Insurgent's Attack - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 8
Beijo sádico


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores! Como estão? Já de férias? Eu ainda não, aliás, minhas provas estão chegando, mas verei se escrevo e agendo para vocês o próximo capítulo. Espero que tenham uma boa leitura e gostem desse!



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Um sorriso sarcástico se fazia no rosto da mulher. A maçã do rosto era bastante acentuada, olhos grandes e castanhos, marcados abaixo com algumas linhas irregulares de sardas. O cabelo curto e loiro platinado raspado aos lados lhe davam um tom jovial, estimando sua idade na casa dos vinte e tantos anos. As tatuagens que saiam debaixo da camisa preta e justa que vestia, dando diretamente a visão das calças pouco mais folgadas e botas de cano curto de baixo salto.

— O que as ovelhinhas fazem por aqui? - sua voz era pouco mais grave agora, porém bastante clara.

— Ok, Cristine. - Mia revirou os olhos, enquanto os demais permaneciam calados. - Podemos dispensar apresentações, não acha?!

— Não mesmo. Depois do que tem ocorrido ultimamente, nem mesmo uma garota de cabelo colorido vai me fazer baixar a guarda.

— Ok! As duas se conhecem e parecem bem alegres, mas será que podemos ir direto ao assunto? - Emily enfim se pronunciou, um tanto receosa, ainda sim mantendo a voz firme.

— Desculpe, fofa! Mas nunca te pedi para se meter nesse assunto.

— Opa!

Dessa vez foi Luke quem se deu a chance de falar, dando dois passos a frente e parando em posição descontraída.

— Também somos da Audácia, mesmo que...

— A Audácia acabou. Não percebeu isso? - a sobrancelha escura de Cristine arqueou.

— A Audácia só acaba quando o último membro dela morrer.

Alguns instantes foi o resultado da fala do rapaz, pairando no ar. Apesar de levemente incomodada com a mudança repentina dele, Mia permitiu-se liberar um leve e sutil sorriso ladino, molhando os lábios.

Violet sentia a cabeça latejar repetidas vezes, mesmo conseguindo se manter de pé. Seus olhos pesavam e a imagem que se fazia do local era mais escura do que provavelmente deveria ser ao natural, fazendo com que o cabelo claro da mulher a sua frente e o reflexo da luz fraca no metal que compunha a arma chamem pouco mais atenção, dando-lhe algo para focar.

— O que importa é que somos iguais! - Mia novamente interveio. - Você mesma notou isso quando fez meu teste de aptidão. Disse quando elogiou minua escolha com a tintura azul para o cabelo. Ajudou enganar os chefes da Audácia no meu teste final. Então...

— Então que ser divergente em meio a esse caos não comprova exatamente nada.

— Você está do lado deles. Dos traidores não é?! - a voz de Emily fez uma incrível analogia de como estivesse ofendida com a conclusão.

— Muitos fugiram durante a simulação que a Erudição colocou todos os membros da Audácia para ir contra a Abnegação.

A cabeça de Cristine permanecia imóvel, no entanto o olhá da jovem pairava vagarosamente entre os demais. Primeiro uma garota diminuta de cabelo levemente avermelhado e face descontente que provavelmente não devia estar em seu estágio normal já que os lábios estavam levemente trêmulos e entreabertos. Ao seu lado, outra mulher, pouco mais alta, com roupas aue a definiam assim como a própria postura: Amizade. Logo a própria revirou os olhos e seguiu para o loiro, pouco mais encorpado, com rosto suado e pouco sujo, assim como o cabelo emaranhado que colava na testa. Ao seu lado, a última a pular, reconhecida desde o cheiro que emanava ao tilintar dos saltos que moviam os cachos azulados. Tudo em poucos segundos.

— E muitos morreram. - completou. - O que me faz acreditar que deveria ajudar vocês?

— Exatamente. Nada te diz isso.

— Isso significa que não devo confiar. Então saiam ou terei que jogar vocês no abismo da facção e dessa vez a morte não será honrosa ou lembrada.

— Não estou aqui para pedir sua confiança!

A atitude do rapaz soou-lhe quase admirável e um tanto doce, como se ainda tivesse uma espécie de esperança maquiada pela expressão séria que mantinha desde o instante que posicionaram os olhos um no outro.

— Estou aqui para reabastecer. Armas e medicamentos. Talvez até fazer um lanchinho.

