3 Semanas com a tia Alice escrita por Lucy


Capítulo 27
Capitulo 26 - Termos de responsabilidade




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3 dias depois...


Tudo na empresa andava normal, Maria fazia as suas aparições nas reuniões semanais e discutia as suas percentagens nos novos programas. Rafael, esse andava um tanto mais tenso nos ultimos dias, a responsabilidade andava toda ela sob os seus ombros, parecia que nem dormia e depois dava a impressão de que nem estava a escutar ninguém.


– Doutor Holdford? - chamou a secretária que havia entrado com uma pilha de papeis para ele assinar. - Doutor? - voltou a insistir e com isso pousou a pracheta e deu a volta ao gabinete balançando levemente o ombro do patrão.


Não tendo sucesso acabou tendo a ideia de o beliscar e a resposta não foi a mais simpática, convenhamos.


– Ellen?! - ergueu a sobrancelha olhando ela com uma cara de quem não havia gostado da partida. - Algum assunto urgente para resolver?


A mulher dos cabelos violino balançou a cabeça que sim, mostrando a papelada toda que ali havia pousado para ele analisar e deixar uma rubrica. Ao ver que tudo aquilo era demasiado levou os olhos uma vez mais.


– Tudo isso é para mim? - ela simplesmente deu de ombros abandonando a sala com um sorriso.


Uma vez sozinho novamente e antes mesmo de enterrar a caneta que tinha em punho numa derradeira descolagem de tinta, olhou pela janela. Lá fora o transito estava um caus e não era a maior hora do tráfego. Algumas pessoas ali saiam de seus carros em meio de uma discussão só porque alguém havia esquecido o sinal e passado em vão. Uns conversavam alegres, outros simplesmente observavam.


Ali naquela confusão estava justamente Edward que olhava o relógio e não sabia a que horas estaria dispachado daquele péssimo bloqueio. Em meio de passar o tempo aumentou o volume do seu rádio, mas já uma ligação ecuava no seu aparelho. Era a nova garota que ele havia conhecido no domingo.


Ao olhar para o lado viu a foto no visor e logo atendeu a chamada para não deixar a sua nova amiga na espera.


– Alô, Erica!


– Hey, Edy!


– Como você está? - perguntou ele encostando o cotovelo no vidro e começar com o para arranca ali. - Nem imagina o caus que vivo aqui nesta avenida. - levantava os olhos ao máximo, mas os carros todos haviam parado novamente mais à frente.


– Estou ótima e cheia de vontade de voltar a estar contigo. - respondeu ela rodando chiclete na boca. - Oh ninguém me apanha nessas confusões, neste momento estou aqui na manicure e mais tarde vou no shopping.


Os pensamentos de Edward começaram logo a levantar voo ao escutar aquelas atividades da loira dos cachos. Alguns dos seus pensamentos conseguiram ir muito mais além do aceitável.


– E quando vais ter tempo para mim?


Ele estava curioso, contudo ao ver os guardas responsáveis por dispersar o transito começaram a olhar para o seu carro, mais concretamente para si, começou logo a estremecer.


"Oh não" pensou ao descer o aparelho e colocar em alta vo, mesmo que tivesse esquecido os auriculares em casa mais cedo. Entretanto o inevitável acabou por acontecer. Um dos guardas acabou acenando para que Edward encosta-se o carro.


Erica que tinha uma das mãos ocupadas com o aparelho e a outra a tocar na campainha de sua manicure, percebeu que havia acontecido algo, primeiro o alta voz mostrava a sua direfença quando acionado, segundo o rapaz do outro lado da linha conversava com alguém.


– Hum? Edward estás com alguém? - perguntou ela ainda para piorar a situação do jovem Masen.


O homem que aguardava pelos documentos pedidos apercebeu-se daquela voz, logo fez má cara. O rapaz não queria nada levar com uma multa naquele momento, até porque em nada ia contribuir o seu salário mensal e depois já atrasado.
– Oh senhor guarda perdoe lá essa! - pediu armando a aurea do santinho.


– Sabe que é uma contra-ordenação grave o uso indevido do telemóvel, senhor! - advertiu como se ele não soubesse essas coisas todas. - Lamento, mas este é o meu trabalho e terei mesmo de passar uma coima. - o homem pegou um bloco do bolso e começou a preencher os dados do condutor.


