A outra dimensão; escrita por Val-sensei


Capítulo 16
Revelações




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Décio entrou em seu quarto e se jogou na cama resmungando: “Lin é maluco... Ele deve fumar drogas só pode”. Ele resmungava suspirando fundo e olhando para o teto do quarto, para depois olhar o espelho com certa curiosidade.

Logo a mesma figura sinistra que ele havia visto há uns dias atrás apareceu em seu espelho com o mesmo sorriso sínico.

Décio encarou o espelho desconfiado e pensando no que Lin havia dito anterior mente.

— Muito bom Décio! – a voz ecoou dentro do quarto.

— O que é bom? – ele encarou o homem de capuz preto que o olhava com um sorriso vitorioso no rosto.

— Você fez um favor muito grande me emprestando o seu corpo, agora sua irmãzinha está morta e eu vou dominar o seu mundo e o mundo dos sonhos – ele riu malignamente e tirou o capuz em uma risada alta e malvada erguendo as mãos de uma forma sinistra.

Décio arregalou os olhos e viu o quanto o cara tinha uma certa semelhança com ele.

— Como assim? – ele não estava entendendo nada e com uma cara assustada o encarou.

— Tudo que o seu amiguinho te disse é verdade – ele o encara com um ar sínico. - Eu sou o seu reflexo no mundo dos sonhos, mas graças a sua desesperança eu pude voltar para infectar o cristal dos sonhos e logo, logo ele estará completamente negro e ninguém vai salvar seu mundo, ou o mundo dos sonhos e muito menos salvar a sua irmã, pois será tarde demais.

Décio levantou-se depressa da cama com cara de quem não estava entendendo nada e preocupado com que o Deci dizia diante dele.

— Quem é você e explica isso melhor.? – ele encarou o espelho de forma determinada.

— Não precisa de uma explicação, logo, logo você vai enterrar a sua maninha querida – ele riu de forma sinistra e sumiu do espelho.

Décio encarou o espelho com raiva foi até a sua penteadeira e pegou um vidro de perfume e jogou no espelho quebrando os dois se ajoelhou com lágrimas nos olhos e disse para se mesmo:

— Lin... Você vai me dar muitas explicações – ele levantou o mais rápido que pode limpando as lágrimas, saiu correndo do seu quarto e foi para o hospital.

Não demorou muito ele chegou ao hospital e viu sua mãe o olhar feio.

— O que te deu na cabeça para tentar matar a sua irmã, Décio? – sua mãe perguntou brava.

Décio a encarou incrédulo...

— Nunca faria isso mãe... – ele a encarou com os olhos meigos e úmidos.

— Mas você fez...  Décio – ela o encarou sério. - Você enforcou a sua irmã e quase que ela morre – ela o encarou sério.

Décio deu um passo para trás e sentiu as lágrimas descerem pelo seu rosto e com uma cara bem pálida como se fosse cair duro no chão a qualquer momento.

— Como ela... Está... – as palavras mal saíram de sua boca.

— Ela está estável, mas você não chega mais perto dela, ouviu bem – ela o encarou de um modo frio.

— Tudo bem... – ele abaixa um pouco a cabeça e ainda com dificuldades em falar... – Onde está o Lin...

— Estou aqui Décio – ele colocou a mão no ombro do rapaz.

— Eu... Preciso de... Explicações... – ele encarou o Lin de uma forma que o Lin percebeu que ele já sabia de algo, suspirou fundo o chamou:

— Vem comigo, vamos dar uma volta, você está precisando – ele o puxou pela porta saindo do hospital.

Caminharam por um tempo, um ao lado do outro sem nenhuma palavra se quer a ser pronunciada e logo Décio viu que chegaram à casa do Lin.

Eles entraram em silêncio pela casa caminhando pelos gigantes corredores da mansão até que o Lin entra em seu quarto fechado a porta depois do Décio entrar.

— Por onde quer começar? – ele fez menção para o rapaz se sentar e o encarou de uma forma que sabia o que Décio queria naquele momento.

— Sobre esse mundo dos sonhos... Sobre tudo que você disse... Sobre o que aconteceu hoje que eu não me lembro de nada... – ele o encara desesperado, passando as mãos pelos seus cabelos e em seu rosto.

