Latch escrita por jubssanz


Capítulo 1
I'm latching onto you.


Notas iniciais do capítulo

ɫ Essa é minha primeira oneshot e, de forma experimental, resolvi fazer algo bem simples. (e doce hahaha) As críticas construtivas serão bem vindas.
ɫ O nome da oneshot é inspirado na música "Latch" do Sam Smith, mas essa não é uma songfic. Quem quiser ouvir a música durante a leitura: https://www.youtube.com/watch?v=pUK6HlzNWEg
ɫ Se tu, querida leitora, já leu Três... É MILARK, FIA, COMEMORA! hahahaha

Enfim... boa leitura!



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Eu tentava, com todas as minhas forças, me concentrar no som produzido pela água que caia do chuveiro. Era inútil. Primeiro, porque o som de minha respiração era infinitamente mais alto. E, segundo... Concentrar-me no barulho da água seria admitir para mim mesmo que Mark estava há apenas alguns metros de mim, tomando banho. Nu.

Pisquei meus olhos algumas vezes e senti minha face esquentar no mesmo instante. Oh, céus. Foi difícil reprimir o riso. Cedo demais, Mark desligou o chuveiro. Senti meu corpo enrijecer ao ouvi-lo assobiar. O que eu deveria fazer? Como deveria agir? Minha vontade era de, basicamente, abrir eu mesmo a porta do banheiro. Mas como típico adolescente inseguro, apenas permaneci deitado em sua grande cama, com as mãos cruzadas sobre o peito. Fechei os olhos, tentando acalmar minha respiração.

Algum músculo que eu sou capaz de identificar se contraiu quando ouvi a porta do banheiro sendo aberta.

— Que perigo. — Mark sussurrou, de maneira dramática. — Um lindo e indefeso jovem adormecido em minha cama.

Senti a cama afundar sob seu peso, mas não abri os olhos. Apenas esbocei um sorriso. Reprimi um suspiro quando Mark tocou seus dedos em meus lábios de forma delicada. Ele permaneceu alguns instantes acariciando meu rosto e o efeito de sua respiração próxima a mim fez com que todos os pelos de meu corpo se arrepiassem.

— E, pelo visto, o jovem não tem a intenção de acordar tão cedo. — Sussurrou. — Melhor não incomodá-lo.

— Acordei! — Praticamente gritei, rindo, no momento em que Mark levantava da cama. Abri os olhos e senti minha respiração falhar.

Olhei-o atenta e vagarosamente. Estava com os cabelos molhados e despenteados. Seus olhos brilhavam. Seus lábios estavam avermelhados, como se ele tivesse passado muito tempo os mordendo. Estavam deliciosos. Desci o olhar até seu pescoço descoberto, onde várias gotinhas de água repousavam. Imaginei qual seria a sensação de tirá-las dali... Com a língua. Desci ainda mais o olhar e tive que segurar o impulso de tocá-lo. Mark estava sem camisa e seu peito nu praticamente gritava meu nome. Senti vontade de deslizar meus dedos por tudo aquilo. Ninguém poderia negar que os anos de basquete haviam lhe feito muito bem. Seu tórax era liso e definido, com belos quadradinhos salientes. Sua toalha branca estava enrolada na cintura, o que deixava bem a vista o lindo — e delicioso, e maravilhoso, e desejável – rastro de pelinhos que ia de seu umbigo até onde minha imaginação podia me levar.

— Vai ficar apenas me encarando? — Ele riu, arqueando a sobrancelha. — Assim você me deixa constrangido. — Desviei o olhar no mesmo instante, pensando seriamente em me esconder embaixo da cama. — Mas... Não se preocupe. Eu também gosto de admirá-lo. Muito. — Levantei o olhar deparei-me com seus grandes olhos castanhos encarando-me de forma curiosa. Ele apoiava o queixo em sua mão direita, o que destacava ainda mais os músculos em seus braços. Não pude deixar de imaginar a sensação de tê-los contra mim.

— Eu não teria motivos para encará-lo se você não fosse tão lindo. — rebati, finalmente criando coragem. Mark jogou a cabeça para trás, rindo, deliciado. Aproveitei seu momento de breve distração para me aproximar.

— Quem é você para falar de beleza, Miles? — ele sussurrou, dando um passo à frente e acabando com a distância entre nós. Esticou sua mão direita para tocar meu rosto e percebi que minha face se encaixava perfeitamente nela. No entanto, eu não me sentia pequeno perde dele. Era algo muito parecido com a medida exata.

— Quem é você para falar de beleza, Mark? — sorri, jogando meus dois braços sob seu pescoço. Ele fechou os olhos ao sentir meu toque e desceu a mão livre até minha cintura, apertando-a firmemente.

— Estamos numa posição injusta. — Sussurrou ainda de olhos fechados. Encarei atentamente seu belo rosto. Sua pele morena era muito parecida com algo tocado pelo deus sol. Seus lábios cheios tinham a curvatura perfeita, e eu me arriscaria a dizer que eram a parte mais bonita de seu rosto. Seus nariz fino e alongado combinava perfeitamente com seu rosto magro. Até mesmo seus cílios cheios me encantavam. Pareciam tocar minha pele cada vez que Mark piscava. — Você está totalmente livre para admirar o que chama de beleza, e no entanto... — Pareceu procurar as palavras certas e enquanto isso, aproximou seus lábios de minha orelha. — Ainda está completamente vestido. É injusto. Você pode me ver, mas eu não posso vê-lo.

