- O que houve? Eu estou te esperando já tem uma hora, custava ligar? – falei já subindo a voz.

- “Fica calma! Eu só me atrasei um pouco, não precisa fazer escândalo”.

- Tudo bem. – falei respirando fundo. - Posso pelo menos saber o que te fez me deixar esperando? – como se eu não soubesse.

- “Er...eu fui lá falar com a Nessie como a mãe dela havia pedido, e acabei me distraindo. Foi só!”

- É claro, tinha que ser! Tinha que ter o dedo da oportunista nisso. – Falei com sarcasmo.

- “Não é bem assim, ela passou mal. Não aconteceu nada entre nós.” – falou gesticulando.

- Claro, não aconteceu nada! – esbravejei. - Por que ela não quis né? Já que é só chamar que você vai correndo que nem um cachorrinho atrás dela.

- “Não seja ridícula!” – falou enquanto pegava as chaves.

- Engraçado, eu sou sempre a “ridícula” enquanto ela fica se fazendo de coitadinha!

-“Quer saber, entra no carro. Eu não vou ver filme nenhum com você alterada desse jeito.”

- Sim querido, como você quiser. – falei em tom debochado.

Entramos no carro o silêncio tomou conta do ambiente. Até que eu resolvi falar.

- Só me diz uma coisa e eu prometo não tocar mais no assunto. - falei com a voz embargada.

- Fala.

- Ontem a noite quando estávamos juntos... – respirei fundo. – Por que você não quis “passar a noite” comigo?

Ele ficou rígido ao volante, então parou o carro no acostamento antes de começar a falar.

- “Eu não quero que você pense que eu não te desejo. Mas ontem a noite quando você foi atender a porta, eu lembrei que a primeira vez que eu dormi com ELA, também foi na sala. Por isso eu achei melhor esperar. Porque eu queria que com você fosse diferente, que fosse especial”.

Enquanto ele dava as explicações eu olhava para o lado de fora do carro, tentando não chorar. Mas quando ele terminou foi inevitável. Então eu abri a porta do carro e sai andando pela estrada, meio sem rumo enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Ele saiu do carro e veio atrás de mim.

- Bells, não faz assim, não chora. Por favor! – falou me segurando pelos ombros.

E como total sinal de fraqueza eu apoiei a cabeça em seu peito. - Jake, isso não vai dar certo! – Ele tentou se pronunciar mais eu interrompi. - Jake, uma hora você vai ter que decidir se quer ficar comigo, ou se quer voltar pra ela.

- “Mas nós já terminamos Bells!” – ele falou como se tentasse se convencer disso. Mas eu o ignorei e continuei falando.

- Eu sei que não vai ser fácil, e é por isso que eu vou te dar um tempo. E você tem uma semana pra decidir!

- “Bells, você está muito nervosa, vem comigo, depois a gente continua essa conversa”.

- Jake, eu já disse o que eu tinha pra falar. Agora me leva pra casa. – falei secando o rosto.

O caminho de volta pra casa foi silencioso. Ele me deixou no portão e se despediu.

-“Bells, quer que eu te ligue quando chegar?”.

- Só me faz um favor, pensa no que eu te falei!

- “Ok, te vejo sábado que vem então.” ele falou e eu confirmei com a cabeça.

O resto da semana foi um verdadeiro martírio. Eu não conseguia comer, nem pensar direito. Ele me ligou durante a semana, mas só falávamos o indispensável. A moça do curso de fotografia também me ligou, mas eu não dei importância, até por que essa semana eu não tinha cabeça pra nada.O fim de semana chegou, eu estava super nervosa. Eu dei a ele a chance de escolher. A questão era, e se ele não ME escolhesse?

À noite eu me arrumei com a roupa mais confortável possível. Falei com a Dona Renê aonde ia e saí. Entrei no bar em que havíamos combinado pedi uma ICE e fiquei esperando. Do outro lado do bar havia um homem, ele sorriu pra mim e eu cumprimentei discretamente sem dar muita atenção.

Música ambiente: Look At Little Sister (Link seguro).

http://www.youtube.com/watch?v=8yWaZVchd6k

O tempo foi passando, eu já havia tomado duas ICE’ s e me entupido de amendoim. Mais uma vez ele estava atrasado e não atendia a droga do telefone.

- Quer saber. Eu é que não vou ficar aqui esperando! – falei comigo mesma. – Vou embora! Me levantei, peguei as minhas coisas e saí.

Já estava escuro e a rua completamente deserta. Caminhei em direção ao ponto de ônibus, então ouvi alguns passos atrás de mim. Senti um frio na espinha e apertei o passo sem olhar pra trás. Avistei uma cabine telefônica do outro lado da rua então acelerei em sua direção. Os passos atrás de mim também se apressaram. Respirei fundo tentando não entrar em pânico. Então mudei de idéia e entrei em uma rua estreita que estava próxima, corri até o fim mas ela não tinha saída, foi quando eu escorei na parede e permaneci em silêncio na esperança do perseguidor desistir. Mas ele não o fez, o homem se aproximou e eu pude ver o seu rosto, era o cara que me cumprimentou no bar. Entrei em pânico.

- “Por que você correu gata? Nós vamos nos divertir tanto juntos.” – ele falou enquanto tocava o meu rosto.

- Não por favor. -choraminguei. – Pode levar a bolsa, por favor, me deixa ir! - falei já aos prantos quando ele tocou em mim.

- Você acha que eu vou te assaltar?- ele riu e eu virei o rosto então ele lambeu o meu pescoço.

- Não por favor! – falei tentando me mexer, mas ele foi mais rápido e me empurrou contra a parede.

Tentei gritar e ele me acertou com um soco e eu cai. A minha boca doía, eu só conseguia chorar, o chão estava úmido mesmo assim tentei inutilmente engatinhar.

- “Seja uma boa menina”.- falou enquanto chutava a minha barriga.

Ele me pegou pela cintura e me deitou no chão. Eu me debatia, o que o fez prender as minhas mãos a cima da cabeça e começou a me despir. Passou o canivete em minha barriga e eu prendi a respiração. Então ele cortou o que restava das minhas roupas. Nua e impotente fechei os olhos e senti quando ele invadiu meu sexo o que me fez gritar, de repente algo atingiu o meu rosto e antes de ficar inconsciente pude sentir o sangue escorrendo do meu nariz.