Em Busca da Morte escrita por Richard


Capítulo 6
Só Quero Curtir


Notas iniciais do capítulo

Desta vez, o Quarteto dos Mortos-Vivos tem uma pista importante percebida por Duncan. Os quatro então decidem partir para um luar em Honolulu no Havaí. Por outro lado a morte fazia alguns amigos, digamos... Peculiares. Espero que goste! Boa leitura! =)



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A noite passou, e consequentemente o primeiro dia da busca pela morte, estava prestes a chegar ao fim, na tarde do dia seguinte. Tendo isso em mente os quatro escolhidos para irem atrás da morte acordaram cedo. Duncan, Evan e Connor já se encontravam fora do hotel esperando Alice sair para retormar a busca. E depois de alguns minutos de espera, ela abriu a velha porta do hotel mal acabado e saiu para o "estacionamento" no qual apenas alguns poucos carros podiam parar.

Logo de cara ela falou:

— Ah, eu não acredito. Essa foi a pior noite da minha vida! Até a minha cama no mundo dos mortos é mais confortável que a cama desse lugar! — Reclamou Alice.

— Mas nós nem dormimos quando estamos mortos. — Evan falou.

— Por isso mesmo! — Alice retrucou.

— Bom, agora chega de papo furado pessoal. Temos um assunto importante para tratar. Precisamos encontrar a morte. Alguém tem alguma ideia de onde podemos ir? — Connor questionou a todos.

— Ora, nos diga você, você não é o grande detetive Connor? — Evan respondeu com outra pergunta.

— Vixe, começou. — Disse Duncan.

— E por onde você acha que eu devo partir Evan? Sem nenhuma evidência, testemunha, nem indicação de onde a morte pode estar! A verdade é que nós estamos procurando um maldito fantasma que não deixa vestigios em parte alguma, e que sai voando por ai! Como vamos encontrar algo assim!? — Connor disse num tom de discussão.

— Você quer desistir antes de começar? Logo você Connor? Não era pra você nos passar confiança, senhor detetive? Acalme-se e pense um pouco. — Evan disse calmamente.

— Hã... Gente, eu tenho uma ideia de onde a morte pode estar, ou pelo menos onde ela esteve. — Disse Duncan, interrompendo os dois e impressionando a todos.

"O que?" Foi o que todos disseram, quando Duncan havia dito que sabia onde a morte estava.

— O que foi pessoal? — Duncan perguntou aos olhares espantados que o cercavam.

E a resposta de todos foi a mesma: "Como você sabe onde ela está!?" Num tom de exclamação.

— Bom, é provavel que ela não esteja mais lá, mas com certeza ela passou por lá. Como eu sei disso? Eu vi na TV. Ontem, enquanto eu estava comendo aquele delicioso hamburger... Ah... Dá água na boca só de pensar...

— Foco, Duncan, foco! Se encontrarmos a morte você vai poder comer quantos hamburgers quiser, e eu te pago, mas se não revivermos nada disso vai adiantar, agora concentra e fala logo por onde a morte passou! — Disse Connor.

— Então... Eu estava lá comendo o hamburger, quando decidi que seria muito mais interessante comer assistindo televisão. Eu liguei a TV e logo de cara me deparei com o notíciario local e uma matéria sobre uma pessoa que morreu na balada ontem, um cara que morreu por causa de uma parada cardiaca. — Respondeu Duncan.

— Só pode ter sido a morte. Afinal de contas, ninguém está morrendo. Duncan, se me lembro bem você disse que era o notíciario local, estou certo? — Perguntou Connor.

— Sim.

— Isso significa que ela ainda não saiu do Havaí. Ela ainda está na praia. — Connor falou, esfregando o queixo com a mão.

— Olha só. Agora sim! Finalmente está começando a agir como um detetive de verdade, Connor. — Disse Evan.

— É, alguém tem que ser um. De agora em diante, nós iremos procurar toda e qualquer festa que pode aparecer nesse lugar. — Connor disse a todos.

— Nossa, isso parece bom! — Alice falou com um sorriso no rosto, e brilho nos olhos.

— Não se enganem, não iremos para curtir pessoal. Precisamos ter foco na nossa missão. — Disse Connor.

Os quatro então pegaram um táxi, Connor se sentou na frente, e os outros três atrás. O motorista, um senhor já de idade, grisalho, com uma barba grande óculos escuros de aviador, vestindo uma camiseta florida e calça jeans perguntou no momento em que todos embarcaram no táxi:

— Pra onde?

— Hã... Então senhor, não conhecemos o estado nem a cidade muito bem e gostariamos de saber um bom evento no dia de hoje, para podermos curtir as nossas férias. — Connor falou.

— Ah, entendo. Vejo que vocês acabaram de voltar de uma festa fantasia não é mesmo?

— O que? Mas é claro que nã- — Antes de terminar de falar Alice é interrompida por Duncan e Evan, que tampam a boca dela.

— Há, há, há, há. É isso mesmo! — Connor disse, coçando a cabeça e com um sorriso no rosto.

— Bom... Um evento legal, para jovens como vocês... Deixe-me pensar... Ah é claro! Eu já tinha me esquecido, hoje teremos o luar anual de Honolulu! — Disse o motorista.

— Luar? Parece interessante! — Connor falou.

— E, é! Todos se reunem na praia, e fazem uma enorme fogueira, não precisa pagar entrada e é aberto ao público. Acho que no dia de hoje é o melhor que vocês conseguirão para passar o tempo. — Mais uma vez disse o motorista.

— Parece ótimo, teria como nos levar pra lá? — Perguntou Connor ao motorista.

