O Sucessor - Interativa escrita por Amante Imortal


Capítulo 2
Capítulo 2 - Noah Miller


Notas iniciais do capítulo

Oh meus deuses, mas que demora Amante Imortal!

Tudo bem, eu sei que dessa vez eu demorei bastante quando disse que não ia demorar nada, mas haviam muitas coisas a serem resolvidas (das minhas duas histórias e do meu perfil) e agora vou trazer as decisões.

Primeiro, o Nyah! Fanfiction virou o lugar das minhas fanfics apenas, se alguém aqui lia qualquer outra original, saiba que elas estão lindamente postadas no Wattpad (onde só vou postar originais).

Segundo, estamos dando adeus (e beijos) a Amante Imortal, acredito que o tempo dela já se foi, e, depois que eu responder todos os comentários dos capítulos anteriores (que apenas não respondi porque, caramba, vocês me deixaram sem palavras e a ponto de chorar de alegria! Amo muito vocês ♥) o nome irá mudar e então terão as saudações de Hoshi A.. A verdade é que nunca vou deixar de ser a Amante Imortal, esse é um título que vocês (os leitores de Urano, o Senhor dos Céus) me deram e me fizeram amar dia após dia enquanto usava, por isso, agora assinarei como Hoshi A., mas ainda serei a amante imortal... ♥
(Obs: A Amante Imortal ainda vai ter existido e fazer parte de mim, então as capas não vão mudar tão cedo.)

Felizz Anooo Novooo!! (isso é bem importante, e quase me esqueci dele!)

E com o ano novo temos novidades!

Novidade A: Hoshi A. vai/tem Tumblr! Yeahhh *--* Ele ainda está sendo atualizado, mas já possui os links das duas contas (Nyah e Watt) e o link do meu perfil do facebook, para quem quiser ver ainda mais de perto coisas sobre a história! Nesse Tumblr veremos arts exclusivas, dreamcasts, curiosidades, tudo sobre a história que você quer (ou queria) saber! Akiyamahoshi.tumblir.com

Novidade B: Eu acabei já falando no A, mas eu tenho um perfil no face agora, com o nome Akiyama Hoshi e uma art em preto e branco (que minha prima linda fez!) na foto de perfil, vocês podem me adicionar e qualquer dúvida ou sugestão estarei respondendo por lá.

Novidade C: A Organização (assunto difícil esse... aiai). Então galera, agora será o seguinte:

Aos Domingos haverá atualização em Urano, o Senhor dos Céus (sem uma hora definida).

As Sextas-feiras haverá atualização em O Sucessor (sem uma hora definida).

Sendo que, nessa próxima semana agora (3 ao 9) não vai ter nenhuma atualização, pois estou viajando. E que, talvez (vai depender do tamanho do capítulo), algumas atualizações serão quinzenais, então não se assustem se ficarem mais uma semana sem capítulo... eu (infelizmente) não sobrevivo só da escrita...

Enfim, sem mais delongas: O Capítulo!


***

Lhes dou agora os últimos beijos imortais, e as primeiras saudações amadas.
Hoshi A. a amante imortal.



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“Quando o mistério é muito impressionante, a gente não ousa desobedecer. ”

(O Pequeno Príncipe – Antoine de Saint-Exupéry)

 

O Sucessor

Capítulo 2 Noah Miller

O treino foi puxado. O uniforme do exército real de Iléa grudava de suor no meu peito e costas, e a respiração estava pesada, de modo que escorei os braços nos joelhos para me firmar.

— Por hoje chega!

O treinador gritou, e todos fomos para o vestiário.

Ser um guarda nem sempre tivera adjetivos bons, normalmente envolvera morrer em serviço ou se aposentar com várias lesões, mas desde que Maxon Schreave assumiu o trono, as coisas mudaram. O reino estava em paz até mesmo com a Nova Ásia. França e Itália eram fortes aliadas e a vida de um guarda nunca foi tão monótona e relativamente boa. Claro, haviam os ataques rebeldes, mas estavam bem menos frequentes que antes e, sinceramente? Nunca me preocupei com eles, eram ataques que até o atual momento não chegaram em nada. Ou seja, em dias quentes treinávamos com o Sol, na chuva treinávamos com a chuva e no frio idem.

