Você, Paixão escrita por Camila J Pereira


Capítulo 13
Capítulo 13




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Viajar era o que mais gostava de fazer, mas não esperava ter que ir para aquele lugar novamente. São Miguel não era nada atrativa aos seus olhos, mas faria esse sacrifício para manter o seu relacionamento. Edward era um bom homem e lhe dava tudo o que queria. Podia contar com ele para tudo e sabia que estava difícil encontrar outro alguém assim.

Foi mimada desde sempre, teve tudo o que queria de seus pais. Na faculdade encontrou esse garoto lindo que a tratava como princesa. Foi fácil acostumar com aquilo. Mas ele começou a exigir mais dela nos últimos anos e ela não se sentia pronta para toda a responsabilidade.

Finalmente estava conseguindo o que queria e então ele pressionava para o casamento. Quando descobriu que estava grávida, contou primeiro para o seu agente que fez com que ela pensasse direito. Se ela tivesse um filho naquela altura, tudo o que estava sendo construído iria por água abaixo e não havia garantias que depois conseguiriam as mesmas oportunidades. Ela não hesitou em tomar a decisão. Edward ficou uma fera, temeu que ele a deixasse, mas a única coisa que ele fez foi lhe dar um mês para pensar. Justamente o que ela precisava, um mês para terminar o seu vídeo, seus shows. Estava tudo indo bem até que ouviu a gravação em seu celular. Ele não ousaria deixá-la. Ela faria com que ele voltasse.

***

– Edward, esqueci a minha carteira em seu carro. Você pode guardar para mim?

– O que? – Um conflito logo depois que chegaram? Rosie estava com o seu carro naquele momento. – Rosie pegou o carro.

– Isso é ruim?

– Não, talvez ela nem encontre e se encontrar talvez não abra. – Ele fez uma breve pausa. – A quem estou enganando? Se ela encontrar abrirá. Mas consigo lidar com ela. – Pelo menos era o que acreditava.

– Desculpe por isso. – Lamentou verdadeiramente. Não queria que Edward tivesse problemas com a sua família.

– Não se desculpe. – Não planejava que a sua irmã soubesse ainda, mas teria que dizer em algum momento mesmo então estava resignado. - Diga, está bem? Sua mãe está em casa?

– Nada da Renée, isso é bom, eu acho. – Tentou rir, mas Edward sentiu o tom de tristeza.

– Tudo bem, linda. Estaremos juntos em breve novamente. – Era tão bom ser tratada daquela forma. Estava com medo de acostumar. Edward deveria saber que ela não era uma garota boazinha, não deveria gastar aquele bom tratamento com ela.

– Começará a trabalhar amanhã?

– Sim, procurarei trabalhadores pelas redondezas. Inicialmente será um trabalho duro, mas depois, só detalhes, será mais tranquilo. Verá aquela casa em seu esplendor. – E de novo sentia o tom de voz dele empolgado.

– Se precisar de alguma ajuda...

– Sim, claro. Chegarei bem cansado em casa e se puder ter suas mãos para uma massagem e seus lábios para alguns beijos... – Edward conseguia mesmo acender a sua chama em uma débil sugestão.

– Pare com isso, está me fazendo querer você agora.

– Tudo bem, só porque precisamos mesmo descansar. Guardarei a sua carteira quando a Rosie chegar. Durma bem, Bella. – Bella sorriu para si mesma.

– Durma bem, Ed.

– Caramba, Jasper! – Edward ralhou quando viu o irmão na porta do seu quarto olhando para ele. Edward tinha desligado o telefone e o guardou no bolso. – A quanto tempo está aí?

– Mãos, massagens, lábios e beijos. – Por um segundo Edward permitiu-se ficar envergonhado.

– Obrigado pela privacidade.

– Esteve mesmo com ela durante o fim de semana.

– Sim. – Edward começou a tirar a blusa, queria um banho e dormir.

– De que carteira estava falando e o que a Rosie tem a ver?

– Bella esqueceu a carteira no meu carro e a Rosie saiu com ele. – Explicou ao irmão. Edward entrou no box nu, já tinha voltado a se acostumar a falta de privacidade. Bem, só um pouco.

