Descobrindo o amor escrita por Lailla


Capítulo 22
Alguém do passado


Notas iniciais do capítulo

Vai dá merda 'kkkkk



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Começar a namorar Akashi com ele dizendo que era meu namorado foi bem estranho, incomum. Beijá-lo era bom e vergonhoso ao mesmo tempo. Ele me tocar era extremamente constrangedor. Mas agora, termos uma vida sexual não era tão estranho quanto eu pensei que seria. Era igualmente constrangedor conosco tendo que ficar nus sempre que acontecia, mas eu estava feliz. Era como se eu fosse dele e ele meu. Como se estivéssemos ainda mais e mais próximos um do outro. E claro, ficávamos assim literalmente. Dias depois que ele e eu dormimos juntos de novo e eu vi que aquilo era realmente bom, contei para as meninas no colégio. Pedi a elas que me seguissem e as levei até a parte de trás do prédio.

– Nani? – Naoko perguntou – Por que nos trouxe aqui?

– Não queria que Seijuro ouvisse. – Disse.

– Daijoubu? – Yue perguntou.

– Não brigou com Akashi, ne? – Kime perguntou.

– Não. – Sorri levemente – É que... No começo da semana nós... Hum...

– Pára de suspense! – Naoko exclamou curiosa.

– Nós... Dormimos juntos na casa dele.

Elas sorriram.

– Fazer trabalho ninguém quer. – Naoko brincou, rindo.

– E foi bom? – Yue perguntou animada.

– Hai. – Sorri feliz.

Elas riram, eu parecia uma criança abobada que finalmente ganhou doce.

– Kawai! – Yue e Kime disseram em coro.

– Viu? – Naoko disse – Finalmente você viu o que é bom.

Fiz cara de tédio, mas acabei rindo feliz. Elas ficaram surpresas, era realmente raro eu rir. Isso comprovava que eu estava realmente feliz. E estava mesmo!

...

Parecia que tudo finalmente estava 100% bem, mas tinha que acontecer alguma coisa para estragar isso. Agora não era entre Akashi e eu, mas na minha casa. Akashi havia me levado para casa como sempre e ao nos despedirmos ele perguntou se eu queria ir ao cinema fim de semana. Eu disse que sim, sorrindo e ele foi embora em seguida. Quando entrei em casa passei pela estante, indo para o meu quarto e vi que o retrato do meu pai estava deitado com a parte da foto para baixo. Franzi a testa em dúvida e o consertei. Me perguntava por que estava daquele jeito e fui até o quarto da minha mãe para saber se ela que tinha feito aquilo, talvez limpando a casa. Bati levemente na porta e a abri, vendo-a sentada na cama e chorando, encolhida.

– Mãe? – Disse surpresa, entrando.

Ela me fitou e parecia envergonhada por eu tê-la visto daquele jeito.

– O que houve? – Perguntei preocupada.

– Hum, nada. – Ela sorriu, mesmo estando com cara de choro.

Abaixei o olhar e vi o telefone na mão dela.

– Alguém te ligou?

– Hum. – Ela balançou a cabeça – Não é nada demais. Ne, vá levar Mayu pra passear um pouco. Ela estava arranhando a porta pra sair.

– H-Hai. – Disse a olhando daquele jeito – Tem certeza?

– Hai. – Ela sorriu.

Acalmei o olhar, ficando cabisbaixa por ela estar daquele jeito e saí com Mayu. Nunca vi minha mãe chorar daquele jeito. A única vez que a vi chorar foi quando ela me deu a notícia que meu pai tinha morrido, mas fora isso, nada desse tipo. Ela não tinha o hábito de esconder as coisas de mim. Nós sempre conversamos normalmente quando eu comecei amadurecer e ela sempre me contava tudo. Seja sobre o trabalho ou contas, mas sempre. Então... O que estava acontecendo afinal?

...

Durante a semana, eu me perguntava o que havia acontecido em casa pra minha mãe ficar daquele jeito. Mas se eu soubesse o que era, desejaria nunca ter sabido. Na sexta quando cheguei do colégio, entrei em casa e só vi Mayu. Tomei um banho, comi, fiz os deveres que tinha que fazer e fiquei brincando com Mayu. À noite quando minha mãe chegou, pediu para eu ficar em casa no sábado. Eu não entendi, mas assenti. Liguei para Akashi e disse que não poderíamos sair, mas que se ele quisesse eu iria no dia seguinte passar o dia com ele na casa dele. Ele sorriu e disse que seria ótimo, mas perguntou se tudo estava bem por causa de como eu falei. Eu disse que estava bem, mas que estava preocupada com minha mãe, que algo estava errado. Ele disse que se eu quisesse ajuda era só falar. Eu assenti, sorrindo e ele disse que me esperava ansioso no domingo. Eu corei, sorrindo e assenti, imaginando o que aconteceria no domingo.

