Rainha da Neve escrita por Kikonsam


Capítulo 1
A Rainha da Neve


Notas iniciais do capítulo

Olá! Espero que gostem!



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Era uma vez um reino chamado Arendelle. Neste reino havia um rei e uma rainha muito queridos, os reis Agnarr e Iduna, que tinham uma linda filha de cabelos ruivos chamada Anna. A Anna estava prometida para casar com o príncipe Hans, do Reino das Ilhas do Sul. Este casamento havia sido prometido desde o dia de seu nascimento, e agora Anna de fato conhecia o príncipe, já com 18 anos e tendo convivido com ele desde criança. Podia-se dizer que Anna de fato o amava mais do que qualquer coisa que já havia amado na vida. Iria se casar com alguém que gosta num lugar bom, com um bom berço. Mas apesar de todas as vantagens, Anna não deixava a realeza subir sua cabeça. Tal coisa não era aceitável aos seus olhos, e sempre que havia uma festa no castelo em que ela encontrava um membro de alguma realeza mesquinho, se irritava e exigia que ele saísse dos aposentos. De fato, assim como o rei e a rainha, Anna era uma princesa muito querida. E hoje, o dia de seu casamento, ela vai finalmente realizar o sonho de sua vida, e por uma vez na eternidade iria para uma festa onde não teria de aturar membros de alguma realeza mesquinhos e convencidos.

– Anna, você está linda! – fala sua mãe enquanto veste seu vestido de noiva branco, com um véu imenso e rodeado de cristais.

Anna fica rindo enquanto se vê no espelho com aquele lindo vestido de casamento. Ela de fato se acha bonita, e estava sim muito feliz pelo fato de estar indo se casar.

– Obrigada, mamãe. – fala Anna. Mas ela estava com uma imensa vontade de urinar, e saberia que em meio a sua mãe e as empregadas da casa a ajudando a vestir seu vestido isso seria impossível. Por isso deu uma simples desculpa:

– Mamãe, queria ficar sozinha por alguns instantes. Queria me preparar psicologicamente para esse momento que eu sempre sonhei.

– Mas filha...

– Por favor. – Anna a interrompe. Não estava aguentando mais.

Sua mãe a olha com um rosto compreensível, achando que a filha estava de fato sendo sincera.

– Está bem. – fala a rainha, e se vira para as empregadas, dizendo:

– Vamos, deixem a princesa sozinha.

– Mãe, sabe que odeio quando se refere a mim como princesa. – fala Anna, restringindo a mãe.

– Ah, Anna. Não é nada.

A rainha e as empregadas saem pela porta do quarto, e nesse momento Anna presta atenção para ouvir se seus passos estão indo longe, escutando seus pés batendo no chão de madeira.

Finalmente, não ouve mais nada. Neste momento, Anna desce do banco estofado no qual estava em cima, e vai em direção a porta, abrindo-a lentamente e checando para ver se ninguém estava por lá. E é aí que ela sai, passando pelo corredor na ponta dos pés que ainda não estão calçados com o salto alto e seu lindo vestido branco até o seu quarto, a três portas de distância. Quando chega, acha seu penico, onde se senta e urina. Após isso, deixa o penico escondido e se levanta, com o vestido ainda impecável sem nenhuma marca de urina. Sai do quarto na ponta dos pés. Mas se esquece de olhar, e é aí que ela esbarra com um homem. Ao esbarrar com ele, sente seu corpo forte e anda um pouco para trás. Olha para cima e o vê, e sente o alívio: Era Kristoff, um dos geleiros do palácio. Kristoff é um grande amigo da Anna desde pequenos, quando ela acidentalmente pisou em seu gelo e o quebrou. Ficou devendo esse favor para ele, mas disso acabou se formando uma amizade incrível, onde terminou Anna retribuindo ao nomeá-lo geleiro oficial do palácio. Inventou este cargo especialmente para seu melhor amigo.

– Kristoff! – fala Anna. – Que surpresa lhe ver aqui...

– Eu quem digo. – fala Kristoff. – Você não devia estar se arrumando para o casamento?

– Tive que urinar. – fala Anna, sem pudor. Nunca teve pudor na frente de Kristoff.

– Nossa, que asar, hein? – fala Kristoff. – Tenta ver se não esbarra com mais ninguém. A sorte é que fui eu.

– Certo. – fala Anna, se afastando lentamente em direção ao quarto onde estava se trocando.

Quando estava algumas portas antes, ouve a voz de Kristoff ao fundo:

– Ah, Anna. – Anna se vira, vendo Kristoff de longe, antes de ele falar: - Você está linda.

