Paws - Um Amor de Cão escrita por FireboltVioleta


Capítulo 18
Um amor de cão


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas!
É isso aí. Chegamos ao fim da minha mais nova shortfic ;-;
Mas não fiquem tristes. Continuarei fazendo muitas e muitas fanfics pra vocês, meus chuchus ♥
Não acho que tenha ficado bom o suficiente para um final digno, mas foi o que consegui fazer. Digam o que acharam, se puderem :P
Obrigada por todo o carinho, gente... :3
Boa leitura!



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Depois que Rony e eu nos despedimos das meninas – não sem que eu descobrisse que o tal cara que Julia queria namorar era, ironia do Destino, um trouxa ruivo no fim da rua – entramos em casa.

Papai e mamãe pareceram muito surpresos quando reconheceram Rony.

– Ah... Ronald – vi mamãe sorrir, indo de encontro á ele e o abraçando – há quanto tempo, querido!

Papai também sorriu, cumprimentando-o com um aperto de mão.

Segurei o braço dele, com um grande sorriso no rosto.

– Sr. Granger... Sra. Granger – Rony falou, com a expressão satisfeita – vim visitá-los... queria ter vindo antes, mas houve... um empecilho.

Paralisei, embora não tivesse demonstrado minha tensão.

Obviamente, meus pais não deveriam nem sonhar qual fora o tal “empecilho”.

– Tudo bem, rapaz – papai suspirou – só é uma pena que não possamos lhe dar a devida atenção agora. Monica e eu teremos que ir até o centro resolver alguns problemas na clínica... – ele coçou o queixo, pensativo - espero que possa ficar para o jantar, de repente...

– Não quero incomodar... – Rony começou, enquanto eu o acotovelava, rindo.

– Não comece, mocinho – mamãe fungou, humorada – só espere que voltemos, e vou fazer um belo empadão para todos nós...

Ri quando Rony revirou os olhos, brincalhão.

– Tudo bem... já que insiste...

Depois de algum tempo de conversa animada entre Rony e meus pais, almoçamos na cozinha, e, em seguida, papai e mamãe se aprontaram para sair.

Senti um assomo de ligeira ansiedade quando eles finalmente deixaram a casa.

Talvez fosse por que, finalmente, depois de um exorbitante tempo, Rony e eu estávamos final e completamente a sós.

Rony parecia ter se apercebido da mesma realidade, já que baixou o olhar sutilmente em minha direção, com a expressão estranhamente calculista.

– E então? – ele murmurou calmamente – como passou a semana?

Franzi o cenho, pega de surpresa.

Considerando que Rony não sabia que eu descobrira sobre sua transformação, não sabia qual era exatamente o teor de sua pergunta. Ele queria saber como eu me senti durante aquele tempo com ele enquanto era Teddy? Ou como eu reagi quando “desaparecera” na noite anterior?

Aquele era um impasse que talvez eu nunca veria resolvido. Que situação complicada...

– Bem – dei de ombros, optando pela resposta menos invasiva – relativamente bem –e ergui o olhar – e você?

Rony suspirou pesadamente, com o olhar vago.

– Também – ele murmurou, por fim.

– Quer subir? – faleis sem pensar, subitamente.

Ele me encarou de modo surpreso, e senti minhas bochechas corarem.

– Para conversar – acrescentei, ficando ainda mais vermelha. Droga, só faltava Rony ter pressentido algum duplo sentido em minha frase impensada.

No entanto, relaxei quando o vi rir, ainda espantado.

– Ótima idéia.

Ainda atordoada pela minha falta de juízo, subi com Rony em silencio para o andar superior, engolindo em seco.

Quando chegamos ao quarto, Rony se adiantou, olhando pensativamente ao redor. Lançou-me um sorriso, antes de sentar-se na cama, com as mãos entrelaçadas uma na outra.

– Como sua família está? – indaguei, em parte interessada, em parte querendo saber o que acontecera com Gina.

– Estão todos bem – ele apertou minha mão, me encarando com tal carinho, que quase me fez derreter toda – mortos de saudade de você. Mamãe está louca para te fazer um suéter novo.

– Essa não – brinquei, sentando ao lado dele, enquanto Rony dava risada.

