Eyes Green escrita por july_hta66, Gabriella Elf


Capítulo 1
Capítulo Único




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Minha frustração agora invadia minha mente.

O bendito alarme do meu criado mudo, não tocava e sim, berrava no pé do meu ouvido. Sem pensar duas vezes, mesmo sem olhar, com a cabeça enfiada no travesseiro, apenas dei um soco no infeliz do despertador. Dando chance de escutá-lo se espatifar no chão, provavelmente o quebrei, então, teria que colocar na minha lista de compras desta semana - ou melhor dizendo, de hoje.

Habitualmente, com a maior preguiça do mundo, me levantei da cama ainda de olhos fechados, bocejei e estiquei meus braços até acima da minha cabeça finalmente levantando. Entretanto logo me "esbarrei" com a parede e lembrei que deveria abrir os olhos para poder enxergar - sei que às vezes sou meio idiota, tirará essa conclusão por si.

Tive dificuldade para me acostumar com a claridade da cidade e do barulho também, afinal, vivo em Nova York.

A Cidade que NUNCA dorme - mas no meu caso eu não durmo, eu hiberno - então bocejei mais uma vez e fui fazer minha limpeza básica, afinal eu sou gente. Não quero aparecer na rua com um cheiro de que alguém morreu em mim; saí do banheiro mais disposta e botei minha calça preta, com uma blusa estilo xadrez. Coloquei logo de cara minha bota de neve, afinal estamos no inverno.

Peguei meu casaco preto longo e minha bolsa, tratei de deixar no sofá para não esquecer. E fui arrumar algo para comer, descobri em seguida que não havia nada na minha geladeira ou nos armários - lembrete mental: fazer comprar ainda hoje urgentemente. Despertador novo e mais resistente + Ração humana suficiente para um Apocalipse Zumbi - então vesti meu casaco e peguei minha bolsa, tranquei a casa, pois hoje iria tomar café da manhã no Dinner. Não era longe do meu apartamento, na verdade eram apenas três quadras dali, era só sete e meia da manhã, então dava tempo e sobrava para tomar café e fazer compras.

Hoje eu só iria para o tribunal as duas da tarde, mas tratei de apressar mais o passos, pois minha barriga já doía de fome. No entanto, algo me chamou a atenção ao atravessar o terceiro quarteirão. Havia acontecido um acidente logo na frente da Lanchonete | Restaurante, e assim de uma briga entre motoristas, apenas vi os dois homens - ou melhor, brutamontes - quase se matarem.

Levei um susto quando, ambos os caras estavam "rolando" no chão -Cadê a civilização conquistada pelo ser humano? - e graças a neve que havia no chão me desequilibrei e sabia que iria de encontro ao chão, mas para minha surpresa não senti o asfalto duro e gelado achatando meu traseiro. O que senti foi um par de mãos grandes e firmes segurarem minha cintura delicadamente (?), quando me recompus finalmente pude ver meu salvador assim que me virei para agradecer o gentil homem de não me deixar emborrachar na neve.

Acabei fitando aqueles olhos grandes e verdes, levemente meios azulados. Algo me deu vontade de fitar por longos minutos, mas me contive. E simplesmente agradeci:

— Muito obrigada! -Disse sorrindo levemente.

Ele apenas me olhou sério e falou:

—Sei.. Sei.. Apenas não me agradaria ver uma dama belíssima cair no chão sujo e molhado. -disse sem demonstrar qualquer emoção.

— Mesmo assim, obrigada! -digo sorrindo - desculpe tenho que ir!

Fitei o relógio e depois direcionei minha visão para o homem, que estranhamente não estava mais na minha frente. Franzi o cenho sem entender, mas no fim apenas continuei a fazer o meu percurso.  

Atravessei a rua e entrei no Dinner e cumprimentei alguns funcionários que já me conheciam.

— Bom dia, Mary! -.

— Bom dia, senhorita Greene! Quer alguma coisa? -.

— Sim eu quero um café da manhã tradicional. -.

—Tudo bem. - diz adotando num papel no balcão - Temos uma situação chata hoje, senhorita. Como vê estamos lotados, se importa de dividir a mesa com alguém? -pergunta me olhando.

— Não, tudo bem.

—Está certo, a Elisabeth vai te levar até à mesa.

Pouco tempo depois a seguinte garçonete apareceu para me guiar e seguimos pelo corredor, só naquele instante notei o nível de "lotação" do estabelecimento. De repente nós paramos e ela falou algo com um cara de costas para mim, mas o que pude ver era que ele tinha cabelos negros pouco acima cima dos ombros, sua vestimenta parecia ser de marca.

