Scorpius & Rose (vol. 2) escrita por Janne Esquivel


Capítulo 6
Capitulo 5 - Divisão de Serviço Secreto Bruxo


Notas iniciais do capítulo

Eu nao sei nem o que dizer. Só peço desculpas mesmo e reforço que embora eu demore, jamais abandonarei uma história sem a opinião de vcs, um beijo e boa leitura.



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Scorpius & Rose

Capitulo V - Divisão de Serviço Secreto Bruxo

— Você pode ir para a casa dos Potter, a essa altura ninguém vai se importar – sugeriu Rose, amarrando o cabelo num novo rabo de cavalo – Não pode continuar dormindo naquele sofá depois dos treinos depois, está acabando com você.

                - O convite estará sempre de pé, parceiro – acrescentou Albus, enxugando a testa com uma toalha.

                - Não me parece certo. O Sr. Weasley... – Scorpius começou a dizer.

                - Meu pai não está em condições de dirigir nem mesmo a própria vida, quanto mais a minha. Ignore-o. – Rose interrompeu, de modo e tom que desse um fim a discussão.

                A ruiva se afastou em direção ao ponto de partida do circuito.

                Tinham passado o dia inteiro naquele salão, nas dimensões do Quartel General de Aurores. Uma trajetória de resistência estava montada diante deles: quanto menor o tempo usado para completar a trilha, melhor. Além das habilidades físicas, todos os conhecimentos mágicos eram testados para um só objetivo: chegar vivo no ponto final. O grupo, inicialmente, era composto por dez jovens, seis foram eliminados nas etapas de porções e enviados diretamente para o St. Mungus. Os que restaram no primeiro turno foram orientados a repetir o circuito, mas a cada rodada a velocidade e agressividade das simulações aumentavam gradativamente.

                - Ainda não acho que seja uma boa ideia, quer dizer, nem ela pareceu muito animada – insistiu Scorpius para Albus, ambos ainda recuperando o folego.

                - Rose só parece alheia a tudo, finge indiferença diante de qualquer assunto, incluindo sobre o que aconteceu. – alertou Albus – Mas, convenhamos, Hyperion, ela perdeu a mãe e ainda não derramou uma lágrima. Isso, definitivamente, significa que ela não está bem. Você tem que parar de achar que ela está no controle porque você sabe muito bem que ela não está. Ela não deixa ninguém mais entrar, se é que me entende; exceto, é claro, você. Seja inteligente.

                Nada mais foi dito, embora uma decisão tivesse sido tomada: Scorpius se mudaria para a casa dos Potter. Não que Rose precisasse de uma babá, mas, ainda que negasse e afirmasse que estivesse indo bem, agora mais do que nunca, ela precisava de apoio ou alguém que mediasse suas decisões. Rose mantinham um olhar duro e vazio nos últimos dias e, embora só Scorpius tivesse percebido, uma chama de ódio se escondia lá atrás.

                Desde o episódio devastador no Ministério, ela tinha dormido no apartamento dele, os pesadelos que tinha a noite acordava a ambos, mas ela sempre se negou a conversar, apenas o abraçava com força e insistia para que voltassem a dormir. Quando os pais dele, por segurança, foram orientados a dormir lá, Rose decidiu que era hora de ir. O ideal seria ficar com o pai, visto que Hugo voltara a Hogwarts, mas a melancolia e inercia de Ronald Weasley diante de toda a situação a irritava. Ela pelo menos estava fazendo alguma coisa, treinando para fazer parte da Equipe de Atividade Tática do Quartel de Aurores, esperando ansiosamente para entrar em campo. Harry Potter, depois daquela tarde, prometeu encontra-los para as atualizações do caso. Rose nunca deixaria que percebessem – provavelmente até ela mesma desconhecia o perigo das suas verdadeira intenções – mas ela não seria tão diplomática se por acaso estivesse sobre os cuidados de algum suspeito.

                A porta do salão se abriu e a simulação desapareceu, sobrando apenas o orientador e os quatro recrutas. O General Potter varreu todos eles com os olhos atentos antes de falar.

                - Só passaram estes, Sr. William? – perguntou, a voz fria.

                - Receio que sim, General.

                - Vão ter que bastar, por enquanto, espero. Por favor, Sr. William, certifique-se de conseguir mais três equipes até o fim da semana. Agora, quanto a vocês, acompanhem-me.