— Fique calmo, Ayane está bem agora. – Lin deu um sorriso a ele e viu a chance de ajudar a Ayane na sua jornada no mundo dos sonhos.  - Vou buscar algo para você tomar e se acalmar, depois começamos a falar sobre o assunto – Lin estava calmo e tranquilo e foi até a cozinha e logo voltou com um monte de sucos e quitutes, colocou em cima de uma mesinha de centro no seu quarto e esperou Décio se acalmar um pouco, pegou o seu noteboock ligou no blog que ele descobriu.

Décio olhou atentamente a notícia e esperou por Lin narrar.

— Ayane tinha algum sonho além do que você me disse?

— Não que eu saiba – ele encarou mais calmo e limpando o rosto com a mão.

— Entendo... – ele fez uma breve pausa. – Décio o acidente não foi por acaso.

— Como assim? Você atropelou por querer? – ele já estava ficando nervoso e ainda estava confuso, afinal era informação de mais para ele.

— Calma, eu vou falar – ele o encara sério. - Apenas me ouça... – Lin o encara meigo e continua. – Ayane faz parte de uma profecia em um mundo bidimensional chamado mundo dos sonhos. Nesse mundo a dez guardiões que guardam dez partes de um cristal onde estão armazenados todos os nossos sonhos que queremos muito realizar. Cada guardião guarda parte desse cristal com um poder específico e cada guardião desses é o reflexo de nós aqui no mundo real.

Décio começou a ouvir atentamente a história.

— Porém o seu reflexo foi tomado pelas trevas e corrompeu a parte do cristal o deixando negro e sua maldade foi crescendo a ponto de querer dominar todas as partes do cristal para poder deixar o nosso mundo e o mundo dos sonhos nas trevas, acabando com o amor, a esperança e os sonhos de cada um que quer se realizar no nosso mundo e Ayane fazia parte dessa profecia, porém para ela ajudar eles, ela era a única que tinha que ir com a alma, ou seja, ela tinha que estar em coma, ou algo assim...

— Você acha que foi por esse motivo o acidente.

— Sim, pelo que os guardiões me contaram, sim – ele o olhou. – Está acreditando?

— Apenas continue...

Lin fez que sim com a cabeça e continuou.

— Ayane corre risco de morte, pois se ela morrer aqui ela morre no mundo dos sonhos, pois sua alma está presa lá e se ela morrer lá ela morre aqui pelo mesmo motivo.

— E o que isso tudo tem a ver com o que aconteceu hoje?

— Deci... O décimo guardião, o seu reflexo, e os guardiões podem usar o espelho, ou se tiver com uma sintonia muito forte eles podem usar o corpo, como Deci foi tomando pelo mal, a desesperança e a fé, queria que você também caísse ainda mais no fundo do poço e para isso ele colocou coisas na sua cabeça sobre mim, pois assim ficaria mais fácil dele usar o seu corpo para matar a Ayane...  – ele fez uma breve pausa.

— Mas se eles são nossos reflexos, nós também vamos morrer caso eles morram?

— Está aí uma boa pergunta... – ele uniu as mãos entrelaçando os dedos, sobre os seus joelhos um pouco separado e sentado em frente ao rapaz e continuou. - Eu fui ao outro mundo com a ajuda do Royne, um dos guardiões do mundo dos sonhos e ele é o meu reflexo... Eu fui lá para salvar a Ayane que da morte e agora com certeza o coração dela deve estar batendo de novo – ele o encarou e suspirou fundo e feliz ao mesmo tempo com os olhos carregados de lágrimas. – Décio, por favor... Tenha fé, tenha sonhos e aceite à bolsa que meu pai te deu, pois com isso podemos trazer a sua irmã de volta sã e salva... – ele resumiu a história a ele, mas ainda viu que ele estava confuso.

— Você nem a conhece e... Eu não entendo... E tudo muito fantasioso e...

— Difícil de acreditar, eu sei – ele se levantou foi até ele e colocou a mão no seu ombro. - Eu a vi no mundo dos sonhos e sua irmã tem um potencial incrível e eu... Bom eu quero namorá-la e cuidar dela de todas as formas possíveis, mas para isso eu preciso dela aqui e com os sonhos dela e com tudo que ela merece...

— Lin... – Décio pegou o notebook e leu a notícia do blogueiro e ficou pensativo por um tempo e o silêncio voltou a reinar no quarto do Lin...

Após alguns minutos ele voltou o olhar para Lin e disse:

— O que aconteceu no hospital? Eu não lembro de nada...- ele o encarou de forma firme para depois voltar a olhar o que estava escrito no blogue.

