Heroes. escrita por Lord


Capítulo 5
Pizza e você.


Notas iniciais do capítulo

Oi vocês, eu voltei com um capítulo um pouco mais curto do que eu gostaria, mas espero que vocês gostem.



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Max se tornava a pessoa mais linda quando ele fechava os olhos e recebia o sol no rosto. Ele fazia aquilo desde sempre, meu mundo sempre parava quando ele fazia isso, era como se o universo inteiro estivesse caindo na escuridão e eu quisesse me segurar nele, para sempre.

Ele abriu os olhos, ainda vermelhos por conta de toda a choradeira, e sorriu levemente assim que encontrou os meus olhos. Ele disse um pequeno “obrigado”, mas nenhum som saiu da sua boca, logo apenas eu pude ver.

–... E foi assim que eu acabei me tornando companheira de viagem desses dois. – Aimée disse jogando o cabelo vermelho para o lado.

Todos estavam contando suas histórias de vida, o que era um pouco desinteressante quando você tem só dezoito anos, ninguém viveu o suficiente para ter uma história incrível, mas todo mundo já viveu muito para se impressionar com coisas pequenas.

As histórias se arrastaram por mais algum tempo, Martin, o melhor amigo de Victor contou da vez que ele nadou com golfinhos, como se já soubesse que Max adorava golfinhos. Ele estava afim do Max, então eu decidi que não gostava dele.

– Garotos, vamos ficar aqui? – Aimée disse quando olhou a hora no relógio de pulso. – Eu preciso de um banho, preciso dar banho no Boris e não quero dirigir durante a noite e tenho quase certeza que nenhum dos dois quer.

– A gente perdeu muito tempo. – Max confirmou. – Vocês sabem onde tem um hotel?

Martin e Victor trocaram olhares, então Victor deu de ombros.

– Não vamos deixar vocês ficarem em nenhum hotel. – Ele disse sorrindo. – Vão passar a noite no nosso apartamento.

Nosso? Então os dois moravam juntos, logo eu teria que passar a noite na mesma casa que aquele metido do Martin. Eu queria ser atropelado por um ônibus.

– Eu posso ficar também? Tipo, eu acho que Aimée gostaria de uma companhia feminina. – a garota perguntou. O nome dela era Alex.

Martin abriu a boca para responder, mas foi cortado por Leon.

– Se a minha irmã for, eu também vou. – Ele disse.

Quando Leon era pequeno, o pai dele se casou com a mãe de Alex e os dois não se desgrudaram desde então. Mesmo não sendo irmãos de sangue, ambos eram bem parecidos, altos e esbeltos, cabelo loiro e lábios carnudos. Além disso pareciam ter saído de um catálogo de moda adolescente hipster.

– Todo mundo sabe que você só quer ir por causa da vizinha. – Sam, o atual namorado de Victor rolou os olhos. – Cara, ela tem idade para ser sua mãe.

– Ela só deve ser uns doze anos mais velha. – Leon deu de ombros.

– Isso é nojento. – Martin falou. – Ok, vamos ter uma festa do pijama, mas Aimée, Theo e o Max são nossos convidados, então, vocês que vivem mais no nosso apartamento do que nas suas casas, se comportem.

***

– Esse cachorro não é de Deus. – Eu disse depois de ter sido derrubado pela terceira vez.

Para “agilizar” as coisas, Max e eu decidimos que nós daríamos banho no Boris enquanto Aimée tomava banho no outro banheiro. Mas aparentemente, Boris não era um cão tão bonzinho quanto parecia ser.

– Você está bem? – Max perguntou do lado de fora do box.

– Eu pareço bem? – Perguntei ironicamente.

Max não sabia muito bem o que significava trabalhar em grupo, então eu fiquei dentro do box lutando pela minha vida enquanto ele ficou do lado de fora apenas observando. Martin entrou no banheiro e ficou observando a cena ao lado do garoto de cabelo azul.

– Quer ajuda? – ele perguntou.

– Eu agradeceria.

Martin tirou a camisa e entrou no box junto comigo e o cachorro que mais parecia uma cria de satanás. O garoto tentou pegar Boris, mas o cachorro desviou. Mais uma vez eu me perguntei como ele conseguia ser tão habilidoso em um cubículo de 2m².

– Boris, sentado. – Aimée disse da porta do banheiro.

O cachorro obedeceu à dona e ficou parado observando a minha cara de indignação. Então todos, exceto eu, começaram a rir. Martin acabou decidindo que enxaguaria Boris sozinho e me mandou ir tomar banho no outro banheiro. Mesmo com toda aquela gentileza, eu continuava não gostando dele.

Fui para o banheiro do lado e deixei a água morna cair sobre mim. Pensei em Max. Tinha sido um dia difícil para ele, mas mesmo assim ele conseguiu deixar tudo sob controle. Eu tinha inveja de Max por conseguir encarar as coisas tão bem. Eu provavelmente ainda estaria chorando ou já teria socado alguma coisa.

Esperei uma eternidade até alguém aparecer com as minhas roupas. Infelizmente essa pessoa foi Aimée e infelizmente eu ainda estava no chuveiro.

– Por que você não bateu na porta? – Perguntei puxando a toalha para me cobrir.

– Eu achei que você já tivesse terminado. Me desculpe. – Ela tapou os olhos. – Max também está no banho, então eu tive que trazer as suas coisas.

– Será que você pode fingir que isso não aconteceu? – Perguntei envergonhado.

– Claro. – Ela balançou a cabeça com um sorriso bobo. – E você não está tampando o que devia.

– Aimée, sai!

– Me liga. – Ela disse batendo a porta.

Me sequei e vesti a minha roupa, bermuda preta e uma regata também preta. Fiquei algum tempo encarando o meu reflexo embaçado. Coloquei as roupas sujas dentro do segundo bolso da mala, provavelmente lavaria quando eu fosse para um hotel ou no dormitório da faculdade, mas era bem provável que até eu chegar na faculdade não teria mais nenhuma roupa limpa.

Quando eu saí do banho dei de cara com Max.

– Ela também te viu? – Ele perguntou constrangido.

Afirmei com a cabeça.

– Está tudo bem? – Perguntei.

– Você sabe que eu não tenho problemas com o meu corpo, eu até me...

– Você sabe do que eu estou falando.

Ele baixou a cabeça.

– É a primeira vez que eu posso ser totalmente quem eu sou com a pessoa que eu mais amo. – Ele voltou a olhar para mim. – O mundo é muito mais bonito daqui de fora do armário.

Sorri quando ouvi as palavras. Não porque foi uma piada sobre sair do armário ou coisa do tipo, eu apenas sorri porque eram palavras verdadeiras, palavras verdadeiras do verdadeiro Max.

– É meio difícil sabe? – Ele continuou. – Eu sou mexicano, a gente tem meio que uma cultura machista.

– Max, você mal entende a sua avó. – Revirei os olhos. - Você nem esteve perto do México.

Ele deu de ombros e sorriu.

– Tanto faz, eu estou faminto. – Falei.

– Victor pediu pizza. – Max vibrou.

– E você ama pizza.

– Eu amo pizza e você.


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Notas finais do capítulo

Entre idas e vindas de procuras de músicas para a minha playlist eu acabei achando algumas músicas me lembram os nossos três protagonistas (talvez elas não façam sentido agora).

Max: Kamikaze - Mo.

Theo: FourFiveSeconds - Rihanna.

Aimée: Moments - Tove Lo.



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