Observei-o levantar o olhar para o criado-mudo ao lado.

Meu sangue congelou quando o fitei apanhar a guia que eu esquecera em cima do móvel, levando-a ao seu colo.

Rony vincou a testa, e pensei ter visto uma mistura de pânico, curiosidade e indecisão tomar conta de seu rosto.

– Rony...? – mordi o lábio, sentindo a leve tensão que pairou subitamente entre nós dois.

Ele me inclinou a guia, com a expressão contraída.

– Hermione... eu acho que... bom... – voltou-se para mim, os olhos arregalados de temor – eu...

Não ia suportar por muito mais tempo. Aquilo já estava torturando nós dois.

– Eu sei.

– O que? – Rony arfou.

– Eu sei de tudo – repeti, ofegante.

Assim que a confusão se esvaiu do rosto dele, vi o pavor substituí-la.

– Sabe? – ele balbuciou.

– Gina me contou – abracei meu próprio corpo – não foi culpa dela... foi quando... aconteceu aquele ataque.

Fechei os olhos, não querendo lembrar do quão perto Rony chegara da morte, e por um motivo tão terrível.

Rony parecia ter se transformado numa estátua completamente pasma ao meu lado.

– Mas eu já desconfiava – continuei, estremecendo – bem, deveria ter desconfiado desde cedo...

Senti a angustia se dissipar, substituída pela ternura que me invadiu quando me recordei dos melhores momentos entre mim e Teddy.

– Mas eu achava uma loucura. E Teddy... – engasguei, rindo, embora sentisse uma vontade estúpida de chorar – foi o melhor animalzinho que uma garota poderia ter – sorri, vendo Rony finalmente piscar, como se refreasse as próprias lágrimas – meu melhor amigo. Um amigo especial e maravilhoso... que eu já conhecia há muito tempo atrás... e que voltou para mim.

Rony engoliu em seco, e sorri quando ele segurou minhas mãos, quase atordoado com minha inusitada declaração.

Deixei as ridículas lagrimas caírem quando ele me acolheu num abraço aflito.

Sentia que Rony queria dizer um milhão de coisas agora... mas também sabia que nenhuma delas precisava ser dita... apenas sentidas.

Afaguei seus cabelos.

– Hermione... – ele guinchou.

– Não – apertei ainda mais o nosso abraço – não precisa, Rony... – afastei-me, tomando seu rosto entre minhas mãos – e eu nunca vou poder agradecer por essa loucura maravilhosa que você fez – ri, extravasando a sensação deslumbrada que me corroeu – era tudo que eu precisava.

Rony sorriu – um sorriso choroso e torto que quase me fez perder o fôlego – antes de colar sua boca na minha.

Sentir novamente aquele ninho de segurança e ternura que ele me fornecia fez as emoções latejantes em mim finalmente se abrandarem.

Retribui seu beijo, encantada com a doçura de seus lábios contra os meus.

Sentira tanta falta daquilo... daquela sensação pura e delirante. Só Rony conseguia fazer com que eu me sentisse a única garota existente no mundo.

Tal como Teddy, ele parecia só ter olhos para mim, E aquilo era demais para meu coração suportar.

Quando ele recuou, inclinei-me instintivamente, fazendo-o rir.

– Acho que você precisa respirar...

– Quem precisa de oxigênio? – bufei, o que só fez Rony rir ainda mais.

Você – ele apanhou minha mão, beijando-a e fazendo meu estomago gelar de satisfação – você precisa. A eterna e única dona minha e de meu coração.

Tentando disfarçar a felicidade que me invadiu com aquela frase tão doce, tentei tripudiar, sem sucesso.

– Que piegas... – falei, embora meu rosto dissesse exatamente o contrário.

Rony riu.

– Eu acho que não...

Uma súbita inspiração invadiu minha mente.

– Rony... – arquejei – pode... levantar a camiseta um pouco? Nas costas?

Ele pareceu compreender a natureza do meu pedido, pois não discutiu, virando-se para que eu pudesse retrair sua blusa.

Minhas entranhas se retraíram quando toquei a cicatriz avermelhada e circular em suas costas.

Meus olhos arderam outra vez.