— Sério, Miller? Já está cansado? — O soldado Jonas apareceu ao meu lado, ele estava sem camisa e com uma toalha no ombro, pelo seu estado devia ter parado em sua décima volta no campo. Era um dos novos recrutas, dos que achavam engraçado brincar com os “velhos” porque não tínhamos mais autorização para iniciá-los no palácio.

— Quando der trinta voltas sem ficar cansado, eu te dou minha medalha de honra. — Lhe respondo com um meio sorriso enquanto seco o corpo depois de uma ducha rápida e começo a vestir o uniforme, no mesmo instante ouço Wanne rir um pouco mais longe de nós.

Jonas apenas bufa, sabe que para o bem dele não devia discutir comigo, mesmo que ainda provocasse. Alguém o chama do outro lado do vestiário e o observo se virar, antes lançando um olhar irritado para mim.

— Sério cara, ainda vou acabar com a graça desse infeliz, com menos paciência que você tem.... Acabarei com eles na... — Ele faz um gesto juntando as mãos e eu ri balançando a cabeça.

— Você devia apenas ignorá-lo. Jonas ainda acha que no exército o fato de ter cabelo loiro e olhos azuis vai fazê-lo um mandachuva como se fossemos garotinhas apaixonadas. —Digo, depois de terminar de amarrar os cadarços das botas do uniforme. Observo Jonas de longe, com sua realmente pose de quem acha que manda no lugar. — Apesar que... deixá-lo com um olho roxo ou um dente a menos, não é tão má ideia.

— Então pretendem bater nos meus soldados, soldado Wanne e soldado Miller? Com que autoridade? — Me endireito no mesmo momento que Wanne ao ouvir a voz do general atrás de nós, vejo vários homens fazerem o mesmo e tento conter o riso de antes.

O saudamos e logo depois Wanne tenta se explicar, um tanto atrapalhado, gaguejando. Ele sempre vai ter medo do General Leger, penso quando o mesmo dispensa ele com a mão. Batendo continência Wanne nos deixa sozinhos naquela área do vestiário.

Eu não me sentia com tanto receio em estar na presença de Aspen Leger. Ele me conhecia desde que eu tinha dezesseis anos, praticamente me treinou, confiava em mim, confiava em mim até mesmo...

— Quero que seja a sombra da princesa Terly, hoje. Ela não estava se sentindo bem, mas continua recusando que os médicos a sigam. — Ele disse e suspirou esfregando as têmporas. — E a deixe bem longe de Wan, por hora. Eles aprontaram novamente... tenho certeza que ouviu o chamado de todos os guardas irem para o jardim.

Balanço a cabeça afirmando. Eu ouvira o chamado urgente de que devíamos evacuar a área Oeste, e como todos os outros me dirigi aos jardins, encontrei Aspen, vários minutos depois, com vontade de torcer o pescoço de Wan, não tive certeza se foi pelo o que o garoto fez ou por ter atrapalhado o passeio dele e das crianças da família real ao zoológico. Talvez um pouco dos dois.

— Posso saber o que aconteceu, senhor? Eles brigaram? — Pergunto, mas não escondo minha curiosidade e espanto. Terly era calma, quase nunca falava mesmo nas diversas vezes que tive que a seguir pelo palácio. Logo, era difícil imaginar se metendo em confusões com seu pai desse tipo, ainda mais estando com o filho do general.

— Wan achou onde as fichas das selecionadas estavam. Terly e ele decidiram burlar as ordens do rei e olharem as mesmas... — Aspen balançou a cabeça e olhou para mim, voltando a respirar fundo. — Você só não vai adivinhar quem estava com eles. — O olhar que me lançou foi sério, mas por trás havia algo de incrédulo e cômico em sua expressão. — Ernest.

— O príncipe estava com eles? Só pode estar brincando. Ele sempre foi tão... certo. — Tomo cuidado ao escolher a palavra, ofender a afilhado do general e futuro rei do país não seria bom, não em público. — Onde eles estão? Digo, a princesa.