– Você sabe que a Rosie se encontrar vai fuçar. Ela não pode evitar.

– Sei sim, mas a Rosie não será problema. – Teve que falar um pouco mais alto para ser ouvido com o barulho do chuveiro ligado.

– Adoraria dizer isso irmão, mas a Rosie é um problema ambulante. – Edward não estava entendo onde Jasper queria chegar.

– Do que está falando?

– Que a Rosie está saindo com o Emmet.

– O que?! – Edward saiu o box totalmente molhado.

– É isso mesmo, Ed. A Rosie e o seu melhor amigo, que era o caso da sua atual... namorada? E ela pode sacar que a Bella é a garota por quem vocês dois brigaram outro dia, e a Rosie estava se tornando amiguinha da Bella. Isso nos dar um drama muito maior do que estávamos imaginando.

– A Rosie está saindo com o Emmet? – Toda a sua incredulidade estava condensada em sua voz.

– Sim, e espero que ele tenha superado a Bella. Isso seria terrível para a nossa irmã, ou não... A Rosie ciumenta não é uma boa versão dela. Então devo lamentar pela Bella?

– Desde quando a Rosie está saindo com o Emmet?

– Desde que voltou.

– Como é?! – Aquilo só podia ser brincadeira do irmão mais novo.

– Você é tão cego! – Jasper sorriu debochado. – Dos três irmãos eu sou o mais esperto. Oh, Cristo... – Jasper deixou Edward boquiaberto no banheiro.

***

Estava tentando, mas sentia-se cada vez mais estranha ao lado do grandão ali. Emmet tinha feito um jantar para eles e Rosie achava o gesto muito gentil. Porém aquela informação não lhe saia da cabeça e precisaria confirmar para enfim parar de pensar sobre o assunto.

– Foi por causa da Bella que você e o Edward brigaram no outro dia?

Emmet engasgou e começou a tossir forte, mesmo bebendo grande quantidade de água não sossegava. Rosie levantou dando a volta na mesa e começou a dar tapinhas nas costas de Emmet sem saber bem o que fazer. A tosse melhorou, mas deixou Emmet com o rosto vermelho. Rosie sentou novamente em seu lugar de frente para ele.

– Posso aceitar isso como um sim?

– Ah... – Seus olhos passeavam pela mesa sem focá-la.

– Não mentirá para mim, não é Emm?

– Não. - Emmet bebeu um pouco mais de água e enfim a encarou. – A briga foi por ela sim.

– Vocês dois são loucos? Pelo que sei ela acabou de completar 18 anos, então vocês estavam com ela antes disso?

– Seu irmão não, somente eu. Durante os últimos meses.

– Meses? – Rosie estava realmente surpresa.

– Dois ou três.

– Então foi um caso? De verdade?

– Bem... Sim... – Emmet estava pisando em ovos. Ele não queria mentir par a Rosie, mas a verdade poderia afastá-la. Ele não queria isso, estava mesmo gostando de estar com ela.

– Sustentou um caso com uma garota menor de idade? Isso não parece muito o seu estilo.

– Não era, mas... – Ele se interrompeu antes de falar besteira.

– Mas...? – Ela quis que ele continuasse. – Diga, Emm. – Ele estava se negando a falar. – Tem que me dizer agora. Tem que me dizer agora ou eu ficarei louca. – Emmet ficou alarmado.

– Ela é extremamente sedutora e gostosa.

Estavam ambos digerindo tudo, seus olhos não se cruzavam. Rosie olhava para o seu canelone e lembrava-se de Bella e como a achou interessante. Linda, divertida, inteligente e sim.... Ela tinha aquele quê, perceptível nas mulheres também, ela era sensual e poderia adivinhar que sabia o que fazer na cama.

– Como o Edward entrou nisso?

– Como eu, foi fisgado. Bella é assim. – Rosie não notou ressentimento na voz do Emmet, era apenas uma constatação da realidade. – Ela me deu um fora e resolveu curtir com o Edward.

– Ela não sabia que eram amigos?

