Ela entra tentando passar confiança. Se não demonstrar nervosismo, ele não irá perceber que ela estava nos braços de um outro homem.

Passa por ele e vai em direção ao quarto, ignorando a pergunta feita.

Ele vai atrás.

– Onde vc estava?? – ele pergunta novamente, desta vez mais exaltado.

– Onde eu poderia estar? Fui ao hospital, é claro!!

Ela olhou para ele de relance, tentando captar que tipo de reação ele tinha com aquela resposta. Depois seguiu em direção ao banheiro. Precisava se livrar dos vestígios de House em seu corpo. O cheiro dele estava em sua pele... seus cabelos... com sorte ela não encontraria as marcas das mãos dele em seus quadris e de seus beijos em seu pescoço.

– Que história é essa? – ele segurou a porta do banheiro antes que ela fechasse.

– House ligou dizendo que tínhamos uma emergência, ora essa! – a simples menção do nome dele a fez tremer.

– House? Emergência? – Chase não era bobo, ele sabia que mais perguntas não trariam respostas. Deixou a porta livre e voltou pra cama. Suas expressões diziam que ele não havia engolido àquela desculpa, mas ele era um homem medroso... tinha medo de enfrentá-la e destruir seu castelo de areia.

Cameron trancou-se e ligou o chuveiro. Custou-lhe não derramar algumas lágrimas... decidiu não chorar, afinal, ela não se arrependia. Mas precisava pensar no que faria amanhã... precisava de um álibi.

“Deus!”, ela já estava começando a pensar como uma criminosa!

...

Tomaram café em silencio e chegaram juntos ao hospital. Ela deu um beijo nele e seguiram por caminhos opostos.

Cameron estava no corredor, apressando o passo o mais que podia. Não passou pela sala de diagnósticos, ao contrário, ela estava agora diante do consultório do Dr. James Wilson.

Se alguém em todo aquele hospital poderia fazer alguma coisa por ela, este alguém era Wilson.

Um favor a uma amiga... ele não iria negar.

– Wilson, posso entrar?

– Claro Cameron! – ele a recebeu com seu sorriso usual.

– Serei direta – ela disse hesitante – Preciso de um grande favor.

Wilson se ajeitou na cadeira, esperando pra ouvir o que a médica iria pedir. Ela ainda não havia dito nada, mas em seu íntimo ele já fazia uma idéia de que, pelo estado em que ela se encontrava, só uma pessoa poderia ter haver com aquilo.

Ela prosseguiu.

– Preciso que vc confirme ao Chase que estive aqui ontem a noite. Consultei a tabela de médicos do plantão... sei que vc estava aqui ontem, e Chase vai vir te procurar. Por favor Wilson, apenas confirme que tbm estive aqui.

Concordou em ajudá-la.

Ele sabia que estava certo. Sabia que tudo isso só poderia ter sido causado por uma pessoa – House.

[...]