Os primos tinham acabado de entrar no ônibus bruxo roxo berrante. Alvo e Rose não pareciam muito contentes, mas Nikki parecia mais animada do que nunca.

—Tio Hagrid - chamou James parecendo um pouco nervoso, o meio-gigante era muito próximo a ele e a toda sua familia, por isso ele as vezes o chamava de tio

—Fala, Jay - respondeu calorosamente sorrindo para o menino

—Eu tenho que te contar uma coisinha, preciso da sua ajuda. Posso ir para sua cabana com Fred e Nikki depois do almoço?

—Claro! Contem comigo sempre que precisarem!

Alvo estava muito satisfeito em estar de volta em Hogwarts, pelo ele não precisava ficar ouvindo seu pai falando orgulhoso sobre as conquistas do seu irmão, e o deixando de lado. Quando entrou no Salão Comunal da Grifinória, com seus primos e o irmão ele estava completamente vazio, pois todos os colegas estavam nas suas aulas, com exceção de um garoto magrelo que se encontrava numa poltrona muito afastada e parecia estar cochilando.

—Ludo? - chamou o seu primo Fred, se aproximando do menino - Que é que você ta fazendo aqui?

O menino, que tinha os cabelos pretos muito embaraçados, e as vestes de segunda mão muito amassadas, parecia estar profundamente adormecido. James e Roxanne também tinham se aproximado dele, enquanto Al e Rose observavam a cena um pouco mais afastados. Jay cutucou o ombro do menino, o fazendo acordar no susto.

—Que horas são? - perguntou preocupado enquanto ajeitava as vestes e o cabelo -Droga, eu deveria estar na aula...

—Ludo, você está bem?

—Estou, é só que eu tive insônia e vim para cá de manhã, peguei no sono...

—Ninguém te acordou para você ir para a aula? - disse Rox

—Pelo visto não, né - sorriu o menino parecendo muito constrangido

Rose se aproximou mais de Ludo, o primo Alvo a seguiu, mas parecia não estar entendendo muito bem o que estava acontecendo.

—Lud, acho que você não conhece meu irmão, Alvo - apresentou James apontando para o garoto que sorriu um pouco envergonhado - E a minha prima Rose

—Prazer! Bem eu acho que deveria me apressar - avisou consultando o relógio de pulso - Tenho aula do Lupin

E então, rapidamente o garoto sumiu pelo retrato da mulher gorda. James e Fred subiram para o seu dormitório. Mas Rose parecia muito intrigada e disse para Al continuar no Salão, pois queria conversar a sós com o primo, então eles esperaram Roxy sair de lá.

—Você está pensando no mesmo que eu?

—Como que eu vou saber... - indagou Albus confuso

—Aquele menino... Noite passada foi noite de lua cheia... Acho que ele precisa de ajuda...

—Ai, Rosie, você acha? Ele podia ter ficado acordado por outro motivo, sabe, ainda acho que esse negócio de Afiado tem a ver com um dos Wood, ou um dos amigos deles... - respondeu irritado

—Pode ser, mas não podemos descartar a possibilidade de Ludo ter algum problema, se é que você me entende...

—A gente tem que conversar com Teddy! Ele vai saber o que fazer....

Al se sentia irritado. Por que ele e Scorpius foram visitar a droga da Floresta Proibida? Que ideia idiota! Agora ele próprio se sentia na responsabilidade de descobrir quem era o Lobisomem e ajudá-lo, e tudo que ele menos queria era uma responsabilidade do tipo, na maioria do tempo ele só queria ficar quieto na dele, detestava ser o centro das atenções.

Na hora do almoço, Al e Rose se juntaram a Mia e Peter e lhes contaram o que tinha acontecido.

—Ta, Rosie, digamos, que o tal menino Ludo é o Afiado... O que nos, 4 crianças de 11 anos, vamos fazer para ajudá-lo? - indagou Alvo

—Garoto, você não tem noção do seu sobrenome? - revidou Mia - Seu pai impediu o Lorde das Trevas de pegar a pedra filosofal quando tinha sua idade, caso não saiba, existem milhões de livros que contam a histo...