— No escritório do rei. Vamos. — Ele diz e dá tapinhas no meu ombro antes que indique que eu o siga para fora do vestiário.

 

***

Andamos lado a lado, quase como se fossemos dois soldados normais, era assim que eu me sentia perto dele pelo menos. Sempre me tratou como um filho desde o início, e agora que seu filho era um homem, por mais menos inclinado ao exército que fosse, não era diferente. Ainda confiava em mim para tudo, escolhia-me para cuidar de Terly, para conselhos, tudo que pudesse. Eu era grato por isso. Mas ainda me perguntava se um dia poderia e conseguiria ser tão leal a ele quanto o mesmo imaginava.

O escritório do rei estava guardado por dois outros guardas em suas portas e as mesmas estavam fechadas. Tudo indica uma reunião qualquer, mas considerando o que os filhos dele fizeram deve estar mais para um sermão. Aspen se aproxima e os dois homens que não reconheci dão passagem para nós, entramos sem nem bater na porta, algo me dizia que já esperavam por isso.

...você foi irresponsável e desleal para o país, filho! Um bom governante nunca se aproveita de uma situação que sua população não pode ver.... — Chegamos bem no meio de uma frase irritada do rei, e como todos na sala prestavam estrita atenção nele, não fomos vistos de imediato.

Analisei a sala; o rei estava em pé atrás de sua mesa, um dos dedos apontando o filho do outro lado da sala, a rainha estava ao seu lado, com uma mão em seu braço, ela parecia igualmente irritada, mas mesmo assim tentava acalmar o marido. Sempre forte, rainha America. Segui os olhos do casal, para os três outros que estavam na sala fora quatro outros guardas pessoais do rei e Lucy, a esposa de Aspen. Terly me preocupou no mesmo instante que pus os olhos nela, era a única sentada, tinha nas mãos um copo com água e mesmo a distância podia ver que estava trêmula. Seu semblante não era como se estivesse arrependida, era de cansaço, como se o simples esforço de manter os olhos abertos lhe custasse quase toda a energia.

Será um dia longo para mim hoje.

Além disso, também pude notar como parecia diferente, não era simplesmente o coque que a fazia um tanto mais séria, nem o vestido que ela parecia mais gostar de usar; uma versão de inverno, de algodão, branco com golas e mangas grandes, só deixava a cabeça e as mãos de fora. Era seu rosto. Ele não estava simplesmente branco como o normal, tinha sardas agora, muitas sardas que manchavam seu rosto e o deixavam tão vivo quanto jamais foi. Os olhos azuis e enormes de gelo também pareciam mais destacados com a nova cor, ela como sempre o fez, sem perceber, irradiava presença. Só não percebe porque ele não deixa.

Voltei meu olhar para o príncipe Ernest. Estava com os braços atrás do corpo, o semblante sério, aceitando tudo que o pai dizia, apesar que a boca franzida demonstrava quase indiferença por estar ou não ali. Ele estava perto da poltrona onde se sentava Terly, e aquela proximidade me enojava. Está lá como se fosse a proteger caso algo acontecesse, mas ele nunca mexeria um músculo, a não ser que fosse para lhe fazer mal. E ela nem mesmo se defenderia.

— Majestade, eu trouxe o soldado Miller, como pediu. — Aspen se pronunciou assim que ele parou de falar com o filho. O rei o olhou e balançou a cabeça levemente, eu depois de tanto tempo no palácio, percebi o que significava: sem formalidades, amigo.

— Soldado Noah Miller. Creio que já sabe porque está aqui. — Ele se referiu a mim e me aproximei assentindo com a cabeça para não o interromper. — Você ficará responsável por Terly hoje. — Com a visão periférica a vi levantar a cabeça. — E quero deixar estritamente entendido que ela não verá mais Wan, até uma nova ordem. — Ela bateu o copo na mesinha ao lado da poltrona com força, enquanto Wan soltava uma exclamação indignada.

— Sim senhor, majestade. — Digo e me viro para Terly, como já era de costume quando eu era designado para o serviço, a esperava passar por mim, para segui-la. Mas, dessa vez, invés de se levantar ela ficou estática, olhando para o pai com a maior expressão de sentimento que já vira em seu rosto.