                No fim, Rose Weasley, Scorpius Malfoy, Albus Potter e Olivia Krum estavam divididos em quatro cadeiras acolchoadas à frente do gabinete do General, curiosamente limpo e organizado, exceto por quatro pilhas de papeis acompanhadas de uma caneca, cada; direcionadas ao jovens. Harry estava de costas para eles, fitando, para além da janela, o salão de recepção da sua jurisdição.

                - Antes de mais nada, preciso que assinem o primeiro papel da pilha, apenas o primeiro – ele pediu sem se virar – Nele vocês concordam que o que ouvirem aqui será mantido sobre sigilo máximo, sujeito a pena suprema caso descumpram o acordo. Significa, simplesmente, que não contarão nem para seu sapo de estimação, caso contrário, tanto você quanto o sapo serão mantidos sob pena indeterminada na prisão de Azkaban.

                Um tanto quanto surpresos, os quatro assinaram o acordo e o devolveram a pilha, enquanto isso, o General tomava seu lugar no gabinete, recolhendo em seguida os papeis e os reunindo numa única página.

                - Obviamente, já devem ter se dado conta da seriedade e gravidade da situação em que todos nós estamos envolvidos – ele disse, ajeitando-se na poltrona. – Um grupo de terroristas bruxos, auto denominados de Os Puros, manifestou-se noite passada no quarto principal da mansão do atual Ministro da Magia, Kingsley Shacklebolt, onde assumiram a responsabilidade pelo atentado contra O Ministério e deixaram bem claro que não estavam nem começando. O trabalho furtivo foi realizado com tanta destreza ao entrarem naquela mansão, que nenhum dos meus homens se quer os notou até que já estivessem longe da propriedade. – Harry fez uma pausa, talvez para indicar o peso da informação – O caso é que foram nos dado três coordenadas, acreditamos que sejam os próximos ataques, como podem encontrar na folha seguinte das pilhas.

                - Hogwarts? – indagou Krum, estudando sua copia.

                - Quem atacaria o St. Mungos? – Albus quis saber.

                - O que o Ministério da América tem a ver com tudo isso.

                A única a não se manifestar foi Rose, ela nem mesmo estava mais interessada na lista dos locais.

                - O objetivo d'Os Puros é eliminar qualquer poder que os nascidos-trouxas ou mestiços venham a ter no Mundo da Magia. – Harry tornou a falar, engolindo em seco para a frase seguinte – O ataque que matou Hermione Weasley e boa parte do seu gabinete teria sido só a primeira manifestação dos ideais deles. A Sra. Weasley concorria a vaga de Ministro e as pesquisas levantavam que ela logo se tornaria a Primeira Ministra Nascida-Trouxa da Inglaterra... Já Hogwarts é declaradamente indiferente a natureza de sangue, abrigando tanto alunos quanto professores. O Hospital Bruxo tem como diretor, Draco Malfoy, considerado um traidor de sangue, bem como traidor da natureza de apoio da sua família, Voldemort, desde o fim da Segunda Guerra Bruxa. Por fim, o Ministério da Magia Americano, onde o Ministro é ninguém menos que um nascido-trouxa, que por sinal, também sofreu um atentado falho a caminho do trabalho; o qual ainda estamos julgando se o insucesso foi ou não proposital.

                - E como nós não sabíamos disso?! Como ninguém sabe disso?! – Rose quis saber, com o tom um tanto quanto alto.

                - As coisas mudaram, as ações do Quartel General estão terminantemente proibidas de serem compartilhada sob qualquer meio de informação até segunda ordem. Já estamos tendo problemas demais sem o pânico da população civil.

                - Como pode?! As pessoas merecem saber!

                - Srta. Weasley, não teste minha paciência – embora Harry ainda se encontrasse muito bem sentado, seus olhos fuzilavam a ruiva. - Estamos num ambiente profissional, sua tarefa aqui não é questionar minhas decisões.

                - Como ousa? EU SOU A FILHA DELA! – Rose gritou, ficando de pé.

                Harry tremeu, suas mãos vacilaram por um ou dois segundos. Albus Severus engoliu em seco quando viu uma veia despontar na lateral da testa do pai.

