– Você pisou nas minhas flores!

Travis ouviu a voz zangada atravessando as paredes da casa e chegando até ele. Logo a dona entrou na sala. Carregava um regador de ferro em uma das mãos. Parecia ser bem pesado. Ele nem queria imaginar o que aconteceria se ela ficasse exaltada demais. Katie tinha uma mira boa.

– Querida, você vai acabar acordando o bebê – ele disse calmamente. Ambos olharam para cima, em direção ao segundo andar, como se pudessem atravessar o teto e ver a criança que dormia no berço. – E, a propósito, não fui eu.

Katie virou-se para ele.

– Ah não? – perguntou ironicamente. – E quem foi?

Travis sorriu levemente e relaxou ainda mais no sofá.

– O cachorro.

Ela piscou.

– Não temos um cachorro!

– O cachorro que vamos ter? – Ele começou a rir alto, entregando que tinha sido ele mesmo quem pisou nas flores.

Katie pegou a fralda, com uma chupeta presa, que carregava no ombro (um costume que todas as mães acabam adquirindo) e jogou na cara dele, fazendo a chupeta bater bem no olho.

Como Travis sabia, Katie tinha uma boa mira.

– Idiota – ela disse saindo do cômodo, mas sem se conter e caindo na risada.