Impulsiva escrita por Maíra Viana


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Que bom te ver aqui de novo! Vamos para o próximo capítulo?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/638979/chapter/3

Capítulo 3

Eu não estava familiarizada com o bairro da boate, mas eu sabia que o caminho que Karl estava seguindo não nos levaria até lá. Ele apertava o volante com força e tinha uma respiração acelerada.

– Por que está assim? – por mais que não fosse da minha conta e eu estivesse pouco ligando pra qualquer motivo inútil que o tenha deixado desse jeito, mas eu já estava ficando angustiada.

– Nada – ele respondeu, com insegurança, e então passei para o banco da frente, indicando que não desistiria até que ele me contasse. Ele deu uma freada brusca e parou bem no meio da rua.

– Não sei mais o que estou fazendo, Lisa.

– Como assim?

– Eu menti pra você, desde o início, eu menti.

– Do que você está falando? – ele olhava pela janela o tempo inteiro, como se estivesse esperando um teletransportador que o levasse para bem longe de mim.

– Lembra daquele dia que meus amigos foram lá na boate?

– Pare de enrolar e diz logo o que você quer dizer! – ele passou as mãos no cabelo e abriu a boca, diversas vezes, tentando começar a me explicar, mas nenhuma palavra foi dita por bastante tempo.

– Você irá querer me matar se eu te contar – e olhou bem nos meus olhos com uma intensidade desconfortável. Eu sentia a sua respiração contra meu corpo e fiquei receosa com o que estava por vir.

– Isso irá acontecer se você resolver não abrir essa boca e desembuchar – disse com um leve riso nos lábios, porque muitas coisas entre nós eram levadas na brincadeira, mas não dessa vez.

– Nós falávamos sobre uma encomenda e você ficou curiosa pra saber o que era. – agora ele tentava firmar sua atenção em minhas mãos que não paravam quietas. – Eu exporto drogas, m-mas eu prometo, não uso – fiquei surpresa, é claro, mas não merecia todo aquele suspense.

– Eu pensei que você tivesse colocado fogo no Japão, cara. – e comecei a rir, mas percebi que ele não estava achando graça, então parei.

– Eu conheci seu pai – e mordeu um pedaço do seu lábio que começou a sangrar. Ele não quis contar e agora, eu entendo porque não. Engoli em seco e achei estar passando mal, não foi como enjôo ou levar um susto... Machucou como um soco. Ele só podia estar gozando com a minha cara, era isso! Ele estava brincando comigo! – Ele também exportava.

– Cale a boca, você não sabe o que está falando. – minhas palavras saíram mais para mim do que para ele, tentando me convencer de que aquilo não era verdade. Mas, mentir pra si mesmo nunca dá certo.

– Você acha que eu mentiria sobre isso? – ele perguntou com raiva e me encarando, só que eu me recusava a olhar para aquele homem. Quem precisava de um teletransportador, naquele momento, era eu.

– Eu não sei de mais nada.

– Eu estaria mentindo se dissesse que sua vida mudou rapidamente de um ano pra cá? – perguntou e fui obrigada a negar com a cabeça. Aquilo não podia estar acontecendo. – E quantas vezes seu pai mudou de emprego nesse tempo?

– Por que não vai se ferrar? – minha voz saiu por um fio. Eu não podia chorar! – Você está blefando.

– Você sabe que ele era ambicioso, Lisa.

– Pare de dizer isso, pare, pare! – eu implorava com uma voz fraca e cobrindo meus ouvidos numa frustrante tentativa de esquecer tudo o que ouvi.

– Ele queria expandir sua parte nas cargas e ganhar mais dinheiro, mas não poderíamos deixar, ele ainda era iniciante – ele falava baixinho, e essa foi à única coisa pelo qual estava grata naquele momento. – Ele disse que estava doente, que precisaria de uma cirurgia...

– Ele nunca esteve doente – falei, confiante, quase que um “te peguei”, mas eu era a presa dessa vez.

– Eu sei, porque o dinheiro nunca foi para nenhum hospital. Era para seu apartamento.