— Hilário! - Cristine deu-lhe de costas. - Não tem como passarem para os dormitórios ou a loja de roupas sem ultrapassar uma penca de outros soldados, então terão que...

— Tenho conhecidos que sabiam outros caminhos de rodar o Complexo da Audácia. Na área de suporte.

— Entendi. - aponto porta ao lado, fechada e empoeirada, perto da parede onde haviam os trincos que seguravam a rede. - Só dessa vez estou ajudando. Não contem comigo depois.


*******

POV Raven

Sinto as mesmas mãos ásperas deslizarem por minhas costas nuas, fazendo-me arrepiar. Não demorei muito para saber que os calos nas palmas e dedos anelares e indicadores mostram os treinos de tanto atirar facas ou empunhar pistolas. Tinha um leve cheiro de pólvora e sabonete.

O nojo de mim mesma fez com que meu estômago revirasse. Uma tosse seca saiu arranhando a garganta, porém afastada pela mão e tampava minha boca enquanto meu pescoço ficava molhado com os beijos dele.

— Isso não é real! - dizia baixo de forma que só eu escutasse.
Era isso que ele queria. Explorar meus medos. Típico sádico da Erudição. Agora tenho somente pena de Josh ter nascido com um pai assim. Agora eu sou sua cobaia e ele, sabendo ou não da morte do filho, exploraria meus medos.

— Me solta!

Foi a única coisa que consegui dizer. Era um tanto escuro a nossa volta e eu estou de pé, presa por um ferro a um dos alvos de tiro, porém não há armas. Somente uma faca que é fria tão quão que a maneja, com aquele sorriso perfeitamente alinhado e falso, com uma alegria oculta em ferir e causar sofrimento aos outros. A pele de minha barriga arde.

— Eu tenho que acordar... - murmuro sozinha.

Seus lábios tocam os meus. Sua saliva está salgada com leve gosto de batata-frita e bolo de chocolate. Preciso de algo que faça isso parar, então acabo mordendo o lábio inferior dele e o mesmo pende para trás, praguejando todo o resto.

Posso manipular isso. Criar ou sumir com coisas. Mas a faca que está em sua mão permanece ali. O sangue escorre pela lateral de seus lábios e curva o queixo rígido.

Um alívio fútil percorre meu corpo. Estou somente descalça e sem camisa. Puxo desesperadamente meus pulsos e tornozelos enquanto escuto seus passos ecoando e vindo em minha direção. Isso tudo acaba rapidamente. Quem sabe se ele me matar aqui eu não volte logo...?! Não! Sei que ele nunca se daria por satisfeito com tão pouco.”

Uma forte dor toma conta de minha cabeça e me permito gritar. Meus olhos estão lacrimejando quando olho em volta e vejo o pai de Josh parado, sentado ao meu lado, boquiaberto, encarando-me.

— Ele nunca conseguia se desprender de uma simulação assim.

— Talvez porque seu filho fosse normal.

— Não! - sua voz se altera, ficando mais alta e desafinada. - Ele era realmente um fraco ou simplesmente eu tenha aplicado pouco soro em sua corrente sanguínea. É isso!

Os passos atrapalhados dele pela sala o fizeram escorregar e cair de joelhos perto de um dos carrinhos repletos de agulhas e algumas ampolas.

Meus braços estão pesados, mas não impedem que eu arranque os eletrodos colados a meu peito e cabeça, o que faz minha pele arder no local. O cheiro de álcool gel cujo pote está aberto para esterilizar o kit de mini equipamentos afiados na bancada.

Ele geme de dor e posso o escutar tossir, visualizo pelo reflexo do armário prateado que há pouco de sangue em sua mão. Molho os lábios e desço daquela mesa de cirurgia ou sei lá o que estava deitada. Pego uma camisa larga qualquer sobre uma cadeira a parte.

A peça desliza facilmente pelo corpo, fazendo com que eu me sinta mais magra e pequena que o normal. O chão é frio o suficiente para que eu volte ao normal, abra desajeitadamente as várias portas que tem o armário e ache algumas botas pouco grandes para mim, porém melhor que os outros pares, de forma que possa andar.

Um casaco azul forte comprido me dá um tanto de repulsa em vestir, porém é grande o suficiente para cobrir as pontas da tatuagem de rosa que está em minha nuca, fazendo com que meu cabelo fique preso em um coque frouxo.

