3 Semanas com a tia Alice escrita por Lucy


Capítulo 12
Capitulo 11 - Caixa Postal




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Depois de ter discutido com Damon, Jasper precisava de manter a calma, justo agora que acabava de entrar em casa e não queria que nem os filhos, ou sequer Esther começassem com perguntas. Afinal, ele ia acabar por ser desagradável e por pontos em cima da mesa que a ninguém mais diziam respeito que não a irmã. A verdade, é que estava a pelo menos alguns minutos a tentar ligar para Caroline, mas tudo o que conseguia é que as mensagens, chegassem na caixa postal, e isso o deixava bastante irritado e com vontade de jogar o aparelho pela janela fora.


Algumas vezes a governanta tentou o atrevimento de perguntar ao patrão o que tanto o incomodava, mas sempre recolhia as suas palavras sempre que ele mostrava sua feição pouco amigável, e como temia o seu emprego, acabava mesmo por se recolher até a cozinha e continuar o seu serviço.


Por outro lado, longe de saber que tipo de humor que o pai tinha, Nina invadiu a sala dando uns pulinhos até as costas do pai, que pronto não estava com paciência é certo, mas os filhos necessitavam da atenção dele.


– Papa! - chamou ela ao sorrir e ver o seu reflexo no vidro polido da janela da varanda. - Estás chateado? - perguntou Nina ao ver que ele não demonstrava as suas brincadeiras habituais.


– Meu amor, agora não! - respondeu ele ao tirar os braçinhos da mais pequena e seguir até ao quarto onde bateu a porta.


A menina ainda ficou ali especada sem perceber que bicho estava a morder o pai, se bem que era um pensamento literal, e bicho de facto não existia. Então cruzou os braços, batendo o pé da sabrina no tapete de persa da sala. A governanta não tardou a invadir a sala de pano em mãos e ver o pouco apresso da mais pequena dos Whitlock. Logo agachou até ficar à altura desta e olhou para os olhos chocolate dela, passando a mão desocupada nos cabelos finos e lisos.


– O que a minha princesa tem que a deixou assim de gato que não pegou o rato? - usou o tom de brincadeira ao perguntar.


– O papa não brinca mais comigo! - e baixou a cabecinha ao qual dava pena só de a olhar, mas a verdade é que toda a gente sabia o quanto Nina era mimada e não aceitava bem quando alguém simplesmente não dava atenção que ela queria. - Ele até se trancou no quarto!


– Talvez o dia não lhe tenha corrido bem! - explicou a governanta tentando apaziguar as coisas, mesmo não tendo a oportunidade direta de questiona-lo antes pelo facto dele não parecer disposto a um confesso.


– Vou para o meu quarto brincar com as bonecas! - disse ela ao afastar-se da sala em passo lento e de cabeça baixa.


– Mas hoje não vou ter ajudante na cozinha?


Obviamente que Nina não respondeu e tudo o que se escutou se sua resposta foi "pum" de bater da porta. A governanta sem chance precisou de levantar do chão e caminhar até à cozinha que levou um susto ao ver o pequeno Tobby de mão na massa.


– Olhem só quem eu apanhei agora! - disse a senhora de mãos na cintura. - O rato a roubar o queijo.


– Não estou a comer queijo, só é presunto que aliás é do bom. - afirmou o garotinho de boca cheia. - Pai sabe sempre o que eu gosto.


– Para fora da minha cozinha, menino Tobias! Vá fazer os seus trabalhos de casa que eu já vou ver. - ordenou ela tirando o ar de brincalhona e passar a faceta de babá responsável.


O menino não gostava nada quando a governanta assumia aquele papel, então sempre tinha bons argumentos contra, aos quais Esther sempre perdia em uma escala de 10 para 20.


– Mas eu estou de férias, Esther! - argumentou ele todo sabido de si. - Além disso, eu sou um ótimo aluno e não preciso que ninguém venha vigiar os meus cadernos. Deixo isso para a Nina, que passa a vida a desenhar bonecas estranhas nas capas dos livros pretos que a tia Caroline comprou. - a senhora balançou a cabeça não sabendo mais que dizer, afinal o menino sempre vencia.


Mesmo a leste do que os filhos faziam daquele espaço ao lado, Jasper continuava no seu dilema e tentativa constante, mas tudo o que conseguia até ao momento era encher a caixa postal da irmã com mensagens de voz. Isso o estava a deixar pior que perdido, e pior ficou quando do nada o aparelho começou a tocar, obviamente que nem deu ao trabalho de ver a tela e atendeu ao primir no botão.


