Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 57
Capítulo 55


Notas iniciais do capítulo

Então né... Tá difícil. Perdão, é tudo o que peço.



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Wanda chorava um pouco, num misto de alegria e preocupação. Steve era de longe o melhor cunhado e amigo que alguém poderia ter e mesmo com Natasha lançando vários olhares fulminantes em sua direção, ela continuava permitindo que Bucky a confortasse. Eles estavam sentados num degrau da escada. Bucky tinha um braço ao redor dela, enquanto sua cabeça repousava no ombro dele. Pietro decidira ignorar complemente o romance da irmã e estava focado em dar total apoio a Natasha naquele momento.

Todos estavam na sala, trocando olhares e poucas palavras, pois a verdade é que sentiam-se num tabuleiro de xadrez, onde o rei estava em prestes a entrar em xeque e a rainha e as outras peças eram obrigadas a esperar o próximo movimento do adversário para poder agir. Natasha já abrira e fechara a boca incontáveis vezes, como um peixe fora d’agua, lutando por um pouco de ar, de informação, de Steve.

O celular de Natasha toca e todos observam o aparelho vibrando em cima da pequena mesa ao centro, como se fosse um objeto alienígena que ninguém soubesse como faze-lo parar.

Com um movimento rápido, Natasha pega o celular e o nome NÚMERO DESCONHECIDO ´praticamente toma toda a tela. Ela atende o celular, colocando-o no viva voz.

“Alo?” ela fala, depois de alguns minutos de silêncio.

Natasha Romanoff... quanto tempo eu esperei até poder finalmente ouvir sua voz.” A voz do outro lado é feminina, com um leve sotaque afetado.

“O que você quer?” Natasha é direta. Ela sabe que a mulher do outro lado tem Steve em seu poder.

Você sabe o que eu quero. Sempre soube. Desde o início.” Há uma pausa teatral. “Eu quero vingança.

Natasha não resiste e revira os olhos. Era como se ela estivesse dentro de um filme sobre a máfia, só que com diálogos muito ruins.

“Vamos direto ao ponto: onde eu encontro você?” sua pergunta parece pegar Harrison desprevenida, pois a mesma hesita um pouco antes de responder.

Não é você que dita as regras do jogo, querida.” A voz soa levemente alarmada. “Não me parece que você está muito preocupada com o seu marido... talvez você não se importe tanto quanto o fez acreditar.

“Eu vou matar você.” a voz da ruiva soa fria.

Não aposte nisso.” Novamente silencio, embora desta vez Natasha consiga ouvir um leve sussurro ao longe. “Aguarde o retorno.”

A ligação é simplesmente encerrada. Não há pedidos de dinheiro ou encontros. Absolutamente nada.

“Ela parece meio perdida.” Pepper comenta.

“Completamente.” Concorda Clint.

“Conseguiu rastrear o sinal?” Pergunta Natasha.

“Sim.” Afirma Maria. “Mas tem algo estranho... as ondas de transmissão parecem emanar de duas fontes distintas.”

“Ela pode estar tentando usar uma das fontes para encobrir a outra.” Supõe Pietro.

“Não foi necessariamente encobrir. As ondas não estão sendo retransmitidas de um lugar para o outro, mas foram emanadas de dois locais ao mesmo tempo.”

“Qual a distância entre eles?” pergunta Natasha.

“Um quilômetro e meio, mais ou menos.” Informa Maria.

Natasha bate o pé no chão. Aquilo era definitivamente uma armadilha.

“Podemos formar dois grupos e cada grupo pode ir até um lugar.” Sugere Pietro.

“Primeiro: não existe ‘podemos’ porque você e a Wanda definitivamente não entram nessa equação.” Afirma Natasha, categórica. “E segundo: o grupo que for parar no lugar errado, pode cair numa armadilha, porque é obvio que é uma armadilha. Ela quer nos dividir e encurralar.”

“Sabem qual a segunda coisa que emana além de ondas eletromagnéticas?” pergunta Clint. “Calor.” Ele mesmo responde, antes de qualquer um.

“Às vezes me irrita não conseguir pensar em coisas tão obvias.” Exclama Natasha.

“Você tá com a cabeça bem cheia ruivinha.” Ele comenta. “E então Maria, tem como rastrear?”