– Eu odeio você – eu não reconhecia mais a minha voz, apenas sabia que minha cabeça estava uma loucura. – Por que está fazendo isso comigo? – quis saber.

– Mas ele não pagou. Afinal, como iria pagar? – e balançando a cabeça, ele concretizava sua fala se culpando ou culpando meu pai. Não importava mais. – E isso não era problema de ninguém, somente dele.

– Karl, eu realmente estou ouvindo isso? – a sensação era de ter trilhões de alfinetes sendo enfiados no meu corpo, um por um. Torturante.

– 250 mil, Lisa. Eu tinha que fazer algo – ele falou friamente. Eu comecei a gargalhar, e nunca dei uma risada tão verdadeira na minha vida! Eu, realmente, achava engraçado, porque nunca havia conhecido alguém tão desumano. Dinheiro vale mais do que uma vida?

– Eu não estou acreditando. – e limpava minhas lágrimas enquanto um riso enorme tomava conta de mim. Meu mundo já havia se despedaçado, mas, dessa vez eu soube que a verdade é muito mais dolorosa. – Foi você. – eu enxergava Karl totalmente embaçado, por causa do choro.

Ah, quem dera se ele acabasse desaparecendo em a meio tudo aquilo! Mas bastou limpar as lágrimas com os dedos e lá estava ele, com o cabelo castanho desajeitado e os olhos fixos em mim. Sentia como se eu estivesse morrendo aos poucos. Não conseguia ficar respirando o mesmo ar, pelo menos não com a mente cheia de perguntas. Saí do carro e me sentei no passeio, do outro lado da rua. O certo havia virado o errado, e o errado eu nem sabia mais o que era. Eu só queria ficar quieta e chorar.

Ouvi seus passos e, depois, sua sombra ao meu lado. Ele não dizia nada, o que realmente foi um alívio porque suas palavras já me haviam ferido demais. Essa foi a primeira vez que pensei em Karl como um tremendo mentiroso. Ele estava com as mãos por entre as pernas, olhando para baixo e brincando de girar um cigarro nos dedos.

– Por que me contou isso agora? – quebrei o barulho dos carros com a minha pergunta. Ele deu uma tragada e, ainda com o rosto abaixado, disse:

– Estava me sufocando com aquele segredo – disse, calmo, e soltou a fumaça pelo nariz. Ele era tão frio assim?

– Você é a pessoa mais egoísta que já conheci. – só consegui dizer isso e ele deu um sorriso e me olhou, mesmo que em seus olhos não houvesse alegria alguma.

– Eu sei. – amassou o cigarro no chão, apalpou o bolso da jaqueta de couro e logo colocou o maço lá dentro. – Estou tentando melhorar.

– Está? – perguntei, sarcástica. Eu queria me bater por ter sido tão mesquinha!

– É por isso que vou te deixar ir. – ergui as sobrancelhas e fiquei paralisada. Ele estava de palhaçada, novamente? – Ir para casa, não sei. Qualquer lugar que você queira. – ele dizia tudo numa naturalidade assustadora! E assim que entrou no carro, ele disse: – Lisa, não fique assim. A vida é boa demais para guardar rancor de alguém. – e arrancou o carro. É sério que ele disse isso? Nossa, Karl, muito obrigada pelo maravilhoso conselho; pena que você matou meu pai...

Aquele momento que tanto esperei, finalmente havia chegado, mas, por incrível que pareça, eu não sabia o que fazer.

Fui até o café da esquina que estava abrindo as portas.

– Só um trocado, moço. – pedi, pela terceira vez, e ele me olhava com uma cara nada boa. É humilhante ter que depender de alguém até para a passagem do ônibus, mas sabe o que é pior? Você, menina, que nunca se colocou no lugar dos outros.

– Não venha aqui de novo! – estendeu em minhas mãos algumas moedas e depois falou: – Pode usar o telefone e chamar um táxi. – agradeci e disquei o número, e depois saí do estabelecimento. O carro apareceu e entrei tentando esconder o meu corpo ao máximo.

