Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 51
Capítulo 49


Notas iniciais do capítulo

Hey! Happy New Year Fellas! Tá um pouco atrasado, mas o que vale é a intenção.
Nem demorei muito dessa vez :) e espero não demorar na próxima também!
Enjoy!



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“Vamos Bucky!” Natasha chama o moreno enquanto observa a rua escura. Na penumbra, a casa parecia estar completamente normal, mas ambos sabiam que a situação era outra.

“Hey, qual a pressa?” pergunta o moreno parando ao lado de Natasha que revira os olhos. Ela não se dá ao trabalho de trancar a porta, não havia mais nada de valor – emocional, pelo menos – ali dentro. Bucky desce os três degraus da varanda e está a meio caminho do carro quando percebe que Natasha não o está seguindo.

“Esqueceu alguma coisa?” ele pergunta, virando-se na direção da ruiva, mas ela encara a casa, que não passava de uma grande sombra escura. “Nat?” ele chama novamente, mas ela não responde.

  Com um suspiro resignado, Bucky caminha até Natasha e sem esperar por permissão a abraça. A ruiva retribuiu o ato sem hesitar, ela se permite chorar no ombro do amigo por alguns instantes. Eles ficam assim por algum tempo, o cérebro de Bucky trabalhava ativamente na esperança de que algo útil para ser dito surgisse, mas no fundo ele sabia que não havia nada. As palavras que poderiam acabar com o sofrimento de Natasha deveriam vir de Steve, que naquele momento estava inalcançável tanto física como emocionalmente.

“Calma.” O moreno sussurra várias vezes enquanto passa a mão delicadamente no cabelo da amiga.

“Desculpe.” Ela pede, constrangida.

“Não precisa disso, você sabe.” Ele afirma e tenta sorrir, mas o sorriso que ambos trocam é tão pungente que o melhor a ser feito é ir embora dali. Enquanto Bucky ajeita o boné no retrovisor do carro uma sombra chama sua atenção, ele olha para trás, mas a rua estava escura.

“Tudo bem?” Natasha pergunta, olhando na mesma direção em que Bucky olhava.

“Eu pensei ter visto alguém, mas acho que foi apenas impressão.” Esclarece.

“Melhor irmos embora.” Avisa Natasha, alarmada.

Ambos entram no carro e em poucos minutos já estão a caminho da casa de Clint.

Cancun 

  Steve caminhava de um lado para o outro com o celular na mão. Há horas ele tentava entrar em contato com Natasha e Bucky, mas nenhum dos dois atendia. Na verdade, o celular da ruiva sequer chamava. Ele já havia conversado com ela, mas a história que os cunhados haviam contado a ele, despertara nele uma imensa curiosidade.

“Droga!” ele exclama e joga o celular sobre a cama. O melhor seria procurar um telefone fixo e fazer a ligação do mesmo. Ele já está prestes a sair do quarto quanto um bip é ouvido. Ele volta-se para o celular e fica surpreso ao ver que acabara de receber um e-mail. “Talvez seja da Nat” ele cogita, mas o remetente é desconhecido. “Que estranho...” ele murmura.

“O que é estranho?” Wanda questiona, assustando Steve que acaba derrubando o celular. “Desculpe!” ele pede e corre a ajuda-lo.

“Tudo bem, eu não vi você chegando.” Ele admite. “Aconteceu alguma coisa?”

“Não. Só estou sem sono... de novo.” Confessa. “Tá tudo tão estranho, você não acha?”

“Como assim?”

“Eu não sei explicar... Deixa para lá.” Ela dá de ombros e aguarda enquanto Steve liga o aparelho. “Você conseguiu falar com a Nat?”

“Não.” O loiro nega enquanto aguarda o aparelho ligar com certa impaciência. “Eu já liguei várias vezes para ela e para o Bucky, mas até agora nada.”

“Se você quiser eu posso tentar do meu.” A garota oferece.

“Eu iria tentar ligar de um aparelho fixo, sabe, lá da recepção.” Explica.

“Ótima ideia!” congratula “Eu posso fazer isso se você quiser, enquanto você ajeita o celular.” Sugere.

“Eu vou e você termina isso pra mim, okay? Eu não sou tão bom assim com a tecnologia.” Ele pisca para Wanda e sai do quarto.

A garota dá um sorriso mínimo e encara a tela do celular, só então ela lembra que precisa da senha, para poder acessar o celular do cunhado.

“Vamos testar a previsibilidade do Steve.” Ela fala para si mesma e coloca a data de aniversário da Natasha, no mesmo instante o celular fica completamente disponível. A garota ri e não consegue acreditar no quão piegas o cunhado pode ser.

 Ela verifica se o aparelho está funcionando normalmente e antes de desliga-lo novamente, ela percebe o e-mail ainda não visto por Steve. Mais por acidente que por curiosidade ela acaba o abrindo e seu coração literalmente salta diante do conteúdo do e-mail.

Nova Iorque

“Prontos?” Clint pergunta enquanto carrega a própria arma.

“Por que eu não posso ir?” Bucky indaga pela vigésima vez, para completo aborrecimento de Natasha.

“Por que você tem que parecer tanto com uma criança mimada?” ela retruca.

