Rock Forever escrita por Isabela Faria


Capítulo 26
É que para o amor, não existe preconceito.


Notas iniciais do capítulo

UU.uuu voltei meus achocolatados, casamento da Marcelina e do Jorge nesse capítulo? huuuum animados, espero que sim, quem puder tirar um tempinho para recomendar a fanfic eu agradeço, obrigada a todos que comentaram no capítulo anterior, adoro a todos você amores ♥.

Boa leitura morecos ♥



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" Mas o amor não existe para fazer a gente feliz? então, se ele existe pra isso, não importa os preconceitos, lute por quem você ama, assim será feliz. " 

Mansão Cavalieri/São Paulo/Brasil 

Jorge vestia seu terno caríssimo enquanto se olhava no enorme espelho de seu quarto, o grande dia havia chegado, o dia de seu casamento com Marcelina, e ele tentava se convencer de todas as formas que estava feliz com a escolha que havia feito, mais a verdade é que seu coração estava destroçado. 

— Jorge filho? eu posso entrar? - Jorge logo reconheceu a voz de sua mãe Rosana batendo na porta. 

— Pode, entre. - falou Jorge tentando abrir um pequeno sorriso para a mãe, Rosana entrou acompanhada de Helena. 

— Sua antiga professora quis vim vê-lo antes do casamento. - falou Rosana sorrindo para o filho. - Você está lindo meu amor. 

Rosana deu um abraço forte no filho e saiu deixando Jorge a sós com Helena, a antiga professora o encarou e fez sinal de negação com a cabeça, Helena sabia que ele estava infeliz, e a única coisa que ela desejava era que Jorge fosse feliz. 

— Tem certeza disso? - perguntou Helena encarando Jorge que desviou olhar. - digo, não vale apena se casar com quem a gente não ama. 

— Não insista professora, nunca irão aceitar se souberem a verdade, e devo me casar. - disse Jorge deixando uma lágrima rolar. 

— Olhe seu estado? Você não está nem um pouco feliz com isso, não seja egoísta Jorge. - implorou Helena bastante séria. 

— Egoísta Helena? Não diga aquilo que você não sabe, eu estou sacrificando a minha felicidade pelos outros, então me chame do que quiser, menos de egoísta. - gritou Jorge um pouco irritado com a professora. 

— Você está sendo egoísta consigo mesmo, com a Marcelina e até com o Kokimoto, ou você não acha que é injusto deixar que Marcelina se case com você? Ela vai casar com alguém que não a ama e perder a chance de encontrar a alguém que a ame verdadeiramente, e o Kokimoto também não será feliz sem você Jorge, acha que é justo sacrificar a felicidade deles por causa do ser covardismo? - indagou Helena indignada com o garoto. 

— Imagina o quanto que a Marcelina vai sofrer se eu abandona-la? Não posso fazer isso com ela. - respondeu Jorge sem entender Helena. 

— E daí Jorge? ela vai sofrer muito mesmo, vai passar uns meses em uma depressão profunda até o dia em que recupere, mais isso não é melhor? sim, é melhor do que ela passar a vida toda sofrendo ao lado de alguém que não ama, você não consegue entender isso? - respondeu Helena emocionada.

— Saia daqui por favor Helena, eu já estou decidido, sei que ninguém aceitará o amor que sinto pelo Kokimoto, e não posso abandonar meu casamento. - falou Jorge abrindo a porta para ela se retirar. 

— Depois não diga que não lhe avisei, você vai cometer o pior erro da sua vida e espero que esteja ciente disso, vai sacrificar aquilo que você ama por causa de pessoas preconceituosas que não se importam nem um pouco com você, e no fundo você sabe muito bem, que irá se arrepender. - falou Helena emocionada enquanto saia, deixando Jorge pensativo. 

(...) 

Do lado de fora, o imenso jardim de Jorge estava lotado de convidados, a cerimônia seria realizada ali mesmo, Alicia caminhava lentamente pelo local, havia flores por tudo que era lado e tocava algumas músicas românticas que Alicia detestava, a garota logo resolveu atacar alguns docinhos. 

— Um bem-casado, esse negócio parece ser gostoso. - falou Alicia rindo enquanto pegava o doce de uma bandeja qualquer. 

— Aproveitando a comida da festa? - perguntou Paulo dando um susto na garota, ele estava com um sorriso travesso no rosto. 

— Mais é claro, a única coisa de boa que tem em um casamento é os doces... e as vezes, algum barraco. - falou Alicia cruzando os braços e rindo. 

— E a parte do felizes para sempre? Me diga, onde é que está o seu lado romântico Gusman? - perguntou Paulo curioso. 

— Não me venha com romantismo Guerra, amor não existe, isso é coisa para tolos românticos. - respondeu Alicia friamente revirando os olhos. 