– Para onde vamos? – o homem de cabelos grisalhos me perguntou e lhe disse o endereço. Aos poucos, consegui ir identificando as avenidas, casas e os vizinhos, até que vi meu prédio e, finalmente, tudo parecia estar como deveria estar. Paguei e fui até a portaria.

– Senhorita, como vai? – o porteiro me cumprimentou todo simpático, como sempre.

– Ah, Fausto, estou normal. Perdi minhas chaves, poderia me dar às reservas?

Ele retirou da gaveta duas chaves e me entregou. Saí e logo percebi seu olhar abismado quando notou a roupa que me vestia. Comecei a rir, imaginando as ideias que poderiam estar se passando em sua mente.

Fui pelas escadas até o meu andar e, de longe, eu ouvia o telefone tocando no meu apartamento. Fui até a cozinha e peguei um pedaço de pizza congelada, já que eu estava sem comer fazia um bom tempo. Tirei minhas roupas e fui para o banheiro, tentando, assim, me livrar daquelas impurezas que trouxe comigo. Mas, eu estava tentando enganar quem? Aquele apartamento nem me pertencia!

Enrolei-me em uma toalha e fui até a sala checar os recados e resolvi retornar para minhas amigas primeiro.

– Lisa, graças a Deus! Onde foi que você se meteu? – Laura perguntava do outro lado da linha enquanto eu tentava lhe tranquilizar.

– Estou bem.

– Eu e Amanda estamos indo aí agora! – droga, mas já? Mal havia chegado direito e já iria receber visitas? Eu sei, elas estavam preocupadas com meu sumiço e também, eram minhas amigas, mas eu precisava pensar em mim também... apesar de já ter feito isso a vida inteira.

– Não precisa se incomodar, Laura.

– Não será incômodo algum, estamos tão perto daí! – entendi bem o que ela quis dizer com “estamos tão perto”. Elas provavelmente estavam no apartamento do meu vizinho sedutor. Eu estava passando creme nos cabelos quando a campainha já estava sendo tocada, freneticamente. Rápidas, não?

– Ligamos pra você, viemos aqui e quase fomos à polícia, Lisa! Você quer nos matar? – Amanda dizia, sacudindo a sua cabeleira loira e me abraçando forte.

– Mas estou bem, não estou? – perguntei, embora fosse uma mentira. – Terra chamando Laura. – falei, rindo, enquanto ela mexia atentamente no celular e depois nos olhou com os olhos brilhando.

– Adivinha quem me chamou pra almoçar? – começou a pular e gritar.

– Qual é mesmo o nome do seu vizinho? – Amanda me perguntou.

– Fernan...

– Fernando! – Laura me cortou. – Ele disse que foi uma pena eu ter saído de lá tão cedo! – balancei a cabeça, ela me deu um beijo na bochecha e saiu.

– Onde você esteve? – Amanda perguntou, me seguindo até o quarto.

– Precisava relaxar um pouco, a morte de papai foi muito traumática. – falei, calma e tirei a toalha, procurando alguma roupa para vestir. Éramos amigas há anos, não existia vergonha entre nós.

– E onde você esteve também tinha surra de graça? – perguntou, olhando para minhas pernas ainda marcadas. – Você vai me contar ou não?

– Contar o quê, Amanda? – disse tentando parecer o mais natural possível e dando de ombros. – Eu tropecei e caí; apesar de ter sido um mico tremendo, eu sobrevivi.

– Pensei que o juramento tivesse sido pra valer. – ela falou brava e coloquei uma roupa qualquer. Conheci Amanda e Laura em um acampamento escolar há seis anos atrás, mas, mesmo elas sendo irmãs, não se igualavam em quase nada. Amanda deu seu primeiro beijo e não me contou, então eu só soube quando o resto da turma já estava fofocando. Eu fiquei terrivelmente furiosa com ela, então fizemos um juramento de nunca esconder nada uma da outra e, definitivamente, eu não iria abrir o jogo desse jeito.

– O assassino de meu pai me perseguiu, mas eu consegui escapar. – eu poderia ser desengonçada, lerda para muitas coisas e até mesmo preguiçosa, mas eu não podia negar minha habilidade em mentir. Algumas vezes isso poderia ser uma qualidade.

