La Transformación escrita por Juli06


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Gente... desculpem a demorar em postar. O site estava em manutenção e não deu para atualizar a história. Espero que gostem desse capítulo *.*



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Capítulo Nove

Lety se levantou cedo já que ela e Carolina viajariam depois do café da manhã. E como vinha acontecendo nos últimos dias ela estava enjoada, mas deixou isso de lado depois do banho.

Antes que saísse do quarto ela ligou para os pais e disse que estava ansiosa em voltar para casa e que provavelmente chegaria na hora do almoço. Mas deixou de fora a parte de que estava completamente mudada e que era provável que eles não a reconheceriam. Porém a verdade é que ela estava se sentindo bem com isso, estava diferente por dentro e por fora, era agora uma nova Letícia, em todos os sentidos.

– Bom dia. – Cumprimentou quando Aldo, Carolina e Renata se juntaram a ela na mesa.

– Bom dia, Lety. – Falou Carolina sorridente. – Está preparada para voltar ao dia a dia?

– Sim, estou ansiosa. – Sorriu ela.

– E suas dúvidas? Eu nem tive tempo de conversar com você devidamente. – Falou Carolina um pouco envergonhada.

– Não foi preciso, Carolina. Eu.. eu precisava desse tempo sozinha. – Refletiu Lety. – E você já me ajudou o bastante me convidando para vim. E eu tive amigos que me ajudaram.

Ao comentar isso ela olhou para Aldo e Renata que sorriram de volta para ela, mas Aldo não tinha gostado muito do título de amigo, pois os sentimentos que estavam aflorando não eram nada amigáveis. Porém ele sabia que se tentasse alguma coisa com ela seria rejeitado novamente, principalmente depois da noite anterior, quando tiveram uma séria conversa.

[Flashback On...]

Lety e Aldo estavam na praia sentados lado a lado, as luzes da festa não iluminava muito o ambiente, então eles apenas escutavam as ondas quebrando na areia.

– Então, Lety. Já decidiu o que vai fazer?

– Com o quê? – Perguntou confusa.

– Sobre você e o seu chefe. – Disse ele com desprezo. – Você ainda vai querer ficar com ele?

– Eu não sei, Aldo. – Suspirou ela. – A única coisa que sei é que o amo. E o que sinto não dá para desligar assim, como num interruptor.

Aldo apenas afirmou com a cabeça e esperou ela continuar.

– Eu estive pensando em tudo o que eu vivi com ele nesses últimos meses e não posso negar que ele mudou. Seu afeto por mim, seu carinho e até suas preocupações em nos flagrar.. ele simplesmente esquecia. – Ela falou e não pode deixar de sorri boba. – Eu queria muito arrancar esse amor do meu peito, Aldo, mas.. é impossível.

– Você vai dar uma chance a ele, não vai?

– Talvez, mas não quero me machucar de novo. - Disse ela pensativa. - Vou deixar o tempo decidir.

– Você sabe que se precisar de alguma coisa eu estou aqui, não é?

– Claro que sei. – Sorriu ela. – Você foi um bom amigo nessa viagem.

Aldo a encarou, ser chamado de amigo não era o que ele queria escutar, e num impulso se aproximou dela e seus lábios ficaram a milímetros um do outro. Lety o encarou surpresa e se afastou rapidamente.

– Aldo, o que você ia fazer?

– Desculpe, Lety.. é que.. eu não consigo ver você sofrendo. – Disse ele constrangido pelo recusa dela. – Eu posso te fazer esquecer o Fernando. Eu posso te fazer feliz.

– Mas eu não amo você, como posso ser feliz? – Disse ela com a voz embargada. Não queria perder um amigo, mas se continuasse com isso ela teria que ir embora.

– Olhe, Lety. Eu sei que você ainda ama aquele idiota que te faz sofrer. Mas se você me deixasse..

– Não.. – Cortou ela e se levantou. – Eu não posso fazer isso. Eu sei que vai ser difícil, eu nem sei se quero esquecê-lo. Eu o amo sim, e vou lutar por esse amor. E se eu sofrer... não vai ser nada pior do que já passei.

E sem falar mais nada ela saiu em disparada para o hotel, seu rosto estava banhado em lágrimas, não pela discussão com Aldo, mas sim porque só naquele momento que ela se permitiu falar em voz alta o que realmente queria, o que realmente iria fazer. Ela lutaria pelo amor de Fernando, nem que perdesse, mais uma vez.