– Caroline era justo contigo que queria falar, e o assunto é sério, por favor precisamos falar antes de vires para casa, eu encontro contigo na saida do teu trabalho. - falou Jasper quase sem respirar.


– Presumo que não tem se encontrado muito ultimamente, porque parece mesmo urgente o caso. - falou aquela voz do outro lado da linha que nada tinha haver com a loira.


– Maria! - revirou os olhos ao dizer o nome da ex-mulher. - O que foi agora? - perguntou ele desinteressado, afinal todas as conversas que tinham não passavam dos filhos, e tudo o que fosse fora desse contexto, não tinha qualquer fundamento para ele.


– É só para dizer que o fim de semana está a porta e o Tobby e a Nina vem passa-lo comigo. - falou ela toda cheia de si, enquanto distanciava da festa do lado. - Aliás irei busca-los amanhã ao final da tarde, ok?


– Que eu saiba, amanhã ainda é sexta-feira, por isso não! - resmungou ele, e sabia que isso ia criar um mau estar com a ex.


– Jasper Whitlock, eu tenho tanto direito de estar com os nossos filhos, quanto tu, por isso sem discussão e o Tobby e a Nina, vem sim passar o fim de semana comigo a contar de amanhã.


O loiro precisava de se conter, ou ia acabar por cometer mais uma grande guerra com Maria, que bom, ela nunca saia a perder e esse era o maior mal do rapaz.


– Olha Maria conversamos amanhã pode ser? É que agora não dá mesmo para ficar aqui a discutir isso contigo. - tentou esquivar-se ao assunto e pronto estava para desligar quando ela voltou a falar.


– Se continuares com esse passo e contra passo, eu vou pedir recurso e desta vez não serei eu a visitar nossos filhos de quinze em quinze dias, entendido? - soou a ameaça.


– Isso é uma ameaça, Maria? - perguntou ele ainda inconformado.


– Entende como quiseres, falaremos amanhã. Tchau, Jasper! - e desligou na cara dele.


"eu esganava-te agora sua maldita" pensou ele ao cerrar os punhos e jogar o aparelho na cama com bastante desagrado. Naquele momento não lhe faltava mais nada do que ter a ex-mulher com ameaças dos filhos. E bom, Jasper às vezes até podia abusar da sorte e desleixar-se um tanto, mas ao ponto de da-los de bandeja para Maria, nunca. E se ela estava disposta a entrar numa batalha judical pela guarda das crianças, então ela ia ter uma batalha bem dura, porque o rapaz Whitlock era osso duro de roer, e se tratando dos seus ricos tesouros, ele não abria mão de maneira nenhuma.


***


Quase na hora de saida, Caroline pegava o aparelho da sua bolsa, e via que tinha um montão de ligações perdidas e mensagens em caixa para ouvir, mas para grande sorte de uns e azar de outros, Damon já a esperava encostado no portão com um boquê de rosas vermelhas.


A loira ao olhar o marido, ficou bem corada e era tão bonito o ver ali com flores para ela, que parecia um sonho depois dos tempos de crise que estavam a enfrentar no casamento, que logo esquecia obviamente o aparelho dentro da bolsa. Afinal prioridade naquele momento era o marido.


– Flores para a minha flor! - disse ele desencostando e dirigir-se até ela com aquele ar de galantiador apaixonante.


– Oh amor, como eu já sentia saudades de ver-te assim, parece que estamos a começar do zero. - desabafou.


– Digamos que vamos recomeçar, à coisas que precisamos ajustar, e para começar estava a pensar em tirar-te de casa. Bom.. porque não procuramos um apartamento só para nós dois? - perguntou ele dando enfase a sua ideia. - Não que eu esteja insafisfeito com a convivência do teu irmão e sobrinhos, mas já é hora deles se virarem sozinhos e nós, somos um casal solido o suficiente para ter nossa própria vida.


A loira começou a pensar por um instante até ao carro, não havia duvidas de que o marido da hora para a outra havia mudado drasticamente, e isso dava sempre a ideia de que alguma coisa lhe escapava, mas como ele estava tão bem disposto, não ia ser ela a destruir isso, não com idiotices tolas de sua cabeça.


– Que cara é essa? - Damon perguntou ao abrir a porta a sua esposa e esperar ela entrar para assim bater a porta para que desse modo desse a volta à viatura e entrar no outro lado, justo no condutor.