                - Estou arriscando minha carreira para que VOCÊ tenha uma ú.ni.ca chance de ser uma das primeiras a saber o que houve, SUA GAROTA MIMADA! – O General avisou, a voz aumentando gradativamente até explodir. Já estava de pé, com os punhos cerrados na madeira do gabinete, os olhos faiscando, respirando até conseguir falar sem gritar – Você é a filha dela e já sabe mais do que o marido dela, aquele renomado Coronel que está largado e abandonado pelos próprios filhos há semanas com as mesmas roupas NA DROGA DE UM SOFÁ! Você sabe mais que o outro filho dela, que não faz ideia que o teto de Hogwarts pode cair a QUALQUER MINUTO SOBRE SUA CABEÇA! Você sabe mais que os pais dela, ameaçados constantemente só POR SEREM NORMAIS! Você é a filha dela e pôde deitar a cabeça no travesseiro e lamentar sua morte enquanto o MELHOR AMIGO DELA não parou nenhum segundo de caçar OS DESGRAÇADOS QUE A MATARAM! – Ele respirou fundo por mais uma vez – Afronte-me de novo e me certificarei que você estará permanentemente fora de qualquer atividade deste Quartel para o resto da vida, fui claro?!

                Ela não respondeu, apenas o olhava. O peso das suas ações a sufocando, o choro nunca esteve tão perto de toma-la.

                - Eu perguntei se fui claro?!

                Rose sentou-se e assentiu, abaixando a cabeça. O olhar de Scorpius pairando sobre ela. Harry voltou para atrás de seu acento e se posicionou de costas, a janela de volta a sua atenção. Seus ombros subiam e desciam perceptivelmente, ninguém mais disso nenhuma palavra.

                - O terceiro documento da pilha trata-se de um contrato, este com regras e cláusulas mais especificas e severas, se possível – O General voltou a falar, sem se mexer. – Logo quando cheguei ao Quartel, percebi que a força de ação secreta era indescritivelmente pobre, então, com certo trabalho, foi criada a Divisão de Serviço Secreto Bruxo, com treinamentos voltados para a preparação de um grupo especifico de soldados atuantes apenas em atividades que exigem furtividade, sutileza e disfarces. Está no protocolo de admissão dessa divisão que apenas jovens sem qualquer envolvimento em outras divisões no Ministério sejam selecionados e treinados nas condições especificadas. Vocês passaram no teste final e agora são chamados a integrarem a Divisão. O protocolo também orienta que após aceitas as condições de trabalho, de nós para com vocês e de vocês para conosco, vocês deveram ser encaminhados para mais uma leva de simulações para situações especificar, porém, diante da nossa atual ameaça, não temos mais tempo para isso.

                - No entanto, antes de lerem ou assinarem qualquer coisa, vocês devem saber que a quebra de protocolo só foi permitida se a pontuação de vocês nos testes de seleção fossem maior que 9.8 numa escala de zero a 10. Não 9,799, 9.8. Normalmente, cada pessoa do grupo precisa de 7 para ter conhecimento da Divisão, o que permite que todas as dez pessoas, na maioria das vezes, sejam integradas, tendo conhecimento das pontuações e tendo as chances de aumenta-las nas simulações seguintes. – Harry parou, perdido por um segundo nas abotoadoras. Ninguém sabia além dele e de Ronald que Hermione tentara, só para apoiá-los no projeto inicial, fazer o testo, conseguindo, brilhantemente, a nota máxima de 10 pontos. Harry tinha alcançado 9.9 e Ron 9.8. – Como eu disse, vocês ainda passariam por mais alguns testes, mas todas as equipes de todas as divisões estão espalhadas pelo mundo, ainda que os maiores números se concentrem na segurança dos locais ameaçados. Precisamos de vocês em campo em caráter de urgência.

                - O que precisamos fazer? – Krum manifestou-se.

                - Onde precisamos estar? – Al quis saber.

                Harry virou-se e encarou os quatro jovens.

                - Então estão todos de acordo?

                Os quatros assentiram, embora Rose ainda não tirasse os olhos do chão.

                - Quando assinarem o contrato, ninguém jamais poderá saber o que vocês realmente fazem por aqui, entenderam? Ninguém além da própria Divisão saberá que ela existe, nada de papais, namoradas, filhos. Nin.guém! Fui claro? Pois bem, logo mais vocês receberam uma correspondência que só será aberta por vocês através da identificação de digitais e DNA. Não demorem a obedecer as instruções e saberão o que fazer a cada envelope. Vocês tem 15 minutos para irem a sala ao lado e lerem seus contratos, caso estejam em desacordo com qualquer regra, permaneçam lá até eu, e apenas eu, vá falar com você; se não, assinem e retornem para cá, entendido?

                Não demorou para que os jovens se retirassem com seus documentos e obedecessem as instruções do General Potter. Este, ao se encontrar sozinho, suspirou pesadamente, voltando a sentar no seu gabinete. Separou um pedaço de pergaminho amarelado e uma pena, passando a escrever somente o necessário. Tinha apenas 15 minutos para terminar aquela carta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido! Até o próximo (que nao demora :)



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