[Flashback Off]

O café da manhã se passou com risadas e brincadeiras entre eles, assim que terminaram Carolina e Lety voltaram para o hotel, pois elas ainda não tinham feito as malas.

Com as malas prontas elas seguiram para o aeroporto próximo ao horário do almoço. Elas estavam felizes em voltar à rotina. Ao chegarem ao check-in encontraram Aldo.

– Oh.. veio se despedir, Aldo? – Perguntou Carolina e sorriu.

– Claro que sim. – Falou ele com um sorriso no rosto. – Também vim me desculpar por ontem, Lety.

O comentário pegou Carolina de surpresa, Lety não tinha falado nada, mas depois ela a questionaria. Deixando-os a sós ela seguiu para uns bancos laterais.

– Não precisa se desculpar. Você me respeitou em não insistir mais. Eu quero que sejamos amigos, Aldo.

– Eu também, Lety. Eu não queria lhe ofender, mas é que..

– Eu sei – Cortou ela mais uma vez. – Não vamos mais falar sobre isso, serei sua amiga. Mas você tem que entender que te tratarei sempre assim, não acontecerá nada entre a gente.

– Eu entendo. – O sorriso se desmanchou um pouco e ele suspirou. – Não vou insistir. Só quero que aceite esse presente.

Lety o viu tirar as mãos das costas e uma caixinha aparecer. Antes que ela pudesse recusar o presente ele a cortou:

– Nem adianta, Lety. Você vai ter que aceitar esse presente. – Sorrindo ele esperou ela abrir.

A caixinha tinha algumas conchas e areia, mas o que chamava atenção era a pérola que tinha no meio. Com os olhos embargado ela apenas o abraçou, naquele momento nenhuma palavra serviria. Aldo sorriu também emocionado, sabia que o coração dela era de outro, e naquele momento ele soube que ser apenas um amigo seria suficiente.

O voo foi chamado e Aldo assistiu elas partirem. Balançando a cabeça ele sorriu enquanto caminhava, queria ter a oportunidade de rever Lety. Quem sabe um dia ele não poderia aparecer no México? Ele estava tão distraído que quando avistou a mulher já era tarde demais.

Dios Mío, me desculpe. Eu não a vi, eu a machuquei?

– Não se preocupe, estou bem. – Sorriu ela e o encarou pensativa. – Acho que conheço você. Você é Aldo Domenzaín, o chef de cozinha. Adoro seus pratos.

– Isso mesmo. – Falou ele e sorriu abertamente, a mulher que ele encarava era bonita e ele tinha a mesma impressão que a conhecia de algum lugar. – Agora estou em desvantagem, você é..

– Oh, sorry, sou Carla Santibáñez.

– Agora me lembro de você. A empresária americana, não me disseram que você viria até Acapulco. – Falou surpreso.

– Você sabe como é... os negócios nos chamam. Então, está preparado para ter um investimento no seu restaurante? – Ela falou com um sorriso abobalhado, completamente encantada com o homem em sua frente.

Com um sorriso Aldo a guiou até a saída do aeroporto e com uma última olhada para onde ele avistou Lety pela última vez, ele suspirou feliz. Aparentemente sua vida mudaria também.

~.~

Fernando estava numa reunião importante com Humberto e Erasmo eles traçavam mais um investimento para a Conceptos.

– Então.. podemos fechar o acordo? – Questionou Humberto.

– Sim, segundos os cálculos que eu e Tomás fizemos se o custo ficar nesse limite de produção tudo dará certo. – Falou Erasmo sorrindo.

– Mas temos que diminuir a qualidade dos comerciais? – Quis saber Fernando.

– Não necessariamente, o senhor Luigi, só deve diminuir em alguns gastos. – Falou Erasmo sério.

– Oh, isso vai ser um problema. – Disse Fernando cansado, estava até prevendo uma dor de cabeça.

– Eu falarei com ele, filho. – Tranquilizou Humberto. – Você continue ajudando Erasmo.

– Ok, Papá.

– Mas por enquanto vamos fazer uma pausa e almoçar. – Disse Erasmo e se levantou.

– Claro, eu vou para casa que Teresinha me espera. – Falou Humberto sorridente. – Você me acompanha, Fernando?

– Não,Papá, vou almoçar com o Omar. Ou com as meninas do quartel. – Sorriu ele.

– Com as secretárias? – Questionou Humberto surpreso.

– Claro, você não sabe o quanto me divirto com elas. – Enquanto falava ele recolheu todos os papeis e colocou numa pasta. – Agora se me dão licença...