— Você estava no quarto com a sua irmã, então quando entramos vimos você apertar a garganta dela com a máscara de oxigênio retirada do seu rosto, eu puxei você, mas você começou a se debater, então seu pai ajudou, mas os aparelhos começaram a apitar e ela teve uma parada respiratória, depois dessa parada respiratória dela você voltou ao normal... – ele fez uma breve pausa. – Eu sabia que não era você ali e pedi ao Royne para me levar ao mundo dos sonhos para salvar a Ayane e manter ela viva, mas o Deci não sabe ainda que ela sobreviveu, mas deve descobrir em breve... – ele abaixou-se em sua altura, pois Décio estava sentando em uma poltrona e o encarou com as mãos em seu joelho. - Por favor, Décio me ajuda a salvar a sua irmã, acredita em mim, acredita no seu sonho, acho que podemos ajudar a Ayane daqui – ele aperta os joelhos dele um pouco e o encara firme com a certeza de que ele podia mudar de ideia.

Décio ficou mais um tempo em silêncio e pensativo.

— Meus pais acham que fui eu que tentei matar a Ayane... Eu nunca faria isso em sã consciência – ele colocou as mãos no queixo e abaixou a cabeça...

— Eu sei Décio...

— Teria como eu ir com você nesse mundo dos sonhos?

— Não sei, pois temos que ter uma afinidade com o nosso reflexo, além do mais se demorarmos muito tempo lá vamos perder nossa existência, pois o reflexo e a pessoa não podem ficar lá ao mesmo tempo.

— Entendi... – ele o olhou por um tempo. – Vamos acabar com esse cara aí... Só precisa saber se há alguma maneira de eu ir com você para esse mundo.

— Isso é fácil – ele sorriu e foi até o espelho colocou a mão e se concentrou.

A figura idêntica a ele apareceu no espelho com um sorriso nos lábios.

— Olá Lin...

Décio encarou o espelho e viu o cara da foto que ele Deci havia mostrado a ele e ficou boquiaberto.

— Olá Royne, esse é o irmão da Ayane – ele apontou para o rapaz que estava do lado dele em frente ao espelho.

Royne o olhou de cima em baixo e o encarou sério.

— Ele não está ligado ao Deci, está? – o olhando desconfiado.

— Pode ficar tranquilo, aquele reflexo idiota não vai mais se aproximar de mim – ele o encara com determinação e meio incrédulo ainda.

Royne o olhou surpreso e disse:

— O que quer Lin?

— Tem como irmos ao mundo do sonho, Décio e eu?

— Você vem quando eu realmente precisar de sua ajuda, até por que você sabe que não podemos ficar muito tempo aqui e o seu lugar é aí, mas creio que se eu precisar eu te chamo. Já ele – apontou para Décio. – Só pode vir se o Deci o chamar, ou ele tiver contato com o Deci do contrário ele não vem e também é da mesma forma se o Deci precisar dele aqui, do contrário não dá.

—  Só vamos se nossos reflexos chamarem?

— Sim, ou acharem outra forma...  – Royne não queria dizer, afinal era arriscado demais.

— Royne... – ele olhou e esperou Décio falar. – Minha irmã está bem?

— Graças ao Lin e aos guardiões que estão com ela nesse momento...

Ele sorriu.

— Eu vou te mostrar – ele falou uma língua estranha e sua imagem no espelho se transformou e mostrou Ayane sorrindo e conversando com o homem de cabelos espetados, o garotinho, a mulher e o Fen. Eles estavam em uma mesa de jantar comendo e parecia divertido.

A imagem não ficou muito tempo e logo Royne voltou a ele.

— Ela está com o guardião do tele transporte e o guardião da terra, amanhã ela parte para enfrentar o Deci – ele o encara.

— Por que ela faz parte dessa profecia maluca que o Lin falou...

— Profecias não tem o porquê, mas se quer sua irmã bem, arranque toda essa escuridão que ainda está no seu coração e ajude ela a voltar pro seu mundo... – dito isso Royne sumiu das vistas deles.

— Espere... - Décio tocou o espelho. – Chama ele de novo Lin – ele o encarou de uma forma meio desesperada.

— Não dá, tem um tempo de ele ficar no espelho, além do mais Royne está tentando manter a sua parte do cristal purificada, pois o mesmo está quase todo negro, alias de quase todos os guardiões estão assim, o único que se mantem cristalino e o do Fen, por isso ele está acompanhando a sua irmã, para ela não ficar sozinha.

