- “Bells, sinto muito! Eu nunca deveria ter ido embora sem antes me despedir de você.”

- Tudo bem Jake, já passou. – falei ainda com o rosto colado em seu peito rígido.

- “Eu prometo nunca mais te magoar, eu vou estar aqui sempre que você precisar. Seja pra te proteger ou pra te ouvir. Eu estou morando em Port Angeles mas eu quero que você saiba que pode sempre contar comigo.”

- Tudo bem Jake! Eu só não entendo o por que de você não ter esperado. – falei com a voz quase sumindo. Se você tivesse um pouco mais de paciência eu teria ido com você.

- Bells, você acha que seria fácil ver você dormindo no chão de uma oficina suja em meio a carros? – ele disse com os olhos cheios d’água.

- A escolha não era sua! - disse me desvencilhando de seus braços.

- Era sim! – disse ele quase gritando.

- Eu tinha o direito de escolher se queria ou não passar por isso! Será que você não entende que eu senti sua falta e que seria mais fácil suportar qualquer coisa a ter que ficar longe de você?- falei não conseguindo mais conter as lágrimas.

Foi então que eu o senti envolto de mim. Ele me abraçou tão der repente que quase me tirou do chão. Ficamos abraçados até a nossa respiração voltar ao normal. Ele limpou os olhos, depois passou a mão sobre o meu rosto secando as lágrimas que teimavam em escapar.

- “Durante todo esse tempo, não teve um único dia em que eu não tivesse sentido a sua falta.”

- Eu sei.- falei então voltei a abraça-lo.

Depois dessa discursão acalorada, continuamos caminhando pelo jardim, agora um pouco mais relaxados. O ambiente ficou mais leve depois de colocacar os as cartas na mesa.

- Então Jake, o que tem feito?

- “Bom eu estava reformando duas motos, uma pra mim e uma pra Nessie mas como nós terminamos eu acho melhor deixar esse projeto um pouco de lado. Só enquanto as coisas se ajeitam.” – disse olhando fixamente para o chão.

- Er, então você estava namorando? –  falei morrendo de ódio por ele ter ficado com alguém e eu não.

- “Estava, ela é legal. O problema é que de um mês pra cá ela anda muito estranha.”

- Estranha como? – perguntei não conseguindo manter a curiosidade.

- “Antes ela era um doce, nos davamos super bem, agora reclama de tudo e se eu digo alguma coisa ela chora do nada!”

- Estranho! - isso foi tudo o que me ocorreu, já que eu tinha que fazer o papel de amiga compreensiva.

- “Pois é! Mas eu não quero falar mais sobre isso.” – ele falou agora olhando pra mim. – “Me diz você, o que anda fazendo?”

- Nada! – falei rindo.

- “Fala Bells, todo mundo faz alguma coisa da vida.”- disse ele meio impaciente.

- Bom eu passo a maior parte do tempo em casa com a Dona Renê. Só as vezes eu dou uma caminhada na praia. Mas em geral é isso.

- “Entendo. E você pretende entrar na faculdade ou fazer alguma coisa do tipo?”

- Pra falar a verdade eu andei olhando uns cursos de fotografia  e dependendo de como caminhe as coisas, talvez eu entre na metade do ano.

- “Legal Bells! Fico feliz em saber que você finalmente criou um pouco de juízo nessa cabeça dura.” – falou enquanto bagunçava o meu cabelo.

- Para Jake! Você vai ver só! – Eu disse enquanto corria atrás dele, tentando inutilmente colocar a mão em seu cabelo.

Corremos em circulo pelo jardim durante um tempo e quando eu estava quase morrendo de exaustão, fiz a proeza de tropeçar em minha própria perna.

- Ahhhh! – Eu fui de cara no chão.

- Bells! – ele veio me ajudar mais eu percebi que ele estava prendendo o riso.

Quando ele esticou a mão eu aproveitei e com a perna direita lhe dei uma banda que o fez cair com tudo.

- Ahhhh! Que droga Bells!- disse massageando a bunda.

Eu que não presto, deslizei pela grama e me posicionei em cima do corpo dele. O Jake me olhava boquiaberto, então eu cheguei perto de sua orelha e disse:

- “Agora estamos quites! – falei enquanto via ele me olhar com cara de “estamos quites por que?”, então eu me levantei e terminei de explicar.- Isso foi pra você aprender a não mexer no meu cabelo.”

- Entendi! – ele disse rindo. – Agora me ajuda a levantar!- falou me esticando a mão.

Quando eu estiquei a mão, me arrependi! Ele me deu uma banda e agora eu que fui ao chão que nem uma jaca. Então ele que também não presta sentou em cima da minha barriga e segurando os meus braços, pois a essa altura eu já me sacudia toda, e falou:

- “Isso é pra você aprender quem é que manda aqui!”