Daydream escrita por Lulu Delite


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi gente. Como prometido mais um capítulo. Bjs da Lulu.



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Eu e Grace dividimos minha cama e não vi a hora que Sebastian chegou, mas pelo menos não acordei escutando gemidos, gritos e barulhos da cama contra a parede. Mas acordei com Grace gritando.

– Karma! Tem um cara entrando no quarto pela janela! – Ela gritou e cai da cama dando de cara com o chão. Gemi de dor. Um ótimo jeito de começar meu aniversário.

Levantei o olhar e vi Sebastian olhando assustado para minha irmã que apontava meu abajur para ele.

– Grace, abaixa isso. Esse é o Sebastian. – Murmurei ainda grogue de sono. Sebastian terminou de pular a janela e me ajudou a levantar do chão. – Sebastian, essa é Grace. Minha meia-irmã.

Grace mudou sua expressão para um sorriso malicioso e colocou meu abajur no lugar.

– Ah! Esse é o Sebastian.

– Achei que você tinha um irmão gêmeo. – Sebastian disse ainda olhando assustado para Grace.

– Sou filha da madrasta dela. – Explicou Grace. - A meia-irmã legal.

Massageei minhas temporãs.

– Posso saber por que está invadindo meu quarto a esta hora da manhã?

Sebastian coçou a nuca.

– Apenas queria te falar parabéns antes de todos. E te dar isso. – Ele tirou do bolso da calça jeans uma folha de papel. – Eu sei que você gosta dele.

O garoto me entregou a folha e quando a desdobrei descobri que era o desenho do Big Bang que tanto gostava. Comecei a me lembrar do que havia acontecido no dia anterior e senti meu rosto corar.

– Ownt ela está até corada. – Grace exclamou e joguei meu travesseiro nela.

– Obrigada. Eu sei que você nunca dá seus desenhos para ninguém. – Disse sorrindo e Sebastian deu de ombros.

– Mas esse ainda não é seu presente. – Ele sorriu de lado. – Se arrume que daqui a pouco Charlie vai bater na sua porta. Hoje vai ser o dia da Karma. No bom sentido.

Me deu um beijo na bochecha e pulou a janela de volta para o seu quarto. Grace foi até a janela e a fechou junto com as cortinas.

– Meu Deus! Ele é um gostoso! Ele é britânico?

– Sim, ele é britânico.

– Isso explica o sotaque sexy! – Seu sorriso malicioso aumentou. – Ele sempre está pulando sua janela?

Revirei os olhos procurando por uma roupa.

– Somos amigos, Grace... Não. Não somos amigos coloridos... Eu sei que ele é gostoso. Mas isso não muda o fato de sermos amigos.

Grace revirou os olhos mexendo em sua mala e tirando de dentro dela uma saia preta curta, uma bata branca e sua jaqueta de couro.

– Toalha? – Ela perguntou e apontei para o banheiro ainda procurando por uma roupa. – Eu vou tomar meu banho e você vai me contar mais sobre esse britânico super gostoso que te dá desenhos e fica pulando sua janela.

...

Grace e Sebastian conversavam pela janela, mas não conseguia escutar o que falavam por causa do barulho do meu secador. Mas Grace não tirava o sorriso malicioso dos lábios.

Desliguei o secador e me olhei no espelho. Minha maquiagem se resumia a pó para esconder as sardas, lápis de olho, rimel e batom vermelho e meu cabelo estava apenas com ondas e não cacheado. Usava uma saia preta de pregas de cintura alta e um cropped também preto que Grace havia me emprestado por ter achado meu suéter creme favorito “muito de santinha” a roupa deixava um pouco da minha barriga aparecendo e não me sentia muito confortável com o decote um tanto grande do cropped que era bem justo. Coloquei meus saltos vinho ao estilo boneca e sai do banheiro.

– Olha quem tem peitos enormes e um belo corpo! – Exclamou Grace sorrindo de lado e revirei os olhos. – Eu até deixaria você andar comigo na escola se estivesse vestida assim.

– Idiota. – Resmunguei.

– Wow. Você está incrível... não que você não seja incrível, Karma... Só wow! – Sebastian disse bobo e gaguejando um pouco.

– Feliz aniversário, vadia! – Gritou Charlie entrando no quarto como um furacão. – Deus! Você está gostosa!

– Obrigada. – Disse em meio ao abraço apertado de Charlote.

– Agora leve você e seus peitos para a cozinha e deixe sua mãe falar parabéns para você por que vamos te sequestrar.

– Posso saber por que tanto barulho? – Perguntou meu irmão aparecendo na porta. Seu cabelo ruivo ainda bagunçado de ter dormido. – Oi, Charlote. Bom ver você. Continua gostosa como sempre.

