Secrets Of a Life escrita por Ester Liveranni


Capítulo 18
Capítulo 18 - Psiquiatra?


Notas iniciais do capítulo

Eu falei que antes de melhorar, as coisas iam piorar um bocado.
Sim eu sei que vocês querem o Ed na Fic! Eu andei fazendo um roteiro semanal e acredito que será possível apresenta-lo a vcs semana que vem. Então por favor, vamos ter calma minha gente!!!
Não me matem até lá!
 
Boa leitura.
 
Capítulo retificado conforme o combinado
 



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Passei o dia todo no meu quarto, saí somente pra fazer as refeições de Dona Renê. Não sinto fome, não tenho vontade de fazer nada. Só existe um vazio, crescendo dentro de mim, a impressão que eu tenho é que a qualquer momento esse vazio vai me engolir. A minha vontade era de dormir e não acordar nunca mais, até chorar ficou cansativo, sem falar nesses pesadelos que não me deixam em paz.

 

No fim da tarde o Sr. Williams foi embora. Eu fiz o jantar então voltei para o meu quarto  tomei coragem e entrei no banheiro. Tomar banho tinha virado uma pratica de tortura, tirar a roupa e ver as marcas era algo tão cansativo e estressante quanto dormir. Os hematomas doíam menos, mas continuavam ali, incômodos e visíveis. As marcas roxas haviam ficado esverdeadas e o meu olho finalmente começava a desinchar. Tomei um banho e fui dormir.

 

Acordei aos gritos, tremendo e suando frio. Dona Renê estava do meu lado provavelmente tentando me fazer acordar. Eu sentei na cama e a abracei. O choro era involuntário, por mais que eu tentasse era impossível de controlar.

 

- Shiiiii... calma minha menina, foi só um sonho ruim. – ela disse enquanto me consolava.

 

- Eu não agüento mais. – falei em meio aos soluços, então ela começou a cantar uma cantiga de ninar em alemão, parecia antiga. Não demorou muito e eu comecei a ficar mais calma.

 

- Bella, você sabe que eu te considero uma filha, e que eu só quero o seu bem?!? – eu olhei pra ela concordei com a cabeça.

 

- “Talvez não seja a melhor hora pra falar sobre isso”. – ela fez uma pausa. – “em fim, o Richard me falou que tem uma amiga que é psiquiatra”. – eu me movi e ela falou. – “por favor me deixe terminar”. – e eu voltei a abraçá-la. – “Essa amiga do Richard é especialista em casos como o seu, e nós achamos que seria muito bom se você aceitasse conversar com ela”.

 

- A Senhora acha que ela vai conseguir fazer com que os pesadelos acabem?

 

- Eu não sei, mas não custa nada tentar. Você não acha?

 

- Está bem, eu aceito, mas Dona Renê, eu não me sinto confortável em sair de casa, muito menos sozinha.

 

- Isso não é problema, ela mora aqui perto, amanhã eu ligo pra ela e peço que venha aqui a tarde. Tudo bem pra você?

 

- Ok.

 

- Bom então estamos conversadas. Agora volte a dormir, que amanhã será outro dia.

 

De manhã, eu levantei meio relutante, me arrumei, fui a cozinha preparar o café, a tarde depois do almoço sentei na sala e fiquei assistindo televisão em quanto aguardava a médica.

 

- Bella. – disse Dona Renê. – Ângela está aqui.

 

Me levantei e fui falar com a psiquiatra. Ela era morena, magra e bem vestida. Parecia simpática. Nós nos sentamos na sala e ela começou a falar.

 

- Olá Isabella, vamos conversar? Eu sei que você não me conhece e que é muito difícil falar sobre as coisas que aconteceram, eu sei que é algo muito íntimo e que você pode estar um pouco relutante em me contar. Mas como eu estou aqui pra te ouvir, e se possível te ajudar, gostaria que você começasse me dizendo o que realmente anda te incomodando nos últimos dias.

 

- Eu, er... os sonhos, dormir é muito ruim.

 

- Mais o quê? – ela falava enquanto anotava em um bloquinho.

 

- Eu sempre acordo gritando, os pesadelos são horríveis. – falei colocando as mãos no rosto.

 

- Entendo, e os seus amigos, você tem saído, tem visto ou conversado com alguém?

 

- Não, eu não tenho saído de casa. Eu tenho medo, de que alguém esteja me olhando ou que alguma coisa ruim aconteça. – dei um riso sem graça. – Eu devo estar ficando maluca sei-lá.

 

- Bom Isabella, você não está ficando louca, mas como qualquer pessoa você precisa de ajuda, por que ninguém vive sozinho.

 

- Ta mas e os pesadelos? – falei meio que cortando o seu discurso.

- Eu vou te receitar um remédio pra dormir, mas não posso garantir que os pesadelos acabem 100% ok?

 

- Ok.

 

Ela era muito agradável. Conversamos o resto da tarde, eu perguntei se havia alguma coisa errada comigo e ela falou que eu posso ter desenvolvido uma leve síndrome do pânico, mas que isso não era preocupante e que se eu continuasse com as sessões e a medicação provavelmente voltaria a vida normal em breve.

 

A noite eu me sentia mais leve depois de ter conversado com a Dra. Ângela, fiz o jantar e até comi um pouco antes de me preparar para dormir. No meio da noite eu ouvi alguns passos, apurei os ouvidos por alguns minutos mas nada aconteceu, de repente ouvi novamente os passos mas agora estavam perto do corredor, pareciam apressados e cautelosos. Não era os de Dona Renê, eu os reconheceria se fosse. Senti um frio na espinha, diminui a respiração e me enrolei no edredom.

 

- Não há ninguém na casa, não há nada de errado. Meu Deus não por favor, primeiro o cheiro agora esses passos, eu só posso estar enlouquecendo, não é possível!- falei em desespero.

 

Fechei os olhos com força e comecei a orar, como as freiras haviam me ensinado no orfanato.  Depois de um tempo os passos cessaram. Eu me levantei, passei no quarto de Dona Renê e estava tudo bem. Com o coração acelerado desci as escadas e fui até a cozinha pegar um pouco de água. A casa parecia em ordem, tomei mais um comprimido eu voltei pra cama, na esperança de voltar a dormir.


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Notas finais do capítulo

Vamos lá!
Amanhã tem mais,
Bom fim de semana!
Xoxo