– Mas, não foram dois homens que o mataram? – ela perguntou, intrigada e despistei dizendo que, pelo menos um tinha juízo por não ter mexido comigo. Ela riu.

– Não conte para Laura, por favor. Não quero que isso saia em um jornal. – nós rimos e passamos o resto do dia vendo TV, comendo e conversando muito. Incrível é como em pouco tempo tantas coisas podem acontecer! O celular de Amanda tocou e ela começou a conversar.

– Fica na linha, – e se virou para mim – Laura quer saber se você quer sair hoje. – e neguei com a cabeça. Segundos depois ela colocou no viva-voz.

– Está me ouvindo Lisa? – e fiz um barulho com a boca, concordando. – Hoje eu aceito porque estou pensando em sair com o Matheus, mas depois, não aceito um não como resposta. – e quando eu fui retrucar, ela simplesmente desligou. Por fim, Amanda acabou dormindo no apartamento.

Logo pela manhã, eu comecei a retornar as ligações pendentes. Pedi mil desculpas e perguntei se ainda queriam meu serviço. Uns aceitaram, outros fizeram um barraco e disseram que eu não era uma boa profissional. Fiquei calada, esperando que acabassem de me ofender, já que se eu abrisse a boca pra argumentar, seria perigoso que elas arruinassem meu trabalho.

– Estou exausta e nem é meio dia. – falei para Amanda, que deu um sorriso como se lamentasse por mim.

– Sabe do quê você precisa? – perguntou, com os olhos semicerrados e esfregando as mãos, bolando um plano. – Desligar os telefones, esquecer os problemas e o trabalho. Precisa relaxar por duas semanas e comer muito brigadeiro. Então depois de gorda e descansada, volte à sua rotina. – sugeriu, brincalhona como sempre. Seria uma boa ideia, pena que...

– Não posso, preciso trabalhar. Minha conta bancária não está um mar de rosas.

– O quê? As coisas estão indo perfeitamente bem!

– Quero poupar, por enquanto, e depois, quem sabe, investir. – melhor dizendo, devolver para o verdadeiro dono. Belo investimento, não?!

– Tudo bem, então, – e revirou os olhos sabendo que seria terrível tirar aquela ideia da minha cabeça – vamos ao Lunch Time?

– Apenas se eu tiver direito à sobremesa! – disse, passando a língua nos lábios e pensando em pudins e musses. Ela riu, pegamos nossas bolsas e fomos até seu carro, já que eu não tinha um.

No caminho eu coloquei Pretty Hurts pra tocar, o que fez Amanda soltar tanto a voz que meus ouvidos quase estouraram com tamanha desafinação. Chegamos ao restaurante que, por sinal, estava cheio, além de bem organizado, com as toalhas estendidas nas mesas e sempre com uma florzinha para decorar.

Pegamos dois pratos e Amanda começou a se servir, colocando bastante espinafre e feijão.

– Você realmente gosta disso? – apontei para o feijão; com uma cara de nojo. Óbvio que eu estava apenas brincando ao fazer aquela cara, mas entre comer e não comer, eu escolheria a segunda opção.

– É saudável! Você é quem deveria estar comendo. Não se esqueça de que já teve anemia duas vezes. – ela me repreendeu e bufei só de ouvir a palavra “anemia”. Levei uns bons puxões de orelha de papai naquela época.

– Sem exageros, Amanda. Eu me alimento super bem. – e coloquei carne, arroz, muita batata-frita e peguei um refrigerante, o que fez Amanda me olhar de canto e balançar a cabeça.

– Então, acha que Laura algum dia firmará um relacionamento? – Amanda perguntou e fui obrigada a rir. Piada do dia.

– Se durar mais de quatro meses, eu mostro meus peitos do alto do viaduto! – nós começamos a gargalhar.

– Você não seria capaz de fazer isso! – Amanda quase se engasgou com o suco de laranja que tomava.

– Quem não seria capaz é Laura de firmar-se em um relacionamento! – ela riu e, depois de alguns segundos, ficou olhando para frente, distante. – O que foi?