Deslizo vagarosamente para a porta e olho o corpo do homem que tenta inutilmente ficar de pé. Pego um béquer qualquer e jogo em sua direção. Não consigo atingí-lo, porém ele está tão tonto quanto eu, então estoura alguns dos cacos grandes em pedaços mínimos que penetram as palmas de suas mãos.

A maçaneta se abre após algumas tentativas escorregadias e jogo meu corpo para frente, caindo sentada em alguns degraus de madeira, chutando fortemente a barra de madeira maciça e o barulho desta ecoa, deixando-me no vácuo.


*******

Narrador

O corpo de todos estavam exaustos devido a correria do dia. Novamente refugiados, porém em uma nova estadia. Assim que completou vinte e uma horas, Nicolai se recolheu para seus aposentos, logo depois que trancou as portas e fechou as janelas do andar inferior e tampou todas as gretas das mesmas com uma grossa camada de cortina preta.

Alice trançava os longos e lisos cabelos de Sarah que já acordara, pouco mais ativa, sorridente como de costume, ainda que preocupada com o paradeiro dos outros. A sacola que Scott trouxe presa ao cinto continha algumas boas ervas que logo foram capaz de afastar os sintomas da solução que haviam aplicado na comida da Amizade e reduzir os sintomas da mesma.

O trio decidira ficar ali, acampados no curto quarto ao fim do corredor. Dean estava ao lado da janela, cantarolando algo e brincando de dar repetidos nós num pedaço de corda e os desfazer logo em seguida, mantendo o pensamento em miraculosas partidas de jogo da velha que fazia com as crianças da Amizade antes de tudo que ocorrera. Antes mesmo de conhecer Raven. Aquilo o trazia uma tranquilidade superficial, o suficiente para se contentar com a passividade do momento.

Na cozinha, Tanner enchia um copo de leite até a metade e encarava sem propósito algum a lâmpada incandescente que trazia uma sombra extra aos móveis que ali estavam. A porta ao lado se abriu. Logo Katherine entrou, bufando e revirando os olhos, com cabelo mais desarrumado que o normal.

— Então, grandão. Como está lidando com tudo isso? - sua voz não demonstrava o mesmo cansaço que seu corpo, que seguia a mente ainda perturbada pelo soro aplicado durante a tarde.

— Acredito que bem melhor que você. - ele terminou o copo de leite.

— Pois é... Aliás, temos que conversar.

Ela pegou a mochila que estava sobre a mesa em um dos cantos, sobre um armário de mantimentos, sentou-se ao lado dele e o abriu. O rostinho corado e o suspiro eram quase idênticos ao de sua irmã falecida, o que faz com que Tanner deslizasse e se sentasse ao lado da ruiva em pensar duas vezes.

— Alyssa... - o topor de rever a bebê tomou conta de si por alguns segundos, logo ele encara a jovem em reprovação.

— O que foi?

— Sério isso? Você carregou ela dentro de uma mochila a tarde toda e acha que não tem nada de errado nisso? Ela poderia ter morrido. Com certeza está cheia de fome ou... Machucada. Quem sabe até um osso quebrado.

— Eu salvei a vida dela. Eu estava prestes a me mandar e vi ela sozinha no chão. Um daqueles caras nojentos que se dizem da Audácia ia pisar nela como uma baratinha. Eu atirei nele, peguei uma mochila qualquer e a coloquei dentro. Depois acabei te achando na estufa e achei que seria uma boa ideia nos unirmos agora.

— Ia fugir você e Alek com um bebê? Isso não faz sentido.

Por mais que quisesse julgá-la, Tanner estava feliz por ver que Alyssa estava a salvo. Não havia um ferimento sequer em sua pele e seus olhinhos ainda se mantinham fechados. Um sono longo e bom. O suficiente para que não acordasse e chorasse antes mesmo de chegarem até ali.

— Tem certeza que não faz? Eu arrumei uma droga de caminhonete para darmos o fora daquele lugar. Esperei até trazerem a Bela Adormecida conosco. - faz referência clara a Sarah - E o nerd metido a besta. Então não venha me dizer que agi errado dessa vez.