Ele falou isso e saiu da sala deixando Erasmo e Humberto boquiabertos, gargalhando Humberto encarou Erasmo.

– Meu amigo, quero lhe agradecer.

– Pelo o quê? – Perguntou confuso.

– Você não vê? Meu filho está mudado, mais maduro, mais responsável e muito mais humilde. O amor que ele sente por sua filha o deixou assim. – Comentou Humberto e suspiro feliz. – Quando a Lety voltar quero agradecer pessoalmente por ela ter transformado meu filho em um cidadão de bem.

– Esse é o efeito que a minha menina tem nas pessoas, Humberto. – Disse Erasmo orgulhoso. – Algumas pessoas a enxergam como feia, mas não sabem o quanto ela é linda. Fernando se apaixonou porque ele conseguiu enxergar isso, ele descobriu a dádiva que é ser amado por minha filha.

Humberto não sabia o que dizer, por um lado tinha consciência de que Erasmo falava a verdade, mas ainda estava relutante em acreditar que ela era bonita do modo que ele falava, quem sabe ele não podia se acostumar com a feiura dela?

– Agora, meu amigo, eu vou para casa. Minha Julieta me espera. – Ele falou tirando Humberto de seu devaneio. Juntos eles foram embora cada um para casa, para suas amadas esposas.

Enquanto isso Fernando arrumava as pastas e ligou para Omar, com uma rápida conversa eles marcaram para almoçarem juntos. Já Eduardo não tinha aparecido na Conceptos, disse que tinha algumas coisas para organizar e para sua surpresa Márcia foi ajudar.

Assim que chegaram ao restaurante ele e Omar se sentam numa mesa distante do bar. Omar o olhou desconfiado:

– Que foi, irmão? Com medo das bebidas?

– Antes fosse, eu não quero que aquelas duas me vejam. – Ele aponta para duas moças que estavam encostadas no balcão, ambas aparentavam serem modelos.

– Uau, que lindas. – Disse Omar e sorriu maliciosamente. – Pena que não estou muito interessado nelas.

Surpreso com o comentário Fernando deixa um dos pãezinhos que está na mesa cair. Ele encara Omar para saber se isso não era uma brincadeira. E fica ainda mais perplexo quando vê que não, Omar falava realmente sério.

– Você está bem, Omar? Não acordou com febre ou alguma coisa assim?

– Que febre, maninho. – Disse ele e sorriu abobalhado. – Eu acho que me apaixonei.

– Ah foi? E por quem? Sua escova de dente? – Fernando começa a rir e só parou quando sentiu uma tapa em sua cabeça. Fazendo cara feia ele espera Omar se explicar.

– Não é nada disso. – Disse indignado. – Estou falando sério. Ontem eu vi a mulher mais linda que apareceu em toda a minha vida.

– Aquela que todos estão comentando e ninguém faz a menor ideia de quem seja? – Fernando revirou os olhos e agradeceu ao garçom que deixava os pratos na mesa. – O que você vai fazer, Omar? Ninguém sabe quem é ela.

– Eu liguei hoje para os organizadores do evento. Mas disseram que não sabiam de nada. Que ela apareceu por lá e não a viram mais. – Disse ele derrotado e deu uma garfada na comida.

– Então você vai deixar isso de lado, não é?

– Claro que não, eu vou procurar por ela. Tenho a lista das revistas que estavam na festa. Vou ligar para cada uma delas e perguntar se descobriram alguma coisa.

– Você pode fazer o que quiser, mas assim que chegarmos à empresa precisamos trabalhar. Vou ajudar Seu Erasmo e você vai também.

– Mas essa área de finanças não é para mim.

– Eu sei, também não entendo nada, mas ele vai nos ensinar e vamos ter que fazer isso. – Conclui Fernando decidido. – Você liga para as revistas depois.

Omar não gostou muito disso, mas sabia que a situação que a empresa se encontrava também era culpa dele, suspirando Omar deixou o assunto de lado, pelo menos por enquanto.

~.~

Passava da hora do almoço quando o carro de Carolina parou na rua de Lety. Ambas conversaram muito durante o voo e Carolina estava feliz em saber da decisão da amiga e não contou, claro, que ela vinha se comunicando com Eduardo. Nem disse sobre o acidente que Fernando tinha sofrido, mas sabia que ela descobriria no dia seguinte.

Com um abraço apertado elas se despediram e Lety a agradeceu mais uma vez, pegando sua mala ela desceu do carro. Ela foi caminhando e sorrindo para os vizinhos, mas percebe que ninguém a reconhece e que eles estavam totalmente boquiabertos. Sem ligar muito ela continua seu caminho até em casa, estava feliz demais para reparar nos cochichos.

