—Você não vai falar nada? –Indagou Leon-

—Falar o que? Não tenho nada para dizer. Talvez se você tivesse me contado algo, eu teria alguma coisa para te dizer, mas eu não tenho. –Respondeu Viollet sem desviar o olhar da estrada enquanto dirigia velozmente-

—Você sabe para onde estamos indo?

—Para que tantas perguntas? Não importa para onde estamos indo.

—Mas é claro que importa, tem coisas que eu preciso fazer

—Que se dane as coisas que você precisa fazer

—Viollet olhe para mim –Leon agarra o braço da garota com força-

—Qual o seu problema? Me solte. –Viollet tenta tirar o braço dele-

—Você vai bater! Presta atenção.

—Prestar atenção, Leon? Presta você atenção. Quer saber? Vá pro inferno.

Viollet encosta o carro no acostamento e destrava as portas.

—Para onde você pensa que vai? Está de noite, só tem árvores em volta. Você sabe o que isso significa?

—Não, Leon. Não sei o que significa

—Você está maluca? Você vai ser devorada em menos de um minuto. Me admira nosso carro não estar cercado agora.

Viollet desce do carro e anda em direção as árvores

—Para onde você pensa que vai sua maluca? –Berra Leon da janela- Diabos! Que encrenca de garota –Leon sussura abrindo a porta-

Ele corre atrás dela e a segura

—Vá embora! –Diz Viollet aos prantos-

—Mas porque você está chorando?

—Porque eu te odeio

—Pelo que exatamente você me odeia?

—Por você ser um mentiroso, por você ter ido para cama com sua colega de trabalho, por ter feito ela se apaixonar por você e depois tê-la abandonado.

—Você está fazendo tudo isso por ciúmes? Você parou o carro em um acostamento, no meio da noite, em um lugar onde estamos cercados de árvores sendo que um zumbi pode nos atacar a qualquer momento, por causa de ciúmes?

Viollet dá um tapa no rosto de Leon, vira as costas e começa a andar

—Pegue o carro e vá embora, eu ficarei melhor sem você. –Disse ela secando as lágrimas enquanto andava-

—Eu não vou deixar você ir embora sozinha, você vai morrer.

—Não seja estúpido, se um zumbi fosse nos atacar já teria feito.

—Me desculpe, senhora inteligência.

—Será que você não entende? –Ela diz gritando enquanto se vira para ele- Isso é uma área protegida. Isso aqui é um abrigo.

—E desde quando você sabe da existência desse lugar? Parece que eu não sou o único que esconde as coisas aqui. Entre no carro, vamos embora.

—Eu não escondo nada. Meu amigo é dono disso, eu fui embora porque não suportava ficar presa aqui. Satisfeito?

—Viollet, vamos embora, por favor. Você não precisa ficar aqui, você pode viajar comigo enquanto procuro o que preciso.

—Você não tem coração. Tem uma garota perdida por aí te procurando e você não dá a miníma? Você devia ir atrás dela.

—De novo esse assunto? Mia é bem grande para saber o que deve fazer ou não. Eu nunca pedi para que ela visse atrás de mim. Nunca quis que ela se apaixonasse. Eu não gosto dela.

—Mas é claro que não, você não gosta de ninguém, você só quer ir atrás do que precisa, mesmo que isso custe a vida ou o coração de alguém.

—Viollet, eu estou apaixonado por você.

Ela fica com uma expressão séria, a lua parecia iluminar seu rosto que estava repleto de lágrimas. O vento acariciava seu cabelo, fazendo com que alguns fios ficassem no rosto.

—Se você voltar comigo eu prometo te contar tudo. –Leon estica a mão convidando a garota para se juntar a ele-

—Vamos passar a noite aqui então, mas tem que prometer me contar tudo.

—Está bem, vamos para o carro então.

Leon abraça Viollet quando ela se aproxima. Beija sua testa carinhosamente e a agradece.

Eles entram no carro e se direcionam para uma estrada estreita próxima ao local que estavam.

Na portaria, ela desce e fala algumas palavras em um interfone, porém, Leon não consegue entender.

—Como eles ainda tem um interfone? –Pergunta Leon curioso-

—Você ainda terá muitas surpresas –Responde Viollet sorridente-