E nem mesmo podia. Katherine não era do tipo de pessoa que demonstrava sentimentos, entretanto nessas últimas seis horas, havia demonstrado bastante empatia pelos que estavam a sua volta e por isso, quiçá, adiasse seu julgamento. Ela quem conseguiu a caminhonete. Ela quem a dirigiu. Ela quem conhecia Caroline e Nicolai. Ela salvou Alyssa. Ela talvez merecesse um voto de confiança... Talvez!

— Tudo bem... Você está certa quanto a isso. Mandou muito bem.

A outra sorriu ao lado do rapaz, levantando-se e indo a pia, enchendo um copo com leite e trazendo ao encontro dele e a pequenina Alyssa. Já com mais costume com crianças, Tanner derruba com cuidado o líquido na boca da bebê, deixando algumas faixas do conteúdo escorrerem por sua bochecha enquanto outra parte é ingerida.

— Dean vai ficar muito feliz sabendo que Alyssa está bem. - comentou o rapaz.

— Mas agora falta saber onde está a mãe dela. - disse a jovem, sem pensar duas vezes, de um modo pouco duro demais.

— Sei disso. Ela estava ao lado de Alyssa quando você a pegou? - olhou-a e obteve somente um aceno em negativo. - Ok! Vamos descobrir depois!

Assim que terminou, Tanner subiu devagar os degraus e entregou Alyssa nos braços de Dean, que com o auxílio de Sarah e Alice, permaneceram paparicando a pequena com largos sorrisos, quando Ally e Tanner voltaram a descer as escadas e ir a cozinha.

A jovem com cabelo preto e esticado passou pela porta sem dizer uma palavra e deixou novamente Tanner e Katherine sozinhos no cômodo.

— Bom... Admirável suas ações de hoje! - pronunciou o rapaz, tentando puxar assunto.

— Agradeço por ter notado! - levantou-se a ruiva, esfregando as mãos nas calças, indo a pia, deixando o copo ainda com pouco de leite dentro da mesma e pegando outro, enchendo com água e a bebendo.

— Parece que ficar na Amizade amoleceu um pouco o seu coração!

O comentário do rapaz a faz rir. Não da situação ou de si. Somente o impulso de rir a comete e a assim ela o faz, dando de ombros em seguida, virando de frente para Tanner com um sorriso um tanto bobo, dando curtos passos até ele, de forma que pode ter uma aproximação suficiente para que pudesse sentir o ar quente de sua respiração.

— Não creio que tenha sido aquele pessoal que amoleceu algo dentro de mim. Acredite! Continuo a mesma pessoa.

Num impulso, talvez, porém sem contestações, Tanner a envolveu delicadamente pela nuca com uma das mãos, enquanto a outra circulava a cintura da jovem de baixa estatura a sua frente, colando seus lábios, obtendo retribuição do beijo no mesmo instante.


*******

Os pés ágeis de Emily iam a frente dos demais no túnel de manutenção do Fosso. Abaixo do chão não muito firme da ventilação, podiam visualizar o refeitório com alguns audaciosos fazendo sua refeição, o que fez com que o seu estômago e o de Violet, que estava logo atrás, doer, principalmente depois do cheiro de hambúrguer que tomava conta do local.

Uma tosse fraca de Mia fez com que ambas retornassem a realidade e seguissem pelo tubo. Pouco mais a frente, havia uma fragmentação do mesmo.

— Ok! Aqui que nos separamos! - a voz de Luke era extremamente calculada. - Emily e Violet vão pelo lado de lá. - apontou a direita - Vão dar diretamente no quarto dos iniciandos da Audácia. No armário tem algumas vestimentas. Se troquem e prendam o cabelo. Qualquer coisa, se foram vistas, tentem não parecer nada suspeitas.

— Está certo, mas para onde vocês dois vão? - perguntou Violet, com zelo e preocupação com os companheiros.

— Vamos buscar algumas coisas. - o rapaz desviou do assunto. - Nos encontrem na rede em meia hora.

E assim se dispersaram. Mia, contudo, permaneceu sem mexer um músculo ao lado do rapaz.

— O que vamos fazer? - indagou sem demonstrar emoção alguma nas palavras.

— Você está ainda vestida como um membro da Audácia. - aponta as roupas pretas da garota - Você vai a enfermaria que geralmente é mais movimentada. Pega algumas coisas e sai de lá, pode ir diretamente para a rede ou se der algo errado, corra e pegue o primeiro trem que passar.

— E você? Onde vai? - ela agarrou seu pulso antes que seguisse pelo túnel.

