O coração saltava e o estômago revirava.

Os olhos da multidão, de ambos os povos, e, inclusive o meu, sobre Finn.

Podia afirmar que, ao observar o garoto, nem todos viam a mesma coisa.

Grounders viam dezoito irmãos mortos. O povo da Arca via um dos que enviara para morrer. Os cem, que agora estavam longe deste número, viam seu total mais uma vez caindo. Já eu... Não enxergava nada.

Culpa, raiva e impotência dançavam em meio à bagunça em que minha mente se encontrava.

A cada segundo interminável, suprimia o grito preso na garganta, a vontade sobrenatural de cair sobre meus joelhos em frente à Lexa e implorar, dizer que com certeza há um outro meio de resolver as coisas, mesmo tendo a ciência de que não é verdade.

O sangue daquelas pessoas marcava tanto as mãos de Finn quanto as minhas. E isso era apavorante. O peso de tantas vidas me impossibilitou de pensar com razão.

E então eu senti aquela pontada de covardia. Novamente.

Meus olhos umedeceram. Droga.

Porque eu não era inteligente como Jasper e Monty? Amável como Raven e Octavia? Corajosa como Bellamy?

... A liderança me degradava aos poucos.

Abri bem meus olhos, como alguém que acordara de uma longa noite mal dormida.

Engoli o seco. Com toda a certeza, não era eu a líder que todos queriam, mas tentaria ser aquela que eles realmente precisam.

Com minha mente, agora clara, tomei a palavra.

– Eu posso dizer adeus?

Finn matou mais duas pessoas aquela noite. A si mesmo, e a mim.

– Obrigado, Princesa.