– Atenção todas as viaturas. Vitima de sequestro, Allycia Dawson, dezesseis, morena com cabelos ondulados, olhos castanhos, estatura por volta de 1,57, magra. Indo para o aeroporto, provavelmente avião a caminho do Japão. Cancelar vôos para TODOS os destinos. Repetindo, Cancelar vôos para TODOS os destinos. – Falou o policial no rádio que ele tinha, preso em sua roupa.
– OK, viaturas a caminho. – Responde uma mulher no outro lado da linha.
Ally, eu juro que eu vou te encontrar.
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Pov Dez.
– Por favor Dez, não me deixa. – Disse Trish em meio as lágrimas.
– Eu não vou fazer isso, mas nós temos que encontrar uma saída desse lugar. – Digo.
Ficamos por pelo menos umas duas horas procurando a saída, e nada. Trish já tinha parado de chorar, mas isso não quer dizer que ela não estava com medo.
Isso era visto através dos olhos dela, acho que nunca vi a Trish com tanto medo.
Na realidade, acho que essa é a primeira vez que a vejo com medo de algo.
Ela sempre foi tão corajosa, nunca demonstrou fraqueza, então é meio estranho vê – la desse jeito.
– Hey Trish, se acalma. Eu não vou deixar nada acontecer com você. – eu digo e ela sussurra um “Obrigada Dez” tão baixo, que eu tive que perguntar outra vez para ter certeza.
– Eu disse obrigada, seu ruivo imbecil. E se você me fizer repetir isso de novo, ou contar para alguém, eu juro que te mato. – Ela voltou.
– Fico feliz em ver que você voltou ao seu normal. – Digo, e percebo que ambos fomos andando um para mais perto do outro, e em pouco tempo, o grande espaço que existia entre nós se resumiu a um centímetro, que eu logo tratei de acabar, pois para mim aquele centímetro mais se parecia com vários metros. Simplesmente beijei Trish, e fiquei feliz por ela ter correspondido. Era um beijo calmo e cheio de amor, tinha me esquecido o quão bom era ter seus lábios sobre os meus. Só nos beijamos quando tivemos a nossa primeira vez. Ela estava triste, e eu me declarei para ela, com apenas três palavras, mas ainda assim, me declarei.
Flashback on:
Eu estava andando pelo campo, estávamos em um acampamento com a nossa turma da escola, o que sinceramente, achei a maior idiotice, já que as barracas estavam bem afastadas umas das outras, vai que surge um urso e mata alguém, aí ninguém fica sabendo por conta da distância e o urso começa a matar um por um. Se bem que eu deveria ter pensado na existência de um urso antes de sair andando sozinho, no escuro. Por que eu estava fazendo isso? Nem sei, só senti necessidade de andar um pouco. Resolvo de voltar, no meio do caminho, ouço alguém gritando um “Mais que droga” . Sigo o som e vejo Trish, sobe a luz da lua e das estrelas, perto de um lago com algumas flores envolta. Se ela não estivesse chutando pedras, seria uma ótima hora para tirar uma foto, pois o lugar era deslumbrante, e Trish também. É, eu tenho uma queda de quebrar todos os ossos do corpo por ela.
– Trish, o que houve? – pergunto.
– Não é da sua conta ruivo idiota. – ela me responde, sendo gentil, ou melhor, nada gentil, como sempre.
– Eu me preocupo com você Trish. – Eu digo.
– Só você então. – Responde ela em um tom baixo. Ela se senta a beira do lago e eu ao seu lado.
– Minha avó morreu, recebi essa mensagem agora. Eu não sei de onde surgiu sinal no meio dessa floresta, mas eu recebi a mensagem mesmo assim. – Responde ela, visivelmente triste.
– Você vai chorar? – pergunto.
– Se tem algo que aprendi com a minha avó, é que chorar é para os fracos, por isso estava chutando pedras. – Diz ela, sorrindo fraco enquanto brincava com uma flor pequena.
– Eu te amo. – Disse sem pensar, mas não me arrependo, é a mais pura verdade. Eu imaginei muitas vezes como dizer isso para ela, mas no final das contas, as palavras simplesmente pularam para fora da minha boca.
E quando finalmente dei por mim, nós dois já estávamos entre os beijos.
– Eu também te amo Dez. – Ela respondeu, o que só me fez sorrir mais. Nossos beijos inocentes foram se intensificando, ela retirou minha camiseta, e eu sua blusa. Não tinha ninguém por perto, apenas nós. Eu dei alguns cupões leves em seu pescoço, ficamos aos carinhos por algum tempo.
Até que finalmente aconteceu, ali mesmo, sobre o poderoso brilho das estrelas. Tínhamos como testemunhas do nosso amor a lua e todas aquelas estrelas.
Nada mais no mundo me importava, e tive uma nova certeza depois daquilo. O que eu mais quero na minha vida é faze-la feliz.
Flashback off.
Separamos o beijo com alguns selinhos.
– Que lindo casal. – ouço uma voz um pouco amedrontadora batendo palmas em um tom de sarcasmos. Não reconheci quem era, mas tinha certeza de que era um dos seguranças do Dallas.
– Eu vou ser breve, eu vou trancar vocês aqui e colocar fogo no prédio. Sorte a de vocês que eu resolvi ser piedoso.
– Piedoso? Como isso pode ser considerado piedade? – pergunta Trish.
O homem sinistro aponta um arma para a cabeça dela, e eu como um reflexo, a cubro protegendo seu corpo com o meu. E recebendo a bala por ela. Trish fica aos prantos, e ouço o homem gargalhar.
– Adeus casal. – Diz o homem fechando a porta.
– Dez!! Dez, meu amor, por favor fala comigo! – ela disse apavorada.
– Meu amor? – pergunto com um sorrisinho malicioso nos lábios.
– Se você não morrer por essa bala, eu juro que te mato. – Ela diz rindo um pouco, mais ainda chorando.
– Eu to bem Trish, ele só acertou meu ombro. – Respondo e percebo Trish rasgando um pedaço de sua calça e amarrando o retalho com força no meu ombro. Gemi de dor.
– Eu seu que dói Dez, mas temos que estancar o sangue. E obrigado por salvar minha vida. Eu te amo.