— Por que ela tem que passar por isso? – ele caiu de joelhos e colocou as mãos no rosto começando a ficar desesperado.

— Décio... Se acalme e não fica assim, ou vai piorar as coisas para sua irmã... – ele colocou a mão no ombro dele, mas Décio retirou com uma brutalidade e o encarou... – Então aquela garota ainda está viva graças a você... – ele segura a mão de Lin com força e o encara de forma sinistra.

— Deci... – ele o encara de forma encorajadora...

— Eu vou te matar e depois matar aquela garota e tudo vai ser como eu quero – ele parte para cima dele e tenta lançar seus poderes, mas não vai.

— Décio é humano, aqui você não usa seus poderes – ele sorri e tira a mão dele passa uma rasteira nele e o derruba no chão. – Aqui é a força bruta.

— Va em frente, não é a mim que você vai machucar – ele ri malignamente e dá um soco nele o tirando de cima.

— Isso você tem razão, mas não vou desistir do Décio fácil – ele o espera vir para cima quando Lin o encara de forma intensa e vê Deci dando um soco no seu rosto o fazendo bater com a cabeça no canto da cama.

Lin fica meio zonzo, sente a dor e sente escorrer algo, passa a mão em sua cabeça e vê vermelho, depois passa a mão em sua boca e também vê o vermelho do sangue.

— Eu acredito no Décio e eu sei que ele está aí em algum lugar e não vai deixar você fazer mal a irmã dele.

— Tem certeza disso? – Deci pega o abajur e quebra o mesmo ficando só com as pontas da lâmpada e apontou para o pescoço de Lin que estava deitado no chão com ele por cima o impedindo de levantar.

— Décio, eu sei que você está aí – o Deci apontava a o abajur com a ponta da lâmpada ficando cada vez mais próximo do pescoço de Lin e o rapaz tentava impedir o segurando com as mãos enquanto fazia caretas colocando força. – Pensa na sua irmã, pensa que ela pode voltar bem e feliz, pensa que você ainda pode ver o sorriso dela para você... Ajude a vencer esse mal, ajude ela Décio...

— Cala a sua boca, seu inútil... – Deci empurra com força o abajur só com a ponta da lâmpada, mas logo ele deixa cair e coloca as mãos na cabeça perdendo um pouco equilíbrio do seu corpo e Lin aproveitou para jogar ele no chão e inverter as posições.

— Décio, vamos ajudar a sua irmã...  – ele coloca o cabo do abajur no rumo do peito do Deci e o encara com lágrimas nos olhos. - Ayane está esperando por você no mundo dos sonhos para ela voltar para você, para gente... – lágrimas caiam do rosto de Lin. – Você consegue... Eu sei que você consegue – ele estava sobre o Décio e ele empurra o cabo do abajur, porémno atrito o mesmo foi para longe e agora Lin o impedia com as mãos.

Décio deu uma cabeçada na cabeça de Lin e deixou-o meio tonto, fazendo ele perder o equilíbrio e saiu de baixo dele.

— Ele não vai te ouvir – o ser do mundo dos sonhos o encarou de uma forma sinistra e partiu para cima dele para dar um soco, mas quando olhou aqueles olhos azuis sentiu como se visse a luz de Royne penetrar os olhos dele.

Décio sentiu um calor no seu coração se afastou e caiu sentado com as mãos na cabeça.

— Maldito... – reclamou o Deci. – Onde você conseguiu essa esperança – ele sentiu o coração de Décio pulsar mais forte e sentiu que ali tinha dedo do Royne. – Malditos, vocês vão me pagar...

— Se alguém que precisa de mim e que eu amo mais que qualquer pensamento negativo, ou qualquer frustação que eu possa ter, eu preciso protegê-la acima de tudo – Décio deu um sorriso lateral e encarou Lin e sentiu que ele tinha esperanças nele, mas segurou forte a cabeça e deum grito alto e caiu no chão desmaiado.

— Décio... Lin correu até ele e viu que ele estava bem, suspirou fundo e deu um leve sorriso.

— Eu vou ficar bem, eu acho... – ele caiu desmaiado no chão, mas com um sorriso no rosto e esperança no coração.

“Talvez tudo isso leva a algo bom”. Pensa ele olhando o irmão de Ayane.


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