— Não pode fazer isso. Wan é meu melhor amigo, não pode me proibir de vê-lo! — Ela disse, e escorando no próprio Wan, se levantou com certa dificuldade. — Mãe, você não pode permitir que papai faça isso.

Ela realmente está discutindo com o rei? A Terly? Primeiro vai totalmente contra as ordens do pai e agora discute com ele na frente de todos os guardas de máxima importância dele?

— Posso e irei, a decisão foi tomada querida. É para o bem de todos os três que fiquem separados, quando as selecionadas chegarem não queremos que artimanhas assim... aconteçam. — A rainha respondeu tentando ser o mais serena possível, mas seu semblante mudou de irritada para preocupada assim que a filha ficou de pé.

Todos sabiam como ela se culpava pela doença das duas garotas. Era a família dela que carregava os genes, fora ela quem passou para as filhas duas doenças incuráveis e que tornariam suas vidas curtas. As pessoas diziam para que não se sentisse tão culpada e ela respondia que estava bem, mas depois de dezenove anos, nada tinha mudado, era perceptível através de olhares como o de agora, quando ela tentava demonstrar força, mas no fundo segurava a respiração de ansiedade e pesar.

— E por favor, sente-se filha ou você poderá...

— Cair? — Terly continuou de pé, os braços cruzados enquanto encarava a mãe. Não pude ler sua expressão, não entendi o que queria dizer com aquilo, mas ela também não esperou que eu pudesse tentar algum “chute” em minha mente, também não esperou por respostas da mãe que a olhava quase pasma, apenas saiu irritada e cambaleante da sala. Me virei para o rei no mesmo instante, era ele agora quem olhava para a esposa, preocupado. O que quer que Terly tenha tentado dizer com o olhar, eles entenderam e parecia ter machucado muito o interior da rainha. O rei respirou fundo e se dirigiu a mim:

— Vá atrás dela, cuide para que chegue ao quarto bem. E, desta vez quero que fique do lado de dentro, ela está mesmo fraca... talvez eu... tenha exagerado no que disse. Não quero que ela passe mal sem ninguém por perto. — Assinto para o rei, com uma pequena reverencia saio do lugar, não sem antes ouvir ele pedindo para que os outros também deixem a sala, menos Aspen e Lucy.

Encontro Terly olhando por uma janela, ela tenta mostrar que está apenas observando a vista, mas não foi rápida o bastante quando me notou chegando, eu a vi escorada na parede, tentando respirar.

A briga, a adrenalina em fazer algo errado... tudo isso deve tê-la deixado ansiosa, e agora mal conseguia respirar.

— Alteza, você está...

— Ótima. — Ela responde dura e depois suspira, voltando a tentar diminuir sua presença. — Apenas me acompanhe para o quarto, e depois pode ir.

— Sinto muito, mas seguirei as ordens do rei, alteza. — Falo devagar, para mostrar que não me achava superior a ela, mas que também não a obedeceria somente. — Ele deseja que eu fiquei eu seu quarto de vigia, para evitar que haja algum acidente.

A vi suspirar novamente antes de começar a andar, desta vez calmamente e na direção de seu quarto. Nos minutos que se seguiram não ouvi uma palavra dela, notava sua respiração irregular e aquilo me preocupou, sabia que ela nunca admitiria que precisava da ajuda.

Quando chegamos ao seu quarto ela o abriu, duas criadas estavam lá, mas com um aceno de cabeça da princesa foram embora. Terly se sentou na cama e esperou que eu entrasse, mesmo assim ainda passei um tempo a mais observando o cômodo. Não importava quantas vezes eu a acompanhasse até lá, ainda achava incrível como um quarto podia ter o tamanho da cozinha de um palácio, e isto sem contar a porta que dava para seu armário com todos os vestidos, os sapatos e as joias. O lugar era decorado em azul e laranja, o laranja de um tom claro e o azul escuro, nunca entenderei os gostos da princesa, mas de um modo inacreditável parecia a melhor combinação para ela. Ela tinha pilhas de papel em uma escrivaninha, e esta era a única coisa que pesava no ambiente, nem mesmo as cortinas grossas, para que o Sol não a atrapalhasse, faziam algo no lugar a não ser deixá-lo mais elegante.