— Vou a sala de treinamento dos iniciandos. Lá costuma ter armas e ficar vazia, já que os outros membros costumam treinar na sala principal das armas.

— Sei disso, mas você está quase todo Amizade com essas botas e camisa.

— É um risco que vale a pena correr! - pisca com o olho direito.

Não demorou muito e novamente apareceu uma ramificação no túnel, uma que permanecia o caminho para frente e outra que iria para a esquerda, a qual Mia seguiu. Logo que a jovem aterrissou no chão da enfermaria, escutou a risada de uma mulher repleta de tatuagens no pescoço, com uma calda de escorpião terminada na lateral direita de sua face.

— Algum problema na manutenção ou esses jovens gostam mesmo do cheiro de esgoto?!

Estava notavelmente bêbada e um homem negro, alto e pouco gordo, estava enrolando uma atadura em seu tornozelo. Ele não parecia bêbado ou sequer ligar para quem estivesse ali, tanto que a voz do anúncio de Mia em pegar algum remédio para dores musculares foram atendidos com um assentir, sem sequer ter olhar direcionado a si.

Por outro lado, o corpo de Luke fazia um barulho um tanto oco quando caiu agachado ao chão, flexicionando os joelhos. Sua visão periférica entrou em ação rodando todo o perímetro. A sala estava vazia, para sua sorte. Caminhou em passos rápidos e largos até um dos armário, abrindo-os.

Não resistiu em revirar os olhos e bufar ao notar que na parte superior haviam somente duas facas e embaixo duas armas de paintball com algumas recargas ainda.

— Acho que me radar acabou de acusar um Sem-facção!

A voz masculina o fez empunhar a arma de jogo e disparar duas vezes no homem, que gemeu um tanto com a dor da munição de azul e amarelho se espalhar por sua roupa preta. Aquilo de fato não o mataria, mas deixaria marcas já que não estava usando proteção alguma. O adversário gargalhou, sem demonstrar ideia alguma de alertar os demais sobre a presença de um instruso. Nesse instante, Luke pôde processar suas palavras. Um Sem-facção é um ninguém para eles e como ainda vestia uma calça preta com camisa da Amizade, essa foi a primeira coisa que o outro pensou. Matá-lo seria a mesma coisa que espalmar um mosquito qualquer.

Mais dois disparos acenturam o amarelo em sua roupa e criaram um tom alaranjado quando o vermelho respingou por cima da tinta. Talvez cansado da brincadeira, e demonstrando pouco de nojo misturado com raiva, o homem tirou uma faca do bolso e atirou na direção do rapaz, cravando no abdomen do mesmo.

Cristine, que se mantinha a par da presença o grupo e havia traçado quase mentalmente o caminho deles, acompanhada de Mia, que trazia nas costas uma mochila carregando alguns suprimentos médicos, entrou na sala. O bater da coronha na nuca do homem manchado de tinta foi o suficiente para que ele caísse desacordado com mais um de vários hematomas adquiridos nos últimos minutos.

Mia demorou alguns instantes para respirar enquanto estava ao lado de Luke, sentado no chão, ao lado do armário, tirando a faca que penetrara quase toda a lâmina, pouco abaixo de seu peito esquerdo.

— Nem pense em morrer, Luke! Só quem pode te ferir letalmente sou eu.

As palavras da garota estavam abafadas, assim como a visão turva que se escurecia cada vez mais. O olhar do loiro vagou da luz intensa da sala de treinamento para o azul do cabelo de Mia, o que lhe obscurecia pouco mais a face, parando nas mãos sujas com o próprio sangue e se fechando por completo.


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Notas finais do capítulo

Estou gostando de voltar a ativa. Fico feliz a todos que estão acompanhando e quanto aqueles que só ficam de tocaia, podem sair! Não mordo ninguém.
Uma brincadeirinha, que tal? Um leitor me perguntou no privado: "Se você pudesse trazer um personagem de volta, qual seria?". Minha resposta foi: "Josh". Não o pai da Alyssa e ex da Raven, mas o Josh que arriscou a vida na primeira temporada e morreu arduamente... Infelizmente, ele sabia demais. Ainda sim foi um personagem extremamente necessário, mesmo que sem muita atenção.
Alguém quer continuar o jogo? Podem perguntar o que quiser e dar ideias também.
Bom, até logo!

Personagem (nova) do leitor:
— Cristine Frangipane Duprie



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