— Diz isso porque ainda não encontrou alguém pra amar Alicia, sei que você ainda sonha com um príncipe do cavalo branco. - comentou Paulo rindo.

— Nunca sonhei com um príncipe do cavalo branco idiota, e você sabe muito bem disso. - falou Alicia dando um soco no braço do Guerra. 

— Não minta para mim Gusman, nunca me esqueci daquela conversa que escutei de você e da minha irmã há uns dez anos atrás, você disse que sonhava com um príncipe de cavalo branco que chegaria e salvaria você da sua família. - confessou Paulo meio envergonhado. 

— Você estava nos espionando? A seu... tá, tá legal, eu admito que queria mesmo que alguém me salvasse, mais com o tempo eu mesma me salvei sozinha. - falou Alicia dando as costas, porém Paulo a segurou. 

— E agora quem vai te salvar? - perguntou Paulo se referindo as drogas, Alicia o encarou. - O idiota do Daniel? a única coisa que ele faz é te arrastar mais ainda pra aquele mundo de vício dele. 

— Como você sabe do Daniel? - perguntou a Gusman furiosa o fuzilando com o olhar. - quer saber? Quem é você pra falar dele? Você não é nenhum príncipe do cavalo branco, tá mais pra sapo! 

— Eu sei disso Gusman, desde criança nunca tive vocação pra príncipe, mais de qualquer modo... - Paulo soltou um suspiro abafado. - eu me preocupo com você.— disse o Guerra encarando o chão. 

— Agradeço a sua preocupação, mais eu sei me cuidar sozinha Guerra. - falou Alicia fingindo indiferença. 

— Espero que você saiba mesmo, mais se precisar de alguma coisa, pode contar com esse sapo aqui. - falou Paulo sorrindo para ela e saindo dali. 

Alicia observou Paulo se afastando e sentiu suas bochechas arderem, aquele sorriso dele tinha abalado a suas estruturas, por um instante ela havia visto um pouco de verdade nas palavras do Guerra, Alicia balançou a cabeça negativamente espantando tal pensamento, Paulo era apenas um idiota que não se preocupava com ninguém além de si mesmo. 

(...) 

Pov Jorge

A cerimônia estava prestes a começar, todos os convidados estavam sentados a espera da noiva, já me encontrava ao lado do padre a espera de Marcelina, Helena me encarava com os olhos cheios de decepção. 

Logo a marcha nupcial começou a tocar, avistei Marcelina caminhando lentamente, ela estava linda e com um sorriso imenso nos lábios... 

— Me perdoe por não te amar da forma que você me ama. - falei comigo mesmo me desculpando por estar fazendo aquilo com ela.

Uma cena chamou a minha atenção, Kokimoto estava ali distante de todos, percebi que ele me encarava com a mesma decepção presente nos olhos de Helena, senti meu coração apertar, eu iria perde-lo para sempre. 

Logo o Padre começou a falar várias coisas pelas quais eu nem se quer dava atenção, meu coração estava a mil por hora, minha vontade era sumir dali sem dar explicação a ninguém, meu Deus? dai-me forças. 

— Marcelina Guerra, aceita Jorge Cavalieri como seu legítimo esposo? - Perguntou o Padre sorrindo, como assim? já chegou nessa parte? 

— Claro que aceito. - respondeu Marcelina me olhando com um sorriso enorme, ela estava tão emocionada. 

— E você Jorge Cavalieri, aceita Marcelina Guerra como sua legítima esposa? - perguntou o Padre me deixando desesperado. 

Olhei para trás encarando cada canto daquele jardim, Kokimoto apenas me encarava de uma forma estranha, eu não sabia o que responder, todos ali já estavam estranhando a minha demora. 

" NÃO! " 

Queria gritar um lindo e maravilhoso não para todos ali presentes, o padre já ia repetir a pergunta novamente quando eu encarei Marcelina que não conseguia esconder sua enorme aflição, o medo me consumiu de novo. 

— Eeeeeer... eu aceito. - respondi e pude ver todos os convidados suspirando aliviados, o padre continuou com a cerimônia. 

— Se tem alguém contra esse casamento, que fale agora ou cale-se para sempre. - o Padre disse a famosa frase. 

Senti meu corpo tremer, Kokimoto jamais seria capaz de interromper o casamento, de uma forma alguma, ele nunca... 

— Eu tenho uma coisa contra. - gritou Helena fazendo todos a encararem de uma forma assustada, principalmente Marcelina.  

Eu não acreditava no que estava acontecendo, Helena havia acabado de interromper meu casamento, ela iria contar tudo, mais porque? ela não tinha esse direito, o padre pediu que ela se pronunciasse. 

— Você sabe que não pode se casar Jorge, por favor, se existe um pouco de sanidade em você, faça o que é certo. - falou Helena aos prantos.

— Do que ela está falando Jorge? - indagou Marcelina me encarando decepcionada, eu iria responder, porém minha mãe me interrompeu. 