Charlie revirou os olhos.

– Eu tenho namorado, idiota. – Olhou meu irmão com desprezo e então se virou para Sebastian que encarava minhas pernas. - Sebastian estamos te esperando lá fora em dez minutos.

Fui puxada para o primeiro andar aonde minha mãe preparava panquecas. Mesmo que já fossem nove da manhã.

– Parabéns, filha. – Ela disse me dando um abraço. – Te dou seu presente agora ou depois?

– Pode ser agora. – Disse me servindo e colocando muita calda nas minhas panquecas.

– Isso é como o Paraíso. Minha mãe não me deixa comer nada que ela considere calórico. Eu, Sheldon e Aaron fomos pegos no nosso trafico de doces.

Mamãe deu risada desligando o fogão e então saiu por cinco minutos e voltando depois com um embrulho médio.

O abri e encontrei um suéter cinza que eu estava de olho a semanas. Abracei mamãe a agradecendo e terminei de comer minhas panquecas o mais rápido possível.

– Para onde vamos? – Perguntei entrando no carro de Sebastian, mas ele não respondeu enquanto dava partida no carro. Grace havia ido com Charlie e Dylan no carro da minha melhor amiga e quase podia ver as duas dando risadinhas e falando sobre como eu e Sebastian fazíamos um belo casal.

Liguei o som e me deliciei com Mardy Bum do Arctic Monkeys. Cantava junto com o rádio e Sebastian ria de mim. Depois de algum tempo com ele dirigindo paramos em frente ao shopping da cidade.

– Sério? Compras? Estou decepcionada, Lewis.

– Só saia do carro. – Resmungou Sebastian.

Charlie e ele me arrastaram pelo shopping até que chegamos ao cinema que parecia fechado apesar de ser um sábado. Sebastian foi até a bilheteria e bateu na grade que se levantou. Ele falou alguma coisa com um cara que não devia ser muito mais velho que nós e ele abriu uma porta pequena para funcionários e entramos por ela.

– Podem pegar o que quiserem na lanchonete. – O cara disse sorrindo. – O filme vai começar em quinze minutos.

– Vocês alugaram o cinema só para nós? – Perguntei impressionada. – Que filme vamos ver?

Sebastian me entregou duas barras de chocolate, um pote enorme de pipoca e um copo de refrigerante também enorme. E depois começou a pegar sua própria comida.

– Eu pensei em vermos A Pequena Sereia. – O garoto deu um de seus famosos sorrisos provocativos e só não bati nele por estar com as mãos ocupadas. – Charlie me disse que você tem certo passado com esse filme.

– Charlote Smith! Como ousou contar sobre A Pequena Sereia?!

Charlie deu risada junto com Grace e revirei os olhos.

Até meus treze anos todos os anos eu me vestia de Ariel no Hallowen e nesse dia ninguém podia me chamar de Karma. Era apenas Ariel ou eu fingia que não era comigo. Agora que estava mais velha era um tanto constrangedor pensar nisso e apenas Grace, Charlie, Aaron e meus pais sabiam disso.

– Eu tenho que pedir para sua mãe me mostrar uma foto de você vestida de Ariel. – Comentou Sebastian enquanto entravamos na sala do cinema e escolhíamos um lugar.

Dylan e Sebastian ficavam apenas olhando para Charlie, Grace e eu enquanto cantávamos juntas as músicas do filme e falávamos junto com as falas. Sempre assistíamos o filme quando estávamos as três juntas. Antes eu e Charlie fazíamos isso juntas, mas então Tiffany casou com meu pai e Grace se juntou a nós.

– Está gostando? – Perguntou Sebastian enquanto eu misturava minha pipoca com o chocolate. Ele havia se sentado ao meu lado esquerdo e Grace a minha direita. Enquanto Dylan e Charlie se sentavam na fileira da frente.

Concordei com a cabeça sorrindo. Sebastian sorriu de volta roubando um pouco da minha pipoca.

Quando o filme acabou todos me levaram até minha livraria favorita na cidade e me deixaram escolher dois livros para cada um me dar. Sai de lá com Sebastian e Dylan carregando os livros e o colocando no carro de Sebastian.

– Agora vamos almoçar no seu restaurante favorito!

– Meu Deus! Eu amo vocês! – Exclamei e todos deram risada.

– Ainda comemorando o aniversário? – Pergunto Carrie ao chegar em nossa mesa para anotar os pedidos. – Certo. Purê de batatas e costela com muito molho e Coca-Cola para Karma e Grace e lasanha e suco de laranja para Charlote. E vocês rapazes?

– O mesmo que Karma. – Sebastian disse sorrindo de lado.

– E eu o mesmo que Charlie. – Dylan respondeu.