– Não sabia que erámos melhores amigos, mas depois soube. – Emmet esqueceu da água e resolveu encher a sua taça de vinho e bebeu um longo gole.

– Devo supor que não sente mais nada por ela. – Ele notou a sútil erguida de sua sobrancelha direita. Sorriu com aquele simples gesto.

– Supõe corretamente. Bella e eu, era sexo. Entendo que aqui, entre nós dois, seja um nível diferente. – Foi a vez de Rosie sorrir satisfeita.

– Espero que não sinta mais nada mesmo por ela, porque o Edward está apaixonado.

– Eu sei.

***

A campainha soou e ela foi atender. Não espera dar de cara com a Rosie ainda mais aquela hora.

– Oi, Bella. Desculpe a hora, mas vim te devolver isso. – Em sua mão, a carteira que tinha esquecido no carro do Edward. Bella a pegou sem nem mesmo verificar se era sua.

– Obrigada, Rosie. – A loira notou que ela nem ao menos verificou. Bella parecia encarar a situação de frente.

– Não vai me perguntar onde encontrei?

– Sei onde encontrou, Rosie. – Ela tinha que admitir, gostava daquela ninfetinha que agarrou o seu homem antes dela.

– Posso entrar?

– Teremos uma conversa estranha? – Rosie meneou a cabeça, Bella deu de ombros e deu passagem para que ela entrasse fechando a porta em seguida. – Sente-se. – Bella a guiou até o sofá.

– Onde está a sua mãe?

– Vai saber... – Bella sentou a sua frente. Rosie a estava encarando, Bella era realmente linda. E tinha aquele olhar...

– Está saindo com o meu irmão.

– Sim. – Não foi uma pergunta, mas ela confirmou mesmo assim.

– E antes disso saia com o Emmet. – Bella estreitou os olhos na direção da Rosie, querendo antecipar onde ela queria chegar.

– Edward sabe disso.

– Sabia que eles eram amigos e mesmo assim seduziu o Edward. – Bella começava a sentir-se incomodada, não queria indispor-se com a irmã do Edward e se fosse sincera para si mesma, não queria indispor-se com uma possível amiga.

– Sim. Foi incontrolável, eu vi o Edward e o quis.

– E é assim com todos os homens que sente atração? Com algum outro além do Edward agora? – Bella desviou o olhar, era assim com todos eles, mas ultimamente só tinha olhos para o Edward.

– Só estou com o Edward, durante todas essas semanas, só com ele. Mas... sim, é exatamente isso que acontece.

– Bella eu não quero que magoe o Edward.

– Não o estou magoando, passamos ótimos momentos juntos. – Ela rebateu.

– Até quando?

– Até quando for possível. Não há motivos para nos magoar. Edward é adulto, ele sabe no que se meteu.

– É adulto, mas está envolvido. E quando se está envolvido, se esquece dos termos em que começou a relação. Nos enganamos, ficamos iludidos.

– Envolvido? – Rosie estava mesmo dizendo aquilo?

– Ah sim, ele te levou para um final de semana na praia, não foi? – Bella sabia que estava também envolvida, mesmo relutando em verdadeiramente aceitar a verdade. Saber que Edward também compartilhava do mesmo sentimento era algo novo e excitante, muito mais gratificante. - Acredito que saberá o que fazer, Bella. Sei que é esperta e que se importa, no fundo. – Rosie levantou-se graciosamente, ela sorria levemente como se deixasse claro que estava tudo bem entre elas, pelo menos por enquanto. Bella a imitou. – Nos vemos por aí. – Rosie a abraçou e encaminharam-se para porta. Bella abriu para que ela saísse e esperou que ela entrasse no carro para fechar a porta.

– Envolvido? – Ela repetiu com as costas grudadas na porta.

***

Basicamente o seu dia foi acionando seus contatos para achar alguns bons trabalhadores na região. Foi pessoalmente atrás de alguns e discutiu com eles superficialmente o que queria, marcaria uma reunião com quem pudesse no dia seguinte. Decidiu pedir que religassem a energia e a água, tudo estava encaminhado para que começassem as obras. Ele foi para a casa que era sua, fez suas medições e rabiscos em papéis. Estava totalmente entregue aquelas atividades até que o celular lhe despertou.