—EU NÃO SOU O MEU PAI! - berrou ele e se levantou da mesa depressa, deixando todos na mesa surpresos e chamando atenção de muitos alunos que estavam almoçando

O garoto sentia-se muito irritado, sua cabeça latejava. Só tinha vontade de ser um bruxo comum como todos os seus colegas da escola. E achava que só iria se sentir a vontade desabafando com seu quase irmão mais velho, e agora professor, Ted, então apressou o passo e rumou para sua sala. Quando chegou ao corredor, viu que a prima Victoire estava saindo da sala, e ela ficou um pouco constrangida quando o encontrou.

—Oi, Al! Tava resolvendo uma coisinha com o Teddy, sobre o time de Quadribol da Lufa-lufa, sabe...

—Certo, Vic - ele respondeu, sabendo que a prima provavelmente estava inventando uma grande mentira

—E ai, Alvinho! - cumprimentou Ted quando o viu na porta - Pode entrar...

A sala do garoto ainda não estava totalmente decorada, mas era rodeada por pôsteres de algumas bandas famosas e times de Quadribol. Também havia inúmeros porta-retratos, Alvo se encontrou em varios deles.

—Estava justamente preparando a aula do primeiro ano!

—Teddy, eu estou me sentindo horrível, e sinto que não posso conversar com ninguém sobre isso! - disse ele sentindo o seu rosto arder

—O que aconteceu? - perguntou preocupado, aproximando sua cadeira e colocando carinhosamente a mão dos cabelos do pequeno

—Estou muito preocupado... Desde que vimos aquele... Aquele Lobisomem... Fico sentindo que eu tenho uma grande responsabilidade, e vou ter que descobrir quem é, e depois uma maneira de ajudá-lo! Mas eu não faço ideia de como fazer isso! Agora querem que eu descubra e resolva tudo isso só por que o papai fez grandes feitos na minha idade! - o menino estava tão nervoso que sentia estar vomitando as palavras, mal conseguia parar para respirar direito - E ainda tem o IDIOTA do meu irmão sempre o preferido da familia... EU SÓ QUERIA TER OUTRO PAI! - berrou irritado e só conseguiu sentir o peso das suas palavras quando mirou os olhos violetas de Ted

—Pelo menos você tem um pai, não é mesmo...

—Desculpe, Teddy, não foi a minha intenção!

—Eu sei, pequeno. Tudo bem. Tente conversar com Harry sobre isso, aposto que ele vai te ajudar. Ele está tentando ser o melhor pai que conseguir ser... Eu te entendo, Al, sei como é, meu primeiro ano também não foi fácil, parecia que as pessoas tinham pena de mim e me subestimavam por eu ser órfão, sabe... Mas nunca podemos nos definir pelo o que as pessoas pensam de nós. Não se aborreça quando as pessoas lhe compararem ao seu pai, ele foi e é uma pessoa muito importante para o mundo bruxo, você devia se orgulhar por carregar o nome “Potter”.

—Obrigado Teddy! Você é demais, ainda bem que posso contar com você! Mas eu quero te dizer mais uma coisa sobre o suspeito Lobisomem...

—Desembucha!

Então ele explicou tudo o que sabia sobre Ludo.

—É mesmo, o menino realmente chegou bem atrasado na minha classe de manhã... E não é a primeira vez que isso acontece... Ludovic é um garoto diferente dos outros, não tem muitos amigos, e parece extremamente apático na maior parte do tempo...

—Então você acha que ele é?

—Não podemos descartar a possibilidade...

—Digamos que seja, então, o que faremos?

—Ué, não é óbvio? - respondeu Teddy, fazendo o menino ficar confuso

—Não, Lupin, diferentemente de você, eu nao passo grande parte do meu tempo pesquisando sobre lobisomens - disse em tom de brincadeira

—Deveria! - alertou Teddy fazendo suas mãos se transformarem em grandes patas de lobo com unhas bem afiadas - Nunca se sabe quando irá precisar lidar com um - ameaçou mostrando as garras

—Para de brincadeira e me diz logo!