— Não dê ouvidos a ela Marcelina, está louca, só pode, padre continue a cerimônia antes que eu chame os seguranças. - gritou minha mãe furiosa. 

Foi ali que eu tive a certeza de que não podia me casar, eu não iria sacrificar a minha felicidade por causa de um preconceito bobo que assolava a minha vida, eles vão ter que me aceitar do jeito que sou, se eles não aceitarem, dane-se, só provará que nunca me amaram de verdade. 

— Marcelina, escute, você é a mulher mais incrível que eu conheci em toda minha vida, eu te amo, mais não do jeito que um homem ama uma mulher, amo você como se você fosse uma irmã pra mim. - confessei segurando suas mãos, Marcelina se soltou de mim bruscamente.

— O que você está falando Jorge? eu não entendo, porque está me fazendo passar por isso? - perguntou Marcelina já deixando lágrimas caírem. 

— Tem uma coisa que ninguém sabe sobre mim, eu sou gay, e nunca tive coragem de revelar isso a ninguém, desculpe se estou lhe fazendo passar por isso, mais eu não posso deixar você casar com alguém que não te ama da forma como você merece. - falei sentindo lágrimas rolarem de meus olhos. 

Minha mãe desmaiou nesse momento, poderia até ter ficado preocupado se aquilo realmente fosse um desmaio, mais eu conhecia os falsos desmaios de minha mãe, encarei aos convidados que me olhavam estranho. 

— Porque você não falou isso antes seu imbecil? não precisava fazer ela passar por isso. - só escutei uma voz gritando e senti um soco acertar em cheio a minha cara, meu nariz começou a sangrar. 

Era Paulo irritado indo pra cima, Janjão e Cirilo tentavam segura-lo mais ele continuava gritando, não poderia culpa-lo por isso, se eu estivesse no lugar de Paulo faria exatamente o mesmo para defender minha irmã. 

— Seu viado, que vergonha causou para nossa família, a partir de hoje você não é mais nosso filho. - gritou meu pai expondo seu preconceito. 

— Daqui uns dias você vai estar que nem ele, um verdadeiro viado assumido que envergonha a todos. - falou minha mãe apontando para Kokimoto, senti meu sangue ferver. 

— Ah é? pois é ele que eu amo, e eu me sentiria orgulhoso se fosse igual a ele, melhor do quer como a senhora, preconceituosa e fútil. - gritei a quatro ventos o quanto amava Kokimoto, ele sorriu. 

Marcelina caiu no chão aos prantos, só pude ver Valéria correndo para ajuda-la a se levantar, a mãe de Marcelina e o pai tinham ido embora como dois idiotas envergonhados da desgraça da própria filha. 

— Com o Kokimoto? Ele trabalhava com a minha irmã e você a traía na maior cara de pau, seu imbecil. - gritou Paulo avançando para cima de mim. 

— Para Paulo, já chega... - gritou Marcelina fazendo todos ali presentes se calarem, ela enxugou as lágrimas e olhou para mim.

Marcelina passou por mim lentamente, ela caminhou até o final daquele jardim e parou bem em frente a Kokimoto, ela puxou a mão de Kokimto e saiu o arrastando até a mim, o que ela pretendia fazer?

Eu e Kokimoto ficamos frente a frente, Marcelina pegou uma de minhas mãos e a juntou com uma das mãos de Kokimoto, todos encaravam aquela cenas abismados, ela sorriu singelamente e soltou um vasto sorriso. 

— Sabe desde pequena eu sempre acreditei que o amor era o ingrediente principal da vida, eu sofri várias decepções amorosas e mesmo assim eu continuo acreditando, e eu amo você Jorge, te amo de uma forma verdadeira, uma forma que talvez ninguém aqui presente saiba como é amar alguém assim e não ser correspondido, mais sabe o que importa pra mim? Que vocês sejam felizes, enfrentem qualquer tipo de preconceito, porque o amor é maior que tudo. - falou Marcelina sorrindo e deixando algumas poucas lágrimas rolarem de sua face. 

Eu e Kokimoto sorrimos para a mesma, segurei a mão de Kokimoto e nós dois saímos dali o mais rápido possível, Marcelina era sem dúvida alguma uma das pessoas mais incríveis que já conheci, e tenho certeza que alguém a fará muito feliz. 

Mais agora, focarei na minha felicidade e na de Kokimoto, porque agora ninguém pode nos separar, finalmente serei feliz ao lado de quem eu realmente amo, porque tenho certeza que o amor desconhece qualquer barreira preconceituosa que possa existir, e dane-se o preconceito!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Cena Paulicia, achei tão fofo esse momento dos dois, nos próximos capítulos tem mais, rsrsrsrs, Paulérias e Jalérias de plantão? também tem esses casais, beijão e comentem por favor.