– Não olhe agora, mas o rapaz da esquerda não para de olhar para cá. – falou, sussurrando, e peguei uma batata-frita. Depois virei o rosto para outra mesa.

– Você está pirada. – não dei importância à maluquice que Amanda estava falando e ela me deu um tapa no braço, o que me arrancou um resmungo.

– Eu falei pra você não olhar! Droga, agora ele sabe que nós vimos ele olhar para cá.

– Qual a novidade? Você sempre arranca suspiros dos homens.

– Talvez ele estivesse olhando para você.

– Sinceramente, hoje você tirou o dia para falar bobagens. – e dei um sorriso de lado. Amanda realmente achava que aquele cara estava olhando para mim? Ah, qual é! Nem em outro planeta eu seria a principal escolha dos garotos. Quando percebi, já havia um garçom na nossa mesa com uma bandeja nas mãos e dizendo:

– O rapaz da mesa sete mandou pra vocês, meninas. – e nos serviu um suco de abacaxi com hortelã, fazendo Amanda suspirar.

– Eu adoro esse suco! – e, coincidentemente, nós duas nos viramos na mesma hora para o olhar. Ele tinha uma barba escura e bem feita, além de um topete muito engraçado. Bonito, mas não para mim.

– Ele foi gentil. – eu falei, sorrindo, e Amanda levantou o copo como se brindasse com o ar, mas logo percebi que era com o rapaz que ela estava brindando. Me restou ir até a mesa dos doces e pegar um pedaço do bolo, já que eu não gostaria de ficar de vela enquanto eles trocavam olhares.

– Que ridículo! – Amanda disse, quase que num sussurro, mas acabei ouvindo. – Aquela ali deve ser a namorada dele, olhe só! – e, realmente, pareciam namorados, porque o rapaz havia mudado totalmente de postura e parou de nos olhar, além de que a menina ficava passando a mão pelos cabelos dele e tudo o mais.

– Vamos, então? – queria ir embora logo porque estava muito cheio. Odeio essa sensação de estar sendo observada, mesmo que eu seja completamente invisível por onde passo. Ela se levantou e fomos para o carro.

– Laura disse que terá uma festa depois de amanhã, e também quer que você vá. – de novo aquele assunto? Calma, Lisa, Amanda não sabe da verdade, então aja como se nada tivesse acontecido!

– Eu não quero ir.

– Ela não vai te deixar em paz até que você vá. – disse estacionando o carro e parou em frente ao meu prédio. Eu não sei o que estava acontecendo comigo, mas uma vontade repentina de sair daquele carro correndo e nunca mais olhar na cara de ninguém, me ocorreu.

– Eu sei, mas ela não pode me levar à força.

– Não faz mal em se divertir um pouco, não acha? – e permaneci muda, indo até o portão do prédio. Tirei do bolso um cigarro que deveria estar ali há meses e o acendi. Eu só fumava quando me sentia com vontade de socar alguém, e parecia uma boa ocasião para isso.

– O que está fazendo? – e logo bateu sua mão no meu cigarro. Só podiam estar zoando com a minha cara. Será que eu não conseguia ter um dia sem que nada desse errado?

– Essa pergunta é minha: o que você está fazendo?

– Desde quando você fuma?

– Desculpe, eu não sei. – a Lisa atriz surgiu como num passe de mágica e instantaneamente. – Não marco em um calendário assim como você faz com as idas ao salão de beleza.

– Você mudou. – ela disse com uma voz um pouco mais baixa como se lamentasse por mim. Pena? Não, muito obrigada, pode guardar isso pra você.

– Mudanças são necessárias.

– Não as que te fazem mal.

– E quem decide isso sou eu, não acha? – ela me olhava, intrigada, com aqueles olhos grandes e verdes, tentando imaginar porque eu estava agindo daquele jeito, talvez.

– Deve ser por isso que você sempre se ferra. – entrou no carro e deu partida.

O que ela quis dizer com aquela frase? Que eu não sabia fazer boas escolhas? Ah, Amanda, você cai no meu conceito a cada segundo que passa!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Atualizarei o site todos os dias com um capítulo novo! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Impulsiva" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.