— É claro que sim! Mas acontece que o luar só começa no entardecer. Se eu levar vocês pra lá agora, vocês irão esperar muito tempo. — Respondeu o motorista.

— É, você tem razão, temos muito tempo até o luar começar. O que nós podemos fa- — Connor que falava é interrompido antes de terminar a frase, naquele momento Alice mordia a mão de Duncan e então livre para falar, ela exclama:

— Vamos comprar roupas!!!

— Ah, ela mordeu minha mão! — Ao mesmo tempo que Alice, Duncan exclamou.

Todos olhavam para Alice com espanto, então Evan diz:

— Está certo Alice, vamos comprar roupas. Se vocês pararem pra pensar isso vai ser importante, seremos vistos fácilmente com estes mantos, e precisaremos ser discretos.

— Ouviram o homem! Motorista leve-nos a uma ótima loja de roupas! — Alice exclamou, toda contente.

— Ai, ai, não a nada que possa ser feito, iremos comprar roupas motorista. — Connor falou.

— Pois bem, conheço uma ótima loja aqui perto! — O motorista respondeu.

O táxi começou a andar e seguiu por uma das avenidas de Honolulu.

Enquanto isso... A morte caminhava por uma das praias do Havaí, com um chapéu e biquini pretos, andando por debaixo de várias palmeiras ficando na sombra, pois o sol do meio-dia estava muito forte. Ao mesmo tempo que andava, não tinha como ela não reparar no lindo e brilhante mar azul. Conforme o sol batia na água, a luz refletia criando com as ondas gotículas de água brilhante, como a cor de um arco-íris.

— Como é lindo esse mundo dos vivos. Mas é uma pena... Aqueles que aqui vivem não sabem aproveitar a beleza deste lugar. Ah... Eu queria viver aqui para sempre. — A morte dizia, enquanto seus cabelos prateados balançavam com a brisa do vento.

Enquanto caminhava, a morte percebe na costa da praia, quatro homens com aparencias bem parecidas, camisetas floridas de cores diferentes e bermudas de praia, todos eles tinham barbas e cabelos grandes, um deles tinha um colar com o símbolo da paz banhado em ouro. A morte apenas se deparou com aquele grupo de homens ao longe, e continuou andando sem reparar muito. Até que um deles chama a morte:

— Ei, você ai! Moça do cabelo prata!

A morte olha para os lados, mas não vê ninguém com um cabelo prateado além dela. Ela então aponta para sí mesma, perguntando: "Eu?" E logo depois o homem responde: "Sim!" A morte se contém, mas resolve se aproximar dos estranhos, mesmo não entendendo nada.

— O que vocês querem? — A morte perguntou.

— Nada não moça. Nós estavamos te olhando de longe e pensamos que você estivesse perdida, ai. Precisa de ajuda? — O homem com o símbolo da paz falava de um modo lento, quase parando.

— Talvez eu esteja um pouco perdida sim. Mas o que isso tem a ver com vocês? — Respondeu a morte.

— Ei, calma moça só queremos ajudar, paz e amor! Você parece muito extressada, não quer relaxar um pouco? — Respondeu o homem.

— Nossa como você sabe? É exatamente o que eu quero. Eu estou de férias sabe?

— Tô ligado! Você tem cara que trabalha num escritório deve ser um porre, ai. Deve ser por isso que tu tá tão estressada.

— É... Pode-se dizer que sim, há, há, há, há. Mas explica ai, o que vocês fazem para relaxar, e esquecer os problemas? — Disse a morte curiosa e alegre.

— Você também não parece ser daqui, não tá ligada dos barato... Aí, se liga. — O hippie então tira do bolso, um cigarro feito a mão.

— Um cigarro? É assim que vocês relaxam? — Perguntou a morte.

— Cigarro? Não, não, eu nem fumo cigarro, ai. É muito industrializado! Isso aqui gatinha é um baseado.

— Baseado? Espera, maconha?

— Há, há, há, há, há, é isso ai! Quer experimentar?

— Ih, não sei não...

— É tranquilo, ai! Eu vou ascender e você fuma.

— Ah, espera um pouco...

"Vai garota, é tranquilo" "É isso ai, você nem vai sentir!" "Quando se fuma pela primeira vez, você não fica chapada!" Era o que os outros três hippies diziam, tentando convencer a morte. Ela então sem graça diz:

— Bom, já que vocês estão sendo tão generosos e receptivos eu vou aceitar! Mas só uma tragada.

— Aê! Uhul! — Dizia o hippie com o cigarro na mão, e logo depois ascendendo com o isqueiro, ele da uma tragada forte, segura um pouco e solta, e depois continua dizendo:

— Beleza, tá aceso. Puxa, segura e solta. — Disse o hippie entregando o cigarro para a morte.

— Bem, lá vai. — A morte disse fumando o cigarro. Ela fez, ou pelo menos tentou fazer o que disseram para ela, mas ela acabou tossindo.

Sem perceber a morte começava a ficar sonolenta, seus olhos começavam a ficar vermelhos, e a cabeça pesada.

— Gente... Nossa... Que isso...? Eu não tô no meu normal...

Os hippies começaram a gargalhar, e sem mais nem menos a morte começou a rir junto com todos. "Talvez os humanos não sejam tão ruins como eu pensava." — Disse a morte, em seus pensamentos, enquanto dava risada de tudo.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler! Escreva um comentário dizendo o que achou do capítulo, o que deve ser melhorado o que gostou e o que não gostou! Se tiver realmente gostado do capítulo adicione a história nos favoritos, ajuda muito e incentiva o trabalho! Até o próximo! =)



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