"Que vergonha, Edward" pensou ao ver a caneta rabiscar o papel. "Rafael vai fartar-se de rir" pensou uma vez mais, e ao olhar o homem estender o papel sorriu forçado.


Após dizer que passaria mais tarde na esquadra afim de processar o pagamento, pode finalmente sair dali, esquecendo desde logo o aparelho no banco do lado.


Chegando na empresa, Ellen chamou pelo contabilista ao vê-lo entrar como um rato bem calado e em passo pouco sonoro, não o habitual passo que ele dava normalmente. O rapaz dos cabelos de bronze viu-se obrigado a ir até à secretária e sorriu como habitualmente fazia.


– Doutor Rafael procurou por si algumas vezes! - avisou, ele estava pronto para dar as costas e seguir até ao gabinete do amigo quando esta uma vez mais o voltou a chamar. - Atenção ele anda aério hoje! - e riu.


Edward não levou muito a sério o comentário da secretária sobre o patrão, e entrou logo assim sem qualquer problema de ter um anuncio prévio para sua entrada.


Tal como havia sido advertido mais cedo e corretamente, o moreno à sua frente estava completamente desatento ao trabalho, a sua postura era ela toda fora dos conformes. Então vendo que não havia sido notado, decidiu pregar uma peça.


– Rafael Holdford! - o moreno saltou da cadeira ao escutar o seu nome tão formalizado e apenas faltou fazer a continência militar.


Ouvi-se logo após isso uma gargalhada sonora, o contabilista por vezes não conseguia assistir a certas e determinadas figuras sem rir, era algo que havia crescido e desenvolvido consigo ao longo dos anos.


– Tens muita graça! - resmungou o outro voltando a sentar e recompor o casaco após aquela brincadeira.


– Às vezes, mas depois do que aconteceu à pouco é o minimo!


– E o que aconteceu? - Rafael ficou desperto na sua curiosidade. - Não, espera... - fez um ar pensativo. - Uma nova namorada que por sinal é pior que a anterior pregou-te uma valente peça.. - especulou.


– Nada disso! - balançou a mão como muitas das mulheres faziam, embora aquele fosse um tique seu já. - Fui multado! - acabou desabafando, sabendo que essa não era bem a sua intenção.


– Esqueces-te do uso do cinto?


– Não, é melhor que imaginas. - suou irónico. - De qualquer modo isso não interessa agora e a tua secretária acabou de dizer que precisavas conversar comigo.


Rafael lançou os olhos à mesa e logo lembrou, pegou desse modo os papeis dos contratos que estava indeciso em assinar. Por vezes fazia-o sem grandes cerimónias, no entanto haviam cláusulas formuladas e claro está que o jovem Holdford não queria dar motivos de falha para Maria.


– Deixa lá ver isso! - pediu Edward erguendo a mão para receber as folhas e passar os seus olhos.


O moreno ficou pelo encosto na cadeira aguardando uma boa resposta, quando o telefone do lado do computador começou a tocar. Os seus olhos de imediato correram até ele, pensando desde logo que aquela não era a melhor hora para atender chamada de quem quer que fosse. Contudo, a pessoa do outro lado mantinha-se insistente não deixando silenciado aquele incomodo barulho que desde logo o rapaz na frente acenou para que ele atende-se logo, afinal podia ser um caso urgente.


Lá acabou atendendo a contra vontade e ao dar conta de quem se tratava fez uma expressão séria de quem vai ter um ataque de nervos. "Ashley agora não é a melhor hora" pensou ele ao virar a cadeira para o sentido da janela e despachar a irmã da mesma forma de sempre.


***

Inraivecido por não obter novas noticias de Caroline, Damon derrubava todos os objectos em cima da sua secretária no seu escritório de advogados.
Ultimanete nem pensava mais com clareza, apenas dispensava uma pilha de casos para os seus colegas resolverem, pois sua cabeça apenas tencionava resolver o seu caso matrimonial. É certo que o maior culpado havia realmente conseguido tirar a esposa de si, mas isso não queria dizer que ia deixar barato.


Pegando um copo cheio de Whisky tratou de pensar por uns instantes e logo lembrou da cunhada e da sua vontade em conseguir a guarda total dos filhos. Se era guerra que o loiro esperava, então era mesmo isso que ia conseguir.


Se Damon havia ficado sem a mulher, então Jasper Whitlock ia ficar sem os seus adorados filhos, era no pensamento do moreno uma justa troca.


