I am incomplete escrita por Lolita Moe


Capítulo 15
Capítulo 14 - Sacrifício


Notas iniciais do capítulo

E voltando para nossa agenda normal, mais um capítulo para vocês!



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Eu queria correr até o Snake Eyes, queria muito, porém não podia, não com o Hector na minha frente.

—Parece que atingi seu ponto fraco. –ele ri –Devia me agradecer, você sabe que ninguém nos aceita quando descobrem a verdade…

—Cale a boca! –berro, assustando-o:

—“Cale a boca”? Quem você acha que é para…

—Cale a boca! –minha visão fica vermelha, meus tentáculos tremulam –Cale a boca! Cale a boca! Cale. A. Boca! –meus tentáculos se movem muito mais rápido que o normal, atingindo-o em cheio no peito:

—Mas o que?! –ele recua, arrancando meus tentáculos de seu peito –De onde você tirou essa... –o interrompo com minha investida, a qual ele desvia:

—Cale a boca! –rujo, lançando uma sucessão de ataques, metade o acertando. Meu corpo queimava devido ao esforço –Vou te matar! Te matar!—e atravesso o peito dele com minhas garras. Ele não se mexe, e com um rosnado retiro a garra, fazendo-o cair de cara no chão. Parece que pelo menos ele não vai se mexer por um tempo agora.

Ouço uma respiração pesada. Snake Eyes, onde ele está?

Olho ao redor e o vejo completamente ensanguentado no meio de escombros. Corro até ele e me ajoelho, cada vez mais sua respiração enfraquecia:

—Ah Deus, o que eu faço? –sinto meus olhos encherem de lágrimas, ele estava horrível com aquele buraco no peito. Ele tenta levantar a mão –Não, conserve suas energias, eu vou te tirar daqui, te salvar, você vai ficar bem... –as lágrimas começam a escorrer, eu não sei o que fazer. Pego na mão dele, me sentindo impotente.

Não tenho como salvá-lo, não com uma cidade no ar e cercada de robôs assassinos e meu irmão assassino. Ele vai morrer, por minha culpa—Snake Eyes… Me desculpe. –ele geme ao tentar se mover –Me desculpe, mas não aguento ver você morrer.

Antes que eu pudesse mudar de ideia ou ter alguma consciência do que estava prestes a fazer, retiro o capacete dele, mordo minha mão e levo meus lábios aos dele.

Por meio desse “beijo” o forço a engolir meu sangue infectado, ao qual ele não conseguiu impedir por estar tão fraco.

Separo meus lábios dele, agora teria que encarar as consequências de que ele viraria um zumbi. A respiração dele vai diminuindo, não, isso não…

Já se acalmou?—bloqueio os tentáculos de Hector a tempo, me virando e vendo que estava parcialmente curado dos ferimentos que lhe fiz –Você teve sorte que me pegou desprevenido, mas agora vai ter troco! Você vai... –uma enorme pedra o atinge, jogando-o longe. Ouço um berro.

Hulk vinha na nossa direção, sinto um alívio, ele poderia levar o Snake Eyes para fora daqui, botá-lo em algum lugar, Tony com certeza iria achar uma cura pro vírus:

—Hulk, tire o Snake... –sou interrompida por tentáculos cravando em minha mão esquerda e se enroscando por toda ela, em seguida sinto um puxão e sou levada até a beira do penhasco:

—Nem pense nisso criatura! –Hector berra para o Hulk, que recua um pouco –Com essa queda é possível que nem sua cura a salve. –ele olha para mim, me puxando para perto de seu rosto –Sabia que o método mais rápido de nos matar é nos afogando? Afinal, podemos ter uma cura milagrosa, mas não somos imortais. –ele me deixa suspensa no ar –Engraçado não? Podemos ter nossos ossos quebrados, ser desmembrados, queimados, mas é só nos afogar que temos a mesma impotência que um ser humano qualquer.

—E pra que todo esse discurso? Vai me estrangular? –o desafio:

—Com prazer. –droga, eu não tava falando sério.

Ele me puxa para perto e começa a pressionar contra minha traqueia aos poucos. Ele queria que aquilo fosse torturante.

Tento me debater, mas em vão. A cada tentativa frustrada, mais o sorriso insano dele aumentava.

Era isso, eu ia morrer estrangulada por meu próprio irmão que mal conheci. Irmão esse que me odeia desde que cruzamos nossos olhares na base dos Joes.

E para piorar, eu infectei o Snake Eyes por puro egoísmo. É Elise, você só fez merda nessa vida.

Algo passa entre eu e o Hector, que grita. Apenas vejo seus braços sendo desconectados de seu corpo, e então o nada.

Eu só sirvo para cair né? Todo dia tenho que cair de algum lugar alto e me ferrar, a vida me ama.

Algo agarra minha mão esquerda, que estava totalmente imprestável devido ao ferimento, e fico pendurada:

—Quem que... –arregalo os olhos ao ver meu salvador, um sorriso escapa –Você não virou um zumbi…

Snake Eyes balança a cabeça, dando um sorriso, era a primeira vez que o via sem o capacete:

—Você é mais bonito do que nas minhas fantasias. –deixo escapar, fazendo-o sorrir ainda mais.

Não faço a menor ideia de como que ele não virou um zumbi, mas agradeço aos céus por pelo menos ter acontecido esse milagre no meio de tantos pesadelos. Ele tenta me puxar, porém não consegue, estava ainda fraco, e eu também:

—Me solte, eu já sou peso morto. –tento fazê-lo parar, ele apenas balança a cabeça em negação, tentando de novo –Não consigo subir, não com apenas minha mão direita, Hector fez questão de ferrar com a mão que você está segurando, e nós dois estamos sem forças. –isso só o faz tentar me puxar de novo, em vão –Você não vai me largar né? –sorrio, ele confirma. Sinto gotas pingarem em meu rosto, ele estava chorando –É por isso que te amo. –levanto minha mão direita, vendo sua parte metálica brilhar, Snake arregala os olhos, entendendo o que eu ia fazer –Adeus Snake Eyes. –e corto a mão que ele segurava.

Finalmente estava caindo, e agora seria a última vez.

Ouço alguém berrar meu nome, não, não pode ser ele, ele é o ninja caladão, aquele que fez um voto de silêncio.

Sorrio com o pensamento, não é tão mal assim morrer pensando idiotices. Consigo olhar para baixo, vendo tudo se aproximar de forma vertiginosa.

Eu estava caindo em direção a um pinheiro pontiagudo, e não tinha como desviar. É, com certeza não sobrevivo. Vou morrer empalada por um pinheiro, divertido.

Fecho os olhos e sorrio.


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Notas finais do capítulo

'-'



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