— Você pode deixar a porta aberta. — Ela murmurou sem olhar para mim. — Já que deve ficar aqui.

Por mais que tentasse não demonstrar eu podia sentir o rancor em sua voz. Estava cansada de ser ignorada, mas mesmo assim não podia mudar isso. Era a princesa herdeira que nunca poderia assumir o trono, que quando ficava nervosa tinha dificuldade em respirar e que usava lentes de contato na frente de todos para não assumir ao país que em algum dia de sua vida ficaria cega. A coragem dela em não mudar isso, era a força que ela nunca vai enxergar.

— Claro, alteza. — Respondo em seguida, antes de ficar ao lado da porta, para todos os efeitos não tinha permissão para falar com ela, mas algo no seu murmuro me fez quebrar esta última regra. — Mas, a senhorita não acha que é melhor descansar? Seu pai deve-

— Ter deixado claro que está aqui apenas para me vigiar? Eu espero que sim. — Sua voz soou um fio mais firme e ela me encarou, os olhos claros primeiramente demonstraram raiva por nem mesmo um simples guarda a ouvir, mas depois se suavizaram, demonstrando arrependimento pela sua própria grosseria. — E-eu sinto muito. Foi um dia cansativo, eu não deveria...

O arrependimento em sua voz me fez dar um passo em sua direção, antes de lembrar que não seria adequado e voltar a me posicionar na porta. Quase pude completar suas últimas palavras, não deveria ter seguido Wan, nem dado ouvidos a Ernest. Aquilo era o que qualquer um diria, mas ela se calou, assumindo a culpa por si mesma.

— Você devia parar com isso. — Respondi antes da razão me impedir, seus olhos que ainda me encaravam receberam uma curva de confusão. — Se culpar por tudo! Desde que era menor eu te vejo fazer isso. Alguém faz errado, e você age como se tudo fosse culpa sua, e eles fazem mal a você e você age como se-

— Eu não pedi sua opinião, soldado. — Terly se levantou e por um momento achei que ela caminharia até mim e me daria um tapa pela insolência, estava tensa e sem desviar o olhar, o arrependimento pela grosseria substituído, se arrependendo por ter se arrependido. Era aquela a força que ela devia demonstrar contra tantos que faziam chacota dela. — O jeito como eu me trato ou não. Não lhe diz respeito.

Meu suspiro sai ruidoso no vergonhoso silencio que eu deixo suceder sua fala. Não tinha mais nada a dizer e pedir desculpas seria perda de tempo. Desta vez eu não estava errado, e por mais que ela ainda fosse a princesa, seria bom que enxergasse isso, para seu bem.

— E eu estou bem, não precisa olhar para mim como se eu fosse-

— Cair? — A fala sai inesperada, mas com a mesma pergunta que deveria ter feito silenciosamente com seus olhos para a mãe, na sala de reuniões, quando a mesma coisa aconteceu. Tento não me repreender desta vez, mas o pensamento é quase automático, era uma briga da família real, não devia nem mesmo ter ouvido.

Com um choque da minha parte, ela apenas cai sentada na cama, olhando interessada para a mínima renda das mangas de seu vestido. Neste momento penso que ela poderia se abrir comigo, pelo menos dizer o que diabos fazia lá, com eles, descumprindo as regras de seu pai, mas ela surpreende novamente. Tira os sapatos e se deita na cama, virando de costas para onde eu estava.

Não, não está chorando. Está apenas cansada.

Viro me para o lado, encarando o papel de parede e me concentrando em ouvir a respiração ruidosa de Terly, atento a qualquer mudança. Mas outro movimento chamou minha atenção, na janela as cortinas balançaram e alguém corria vindo da floresta. Com o corpo um tanto tenso entrei mais para o centro do quarto, até a janela e depois de fechá-la espiei pelo vidro, mas o movimento desta vez foi rápido demais e mal tive tempo de me abaixar quando a janela se estilhaçou e o vidro cortou a minha pele justamente quando o grito de Terly cortou o ar.

