Identidade Secreta escrita por sinnerwriter


Capítulo 1
Dois Lados




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O bar estava bem movimentado no fim de tarde, o que era bom para encontros casuais para falar de trabalho. Um de meus braços se apoiavam no balcão, enquanto bebericava tranquilamente meu uísque. Afrouxei a gravata olhando para todos os lados a espera de Hunt. Apesar de todas as loucuras nessa vida perigosa, eu sabia que Ethan não atrasava. O que poderia ter acontecido?

Antes que me levantasse para ir averiguar os arredores, Ethan adentrou o ambiente correndo em minha direção.

– Você... - disse ofegante. - Você não vai acreditar. Eu fui...

– Perseguido por alguns criminosos que queriam te matar? Nada de diferente da nossa rotina padrão.

– Não. Quer dizer, quase. Eu instalei um chip na bolsa do Thompson, vamos ficar de olho lá na IMF. As câmeras estão lá e o material todo já está instalado.

– Então, você marcou comigo aqui só para designar essa tarefa? - Perguntei.

– Sim. Mas também porque eu queria beber alguma coisa. - Sorriu.

Depois de mais alguns minutos bebendo e ajustando os últimos detalhes do plano saímos de lá prontos para ir para a sede mais próxima da IMF tratar de Josh Thompson, um empresário multimilionário ligado a várias organizações criminosas. Quem vê de fora, enxerga só mais um rico e bem sucedido dono de empresas. Porém, quem está desse outro lado da linha, entende que as aparências enganam. Thompson não era muito da ação da coisa, mas financiava o crime organizado com armas e todo o arsenal necessário.

Chegando na IMF, vimos Benji Dunn digitando mil coisas nos computadores da enorme sala da sede localizada em Nova York. Ao seu lado, nossa parceira, Jane Carter.

– E aí, Dunn? Quais são as novidades? - Disse me sentando na cadeira ao seu lado.

– Alguns nomes daquela lista de suspeitos que elaborei com você e a Jane batem com os nomes que o Hunt obteve após a missão "nação secreta".

– Acha que tem mais do que Thompson e seus amigos financiando crimes? - Perguntou Ethan, puxando uma cadeira e se aproximando da mesa de computadores onde estava eu, Jane e Benji.

– Pior. - Jane nos encarou. - Muita coisa está fora de ordem. Apesar de alguns nomes da lista baterem, encontramos centenas de outros que eu nunca ouvi falar. Porém, todos estão ligados com a "Aliança".

Aliança. Esse era o nome que a gente tinha dado para esses suspeitos ainda indefinidos. Faziam exatos 3 meses que estávamos de cabeça em uma missão maluca de tentar identificar quem estava por trás de alguns crimes malucos que estavam ocorrendo aleatóriamente em países diferentes. Atacavam sedes governamentais, hospitais, bancos... Tudo sem um padrão, fora de ordem, a única coisa que sabíamos é que estava ocorrendo em países diferentes, às vezes, simultaneamente. Portanto, se tratava de um grupo grande agindo em conjunto.

Me levantei tentando pensar em alguma coisa, mas era difícil organizar as ideias. Era impossível prever o próximo passo. Era impossível saber quando e onde iriam atacar. Isso era péssimo! A cada minuto que perdíamos tentando obter uma resposta, era um minuto a mais para eles recrutarem pessoas, corromperem governos e fazerem acordos.

Soquei a mesa.

– Odeio esse tipo de situação! Odeio!

Jane se aproximou colocando as mãos sob meu ombro.

– Calma, Brandt. Eu te entendo, todos nós estamos assim. Mas nós vamos conseguir, sempre conseguimos.

Ethan se levantou e em seu rosto vi aquela típica expressão de quando está tentando arquitetar um plano.

– Vou mandar um alerta geral para a IMF. Isso é nível 7.

–---

Meu apartamento era bastante aconchegante. Tamanho médio. Sem ser muito pequeno, mas também nada exageradamente grande. A coisa que eu mais gostava era a visão que eu tinha da sacada. Eu via a cidade em um plano muito bom. Escolhi o sexto andar, assim não ficava tão afastado do solo e nem tão longe da superfície, desse modo, poderia vigiar as pessoas de uma maneira mais eficaz.

Nova York era uma coisa maluca e cheia de celebridades, mas eu gostava.

Abri a porta da geladeira já pegando uma cerveja e logo procurei o número de algum restaurante que pudesse entregar meu jantar. Enquanto fazia o pedido, observei minha estante de fotos, em uma delas estava eu, Steve, Natasha, Hill, Bruce, Tony, Sharon, Sam, Bucky, Pietro e Wanda. Estávamos em uma festa organizada por Stark.