“Já estou trabalhando nisso.” Ela informa, sem tirar os olhos do computador a sua frente. “Melhor vocês irem se preparando, hackear um satélite nunca foi tão fácil.” Comenta convencida.

**** X ****

Steve ainda não conseguia acreditar no que estava vendo. O rosto de Sharon parecia quase desfigurado tamanha as escoriações e lacerações. Seus dois olhos estavam inchados, embora um estivesse muito maior que o outro. Marcas roxas estavam espalhadas por todos os lados, e havia um corte que parecia profundo em sua boca.

“Sharon, eu – eu sinto muito.” Steve gagueja. Ele não aceitava violência, e violência contra uma mulher então, era algo imperdoável.

“Ste-Steve.” Sharon tentava falar, mas até sua língua parecia inchada.

“Vai ficar tudo bem. Eu prometo. Eles vão pagar por isso.” A voz de Steve não soava convincente nem aos seus próprios ouvidos. Ele não fazia ideia de como conseguiria sair daquela situação. Parecia preso num pesadelos, num daqueles filmes de tortura que ele nunca gostou de ver.

“O que aconteceu?” ela consegue fazer a pergunta.

“Fomos capturados. Sequestrados.” Diz Steve.

“Por que?”

“Natasha.” Steve sussurra. “Eles estão atrás da Natasha.” ao finalmente dar-se conta disso, Steve se vê preso numa situação ainda mais complicada. Se as pessoas que os havia sequestrado, fizera aquilo com eles – torturara Steve com agua inalcançável e espancara Sharon – imagine o que fariam com Natasha? ele sente o desespero crescer, quase o afogar. Sharon o observa, através dos olhos inchados e Steve não consegue evitar desviar o olhar.

“Então... Se ela aparecer, eles vão nos soltar?” a voz dela soa rouca.

“Eu- Eu não sei.” Steve admite. Ele estava num empecilho. Ao mesmo tempo que queria sair dali e livrar Sharon daquela situação, ele não queria que Natasha aparecesse ali.

“Eu não quero morrer.” Sharon fala e então começa a chorar. Fortes soluços sacodem seu corpo e Steve sente o coração apertar. Se eu não tivesse levado ela comigo...

“Você não vai morrer. Eu prometo.” Ele afirma. “Ei! HEY!” ele berra, tentando chamar a atenção de alguns dos capangas que deviam estar atrás da porta, fazendo guarda.

Ele escuta quando a porta é aberta. Novamente passos adentram o recinto, desta vez porém, ele reconhece um som que se difere dos demais. Som de sapatos de salto alto batendo no chão.

Uma mulher alta, esbelta, com o longos cabelos escuros adentra o recinto e para diante de Steve, ela o examina com curiosidade e ele engole seco, de uma forma estranha, é como se a fonte de todo o mal que estava acontecendo com ele emana-se dela.

“Isso esclarece muita coisa.” a mulher diz, num sotaque estranho, forçado.

“Como... Por que...” Steve balança a cabeça. “Como você pode permitir que tal atrocidade acontecesse a outra mulher?” ele finalmente pergunta, olhando com desespero para Sharon.

“Oh...” a mulher agacha-se próxima a Sharon e a segura pelo queixo, mantendo o rosto da loira erguido, mostrando cada detalhe a Steve. “Sua esposa é a culpada por isso. Acredite, ela já fez coisas parecidas com essa tanto com homens... quanto mulheres.” Ela larga o rosto de Sharon e estala os dedos. Dois homens entram, carregando uma caixa pesada. “Agora você verá outras coisas que sua mulherzinha já fez...”

Steve arregala os olhos quando os homens entregam a mulher dois grampos, parecidos com os usados para carregar bateria de carros. Ele se encolhe automaticamente, mas o sorrisinho que a mulher lhe direciona, faz seus pelos arrepiarem-se terrivelmente.

“Não se preocupe querido. Isso não é para você.” ela então inclina-se com Sharon, que luta em vão na cadeira. Um homens vai até Steve e segura seu rosto com força, evitando assim que ele desviasse o olhar. Muito pior que a visão de Sharon contorcendo-se na cadeira, movida pelas ondas de choque que percorriam o seu corpo, eram os gritos estridentes e dolorosos que pareciam rasgar sua garganta. Steve tinha certeza que nunca esqueceria aqueles sons.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Beijos queridos e queridas!