Anna dá um sorriso, e se vira de volta em direção ao quarto. Mas antes se depara com uma porta entreaberta, e vê a pior coisa que poderia ver em sua vida: Dentro daquele quarto estava Hans, seu futuro marido, de paletó e gravata pretos combinando com seu cabelo ruivo se beijando com uma criada do castelo. Esta criada trabalha na cozinha e se chama Haydee. Anna viu a cena e ficou parada encarando por um tempo enquanto deixava as lágrimas escorrerem de seu rosto e borrar sua maquiagem. Neste momento, Anna vira a cabeça e sai de perto, evitando olhar para aquela cena de novo. Ela abre a porta de seu quarto de se vestir e se senta no banco estofado onde estava em pé, com as mãos nos olhos, enquanto chorava aos prantos. Esta tristeza a sucumbiu de uma forma que nunca iria esquecer. Quando achava que iria se recompor, lembrava da cena novamente, e voltava a chorar. Ficou assim por mais ou menos dez minutos antes de sentir um frio em seus braços e seus pés descalços.

Anna levantou a cabeça, e conseguiu ver um pequeno redemoinho de neve se formar em seu quarto, com flocos de neve e viscos se espalhando, até aparecer, dali, uma mulher. Esta mulher era linda, com um vestido branco como se fosse composto por peles, com alguns flocos de neve bem desenhados estampados neste vestido. Branca, com olhos pouco puxados e cabelo azul em formato de fogo. Ela estava com um bastão composto de gelo com uma bola de cristal transparente comum floco de neve em seu centro em uma das extremidades. Neste momento, Anna se assustou e recuou um pouco, quase gritando antes de ser interrompida pela voz da mulher:

– Não se assuste, Anna. Tudo está bem agora.

Anna olha fixamente para o rosto bonito da mulher, ou seja lá o que este ser for. Não parece estar mentindo, pelo menos não aos olhos de Anna.

– Quem é você? – pergunta Anna, se levantando.

– Chamo-me Elsa. Ou pode me chamar também de “Rainha da Neve”.

– Rainha da Neve? – Anna questiona. – Mas, o que você está fazendo aqui?

– Vou lhe ajudar. – fala Elsa. – Entenda, é isso que eu faço. Ajudo pobres corações partidos, congelando-os.

– Mas eu não quero que você congele meu coração. – fala Anna. – Eu não vou me casar com Hans, meu coração pode continuar aquecido.

– Anna, Anna... – fala Elsa. – Você acha mesmo que você tem alguma escolha? Vocês são prometidos em casamento desde o momento em que nasceram. Imagine as guerras que aconteceriam, tudo o que você planejou sendo totalmente destruído. Pense no desgosto de seus pais... Eles não iriam querer isso, não é mesmo, Anna?

A Rainha do Gelo dá voltas por Anna, enquanto dela sai uma fumaça gelada por onde passa. Ela fala isso para Anna ao pé do seu ouvido, tentando persuadi-la a fazer o que ela diz.

– Você tem razão... – fala Anna. – Mas, como...

Mas a fala de Anna é interrompida. Neste momento Hans adentra no quarto, e Elsa, ao vê-lo, faz uma cara feia, e roda, desaparecendo no mesmo redemoinho gelado em que chegou.

– Anna, quem era aquela? – fala Hans, se aproximando de Anna e segurando seus ombros. – El lhe machucou?

Neste momento Anna quis falar na cara de Hans o quanto o odeia por tudo. Quis jogar na cara dele tudo o que viu e sair do quarto correndo. Mas tinha que manter as aparências. Não queria magoar ninguém, muito menos seus pais.

– Ela era A Rainha da Neve. Quis me dar um presente de casamento, mas ela é muito tímida e reservada por que ninguém a entende bem, já que tem um poder tão mal compreendido. Infelizmente ela não pode me dar o presente.

– Sério? – fala Hans, questionando quem seria tal mulher. – Nossa, nunca ouvi falar nela. Apenas ouvi uma voz estranha vinda daqui e adentrei. Por que você está com lágrimas no rosto?

– Estou emocionada por conta do casamento. – mente Anna. - E ela é bem reservada, como falei antes.- Neste momento ela percebe que está no dia do seu casamento e diz: - Hans, saia. Dá azar ver a noiva antes do casamento. Mas prometo que não conto a ninguém que você me viu. Vá, estou me arrumando.

Anna empurra Hans para fora do quarto, lentamente.

– Certo – fala Hans, rindo e saindo do quarto por conta própria. – Mas antes, um beijo.

Anna, com nojo, se inclina e beija Hans. E depois dá um sorriso falso e fecha a porta do quarto.

Anna se vira e pensa no que a Elsa disse. Pensa em tudo o que ela falou sobre magoar a todos e desapontá-los. Olhou-se no espelho e viu uma farsa. Uma noiva de farsa, que está triste por conta do seu casamento com um homem que não a ama. A farsa teria que acabar. Anna sabia que aquele não seria seu último encontro com a Rainha da Neve.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler, deixe suas impressões nos comentários! :)



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