Elisabeth me deu um aceno com a cabeça dizendo que eu podia sentar e assim ela me deixou. Aproximei-me mais da mesa, e disse:

— Com licença! - e sentei.

Mas quando curiosamente virei meu rosto para descobrir quem seria meu colega de mesa, tive uma breve surpresa.

Era o homem dos olhos verdes, de minutos mais cedo. Então eu sorri e fiquei olhando-o descaradamente, para ver se ele me encarava de volta - ele parecia estar concentrado "demais" lendo um livro de manhã tão cedo - De súbito ele bufou e disse:

— Perdeu algo aqui? -disse ríspido.

—Nã... Na verdade sim! Perdi sua concentração em mim.. -digo fitando-o.

Que agora tinha deixado o livro de lado para apenas me avaliar, e por isso sorri mais uma vez.

— Tudo bem, meu salvador?

— Não me chame assim-diz ele parecendo estar com raiva.

— Ok, então qual é seu nome?  

— Sou Loki! -diz ele.

— Tudo bem Loki, sou Alexandra.. Alexandra Greene. -digo sorrindo como sempre - você mora por aqui? -pergunto curiosa. Achei aquele nome bastante exótico e ele tinha cara de estrangeiro.

— Não te interessa. -disse ríspido.

— Nossa que humor cara, o que foi? Não deu umazinha hoje não?- Provoquei.

E logo ouvi uma pessoa cuspindo e rindo, quando olhei para o lado. Era um senhor que estava rindo provavelmente de mim ou de Loki.. Não sei dizer, porque ele não parava de dar gargalhadas. Voltei minhas atenções novamente para minha "prioridade" e só o vi me encarar com uma sobrancelha levantada. Deve estar pensando como tricotar só pode.

— Que foi? -pergunto sem qualquer intenção.

—Nada, só apenas que.. Você é bastante bonita, até demais para uma huma.. Quer dizer, garota. -.

O olhei sem entender, porque primeiro ele me ajuda a não passar vergonha com a bunda melada de neve, depois me irrita e é rude comigo aqui no restaurante por motivo nenhum, e agora me diz que sou bonita?!

Vai entender os homens! Depois dizem, que nós mulheres somos as complicadas.

— Então tá. -digo estranhando-o - Mas enfim, tem quantos anos?

O vi dar uma gargalhada como nunca vi antes, ele até superou o idoso que cuspiu um líquido - que não faço ideia do que era - e depois começou a rir.

— Bem mais do que você imagina. -diz ele sorrindo e me encarando.

Fitei aqueles olhos que pareciam esconder algo... de mim, do mundo e de si mesmo (?). Ele é tão misterioso e rude ao mesmo tempo. É engraçado com sua risada quase nada escandalosa - só que não - e tem aquelas "meias" frases que parecem não querer ter contato muito "próximo" das pessoas ou apenas de mim. Quem sabe?

Quando vi que estava o encarando demais, olhei para o lado envergonhada e dei um sorrisinho de lado, mesmo sendo por nada. Às vezes eu pareço aquelas adolescentes que acham que estão gostando de alguém. Mas meu mundinho de felicidade logo acabou-felicidade de pobre dura pouco - quando meu telefone começou a tocar.

Peguei-o na minha bolsa e vi que era meu chefe.

—Alô? Alexandra?  

—Oi Gray.  

— Sei que ainda deve estar em casa, mas pode chegar aqui mais cedo?  

— Ok, estarei aí em vinte minutos! -digo logo em seguida desligando o telefone.

Vi que Loki me observava pelo canto dos olhos e fingia estar olhando para o lado de fora do restaurante. Ele comentou:

— Já vai? -diz agora me olhando.

— Sim.. Bom, foi bom conhecê-lo. Mas tenho que ir! -digo pegando minha bolsa e tirando uma nota de vinte do meu bolso e deixando em cima da mesa, mas ele me repreendeu.

— Não precisa, eu faço questão de pagar! - diz ele.

Apenas sorri e botei o dinheiro de volta ao seu lugar anterior. E num gesto ousado me aproximei mais daquele estranho e lhe dei um beijo na bochecha. Afastei-me o bastante para vê-lo sorrir e apenas dei um aceno enquanto saía do estabelecimento. Espero vê-lo outra vez, algum dia. Algo nele me interessava bastante. Mas depois de um tempo, acabei me "tocando" que não havíamos pedido nada, o interessante que bastou olhar em teus olhos que nem sabia mais o que era certo ou errado.. O homem dos olhos tensos, um tom de se apaixonar.


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