Ao se aproximar de casa ela avista o grupinho de Romeo implicando com Tomás e para sua total surpresa Miguel, seu antigo namorado, estava ali. Ela ficou intrigada, queria saber o motivo dele aparecer no bairro. Lety então tem uma ideia, ela pega um espelho na bolsa de mão e vê como estava, ainda não tinha se acostumado com sua imagem então meio que se assusta. Mas respira fundo se arruma mais um pouco e vai em direção a eles.

Assim que chega perto, Tomás, que estava tentando sair da rodinha em sua volta, a encara estupefato. Sem dizer uma única palavra ela estende a mão para ele, Romeo finalmente se vira para ver quem era, mas assim que a vê fica sem palavras.

Tomás não fazia ideia de quem era aquela linda mulher, porém estava mais que feliz em aceitar a mão dela e sair dali. Pegando sua mão ele sorri e vai em sua direção. Sem dizer nada eles caminham para longe, mas uma mão no braço de Lety a impede de dar mais um passo:

– Aonde você vai coisinha linda? – Pergunta Miguel sorrindo maliciosamente.

Lety o encara com nojo e puxa o braço com fúria, ela praticamente cospe as palavras:

– NÃO ME TOQUE! Nunca mais.

– Lety? – Questiona todos ao mesmo tempo. Porém quem estava mais chocado era Miguel, não podia acreditar que era ela.

– Sim, sou eu. – Disse ela e sorriu. – Se lembra daquela feia que você enganou? Pois bem, ela descobriu que pode ser melhor que todos vocês juntos. Agora se me derem licença, eu e Tomás vamos embora.

Sem esperar qualquer resposta ela saiu de lá arrastando Tomás pela camisa, sua respiração estava um pouco ofegante, pois ao ver Miguel toda a mágoa que sentia por ele voltou e a vontade de socá-lo foi grande.

Muitos não sabiam, mas para uma coisa pequena, Lety às vezes era bem esquentadinha.

Porém Lety respirou fundo e imaginou o mar e naquele momento ela percebeu que não precisava sentir isso e retornou até Miguel.

– Sabe, Miguel, eu sinto pena de você. – Começou ela. – Pena por não ser amado por ninguém. Quando você me usou de um modo tão baixo eu quase me destruí, mas eu tenho uma coisa que você não tem. Uma pessoa que me ama verdadeiramente.

– Você só diz isso porque está assim.

– Você não percebe mesmo, não é? Eu não precisei dessa aparência para ter alguém que me ame. – Disse ela e se lembrou de Fernando, seu coração se acelerou ao relembrar os beijos que ele sempre dava antes dela descer do carro e entrar em casa. – Eu só fui a Lety de sempre. O que você vê agora é consequência do amor dele por mim.

– O quê? Ele te pagou as plásticas? – Disse ele sarcástico e esperou os outros rirem, mas Romeo e sua galerinha estavam muito chocados com a discussão para dizer qualquer coisa.

– Não, Miguel. Eu apenas deixei transparecer a Lety que ele sempre viu. – Disse ela relembrando das falas de Carolina. – Eu não precisei de plásticas, e você sabe disso melhor que ninguém.

As palavras dela foram como ácido, Miguel realmente não esperava uma reação dessas, ela estava tão confiante e bonita que ele se arrependeu amargamente por tê-la enganado. Mas antes que ele pudesse falar isso Lety fala novamente, chamando sua atenção:

– Eu sei que não devia, principalmente depois de tudo que você fez comigo, mas eu quero que você seja feliz. Que encontre alguém que lhe ame de tal modo que você se torne uma boa pessoa.

E mais uma vez deixando a todos chocados ela foi em direção a sua casa. Tomás ao avistar sua amiga voltando sorriu encantado, ele não a reconheceu imediatamente por causa de sua aparência, mas ouvi-la falando tudo aquilo... ele pôde ver a verdadeira Lety, aquela que ele sempre viu. Assim que ela chegou na sua frente ele sorriu e a abraçou:

– Bem vinda de volta, Lety.

Lety o abraço apertado e sentiu seu coração mais leve, ela tinha perdoado Miguel e deu uma lição na turminha que atormentava o bairro. Ela olhou ao redor e pegou a mala, colocou a mão na maçaneta da porta e sorriu emocionada, ela finalmente estava em casa.

Continua...


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