A cada flecha lançada contra a grande torre, Ashe ficava cada vez mais receosa. Sabia que não devia estar na base inimiga sem suporte de algum guerreiro, mas ela não tinha escolha. Ela era a única viva.

Não apenas de sua equipe, mas a única viva em Summoner’s Rift, a Fenda dos Invocadores. Após empurrar com força os flancos de baixo, seu time tinha conseguido invadir, mas tinha sido massacrado pelo time inimigo. Mas não sem lutar e fazer com que os alvos de Ashe ficassem vulneráveis. Depois disso, apenas a Arqueira de Gelo estava viva.

Isso não significava que tinham vencido. Apenas significava que Ashe tinha poucos segundos antes que a tecnologia de Noxus entrasse em ação, trazendo de volta a vida os inimigos eliminados.

Enquanto eles não reencarnavam, Ashe tentava causar o máximo de dano possível, sendo acompanhadas de fracas tropas robotizadas que se matavam para que ela pudesse lançar suas flechas na grande torre que protegia o Nexus inimigo, para que finalmente, a matança que ela odiava pudesse ter um fim.

A cada flecha lançada contra a grande torre, Ashe ficava cada vez mais receosa. Não lembrava o tempo das mortes de seus inimigos, e decidiu invocar o Espirito de Falcão. O mesmo falcão que salvou sua vida enquanto fugia de assassinos que desaprovavam sua forma de governar a tribo. Naquele mesmo dia, ela tinha sentido o frio dentro dela. Ela tinha sentido Avarosa dentro dela.

E o Espírito de Falcão nunca se engana. E lá estava na base inimiga, se reencarnando, Soraka, a Filha das Estrelas. Mais uma pessoa que devia gostar daquela matança tanto quanto Ashe. Isso é, nada.

Com certeza Soraka sozinha não tinha chance nenhuma de deter Ashe sozinha. A Arqueira de Gelo não viu problemas em continuar ali, golpeando a torre de pedra, mas seu espirito de falcão via mais uma pessoa vindo.

Jax, o Grão-Mestre das Armas, renascia das cinzas em que tinham lhe transformado. O seu grande poste de latão já girava, pronto para golpear a cabeça da pequena Arqueira de Gelo. Em um salto, ele pousa perto de Ashe, que apenas tem como opção, correr.

Ela podia ouvir a Filha das Estrelas dando apoio ao poderoso mercenário que vinha atrás dela. O barulho do poste ralando no chão fazia a espinha de Ashe esfriar, mais do que ela já era fria pelo Arco de Avarosa. Se olhasse para trás, seria destruída por Jax.

Mas ela tinha um plano.

Vendo ao longe os limites da base do inimigo, ela sabia de uma maneira que poderia atravessá-las rapidamente, fazendo Jax e Soraka perderem alguns segundos na corrida, garantindo o pescoço de Ashe. Em sua mão, a fraca luz Amarela Canário brilhava. Seu feitiço ainda não usado, ganho quando entrou para a Liga.

Próxima da parede da base, ela o usa. Seu corpo explode em uma luz, sumindo. Ashe sente seu corpo fora de órbita, como se a gravidade não mais existisse, ou que ela não mais fizesse força sobre seu corpo. Quando seu corpo reaparece, ela abre os olhos, esperando estar finalmente do outro lado da barreira.

Mas não é o que ocorre.

Seu nariz bate com tudo da barreira. Ela tinha executado o feitiço muito longe da pedra que dividia o resto da fenda e a base inimiga, e seu teleporte em flash apenas a aproximou do obstáculo, mas não o ultrapassou.

Caída no chão, ela vê o grande Jax pulando em sua direção. Aquilo ia doer.

O Grão-Mestre das Armas explode a cabeça de Ashe com seu poste de latão, a única arma que ele tinha permissão de usar pela Liga. Em um misto de sangue e osso, a alma de Ashe é arrancada de seu corpo, enquanto a tecnologia de Noxus fazia com que ela voltasse a vida, em sua base.

–Ace!