Amor de Flor escrita por brunna


Capítulo 18
Diciotto


Notas iniciais do capítulo

Gente, talvez este capítulo esteja um pouco mortinho, mas é porque é um de transição, apesar disso ele tá esclarecedor, era necessário enrolar um pouco para explicar sobre o concurso, a festa de Flor e o motivo da Liz ter ficado tão brava.
Bjunda.
Boa Leitura.

TÍTULO EM ITALIANO.



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Chegando a minha casa, com os dedos entrelaçados ao de Heiwa e com as nossas compras (as fantasias) em mão, encontrei com minha mãe, uma versão dela cansada e desempolgada, deitada sobre o sofá depois de um dia longo de trabalho.

Ajeitei minha coroa de margaridas ainda pensando na minha mãe.

Eu admiro muito minha mãe por não ter aceitado ajuda alguma do meu pai quando eles se separaram. Ela era orgulhosa ao ponto de se esforçar para ser promovida apenas para que tivesse um salário com mais números que o do meu pai. Eu ainda não sei se eu herdei o orgulho dela.

Espantando os pensamentos desnecessários, eu me dirigi até a cozinha onde minha mãe fez uma bagunça. Mas era uma bagunça necessária. Todos os ingredientes dos docinhos que estariam no meu aniversário.

Eu sei que minha mãe não gosta de encomendar coisas que ela pode fazer sozinha, e ainda teimaria em madrugar para deixar tudo perfeito para mim. Mas, sem dúvidas, eu a ajudaria.

— Onde está Andressinha? — perguntou Rê.

— Saiu com o pai para comprar a fantasia de princesa — respondi.

— Por falar em fantasia, vai vestir a sua para ver como fica.

— Não sou obrigada — respondo. — Você sabe que não é o que eu quero vestir.

— Sim, eu sei.

Eu sento a mesa e começo a organizar as compras que minha mãe fez. Há muito chocolate, qual eu empilho sobre a mesa para passar o tempo.

— Maya, me responde com sinceridade — começa Rê. — Você está bem?

Eu penso em Liz. Eu não sei o porquê do meu estado de espírito ter a ver com Liz. Eu começo assentindo, balançando a cabeça para cima e para baixo, mas acabo negando, mordendo os lábios e movendo a cabeça para os lados.

— Você é confusa, Flor — diz Rê. — E é isso que me preocupa.

— Como assim?

— Você me ama? — pergunta Heiwa, o que me atinge como um murro na cara.

Eu nunca me perguntei isso. Eu realmente a amo?

— Eu não sei — respondi sinceramente. — E você me ama?

Ela sorri.

— Por que não responde? — blefo.

— Porque eu já te dei provas o suficiente de que amo você.

— Quais? — pergunto curiosa.

— Eu fiquei com você mesmo sabendo que para você este era só um jeito para esquecer a Liz. — Outro murro na minha cara.

E este é um momento quando eu não sei o que dizer.

— Então eu falei com a Liz — continua Heiwa. — Perguntei o que a deixou realmente zangada.

— Você falou com ela por mim?

— Sim, falei. — Heiwa era uma ótima pessoa, o que fazia meu coração doer ainda mais. — Ela disse que desistiu de você não por causa do que você fez, mas por causa dos pais dela.

— Então ela... — hesitei.

— Ela ainda te ama — confirmou Heiwa.

E eu me senti uma pessoa tão péssima.

Heiwa se interessou por mim desde a primeira vez que nos vimos, ela foi tão atenciosa para comigo. Eu não considero o que nós tivemos um namoro realmente, mas foram momentos tão esclarecedores, como se fosse um mundo onde eu não havia conhecido Liz, onde só havia eu e Heiwa. É uma pena que esta sensação não é duradoura.

— Agora eu preciso ir — diz Heiwa.

E eu apenas seguro os dois lados do seu rosto e a beijo. Minha mãos escorregam até seu queixo, qual eu desvio para poder sussurrar em seu ouvido.

— Obrigada.

Ela beija minha bochecha e sai levando nas mãos a sua fantasia.

E eu fico só, encarando os lírios que ela havia me dado recentemente, junto a ele, seu significado: desafio a me amar.

***

Por incrível que pareça, a primeira coisa que passa por minha cabeça neste momento é ligar para Liz. Eu disco o número dela e logo sou atendida.

— Alô — diz Liz. A voz incrível de sempre.

— Oi, Liz, aqui é Maya.

— Olá, Maya, tudo bem com você?

— Sim, eu estou perfeitamente bem e você?

— Eu estou levando — ela diz obviamente se referindo a seu padrasto idiota.

— Liz, amanhã será minha festa de aniversário, uma festa fantasia — digo. — Eu preciso que você venha.

— Precisa? — diz surpresa.

— Sim, tanto eu quanto Andressa...eu um pouquinho mais.

— Claro que eu vou, Flor — responde. — Para agradecer o poema.

— Que bom que o achou, eu pensei que nunca aconteceria — admito.

— Bem, aconteceu — diz Liz. — Agora eu preciso ir, Flor.

— Até mais — digo.

— Até mais — escuto.

Volto o telefone ao gancho e não posso impedir de sorrir como uma boba e é assim que eu continuo enquanto faço os doces com minha mãe madrugada adentro, enquanto Andressa, ainda acordada, assiste My Little Pony.

Enquanto cubro cupcakes com glacê e confeitos de chocolate, minha mãe falava do concurso.

— Você tem direito a um acompanhante, eu obviamente — diz minha mãe. — Mas eu não quero que Andressa fique em casa mofando com o pai dela.

— Ela vai também? — pergunto alegre.

— Sim, vai conosco.

Eu me permito uns pulinhos de alegria.

— Para que dia o voo está agendado? — pergunto, pois nada sei, minha mãe anda cuidando de tudo.

— Para a próxima semana.

— Parece tão perto, não é — digo.

— Sim, incrivelmente perto.

— E você tem dicas do que eles pedirão para fazermos lá, na segunda etapa? — volto a perguntar.

— Não sei, ninguém sabre propositalmente. É para ser surpresa.

— Entendi — respondo.

Quando termino de cobrir os bolinhos, percebo que ficaram a coisa mais linda do mundo. A massa de baunilha coberta com azul-céu parece exatamente com o céu azul daqui do litoral. E os confeitos coloridos dão a impressão de uma chuva de arco-íris no céu límpido.

— Cupcakes gays — digo a minha mãe.

Ela simplesmente ri.

Olho para os dela, quais não são de baunilha, mas de chocolate, cobertos com ganash e decorados com uma florzinha, que eu não sei se é comestível, mas é muito bonitinha.

E então começamos a guerrinha de qual cupcake é o mais bonito, enquanto Andressa pula junto com a personagem doida do My Little Pony e a madrugada chega mais do que silenciosa.

Somos a única coisa que da vida a este momento.

Seremos a única coisa que dará vida à Itália daqui a uma semana.

E seja lá que nem seja, é o que eu acho, o que eu penso.

Elas são quem eu amo.


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