— Droga. — Como um guarda treinado me atirei sobre a cama da princesa para protegê-la dos estilhaços, a pele de Terly era muito sensível e ela tentava se encolher e descer da cama ao mesmo tempo, fazendo uma bagunça com os lençóis e se deixando exposta. — Fique quieta, temos que tirar daqui!

Terly balançou os braços mais um pouco até que eu entendi.

— O armário. — Sussurramos juntos, quando ela se acalmou para poder olhar para mim. O armário era onde se encontrava a porta secreta que nos levaria ao abrigo real.

Como se fosse um aviso outro tijolo atravessou a janela naquele instante, quebrando o espelho do lado da rota de fuga.

O armário está muito perto da janela, muito arriscado.... Se nos verem entrando, vão acabar chegando a toda a família real. E isso não deve ser feito... não agora.

Quando Terly e eu descemos da cama e nos abaixamos no chão, fui obrigado a puxá-la para a porta.

— O que ficou louco? — Ela tentou me parar, mas estava mais trêmula do que antes, provavelmente desmaiaria a qualquer segundo. — Não está ouvindo?!

Primeiro olhei interrogativo para ela, até que ouvi. No corredor parecia haver uma confusão, de gritaria, passos, coisas se chocando e tiros. Tiros. Como fui tão distraído a ponto de não os perceber? Respirando fundo segurei as mãos de Terly e a forcei olhar para mim.

— Terly, temos que atravessar o corredor até o abrigo de serviço. — Soei o mais devagar possível, enquanto ela arregalava os olhos com o medo. — Não podemos ir para o Abrigo Central, os rebeldes provavelmente estão vigiando as janelas... ver duas pessoas entrando em um armário.... Nós os levaríamos direto para seus pais.

— E então tudo se acaba. — Terly falou em um sussurro de pânico. Pelo menos falou. Balancei a cabeça concordando, em ataques ou situações críticas – até mesmo em simulações – a princesa raramente falava com alguém, como se quisesse ainda mais desaparecer, já que ela e a irmã mais nova eram as primeiras a serem cercadas pelos médicos e criados.

Soltei uma de suas mãos, e indiquei o momento em que abriria a porta, ela balançou a cabeça, eu não entendi realmente se dizia que estava preparada ou que não queria fazer aquilo de jeito nenhum. Na verdade, nem importava. Eu abri a porta e nós corremos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo (No próximo vocês conhecerão a visão do Ernest... ele não pode continuar sendo tido como esse vilão, não é mesmo?) e como prometido... A Ficha! Ela é grande sim, pois quanto mais bem explicado sua personagem for, melhor será para representá-la.
E DEIXANDO BEM CLARO: SOMENTE POR MP! As fichas mandadas nos comentários serão ignoradas...
Quem for participar deve me mandar uma mp com a ficha respondida e o seguinte titulo na mensagem: "Nome da Fanfic - Nome da Personagem, Província"


Ficha para a Seleção – DEVE SER RESPONDIDA E ENVIADA POR MP (MENSAGEM PRIVADA), FICHAS NOS COMENTÁRIOS SERÃO IGNORADAS!
Obs: a ficha é respondida em off, ou seja, você falando da sua personagem, por isso nada de responder escrevendo história para “demonstrar”. Grata :3

[OFF – Conhecendo o leitor]
Seu nome:
Idade:
Já leu todos os livros?
Personagem Preferida (isso pode ser importante para um capítulo :3):