Os dedos finos e compridos de Mark tocaram minha pele por baixo de minha camiseta e eu senti todo meu corpo se arrepiar ao seu toque frio. Conforme ele subia a mão até o meio de minhas costas, agarrei os cabelos de sua nuca, trazendo seu rosto para perto do meu. Ele afastou a mão que tocava meu rosto, colocando-a também sob minha camiseta. Espalmou as duas mãos em minhas costas e imitou meu gesto, aproximando meu corpo do seu. Agilmente, levantou a camiseta até meu pescoço, me obrigando a soltá-lo para tirar a peça de roupa. Mark deu um passo para trás e deixou sua cabeça pender, observando-me.

— Lindo. — Murmurou. Eu não era nem de longe... “Formado” como ele, mas não ousaria duvidar de seu elogio.

Cansado de esperar, acabei mais uma vez com a distância entre nós, aproximando-me rapidamente dele. No entanto, Mark me empurrou para trás e eu não entendi sua intenção até sentir minhas pernas baterem em sua cama. Cai sentado e rapidamente estendi minhas mãos até sua cintura, puxando-o para junto de mim. Seu corpo ainda estava frio, graças ao banho, e eu me deliciei ao vê-lo se arrepiar diante do toque de minhas mãos quentes.

Mark me empurrou contra o colchão e deitou-se sobre mim, arqueando seu tronco. Deixou que seus braços pendessem um de cada lado de minha cabeça, e encarou-me firmemente. Era a visão do paraíso, não era? Encará-lo sob mim, com a correntinha de prata que eu lhe dera de aniversário pendendo em seu pescoço. Perceber sua respiração já acelerada, a barba que nascia em seu rosto e seus olhos castanhos que pareciam me devorar. Levantei minha mão e toquei seu lábio com meu polegar. Desci vagarosamente, tocando seu queixo, pescoço, peitoral... Demorei-me em seu umbigo, até chegar a toalha. Respirando fundo, empurrei o tecido para baixo. Mark sorriu largamente antes soltar o peso dos braços e deixar seu corpo cair sob o meu.

ɫ

Pisquei os olhos, incomodado com a claridade. Tentei me virar na cama, mas senti um peso confortável sobre mim. Virei o pescoço e deparei-me com Mark dormindo feito anjo, com o braço e a perna apoiados em mim. Senti minha face esquentar ao perceber que ambos estávamos nus e seu corpo se encaixava perfeitamente ao meu. Tentei novamente me virar, precisava encará-lo. Mas o menor de meus movimentos foi o suficiente para que ele acordasse. Não lhe deixei pronunciar uma palavra sequer, beijei-lhe imediatamente. Ele retribuiu, tomando meu rosto em suas mãos. Seus lábios, meus melhores amigos, eram doces e macios. Tinham gosto de abraço inesperado. Gosto de bolo de chocolate. De maratona de filmes em dias chuvosos. Tinham gosto de amor e felicidade. E amor e felicidade são coisas diferentes de paixão e alegria.

Amor e felicidade significava sentir-me completo. E isso nada tinha a ver com o fato de seus lábios parecerem feitos sob medida para os meus. Nada tinha a ver com o encaixe perfeito de nossos corpos, ou ainda com o modo como meu nome parecia ser a palavra perfeita para sua voz melodiosa. Sentir-se completo tinha a ver com acordar todos os dias ao seu lado e sentir que era tudo o que eu precisava. Era a única coisa que me dava forças para levantar daquela cama e encarar o mundo da forma que eu realmente era.

E, às vezes... Mark também era a única coisa que me mantinha na cama por um dia inteiro. Cortei o beijo, afastando meus lábios dos dele, e ele resmungou em protesto.

— Não reclame. — murmurei, rindo. — Tenho algo importante para lhe falar.

— Sinto uma mudança de ares aqui. — ele riu, mas seu olhar era curioso.

Tentei me concentrar em minhas próprias palavras, sem conseguir ignorar o toque de seu... Corpo nu junto ao meu.

— Será que... — respirei fundo. Eu era um mero adolescente inseguro, logo, nunca pensei que ouviria essas palavras saírem de minha boca. — Você quer namorar comigo?

O sorriso que se formou em seu rosto me levou ao céu.

— É claro que quero. — Respondeu, tocando levemente meu rosto. — Você sabe que eu te amo e esse sempre foi meu desejo. Sempre quis que fosse meu. Mas... Você já está pronto para assumir, Miles? Eu posso esperar.

Foi a minha vez de sorrir.

— Eu assumi há muito tempo, quando conheci você.


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Notas finais do capítulo

Embora tenha ficado algo bem simples e meloso, eu realmente gostei :v tô aberta a críticas construtivas w3w
Beijinhos e obrigada por ler!