No sábado, eu estava na sala, com Mayu no colo e assistindo TV. Parecia tudo calmo, até minha mãe. Porém quando a campainha tocou, ela me pediu para ficar na sala. Franzi a testa em dúvida, o que estava acontecendo? Minha mãe foi até o pequeno hall e abriu a porta, cumprimentando alguém. Ela voltou para a sala, eu estava olhando do sofá para saber por que tanto suspense. Será que ela me apresentaria a algum namorado que ela tinha? Quem dera... Quando ela chegou, havia um homem ao seu lado. Ele era levemente moreno, cabelos e olhos marrons e com um ar gentil. Arregalei os olhos.

– N-Nani...?

– Mina. – Ela disse – Fique calma, por favor.

Eu estava estática. Olhei para a foto da estante e depois para o homem.

– Mãe... Você está brincando, ne? – Perguntei sem acreditar, quase gaguejando.

– Não... – Ela abaixou o olhar.

O homem que acabara de entrar... Era o meu pai! Era ele mesmo! Eu o encarava, perplexa e minha mãe me olhou, cabisbaixa. Quando começamos a conversar, pra explicar como ele estava vivo, meu pai sentou na poltrona e minha mãe ao meu lado. Pus Mayu no quarto e fechei a porta, voltando e me sentando. Eu o encarava. Minha mãe disse que ele tinha morrido em um acidente, então como ele estava vivo?!

– Mina. – Minha mãe começou – Não pensei que isso fosse acontecer, mas... Seu pai queria ver você.

– Você disse que ele tinha morrido. – Disse com o olhar baixo – Você mentiu pra mim. Por quê?

Ela abaixou o olhar e o olhou para o meu pai. Ele me olhou e acalmou o olhar.

– Mina.

O olhei com certa raiva.

– Gomen. – Ele disse gentilmente – Sua mãe disse aquilo pra proteger você.

– De que?

– Das lembranças ruins que você poderia ter de mim.

– Como assim? – Disse sem entender.

Ele abaixou o olhar com pesar e voltou-se para mim de novo.

– Eu... Queria ir embora naquela época. Sair de casa.

O olhei, surpresa.

– Eu e sua mãe nos divorciamos e hoje eu sou casado. Conheci minha esposa um ano antes de sair de casa, mas não queríamos que você sofresse com isso. Então sua mãe achou melhor dizer que eu tinha sofrido um acidente. – Ele dizia – Mas... Eu ficava pensando em como você estaria e a cada ano que passava pensava em como você estava crescendo, se estava bem. No ano passado eu vi na internet uma foto do aniversário daquele jogador juvenil, o Akashi. A foto era ele com você ao lado. Não acreditei quando eu vi, mas li a descrição falando que ele estava com a namorada na festa.

Eu prestava atenção, pensando se ele queria algo de nós. Era tudo o que eu pensava! Afinal, por que ele iria querer me ver depois de tanto tempo e ainda por cima falando de Akashi?! Se ele quisesse dinheiro eu o mandaria embora!

– Você estava linda. – Ele sorriu, continuando – Naquele momento eu vi que perdi os anos que poderia ter passado ao seu lado, mesmo sem morar com você. Eu devia ter sido seu pai de verdade.

– E aquele dia no parque? – Perguntei – Estava tudo bem... Estava tudo bem!

Ele me olhou surpreso.

– Eu... Queria te deixar uma lembrança boa de nós três.

Arregalei os olhos e minha mãe abaixou o olhar.

– Você já ia embora?! – Disse surpresa.

– Hai. – Ele disse com pesar.

Abaixei a cabeça e minha franja tampou meus olhos. Cerrei o punho, estava furiosa.

– Mina, onegai... – Ele dizia – Eu me arrependi, queria ter visitado você há meses, mas não tive coragem. Agora eu apenas quero... Ser seu pai, seu amigo.

Meus olhos marejaram.

– Vai embora... – Disse quase inaudível.

Ele me olhou, surpreso.

– Mina...? – Minha mãe disse surpresa.

Eu o olhei e ele viu minha expressão. Raiva, indignação e desprezo. Meus olhos estavam marejados e eu o encarava.