Para a maioria que via essa foto, eram apenas meus amigos e colegas da turma da faculdade de anos atrás. Mas na verdade, eles faziam parte do outro lado da minha vida. O lado que a IMF não conhecia. O lado mais verdadeiro por trás de William Brandt: a minha identidade real.

Clint Barton, esse sim era eu, meu nome de nascimento. Estando na SHIELD, você sempre tem que estar preparado para tudo, mas desde que entrei nos Vingadores, ficamos responsáveis por casos mais sérios do que o resto dos agentes podem resolver, por isso, nem sempre temos o que fazer por lá. Claro, que cada um se ocupava como podia. Natasha entrava em algumas missões ao lado de outros agentes de vez em quando, assim como Steve, Bucky e Sharon, além disso, eles também treinavam os agentes mais novos. Stark e Banner, sempre na área de tecnologia e ciência desenvolvendo novos projetos. Os gêmeos Maximoff estavam em treinamento e faziam parte da equipe B dos Vingadores, que tinha como um dos membros Sam, que treinava a equipe de força área da SHIELD. Tudo estava em seu lugar.

Na SHIELD, quando não temos missões, podemos escolher nossos rumos. Depois da invasão de Ultron, eu estava tentando relaxar bem longe dos Estados Unidos, quando acabei topando com Hunt sem querer e a forma em como ele estava agindo passou a me intrigar. Comecei a segui-lo, a descobrir o que estava acontecendo e acabei caindo de paraquedas em uma das missões da IMF. Me tornar amigo de Ethan foi consequencia e quando dei por mim estava mais envolvido do que realmente gostaria.

No fim, eles acabaram se tornando minha segunda família. Eu, Jane, Benji e Ethan trabalhavamos bem em equipe e eu ficava contente de utilizar o meu lado mais agente normal, embora muitas vezes minha vontade era pegar meu arsenal de flechas e explodir algumas coisas. Mas eu sempre deixava isso de lado. Não podia destruir isso, não podia estragar tudo.

No meu lado Clint Barton, apenas Fury e Natasha sabiam que eu estava trabalhando para a IMF, o resto não. Fury era meu chefe e sempre tinha o olho em tudo, cedo ou tarde ele saberia, portanto achei melhor abrir o jogo, até porque fica mais fácil de ele me ajudar quando preciso. Romanoff sabia porque eu precisava de um álibi, alguém que eu confiasse plenamente e soubesse que com um estalar de dedos estaria lá para mim. Natasha era essa pessoa. Eu confiava completamente nela.

–---

– Barton! O que devo a honra de sua visita? - Falou Fury sorrindo.

– Estava precisando atirar algumas flechas por aí e sei que aqui é o melhor lugar para isso.

– Com certeza. E como andam as coisas?

– Complicadas. Mas, irão se resolver. - Disse deixando nas entrelinhas a real situação da coisa. Fury entendeu.

– A propósito, acho bom se cuidar, sua pupilo está atirando flechas melhor que você.

Eu ri.

– Nunca! Pode atirar bem, pode chegar no meu nível. Mas, me superar? Não. Eu me garanto.

– Agente Barton, sempre humilde. - Riu.

A porta de vidro da sala se abriu e vi a garota de cabelos negros com um uniforme preto de treinamento.

– Clint! Quem é vivo sempre aparece mesmo né? - Ela correu na minha direção para me abraçar.

– Kate! - A abracei de volta.

Ela era minha pupilo, eu a treinava e durante minha ausência ela podia desfrutar de toda a tecnologia do centro de treinamento para aprimorar sua técnica. Ela era incrível e via um potencial imensurável em Kate Bishop. Foi por isso, que eu decidi ser seu mentor.

– É bom ter alguém que sabe atirar flechas nesse lugar além de mim. Estava com saudades. - Disse ela.

– Eu também baixinha.

– Vai começar é? - Ela me encarou.

Uma coisa que esqueci de mencionar, é que mesmo nessa relação mentor/discípulo, vivíamos competindo um com outro, o que impulsionava uma série de discussões que no fim sempre eram resolvidas com comida.

– Você sabe que te irritar é a minha prioridade número 1... Tampinha! - Disse e saí de perto dela como um raio.

– Vou acertar uma flecha no meio da sua bunda! Volta aqui!

Ela gritava enquanto corria atrás de mim por entre os corredores em direção ao centro de treinamento. Nada fora dos padrões.

Definitivamente, era bom se sentir em casa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e aceitado a missão para ir até o próximo capitulo. Aguardo vocês lá :)



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