Eu pensei em ficar só observando mesmo.

Nana também estava no ginásio, ela conversava com Agome.

– O que o seu amigo está fazendo aqui? - perguntava Agome.

– Também não faço ideia, mas deixa ele pra lá! Me diz, amiga... Porque não se declara pro Kamiya-kun logo?

– Vo-Você vai insistir nisso? - dizia ela ficando corada de novo – Eu não...

– Deixa de bobagem e admite logo.

– Tá bem, tá bem! Eu gosto dele...

– Há! Sabia! Que bonitinho, amiga! - diz Nana sorrindo e apertando as bochechas dela – Vai lá! Se declara logo!

Agome vira de costas balançando a cabeça pros lados e toda envergonhada.

– Porque não?

Ainda envergonhada, Agome puxa Nana para mais longe da amiga e então as duas conversam.

– Não posso fazer isso.

– Porque não, amiga? Kamiya é um gatinho.

– Ai, eu sei! - dizia ela suspirando apaixonada – Mas não, eu não posso. Nunca daria certo.

– Ai, que saco, Agome! Fala de uma vez porque não pode!

– Bem, é que... - ela olhava mais cabisbaixa – Eu não posso porque ele é um delinquente, pronto, falei!

– Como é? - dizia Nana surpresa.

– É isso mesmo, Nana-chan. Kamiya-san é um gato e está nesse clube mas ele até pouco tempo atrás só entrava em brigas, matava aula. Namorá-lo seria um problema.

– Credo, Agome. Você conhece o meu passado.

– Sim, eu sei, e pra você é muito mais tranquilo, você entende Shigeru-san e ele te entende mas eu? Meu mundo e o de Kamiya-san são totalmente diferentes. Não dá, por mais que eu queira.

– A-Agome... - dizia Nana com um tom de decepção.

– Não me olha assim. - pedia a garota apaixonada – Namorar ele não seria um problema pra mim exatamente, mas sim...

– Mas, sim?

– Meus pais, eles jamais aceitariam que eu namorasse um delinquente...

– Oh... Entendo.

Nana sabia o quão problemático era essa fama de delinquentes, realmente, era muito dificil, ainda mais para pais tão conservadores quanto os de Agome. Ela tenta então confortar a amiga de alguma forma. Naquele instante, o som de sinal é escutado. Todos no ginásio percebem uma fumaça vinda do local de reunião da equipe de ginástica, eles correm até lá e veem o lugar pegando fogo. Passado o tumultuo, a equipe era interrogada.

– A causa do fogo era cigarro. - dizia o diretor – Muito bem, quem vai confessar? Quem estava fumando?

– Mas já dissemos! - dizia Kamiya revoltado – Não foi nenhum de nós!

– Cale a boca! - dizia o diretor irritado – Fumar aqui é inadmissível!

– Espera um pouco, porque o senhor automaticamente suspeita de nós?! - discutia Kamiya – Desde que decidimos montar esse clube, decidimos que não iríamos mais fumar!

– Então você fumava, huh? - indagava o diretor.

– O quê?

– Bem típico de um delinquente... - dizia o diretor provocando o rapaz.

Shigeru observava a tudo calado. Quando ouviu aquela frase, seu sangue ferveu e, indignado ele se aproxima do diretor e o puxa pela gola.

– O que foi que você disse?!

– Shigeru-san! - dizia Kamiya tentando puxar o braço do rapaz – Deixa pra lá. Vamos mostrar pra ele, pessoal.

Todos fazem uma roda com suas respectivas bolsas. Um deles nota algo em sua bolsa e fica meio nervoso.

– O que foi? - perguntava o diretor.

– Hã? Er... Nada, nada não.

– Mostra logo. - dizia Kamiya.

– Não, é que...

– Não me diga que...

– Bah, deve ser só uma playboy da vida. - dizia Kamiya se aproximando do colega – Quem liga pra isso a uma altura dessas?

Kamiya puxa a bolsa do rapaz e tem uma decepção quando vê um maço de cigarros na bolsa do amigo.

– O que significa isso? Andou fumando em segredo? - Kamiya se irrita e puxa o rapaz pela gola – Tá querendo ferrar com todo mundo aqui?!

– Ei! - dizia o outro colega – Não é porque o maço estava na bolsa dele que ele esteja fumando!

– Verdade! Outra pessoa deve ter entrado aqui e fumado.

– Você tá louco?! Estão escutando o que estão dizendo?! É claro que foi ele! - dizia Kamiya irritado.

Em seguida, o rapaz dá um soco no colega, aquilo gera uma grande confusão sobrando até para o diretor que se irrita mais ainda. Uma forte aura negra se emana de todos eles enquanto Shigeru via aquilo e tentava chegar para trás, sabendo o que aquilo significava. Ele então esbarra em algo atrás dele e olha. Diante dele estava um monstro de pele negra e olhos esbugalhados amarelos. Ele usava uma roupa colam cor de rosa estilo as que os rapazes usavam nas ginásticas e uma faixa da mesma cor na cabeça. Shigeru se afasta gritando.

– Monstro maldito!!!! - gritava o rapaz chamando a atenção de todos ali, no entanto, ele parecia um louco, pois era o único que conseguia enxergá-lo.

– TIME! -

Jikan aparece com sua armadura verde e luvas vermelhas dando um soco no monstro. Em seguida, ele joga o monstro pra fora do ginásio. O monstro rola no chão e se junta a outros iguais a ele. Shigeru aparece logo atrás chutando e socando alguns monstros que tentavam invadir o local.

– Ei, você aí! - gritava o rapaz – Er... Como é que chamaram ele mesmo?! Jibóia... Gilete... Não! Jikan! O que está havendo aqui?!

Jikan soca um dos monstros o jogando contra os outros em seguida, os dois se veem cercados por seis monstros iguais que ficavam pulando pra lá e pra cá emitindo sons.

– E aí? Vai me dizer ou não?

– Você é mesmo muito marrento, não é? Não faço a menor ideia... Mas se eu puder contar com sua ajuda...

– Minha ajuda?

– Você tem um amigo nesse colégio não tem?

– É, tenho sim. Beleza, eu topo. Vamos pegar o culpado disso tudo.

Jikan faz um sinal de joinha com a mão e então encaixa uma ampulheta dourada no seu cinto.

– IT'S HISSATSU TIME! -

O colã por baixo da armadura de Jikan se torna todo verde e seu corpo é envolvido por uma aura de mesma cor. A ampulheta em seu peitoral se apaga e as linhas ligadas a ela se tornam douradas assim como alguns detalhes. A ampulheta que antes era verde em seu cinto se torna dourada. As luvas de boxe que antes eram vermelhas se tornam douradas. Duas placas se desprendem se seu ombro revelando pequenas turbinas que se ligam automaticamente. Elas lançam o herói pra frente que dá uma sequencia de socos em cada um fazendo um círculo e todos eles explodem. A armadura de Jikan volta a ficar cinza com detalhes lilases logo em seguida, o herói se vira novamente para Shigeru.

– Posso contar com você, então?

– Sim.

Os dois fecham o acordo com um aperto de mão.

Continua...