– Ainda não acredito que fez isso pra me salvar – choraminguei, abalada.

Rony voltou a se virar para mim, afagando meu rosto.

– Faria isso mais mil vezes, se fosse necessário.

Assenti, comovida, com o coração borbulhando de afeto.

– Mas não vai ser – falei, reafirmando o que dizia com um aceno da cabeça – Teddy nunca mais vai ter que se arriscar por mim, não é?

Rony fremiu a sobrancelha e não respondeu.

Pelo contrário, para meu choque, desceu da cama e esgueirou-se por baixo dela, como se quisesse se esconder.

– Rony? – falei, rindo de tão confusa – o que está fazendo, seu maluco? Saia daí!

Inclinei o corpo para o outro lado da cama, para onde o rosto de Rony deveria estar virado.

Porém, algo bem menor que meu namorado saiu do outro lado da cama.

E, embora fossem os mesmos olhos que haviam acabado de me encarar segundos antes, o rosto pequeno e peludo fez meu coração disparar, atônito.

Impossível!

Recuei, caindo no colchão de choque.

Baixei a mão, ainda abalada, e tentei tocar o focinho que se inclinou em minha direção.

O cachorrinho latiu, me deixando ainda mais aturdida, e desapareceu debaixo do colchão.

Tentei não entrar num pânico catatônico quando Rony reapareceu no outro extremo da cama, já na forma humana.

– Rony! – mal conseguia falar quando ele retornou para onde estava sentado, momentos antes – como? – gaguejei, pasma - mas Gina disse...

– Gina estava errada – Rony parecia querer arrebentar o rosto com o tamanho do sorriso que abriu – não foi uma poção temporária, Hermione.

Meu queixo despencou.

Minha nossa...

Mas se não fora uma poção...

– Animago – murmurei, congelada.

Rony assentiu, voltando á acariciar minha bochecha.

– Eu sabia que, caso você gostasse de mim mais do que devia... – ele explicou – bem... eu sabia que não podia deixar que você sofresse outra vez pela perda de um animal de estimação... – seus olhos se cravaram nos meus – era a única solução. E você merece, Hermione... e não havia o porquê de não fazer. Queria provar que posso ser um pouco mais do que um eterno legume insensível.

Emocionada, balancei a cabeça, cingindo o pescoço dele num novo abraço.

– E você é, seu bobão – solucei, absurdamente alegre – você é, Rony... é simplesmente um amor de cão.

Seu corpo chacoalhou com a gargalhada que ele deu, contagiando-me e também me fazendo rir.

Derrubei-o na cama, deitando ao seu lado, ainda envolta em seus braços.

Eu ainda não acreditava na pura verdade que Rony me dissera.

Havia se tornado um animago apenas para me ver feliz... para preencher, talvez por uma vida toda, aquela parte que Bichento deixara em mim.

Aquele garoto não existia.

Saber que Teddy me acompanharia pela eternidade, quando assim quiséssemos, praticamente dissociou aquela barreira que parecia existir entre aquelas personalidades tão diferentes do mesmo ser fantástico que eu tanto amava.

Se faltava alguma coisa para eu me sentir verdadeiramente completa e feliz, Rony havia acabado de extinguir essa falta.

Quando o senti encolher em meus braços, só pude sorrir quando o rostinho pequeno, peludo e brincalhão, que havia me conquistado durante aquela semana, finalmente ressurgiu diante de mim.

Circundei o corpinho quente e macio em meus braços, rindo com a lambida desnecessária que Rony deu em meu queixo.

E eu havia imaginado tanta coisa... menos aquilo.

Agora a carta havia sido jogada.

Eu não sabia como seria aquele futuro inusitado com o meu adorado e maluco namorado bichinho de estimação.

Mas agora, lembrando o pouco que tivera de experiência com aquele cãozinho tão especial, tinha uma certeza absoluta.

Uma aventura.

Uma vida ao lado de Rony e Teddy seria uma aventura.

A melhor e mais fantástica aventura do mundo...


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Notas finais do capítulo

Pois é. Acabou.
Ainda acho que o final ficou estranho, maaas... rsrs
Agradeço de coração por lerem e acompanharem. Obrigada por tudo



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