Pedido de socorro.

– Mateus On -

Não sei por que, mas dês de que Sabrina começou a andar com a gente, sinto uns arrepios por dentro. Será que ódio ? Ou será que... Não pode ser! Eu não posso gostar da Sabrina, ela é muito mentirosa.

– Ai, você me machucou! - Ela vira reclamando para mim.

– Eu te machuquei ? Aonde ?

– Olha aqui. - Ela aponta para o pé. - Um anzol entrou no meu dedo!

– Mas não fui eu quem colocou ele aí. - Cruzo os braços.

– Mas você quem me empurrou.

– Eu não te empurrei, não.

– Parem vocês dois! Não importa quem fez o que. Agora vamos tirar esse anzol do seu dedo. - Dóris.

Dóris e eu, tomamos a iniciativa para tirarmos o anzol do pé de Sabrina. O difícil é que ela não parava de fazer escândalo.

– Mateus Of -

– Téo On -

Fomos ao Haras para podermos nos divertir um pouco, mesmo sem a Manu. E mesmo assim, Mateus e Sabrina não ficavam um minuto sem brigar. Mas que coisa!

Uma coisa eu sei: Eu precisava encontrar a Manuela, ou a Isabela... Sei lá. Se eu encontrasse as duas, a tia Rebeca iria ficar muito feliz e grata comigo, isso não tem preço.

– Por que está tão quieto ? - Dóris pergunta.

– Eu ? Não é nada, não.

– Eu te conheço... Fala logo.

– Estava pensando no sumiço da Manuela, nós precisamos encontrá-la.

– Sim, precisamos. Mas não tem como, se não soubemos onde ela foi parar. - Mateus entra na conversa

De repente, no meio da conversa, uma mensagem chega. Quem será que mandou ?

– Téo Of -

– Priscila On -

– Mas vó, eu preciso ir para a gravadora!

– Não Priscila, sua mãe não vai gostar.

– Por favor, eu gosto tanto... - Insisto.

– Vamos logo, então. Mas depois a culpa vem toda para mim. - Minha vó.

– Eu resolvo isso, prometo.

– Tudo bem, vamos.

Saímos da minha casa. Quando estávamos no meio do trajeto, o celular da minha avó toca. A mesma atendeu, e disse que era algo de extrema urgência e importância, por isso me deixou duas quadras antes da gravadora.

Caminhava pelas ruas do caminho, mexendo em meu iPhone. Levei um enorme susto, quando trombei com alguém, deixando meu próprio celular cair.

– MEU CELULAR, SEU MALUCO! - Grito enquanto me agacho para pegá-lo.

– Nossa, que estressada. Foi mal, aí.

– Não foi mal, foi péssimo. Eu já estou atrasada, e ainda me param no meio da rua.

– Atrasada para quê ?

– Nem te conheço, não posso dizer para onde vou. - Volto ao meu caminho para a gravadora, porém o garoto vem atrás.

– Me chamo Omar, e você ?

– Priscila.

– Hum, prazer Priscila. Quantos anos tem ?

– 14, e você ?

– Igualmente. Agora posso saber onde vai com tanta pressa ?

– Vou para a gravadora.

– Você canta ?

– Canto.

– É a vocalista ?

– Infelizmente, a segunda. Tem uma garota que precisa sair de lá, urgente, para que finalmente, eu possa ficar como a única vocalista.

– Canta um pouco.

– Mesmo ?

– Canta logo. Se sua voz for mais linda que sua aparência... Você está pronta para ser uma estrela.

– Se eu não tivesse talento, não estaria na gravadora. - Falo sem nem se quer olhar para ele.

– Canta... - Ele insiste.

Ele insistiu tanto, que acho que se não cantasse, o garoto me perturbaria o caminho inteiro. Então, tratei logo de cantar.

"Óculos escuros, viagens e roupas caras
Quero a vida de uma superstar
Mordomo, motorista e um guarda-costas
Eu sou a nova estrela que todos adoram
Muitos autógrafos eu vou ter que dar
Britney e Shakira agora terão que se preocupar
Ninguém pode tirar o desejo que eu tenho de brilhar!"

– Uau, você canta muito bem!

– Ah, obrigada. Mas agora tenho mesmo que ir, se falamos depois.

– Claro, passa seu número.

– xxxx-xxxx, me chama depois no Whatsapp.

– Pode deixar. - Ele volta a mascar seu chiclete, e segue o caminho sozinho.

– Priscila Of -

– Manuela On -

Já não aguento mais ter que me passar por Isabela, será que vai demorar tanto assim ?

Estávamos todos na gravadora, faltava apenas Priscila para o ensaio realmente começar. Bom, isso não demorou muito.

– Bom, já que chegou. Isa e Priscila, que música querem tocar ? - Vicente pergunta.

– Tanto faz. - Priscila.

– Vamos cantar "Juntos", assim podemos fazer um dueto. - Sugiro.

– Pode ser. - Ela fitava a parede.

Juntos todos nós vivemos, mil histórias
Juntos seguiremos todos até o fim
E assim unidos não poderão
Nos separar nunca não
Pois teremos para dar a força do coração
Juntos todos nós vivemos, muitas coisas
Sempre estaremos juntos, sempre assim
Então unidos não poderão
Nos separar nunca não
Pois teremos para dar a força deste coração

Mais fácil será, se nós nos juntarmos (oh)
E nada irá jamais separamos (oh)
Se juntos ficarmos com união(oh oh)
A hora é agora de darmos as mãos

E então unidos não poderão
Nos separar nunca não
Pois teremos para dar a força deste coração

Mais fácil será, se nós nos juntarmos (oh)
E nada irá jamais separarmos (oh)
Se juntos ficarmos com união (oh oh)
A hora é agora de dar as mãos.

Após cantarmos essa música, Sandro, o tal segurança saiu para ir ao banheiro. Um plano veio em minha mente.

– Pessoal, alguém me empresta o celular ? - Peço.

– Mas você tem. - Julia.

– Eu sei, mas é que...

– Aqui, Isa. - Joaquim me entrega o dele.

– Serei breve.

Após Joaquim me entregar o celular, iria enviar uma mensagem para o Téo, mas eu não lembrava qual era seu número.

– Meu Deus! Qual é o número do Téo ? - Pergunto baixo para mim mesma. - Ah, lembrei!

Logo digitei a mensagem.

[Mensagem On]

Eu: Téozinho, aqui é a Manu. Estou te enviando essa mensagem, mas você tem que prometer não falar para ninguém sobre isso.

Téo: Manu ? Pode falar.

Eu: É o seguinte, a Regina, mãe da Isa, me sequestrou já que eu canto bem, e a Isa não. Ela quer fazer sucesso comigo, assim minha mãezinha poderia descobrir que tem gêmeas... Mas ai, a Isa ficaria nervosa, pois ela iria perder sua herança.

Téo: Preciso te tirar daí.

Eu: Sim, pode e ficaria eternamente grata. Mas você tem que combinar isso com o Joaquim, ok ?

Téo: Quem é Joaquim ?

Eu: É da banda da Isa, esse celular aqui é dele... Por favor, tenta conversar com ele de noite.

Téo: Pode deixar, Manu.

Eu: Tenho que voltar para o ensaio agora. Beijo.

[Mensagem Of]

– Joaquim, muito obrigada pelo celular. - Lhe devolvo o celular, e agradeço com um beijo na bochecha.

– De nada, Isa. - Ele sorri de lado, vermelho de vergonha.

– Vamos voltar a ensaiar ? - Priscila furiosa.

– Vamos, claro.