[ON – Perguntas referentes a sua selecionada] ATENÇÃO: Perguntas com asterisco são obrigatórias (*)
*Nome (com sobrenome e coerente aos nomes de Iléa):
Apelido: (observação – se não for dado um apelido pré-definido vou me sentir na liberdade de escolhê-lo)
*Idade (de 16 há 20 anos):
Profissão (se não for especificada, vou me dar a liberdade de escolher):
*Formação acadêmica (de acordo com a história e idade):
Idiomas (não exagerem, a menos que ela trabalhe como tradutora!):
Província (em caso de repetição será pedido para que a personagem mude, por isso uma sugestão é que não cite a mesma na história da personagem):
*Características físicas (inclua aqui cor do cabelo, altura, cor da pele, cor dos olhos, se tem muitas pintas e etc. Obs: Não faça algo solto, só com adjetivos soltos! D-E-S-C-R-I-Ç-Ã-O):
*Foto (Dêem uma olhada no tumblr para isso! A foto será usada tanto para que eu descreve bem a personagem quanto para fazer a ficha de Selecionada, então é ideal as imagens tenham o mesmo "formato" e bo qualidade... [no tumblr já tem algumas fichas prontas, você pode dar uma olhada nelas para se orientar]):
*Características psicológicas (descreva aqui [D-E-S-C-R-E-V-A] como sua personagem se envolve com os outros, seu emocional, nível de simpatia, loucura ou timidez, se ela tem alguma doença [tenha consciência que só porque duas personagens têm doenças graves não virou festa para todo o tipo de drama, então seja coerente com a trama] psicológica. Enfim, tudo o necessário quando nos referimos a personalidade):
*História familiar (Descreva aqui todo o envolvimento da sua personagem com a família, quem vive com ela [quem são, como são], como ela os trata, qual o nível de presença, enfim, isto é praticamente uma prévia da história dela):
Religião (de acordo com a família dela, sua personagem segue alguma religião ou culto?):
*História (a história é o mais importante, praticamente o que decide se se tratará de uma personagem clichê ou chata de uma que as pessoas vão lutar por. Obs: conte tudo sobre ela aqui, e tente não fazer muito parecida com a da America ou de outra selecionada! Criatividade é tudo!):
*Gosta (DESCRIÇÃO! No sentido de tratamento e relações com as pessoas, lugares e outras coisas do tipo):
*Não gosta (DESCRIÇÃO! No sentido de tratamento e relações com as pessoas, lugares e outras coisas do tipo):
Habilidades (O que ela sabe fazer? Desenhar? Ginastica? Cite aqui o dom de sua personagem que sempre a vamos ver falar sobre ou praticar!):
*Estilos (com coerência a personalidade [sua personagem gosta de ler ou assistir filmes (etc)? Quais dessas coisinhas (manias) ela mais curte?] e com a história):
*Roupas (sem links, apenas DESCRIÇÃO! Que tipos de vestido ela vai usar? Em algum momento vai pôr calça? E as joias? O cabelo? Descreva tudo ou sua personagem vai andar pelada por ai ~.~):
Cor favorita:
Comida favorita:
Manias (ela gosta de caminhar? Ou fazia algo com a família que vai render uma boa história? Conte aqui!):
*Medos (obrigatória, pois todos temem algo, e caprichar agora pode render uma ótima cena futura! D-E-S-C-R-I-Ç-Ã-O!):
Segredos (CALMAÊ! Se for escrever não exagere! Pseudo Viúvas Negras não serão aceitas tão facilmente!):

[TODAS AS PERGUNTAS A SEGUIR SÃO DE EXTREMA IMPORTÂNCIA!]
*Filosofia de vida (qual a frase, ou princípio, que rege tudo o que ela faz?):
*Por que entrou na Seleção?
*Quer o Príncipe ou Coroa?
*Como tratará os criados?
*Como tratará as selecionadas?
*Como irá tratar a família real? (Lembrando que o convívio delas será mais voltado a Terly, Ernest, Wan, Astra, Felícia e Louise [alguns desses personagens vocês não conhecem, mas digamos que têm todos uma idade próxima]):
*Por que merece ganhar?
*Qual seria o seu projeto como rainha? [Lembram-se do projeto da America de abolir as castas? São desses projetos que a que me refiro]:
*Se ela não terminar com o príncipe, a imagina fazendo o que da vida? Algo romântico? Chorando horrores? Ou só seguindo em frente?
Algo mais a acrescentar? Uma curiosidade a mais?
OBSERVAÇÃO: As eliminações acontecerão de acordo com a opinião dos leitores, nos comentários, no site (logo, logo saberão dele), por votação... enfim. Após se inscrever saiba que, seus comentários são essenciais, tanto pelas eliminações, tanto para sabermos se sua selecionada está sendo bem representada ou se falta algo nela, por isso, COMENTE ou ela não terá um fim bonito :) ...