– Você abandonou minha mãe! – Exclamei – Deixou ela mentir para proteger a si mesmo! Você a largou por outra! Traiu ela! Deixou ela trabalhar até cair pra me sustentar e não nos ajudou em nada! Você sabe por acaso o que já passamos?! O que passamos até hoje pra sobreviver?! Ela não quer me deixar trabalhar pra me poupar disso antes da hora, mas você estava vivo o tempo todo!

Ele arregalou os olhos, me vendo falar tudo aquilo e daquele jeito. Claro, seu ar gentil passou geneticamente pra mim e eu aparentava ser calma e doce o tempo todo. Até minha mãe ficou surpresa comigo.

– Você é uma pessoa horrível! – Continuava – É um covarde! Vai embora!

Meu pai ficou paralisado. Eu levantei indignada e fui para meu quarto, batendo a porta. Peguei Mayu no colo e sentei no tapete, escorando as costas na cama. Fiz carinho nela e a abracei, não queria sair dali nunca mais. Por que ele fez isso? Por que não apenas se divorciou e fez como todo mundo? Visitar o filho nos fins de semana ou sei lá. Ele poderia ter feito isso, eu não me importaria. Mas ficar sumido dez anos por ter medo é ridículo! Ele é o pior covarde que já vi!

...

No dia seguinte, como disse a Akashi, fui para a casa dele. Fiquei até aliviada por sair de casa, não queria ficar lá. Se meu pai colocasse na cabeça que queria tentar falar comigo de novo, eu não queria estar lá e ter que mandá-lo ir embora de novo. Quando passei pelo portão, quem me atendeu foi Akashi. Ele sorria alegre e maroto, mas ao ver minha expressão, ficou completamente surpreso. Eu estava com os olhos um pouco inchados por chorar e naquela noite não havia conseguido dormir direito, além da minha expressão desolada. Com isso, ele me levou para seu quarto e eu sentei em frente à mesa baixa, cruzando os braços em cima dela e deitando a cabeça sobre eles.

Ele me olhava, querendo saber o que estava errado comigo. Sentou ao meu lado, mas não perguntou nada. Como se quisesse me dar espaço para falar por mim mesma. Eu sorri levemente, vendo sua ação e o olhei, começando aos poucos a contar o que houve no dia anterior. Ele arregalou os olhos, absurdamente surpreso e pôs o braço em volta de mim, encostando o rosto no meu. Ele me abraçou e ficamos assim por um tempo. Quando cessou, eu estava na mesma posição e com a mesma expressão.

– O que sua mãe disse? – Ele perguntou calmamente – Quando você saiu do quarto.

– Que não queria que eu precisasse enfrentar o fato de ele ter largado ela. – Disse, mas falei com minhas palavras já que ela não falou dessa maneira – Eu não a culpa, ela fez o melhor por mim.

Ele abaixou o olhar.

– O que você vai fazer?

– Não sei... – Disse sem emoção – Por isso que eu pegava minha mãe chorando às vezes. Por isso ela estava estranha esse tempo todo. Era por causa dele, ele devia estar querendo falar comigo há meses. – Suspirei – Preferia que ele estivesse morto como na mentira. Seria melhor do que isso.

Akashi me olhou, surpreso e pasmo.

– Que droga você está falando? – Ele perguntou perplexo.

O olhei.

– Mesmo ele tendo feito isso, ele quer ver você. Está arrependido. – Ele dizia – Sabe o que eu daria pra poder ver minha mãe de novo? Não sei quase nada sobre ela. – Ele me olhava nos olhos – Mesmo se ela tivesse feito o mesmo, mesmo se eu ficasse com raiva também... Eu a conheceria de verdade.

Eu o olhei, surpresa e desviei o olhar, abaixando-o. Akashi perdeu a mãe quando criança. Ele perdeu a mãe de verdade. O que eu estava fazendo afinal? Eu estava magoada, mas também estava magoando ele por causa da minha raiva. Meus olhos marejaram e eu o olhei.

– Gomen... – Disse com a voz embargada.

Ele me olhava sério, mas mudou a expressão aos poucos, me vendo daquele jeito. Me endireitei e me aproximei dele, engatinhando. Parei bem perto dele e aproximei o rosto do seu, beijando-o. Ele me olhou surpreso e eu cessei o beijo, abraçando-o em seguida.

– Arigatou... – Sorri levemente.

Ele acalmou o olhar e pôs a mão atrás da minha cabeça, me abraçando.

– Apenas... Aproveite essa chance. – Ele disse calmamente.

– Hai. – Disse.

Encaixei o rosto em seu pescoço e o beijei. Akashi corou levemente e me abraçou mais.


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Notas finais do capítulo

E...? xD