– Nada, só estou cansada foi um dia complicado. - respondeu ela ao pousar a bolsa aos pés e ele dar a partida dali do parque do estacionamento da créche.


Durante a viagem não houveram trocas de palavras, o moreno estava com o olhar empregnado na estrada e volta e meia, Caroline sentia olhar o seu aparelho, mas perceber que tudo o que tinha ali era de Jasper dava a certeza que não seria importante e que mais tarde, ou no dia seguinte iriam conversar com tempo acerca do assunto. Por outro lado, isso era perfeito para Damon que assim teria a margem suficiente para persuadir a mulher a seu belo jogo.


Uma coisa é certa, de charme e palavras convicentes, ele entendia em matéria de excelencia, e muito embora ela fosse uma romantica incurável, não merecia ser tão tapada aos verdadeiros factos. Mas todos eles teriam de ser descobertos por si, ou não seriam facilmente incarados.


Finalmente chegaram no restaurante, talvez um belo sitio, porque pela imagem que apresentava de fora era dos melhores e mais chiques da cidade. Damon soltou o cinto e abriu a porta para contornar a viatura até ao lugar da mulher e a guiar para sair. Estava bastante cavalheiro, mas mesmo assim ela achava que devia aproveitar, afinal era uma noite que havia prometido a si mesma que não ia encontrar nenhum ponto para pegar numa discussão.


Entraram no restaurante, e um garçom que fazia as reservas na entrada indicou a mesa do canto da sala para se guiarem até lá que logo seriam atendidos por alguém. Caroline acenou num agradecimento ao qual deixava o casaco com um gentil moço. O Salvatore seguiu levando ela pela mão, puxou a cadeira para que ela senta-se, e lisonjeada sorriu.


Tempo depois chegou um rapaz com os menus, e não demoram muito a escolher seus pedidos e claro, o vinho que obviamente não podia faltar. Com o decorrer da noite, foram proferidas mais algumas palavras, das quais Caroline apenas respondia sim e não muitas vezes, embora as vezes sua língua quisesse esticar um pouquinho, mas como sempre temia estragar o ambiente. Quando por fim os pratos foram pousados na mesa e o vinho servidos em suas respectivas taças, ela pode tirar parte do seu nó, e colocar em cima da mesa suas dúvidas.


– Querido porquê esta mudança repentina? - ela queria saber, e já esperava uma parte da sua resposta com um resmungo.


Ao contrário de responder rispidamente como esperado, Damon clareou a voz, limpando seus lábios com o guardanapo e desencostar-se levemente da cadeira.


– Minha querida penso que já conversamos sobre isso mais cedo, e porque não aproveitamos a noite que está maravilhosa? - derrotada ela se viu convencida com aquele argumento.


– Tudo bem, eu até estou a gostar desta noite.


– Ainda bem porque eu pensei em ti ao marcar tudo, e inclusive, escolhi o teu hotel favorito. - ela pegava a taça para bebericar o seu vinho, e ao escutar aquilo quase engasgou.


Fazia imenso tempo que não ia passar uma noite romantica num hotel, e muito menos justo no seu favorito que ficava em Las Vegas. Bom, verdade seja dita, estava tudo a correr lindamente, ela caia que nem uma patinha em todas as histórias dele, e depois não haviam mais coisas com que se preocupar que não em ter uma noite maravilhosa.


Após o jantar, o Salvatore usou da sua faceta de homem charmoso para guiar a esposa de volta ao carro e dali partiram para o hotel, ao qual iam ter algum caminho de estrada a percorrer. Por outro lado a insistência de Jasper continuava, e Caroline como ia tão feliz da vida ao lado do marido naquele carro até desligou o aparelho para não ser incomodada, o que deixava o rapaz do outro lado em pleno estado de nervos.


O loiro não queria pensar o pior, e o melhor mesmo para a irmã era pedir o divórcio ao marido o quanto antes, ou ia sofrer mais sem saber. A verdade é que penas que não se vêem, não se sentem, mas pior mesmo era quando essas penas, esvoaçavam até seus ouvidos e bom, já se imagina a trovoada.


Ele sentou na cama, olhou o relógio de pulso, ela já devia ter chegado em casa, e Damon, bom esse era a menor das suas preocupações, a menos claro que tivesse limpado a cabeça da mulher contra ele. Ou então teria usado outra numenclatura menos legal. A verdade é que ele era capaz de qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo.


– Canalha! - resmungou este ao bater o punho na parede do lado da cabeceira e se magoar feio.


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