– Edward, acho melhor você voltar para casa. – Era Jasper soando um pouco alarmado.

– O que aconteceu?

– A Ângela está aqui. – Foi como uma pancada na cabeça, ele sabia que Ângela se estivesse mesmo ali só lhe traria problema.

– Estou indo, Jas. – Era o que tinha que fazer, ir até lá e a mandar embora.

Já no carro novamente o seu celular toca e dessa vez era a Bella. Ele não poderia lhe dizer nada naquele momento.

– Bella.

– Oi, Ed. Eu sei que está trabalhando e deve estar totalmente concentrado, mas senti vontade de falar contigo. - Ele ainda não tinha conversado com ela sobre a irmã ter ido entregar a carteira. Achou muita ousadia da Rosie, mas naquele momento todos os seus pensamentos estavam voltados para a sua visita indesejada.

– Bella, tenho um problema para resolver agora. Podemos falar depois? – A maneira direta a pegou de surpresa. Edward parecia mesmo estar tenso. Tentou não ficar magoada com a dispensa.

– Tudo bem.

– Até mais. – Sem linda ou beijos? Ele desligou sem ao menos esperar a sua resposta.

Edward feito bala saiu do carro depois que chegou nos limites da casa de seus pais. Ele abriu a porta caminhando em passos largos. Ângela, esguia, com cabelos pretos caídos sobre seus ombros e seus óculos de secretária, estava sentada desconfortavelmente tensa diante de Rosie e Jasper. Ela ergueu-se ao vê-lo e correu para abraça-lo. Ele a afastou, sério e desgostoso.

– O que faz aqui?

– Não faz ideia? – Estava mesmo usando aquele ar de apaixonada àquela altura?

– Eu disse para não fazer isso. Terminamos, Ângela. Não tem porque estar aqui.

– Vamos, Jas. – Rosie levou o irmão caçula com ela, mas ficaram na escada ouvindo a conversa. Estavam curiosos com o desfecho daquela cena. Edward mataria a ambos se soubesse, mas valia a pena arriscar.

– Não pode estar falando sério, Ed. Estamos juntos desde a faculdade. Nós nos amamos. Vim leva-lo para casa. Para a nossa casa. – Ângela novamente tentou abraça-lo, mas Edward afastou-se.

– A nossa relação nunca foi saudável, Ângela. Eu estava muito focado em nós dois enquanto você estava focada em si mesma. Está bem claro para mim agora, esse afastamento me fez bem. – A cada momento se dava mais conta que era isso mesmo o que estava acontecendo. Voltar para São Miguel lhe fez bem de várias maneiras.

– Isso é sobre o meu trabalho? Você sabe que é o meu sonho, assim como você tem o seu. – Ela acusou.

– O engraçado, Ângela, é que você teve o meu sonho em suas mãos e esmagou lentamente. Fria como gelo. Eu jamais destruiria os seus sonhos. Mas agora, você está livre, Ângela, sem culpa de seguir atrás do que realmente deseja. – Aquilo não poderia ser mais claro, ela deveria ir embora. – Vá, imediatamente.

– Você não é assim, Ed. – Ele não aguentaria aquele olhar ferido. Estava prestes a explodir e manda-la para o inferno. – Você é gentil, atencioso.

– O que me irrita mais é você ter a cara de pau de vir aqui somente depois da minha última mensagem dando um fim ao noivado. Você não acha que eu perceberia que está tentando me manter porque é de alguma forma confortável para você?

– Isso não é verdade, eu amo você.

– Volte para casa, Ângela. Isso está sendo ridículo. – Edward desabou onde antes Rosie estava.

– Nós tínhamos um trato, o mês não findou. – Ângela, como uma gatinha se aninhou ao lado dele.

– Mas a minha paciência sim.

– Podemos fazer dar certo, focar no nosso relacionamento. – Edward riu sem humor, aquilo estava extrapolando os limites.