Carrie sorriu.

– Adoro quando casais de namorados são rápidos. Então tudo isso e mais uma torta de chocolate. Volto já, queridos.

– Não somos um casal. – Exclamei, mas Carrie já havia ido embora. – Não me olhe com essa cara, Lewis. Tire esse sorrisinho do rosto.

– Já disse que não tem nada de mais que as pessoas achem que estou namorando uma ruiva sexy. – Ele respondeu e revirei os olhos.

Em vinte minutos estávamos comendo a torta de chocolate maravilhosa de Carrie.

– Isso é muito bom. – Praticamente gemeu Sebastian e me olhou bravo quando roubei um pedaço de sua fatia de torta.

– Eu disse que era a melhor torta de todo o Texas.

Terminamos de comer a torta e então eu e as garotas fomos para o lado de fora esperar Dylan e Sebastian pagar a conta, já que os dois não haviam nos deixado ajudar com a conta.

– Ei, Queen. Parabéns. Você está mais linda que o normal. - Jason disse surgindo de dentro do restaurante e me dando um abraço apertado. Ele era o filho do meio de Carrie e Leo e apenas um ano mais velho que eu. Ele era alto bem mais alto que eu e musculoso. Ele costumava jogar no time de futebol americano da minha escola antes de entrar na faculdade de Administração e então jogava agora pela faculdade da cidade. Jason havia entrado no curso para poder cuidar do restaurante da família. - Ia te falar parabéns ontem, mas estava estudando e tenho medo do seu pai.

Jason sorriu e não pude deixar de sorrir de volta. Seu cabelo era da cor de areia e estava quase escondido por um boné e seus olhos castanhos esverdeados. O cara era um gato e sempre havia sido muito legal comigo e Charlie. Sempre nos chamando para sentar com ele no almoço quando éramos novatas.

Mesmo de salto eu não chegava nem perto dos seus ombros.

– Tudo bem, Jas. Meu aniversário é hoje mesmo.

– Você anda sumida desde que terminou com o Spencer. Que tal sairmos esses dias? Eu prometo levar a torta da minha mãe.

– Você me ganhou com a torta. - Sorri. - E você tem meu número.

Nisso Sebastian e Dylan apareceram. Jason cumprimentou os dois com um aceno de cabeça e me dando um beijo na bochecha me soltou.

– Te ligo, então. Gata.

Voltou para o restaurante e Grace e Charlie me olharam com suas melhores expressões maliciosas.

– E a lista de pretendentes de Karma McQueen só aumenta... - Grace exclamou. - E temos um universitário nela agora.

– Muito gostoso por sinal. - Completou Grace e revirei os olhos.

– Vamos? - Perguntou Sebastian parecendo nada feliz e concordamos. - Ainda temos que ir na sorveteria.

Durante o caminho inteiro ficamos em um silêncio tenso com apenas rock pesado tocando no rádio.

– Eu fiz alguma coisa, Shelly? - Perguntei enquanto ele estacionava em frente a minha sorveteria favorita.

O garoto suspirou e negou com a cabeça. Sua expressão suavizou e ele sorriu de lado.

– Não. Você não fez. Vamos. Aposto que você derruba sorvete em si mesma.

Revirei os olhos, mas sorria de lado. O segui para fora do carro e nos juntamos aos outros.

...

Sebastian e eu havíamos deixado Grace no hotel junto com meu irmão e já estava escuro quando ele parou o carro na sua garagem.

– Obrigada por hoje. - Agradeci tirando o sinto. - Foi o melhor aniversário que tive em muito tempo.

Sebastian sorriu.

– Ainda falta o seu presente. - Ele esticou o braço e tirou um embrulho do porta-luvas. Ele era médio e achatado e o embrulho era vermelho com coroas empresas nele. - Abre. Parabéns.

Abri e era um exemplar caseiro de A Megera Indomada. Sebastian haviam imprimido o livro e feito desenhos de algumas cenas e feito Catarina, a Megera, parecida comigo.

Dei um abraço em Sebastian sorrindo igual a uma idiota.

– Eu amei! Mesmo que eu já tenho esse livro. Vou guardar com muito carinho.

Saímos do carro e o garoto me acompanhou até a porta de casa.

– Boa noite, Sebastian. - Disse lhe dando mais um abraço.

Ele se soltou de mim e olhou em meus olhos enquanto se aproximava até nossos rostos ficarem a centímetros um do outro. Ele me deu um beijo no canto da boca que mais pareceu um selinho.

– A proposito. Se esconder em baixo de camas não parece seu estilo. Boa noite, Ruiva.

Então saiu andando com um sorriso de lado nos lábios e me deixando com os olhos arregalados e sem saber o que fazer.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?