—Poção mata-cão ué, e ainda tem o Salgueiro Lutador... Sabe lá tem uma passagem secreta para a Casa dos Gritos, quando papai se transformava, na época em que estudava aqui, ele ia para lá!

Logo após o almoço, James chamou os primos Nikki e Fred para o acompanharem até a cabana de Hagrid, que atualmente estava servindo apenas de guarda caça para a escola. E, com certeza, seria a pessoa mais aconselhável para se recorrer quando você está escondendo uma criatura mágica bastante perigosa. Os meninos saíram do castelo e percorreram os campos que estavam mornos e secos com a chegada do outono. Então, ao chegarem à cabana, bateram na porta apenas uma vez, e o meio-gigante os recebeu calorosamente com um grande sorriso que preenchia todo o seu rosto, ele adorava receber visitas dos alunos, em especial os da família Potter/Weasley.

—Entrem, entrem! Eu preparei biscoitinhos amanteigados...

—Obrigada, Hagrid, mas é que acabamos de almoçar, sabe... - afirmou Nikki, a menina já tinha tido muitas experiências não tão boas anteriormente para não aceitar as guloseimas preparadas por ele

—Então, nós precisamos muito da sua ajuda! Mas o senhor deve prometer que não irá dizer nada disso para o meu pai - pediu James

—Ou para o diretor Thompson!

—Ou para a vovó Molly!

—Ai, ai, ai! Ja vi que vocês vao me trazer novos problemas! - comentou Hagrid em um tom brincalhão - Não posso jurar que não contarei nada a nenhum deles, a menos se for extremamente necessário...
—Então, vamos direto ao assunto - Dominique se apressou em falar - Durante as férias, quando eu estava na França, um amigo meu indiano, tinha acabado de voltar de lá, da Índia, e ele tinha trazido varias coisas estranhas, entre uma delas, um belo ovo prata, pelo qual eu fiquei fascinada, e então fiz um negócio com ele e conseguir comprá-lo - contou enquanto gesticulava e falava com um ar um pouco sonhador relembrando os momentos

—Nikki tem amigos peculiares! - comentou Fred

—E aí, os meninos me ajudaram com o ovo, e o trouxemos para Hogwarts, mas não sabíamos que ele iria virar um bicho tão grande...

—Uau! - contemplou Hagrid maravilhado - E vocês só me contam isso agora... Mas que tipo de bicho é? Olha, não se preocupem, eu posso cuidar muito bem dele pra vocês...

—É um occami!

Hagrid piscou varias vezes para tentar assimilar melhor a informação, apesar de se afeiçoar, a varias criaturas consideradas muitíssimas perigosas para a maioria dos bruxos, ele tinha a noção de que 3 meninos de 13 e 14 anos de idade não eram capaz de criar sozinhos uma cobra alada de 4 metros.

—Pelas barbas de Merlin! Só vi um desses de perto uma vez na minha vida! Ele está dentro do castelo? Se Thompson descobre... Sei não, aposto que vai me culpar...

—Mas o Docinho é bonzinho, ele nunca fez nada demais...

—Por enquanto, Nikki, ele ainda é filhote, mas espere mais alguns meses e você verá! Onde é que eles está, afinal de contas?

—Na sala precisa... Ela apareceu para nós quando estávamos desesperados... - explicou Fred

—Ora! Vou ter que arrumar um jeito de ir até lá pegar o occami! Agora, como farei isso eu não sei...

—Podemos usar a minha capa da invisibilidade! - sugeriu James

—Mas como iremos carregar o Docinho até aqui? - perguntou Fred preocupado

—Acho que tenho uma ideia mais eficaz... Willy é um elfo doméstico e pode aparatar até mesmo nos terrenos de Hogwarts, certo - falou Dominique pensativa - Poderíamos pedir pra ele aparatar com o Docinho...

—Nikki, você é uma gênia!

—Só percebeu agora, priminho?

—Então, crianças, temos que resolver isso logo... Antes do anoitecer voltem para cá, com o elfo, enquanto isso eu vou decidir o que vou fazer com o occami...