Ela está grávida!

Antes mesmo que Valéria pudesse dizer mais alguma coisa, o sequestrador não perdeu mais nenhum milésimo, e puxou pelos braços. A garota se debatia para poder se soltar, mas a pessoa era forte o suficiente para a mesma não conseguir.

Davi foi rápido no banheiro, sabia que sua namorada ficaria brava se o mesmo demorasse para o almoço, e a deixasse plantada esperando. Por isso, ele correu. Correu o máximo que conseguiu, porém, quando chegou no corredor, pôde perceber que Valéria não estava ali. Resolveu ir até o refeitório, pensava que ela poderia estar lá.

– Pessoal, cadê a Valéria ? - Ele chega perguntando.

– Se você não sabe, muito menos a gente. - Daniel.

– Ela não veio para cá ?

– Não, por que ? Ela sumiu ? - Marce.

– Sumiu.

– E você viu para onde levaram ?

– Acha mesmo que se tivesse visto, estaria aqui, ainda ?

– Nunca se sabe. - Paulo fala baixo.

– Fui ao banheiro, e quando voltei, ela não estava mais lá.

– Tentou ligar ? - Mário.

– No caminho para cá, sim.

– O que pode fazer, é esperar. - Jorge. - Assim como nós, estamos esperando.

– Você diz isso, porque não é a sua namorada que está lá. - Jaime.

– Pelo jeito, as alternativas estão acabando. - Ele encara Clementina. - Faltam só três.

– Pois é. - Adriano.

(...)

Depois de almoçarem, o restante dos alunos se sentaram pelo chão do corredor, e ficaram ali, conversando. Todos estavam aflitos com que havia acontecido. Todos, em especial as meninas, sabiam que elas poderiam ser as próximas. Mas quem seria a primeira das três ?

– Estou morrendo de medo. - Clementina abraça Jorge.

– Fica tranquila, estou aqui para lhe proteger. - Ele retribui o abraço.

– Vocês não podem mais sair do nosso lado. - Jaime diz, e Alícia revira os olhos.

"Como assim ? Eles se acham agora os fortões e machos da turma ? Ah, vsf!". – Pensava Alícia enquanto revirava os olhos. A mesma se levantou após a fala do amigo. Paulo, foi atrás.

– Pensa que vai aonde ? - O Guerra a puxa pelo braço.

– Vou andar um pouco, até o sinal bater. Por que ? Não pode mais ? - Ela fala se soltando.

– Pode, porém com nós, meninos. - O mesmo sorri.

– Machistas. Significa que uma mulher não pode saber se defender ?

– Não, mas... - Ele foi interrompido pela morena.

– Sei me defender muito bem, ainda mais sem vocês. Lembra das vezes que chutei seus "futuros filhos" ? Pois é. - Ela sorri cinicamente. - Tenho minhas táticas.

– Pode ser boa nisso, mas mesmo assim, precisa do nosso apoio.

– Ah, valeu. Mas eu não tô afim, ok ? - A Gusman dá de costas, mas Paulo a puxa novamente, deixando seus rostos próximos. - Paulo.

– Cala a boca.

– Sabe não tô afim.

– Vai calar de qualquer jeito. - Paulo a puxou para um beijo. Um beijo dos "pesados", digamos assim. Mas, era assim que ela gostava. Era do jeito cafajeste, galinha e idiota de ser, que ela gostava, mesmo não querendo.

(...)

Mais 10 minutos se passaram, e o sinal finalmente tocou. Agora, começaria as próximas aulas do dia. Todos alunos estavam entrando na sala de aula, quando:

– Jorge, vou pegar meu caderno de física. Esqueci!

– Fala sério, Clementina.

– Sério. - Ela debocha. - Mas eu já volto.

– Quer que vou junto ?

– Não precisa. Jorge, são nem 2 minutos dali até aqui.

– Certeza ?

– Fica tranquilo. - Ela lhe deu um selinho.

Assim que Jorge entrou para sala de aula, Clementina correu até o corredor que se localizava logo ao lado, para pegar seus materiais. Destrancou o armário, tirou o caderno de física para fora, e quando iria trancá-lo de volta, sentiu alguém tapar sua boca, e olhos.

A menina começou a se debater de desespero. Tentava gritar, mas sem sucesso. Alguns minutos depois, sentiu que estava dentro de um local escuro, e que cheirava mofo. O desespero de sua cabeça era grande, o que iria fazer dali para frente, ainda mais com um bebê na barriga ?

– Meninas! - Ela exclama assustada, assim que é largada no canto.

– Sem papo. - O capanga do sequestrador tapou sua boca, e lhe deu um soco na barriga.

Após receber um soco, Clementina sentiu uma dor enorme. Margarida arregalou os olhos, e começou a balançar a cabeça como se quisesse dizer algo. Percebendo isso, o xx1 tirou a fita da garota, e deixou a mesma falar.

– Você não pode fazer isso com ela. - Margarida diz rapidamente.

xx1: Ah, é ? E por quê ?

– Me desculpa, Clementina. Sei que era um segredo, mas não dá pra evitar com essa situação. - Ela encara a amiga com cara de "desculpa". Clementina balançava a cabeça negativamente como "Não conta!", mas não adiantou nada. - Ela está grávida. - A menina revela, deixando todas suas outras amigas espantadas.

xx1: E o que tem de mais ?

– Como assim ? Você pode machucá-la.

xx1: Tipo assim ? - Ele diz dando mais um soco na barriga de Clementina. Logo em seguida, fez questão de tapar a boca de Margarida novamente.