– Ângela eu não quero mais um relacionamento com você. – Edward canalizou toda a verdade naquelas palavras e ao olhar nos olhos dela. Viu que ela enfim se tocou que estava acabado e até mesmo um certo brilho de lágrima surgiu em seus olhos. – Volte para casa.

– Eu... já está anoitecendo e eu não sei como conseguir um transporte para o aeroporto.

Depois de respirar fundo ele discou um número em seu celular e pediu para alguém ir busca-la e leva-la até o aeroporto.

– Pronto, em dez minutos sua carona chega.

– Nem mesmo me levará?

– Não está sendo bom estarmos juntos, Ângela. Precisa ir sem mim. – Parecendo recompor-se ela deixou o lugar ao lado dele e levantou-se. Edward a acompanhou forçando-se a ser educado.

– Pois eu não vou ainda para Washington. Permanecerei na cidade e te convencerei a voltar comigo para casa.

– Você está louca?

– Não estou pronta para perder, Edward Cullen. Eu sei que me ama. – Toda a superioridade havia retornado.

– Você mal se dava conta da minha presença, como isso mudou tão de repente? Ângela, não posso obriga-la a ir, mas peço que evite cruzar o meu caminho. Está claro para mim que você está perto do descontrole.

– Sei que está bastante chateado no momento, eu não esperava que nos entendêssemos prontamente, mas eu sei que podemos continuar de onde paramos.

– De um aborto intencional e um relacionamento unilateral? – Para Edward aquela conversa já havia terminado e queria a sua ex-noiva longe da casa de seus pais e dele.

– Está sendo muito duro. – Uma buzina soou do lado de fora da casa.

– Cuide-se, Ângela. – Edward dirigiu-se até as escadas sem nem ao menos acompanha-la até a porta e deu de cara com os irmãos com cara de assustados sentados nos degraus. Passou direto sem nem ao menos lhes dirigir a palavra e foi para o seu quarto.

Rosie levantou do degrau onde estava, mas Jas a segurou pelo pulso coma fisionomia alarmada.

– Onde pensa que vai?

– Falar com ele. – Rosie tinha que ver como ele estava. Sabia que Edward podia ser bom em sofrer calado, mas aquilo não era a melhor ideia.

– Ele está uma fera. Não acha mais seguro esperar? – Jas estava temeroso.

– Relaxe. Porque não vai dar uma volta com a Alice? – Rosie piscou para ele e subiu indo direto para o quarto do irmão.

Ela deu curtas batidas na porta e entrou. Edward estava sentado na borda da cama, com os braços apoiados nas pernas, ombros cabisbaixos, parecia pensar.

– Intenso lá embaixo. – Começou, ela não avançou, apenas fechou a porta e ficou diante dela, olhando para o irmão. – Você está bem?

– Não quero conversar sobre isso com você. – Ele nem ao menos se moveu.

– Qual é, Ed. Podemos falar sobre tudo.

– Até mesmo sobre você e o Emmet? – Ele rebateu amargo como sempre ao falar ou mesmo pensar sobre o assunto.

– Sim, mas acho que esse não é o momento para esse assunto. Podemos falar sobre o que aconteceu agora a pouco.

– Rosie, eu realmente preciso de um tempo. E por favor, não vá atrás da Ângela para tirar as suas próprias conclusões do que quer que seja como fez a noite passada com a Bella. – Edward a repreendeu, mas ao notar a sua expressão, pareceu um pouco mais relaxado ao falar da Bella.

– Não preciso ir atrás dela, eu já a saquei a muito tempo. É uma vaca. – Não ligou quando o irmão balançou a cabeça reprovando o seu vocabulário. – De qualquer forma, foi um alívio ver que não caiu naquele joguinho dela.

– Tinha que acabar em algum momento, não é?

– Graças a Deus por isso! – Rosie sentou ao lado dele e o enlaçou pelos ombros. – Você merece um relacionamento melhor. Uma pessoa que se importe de verdade.

– E é claro que voltaremos a discutir sobre a Bella. – Falou em uma profusão de palavras em resmungos.

– Bella é uma garota linda e interessante. Edward, ela só está curtindo. E você já passou desse nível, não é? Não acha que isso pode acabar em problemas?