Levou um gole de whisky aos lábios e rodou uma caneta no tampo da secretária. O seu olhar estava completamente alterado, mais escuro. Já ia algum tempo que não dormia e a única bebida que o acompanhava, era a que no momento bebericava na sala.


A secretária que até a um dado tempo havia sido também sua amante, temia pelo que o advogado pudesse ser capaz, já que mantinha-se irreconhecivel. Ninguém mais questionava as decisões dele, ou sequer tinha na ideia contraria-lo, pois a resposta podia acabar sendo a mais terrivel.


Terminando assim a sua bebida, levantou da cadeira de pele de couro negra e deu uns passos pela sua sala admirando cada canto e sua decoração, e bem que cuspia ódio sempre que os seu olhar sobrecaia em Caroline.


Em certa altura acaba pegando num dos porta-retratos e o lança para a porta o vendo estilhaçado. Risadas incontroladas acabam por acontecer, umas batidas na porta o inraivecem ainda mais.


– Doutor Salvatore! Está tudo bem ai dentro?


A preocupação da secretária era ignorada. Damon volta novamente à sua cadeira e pega no maldito telefone.


Maria encontrava-se numa reunião importante para fechar um novo contrato quando apercebeu-se da ligação, e ao ver qu se tratava do ex-cunhado, caiu em preocupação. Logo fez um gesto a Heidi, que era sua secretária adjunta e não mais que o seu braço direito. Com certa elegancia acabou abandonando a sala torcendo para que o assunto fosse mesmo sério para acabar com interrompida. Sem demoras atendeu antes de deixar a ligação terminar.


– Alô Damon! - olhou para ambos os lados e entrou na sala de cafés.


– Ainda bem que atendes, podemos falar? - rodou a caneta uma vez mais.


– Desde que seja breve, por mim está tudo bem. - disse ao encostar-se na parede.


– Ainda encontrar-te interessada em obter a guarda total dos teus filhos?


A morena que até então estava interessada em conhecer os reais motivos da chamada, não considerou muito bem aquela pergunta. Até onde lembrava Damon e Caroline partilhavam do mesmo apartamento que seu ex-marido. Por outro lado também era sua sabedoria que o advogado não construia bons laços com os sobrinhos, e como tal era de sua escolha não ter filhos. Mas dai a ter todo esse interesse em saber sobre as intenções dela com as questões judiciais, tinha de ter algo mais.


– É obvio que sim, mas creio que isso não é algo da tua conta. - respondeu seca.


– E se eu disser que tenho todos os pontos a favor de tornar isso possível?


Ao saber que tinha uma grande chance em conseguir os filhos para si, sem de ter que ficar com um termo de visitas quinzenal, a deixou bem mais convita em considerar a oferta. Ainda assim, Maria tencionava chegar mais longe com aquela história.


– De onde vem todo esse interesse agora? - ela tencionava saber.


– Digamos que tal como tu, não gosto muito do Jasper e como especulo que sejas boa mãe, acho que tens uma boa consideração a ter sobre a minha oferta.


A morena rolou os olhos e acabou dando uns passos até à porta a fechando.


– Alguma coisa aconteceu, contudo não é nada da minha conta. - deu de ombros ao passar os olhos pelos títulos da revista ali. - É algo que tenho tentado fazer, e como o meu advogado não tem sido competente, creio que possamos entrar nessa juntos. - sorriu imaginando a cara da ex-marido ao ser convocado para uma nova audiência.


– Vou cuidar de tudo mais breve possível e quando tiver todos os papéis, entro em contacto contigo para discutirmos os termos de responsabilidade.


– Ótimo!


Terminando a conversa a empresaria encerrou a ligação e voltou para a sala de reuniões onde esperava nao ser interrompida novamente.


Já Damon não podia ficar mais satisfeito com o resultado da conversa que fazendo face à sujeira que havia arrenjado já chegava na porta chamando a sua secretária.


– Claire providencie os decumentos do caso juridico de jovens e crianças referente à familia Whitlock!


A mulher convencida pela curiosidade foi até à porta com a caneta na mão e a outra no bolso, onde via-se bem uma luz do telemóvel que denunciava o seu uso em espediente.


– Mas essa não é a familia da tua esposa? - perguntou irónica.


– Não é da tua conta! Faz apenas o que eu pedi e pronto. Afinal não és paga para dar conta da vida dos outros. - ordenou batendo a pota na cara dela.


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