– De que tipo? Ela é a melhor coisa que em aconteceu depois que voltei. Se será passageiro, terei que aceitar. – Rosie olhou para ele tentando ter certeza de que nãos e magoaria.

– Então, não ficará enlouquecido de tristeza se ela não quiser mais, se ela de repente aparecer com outro.

– Com outro? – Foi um momento de fraqueza, ele não pretendia falar em voz alta. Tentou recompor-se.

– Merda, Edward. Como diz o Emmet, você está fo...

– Rosie!

***

Estava impaciente em casa, não conseguiria dormir de qualquer jeito. Não havia ninguém naquela cidade que gostaria de estar, a menos o que estavam impossibilitados. Jasper e Alice, por exemplo, estavam juntos. Pelo menos foi o que ela disse antes de parar de mandar mensagem para ela. Rosie já tinha feito uma visita para ela no dia anterior, não sabia exatamente como estavam as coisas entre elas, então optou por não chamá-la. E Edward... Ele tinha atendido ao seu telefonema de maneira quase ríspida e não havia mais entrado em contato.

Para piorar, sua mãe havia chegado em casa. Desgrenhada e quase sã. Olhou para ela como se a reprovasse, como se ela tivesse que ser reprovada por ela e começou com uma conversa estúpida sobre deixá-la sem aviso. Ela havia feito um bilhete. “Com uma frase, Bella. Uma frase! Não dizia onde estaria e com quem.” Bella estava enjoada com a cena. “Alguma coisa deu errada para tentar descontar em mim essa frustração? Sejamos francas, Renée, você mal notaria a minha ausência se eu não tivesse deixado aquela frase.” Então a sua mãe esperneou feito uma criancinha mimada e ela fechou os seus ouvidos para tudo aquilo. Saiu no meio da gritaria e estava ali, no Daniel’s Bar. Bebia talvez a sua terceira doce de Marguerita.

Quando não havia mais o que beber, ela levantou e caminhou até o balcão. Queria outra dose, mas não ficaria mais na mesa. O falatório da mesa ao lado estava lhe deixando ainda mais ansiosa. Sentou ao lado de uma garota, ela usava óculos de secretária, e seus cabelos pretos estavam amarrados em um nó desleixado. Parecia ser da sua mesma estatura, era bonita. Não lembrou de tê-la visto antes, nem o momento que ela entrou no bar. Talvez já estivesse lá quando chegou.

– Preciso de outra. – Bella falou.

– Vai com calma, mocinha. – O filho de Daniel, que estava lá naquela noite alertou.

– Corta essa! – Ele sorriu e começou a preparar outra para ela.

– Também quero outra. – Bella olhou para a garota ao seu lado que a olhava também.

– Olá. – Ela parecia um pouco tonta, talvez já houvesse bebido demais. – Você me reconhece? – Bella continuou olhando para ela sem reconhecê-la de maneira alguma. – O que esse povo daqui assiste?

– Ela disse que é cantora, Bella. – A sua bebida lhe foi entregue. Bella ainda não a reconhecia. Deveria ser alguém sem tanto sucesso.

– Eu sou cantora. Terminei de fazer o meu primeiro vídeo clipe. Vamos, preciso da minha bebida! – Ela disse arrogante e Bella gostou menos ainda dela. - Edward Cullen... Sabe? Edward Cullen, o meu noivo. Está muito chateado comigo, mas eu sei como dobrá-lo. Eu sempre soube o que fazer. Ele me ama, só não quer dar o braço a torcer. – Ela começou a tagarelar e Bella arregalou os olhos para ela. Sem querer seus olhos miraram a grande aliança na mão da garota. – Vamos fazer amor tão gostoso que ele não vai mais querer perder um segundo aqui nessa cidadezinha. – Ela inclinou-se para falar isso bem próximo do ouvido de Bella. – Vou levá-lo embora, casaremos e até posso um dia ter o bebê que ele tanto quer. Ele é tão apaixonado por mim que quer ter um bebê!

Bella bebeu toda a sua bebida, pegou o seu dinheiro do bolso e colocou sobre o balcão. Saiu do bar em disparada completamente transtornada.


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