Bucky repete as últimas palavras de Natasha com desdém e Maria o encara num misto de descrença e diversão.

“Okay crianças, melhor pararmos aqui.” Clint informa, pondo um ponto final na possível discussão. “Você já tem sorte de termos te trazido até aqui... agora fica quietinho fica.” Bucky fecha a cara. “Vamos atrás do Brock, duvido muito que a essa altura ele esteja na casa, mas pode ser que encontremos alguma informação sobre o paradeiro da tal Yelena.”

Ele e as duas mulheres descem do carro e com passos rápidos atravessam a rua e adentram no prédio. O caminho até o apartamento é feito em silencio e assim que eles abrem a porta, eles percebem que não há nada ali.

“Merda!” a ruiva exclama, enquanto chuta a poltrona.

“Podemos vasculhar.” Sugere Maria, mas sua voz soa pouco convincente.

“Melhor darmos o fora, é obvio pelo vazio que ele não deixou nada para traz.” A ruiva sai do apartamento ainda mais frustrada. Era incrível o quão frustrada ela estava e quão frustrada ela ficava a cada novo instante ou acontecimento.

“A Pepper já está vasculhando todos os bancos de dados atrás de informações sobre Yelena, não se preocupa ruivinha, logo teremos uma pista solida.” Clint tenta conforta-la.

“Eu não tenho mais tempo, entende? O Steve acha que viajarei para Cancun hoje, minha casa tá aos pedaços e eu não faço ideia de como vou dar um jeito nessa bagunça até a volta do”

“Hey!” Maria exclama chamando a atenção de Clint e Nat. Ela estende um pedaço de papel amassado. Natasha o pega e lê o seu conteúdo.

“É um endereço.” Ela avisa.

“Parece um pouco suspeito.” Comenta Clint.

“Mas é a única pista que temos.” Argumenta Maria.

“Podemos checar antes.” Diz Natasha já mandando o endereço para Pepper.

Os três correm até o carro onde um Bucky irritado os aguarda.

Clint senta-se ao volante enquanto Natasha e Maria acomodam-se atrás.

“E então?” ele questiona encarando Natasha que observava o celular, esperando uma resposta.

“Okay, aparentemente é seguro. É um complexo de casas e apartamentos numa área mais antiga da cidade.” Ela explana e Clint rapidamente põe o carro em movimento.

“Pra onde estamos indo?” a curiosidade de Bucky acaba vencendo sua falsa indiferença.

“Encontramos um endereço. Vamos lá dar uma olhada.” Maria informa olhando para seu próprio aparelho celular.

“Parece suspeito...” Bucky repete o que Clint havia dito.

“Mas é o que temos. Agora estamos no tudo ou nada.” A ruiva retruca.

“Eu adoro essa adrenalina.” Confidencia Clint. “Essa incerteza, o perigo constante...”

“Que bom que minha desgraça o alegra.” Natasha rebate.

“Você sabe que não foi isso que eu quis dizer.” Tenta se explicar.

“Ei, será que você pode fazer outro caminho?” Bucky pergunta interrompendo o diálogo que acontecia.

“Por que?” Clint pergunta olhando ao redor.

“O restaurante.” Natasha murmura.

Eles estavam praticamente diante do restaurante agora. Bucky escorrega no banco e esconde ainda mais o rosto com o boné. Natasha joga o capuz sobre a cabeça. As chances deles serem vistos eram mínimas, mas não custava nada prevenir-se. Por puro azar, o sinal fechou, obrigando-os a parar muito próximo da entrada do restaurante. Natasha observou a movimentação pelo canto do olhar e ficou surpresa ao ver que o restaurante estava praticamente vazio.

“Acho que isso aqui só funciona com o Steve.” Ela fala e Bucky bufa.

“Eu já tomei conta antes e ele continuou funcionando muito bem. Alguma coisa deve ter acontecido...” ele defende-se e pega o celular, pronto para ligar pro Sam. “Ótimo, está descarregado.” Ele reclama e joga o celular novamente na bolsa. “Quer saber? eu vou descer.”

“Você surtou?!” Natasha exclama irritada. “Você não pode!”

“Eu posso e eu vou!” afirma. “Vocês já deixaram bem claro que eu não sou útil aqui e eu realmente duvido que eu seja uma preocupação para os seus inimigos.” Esclarece.

“Bucky, já tá tarde. O restaurante já deve estar fechando, na verdade não vale a pena você aparecer lá agora querendo salvar a noite. Amanhã você vai, okay?” Maria intervêm e Bucky parece considerar suas palavras.

“Okay.” Cede. “Mas eu preciso carregar meu celular!”

“Toma! Usa isso aqui.” Maria estende uma bateria portátil e Bucky conecta ao seu aparelho.

  O resto do trajeto é feito em silencio. Assim que chegam ao local, todos descem do carro. Algo ali não cheirava muito bem e Natasha não quis arriscar deixando Bucky sozinho no carro.

“Fique por perto, okay?” ela murmura para o moreno que engole seco. Ele já assistira vários filmes e séries policiais e sabia que o cara que-geralmente-não-sabe-de-nada vive no final, mas poderia acabar levando um tiro, eventualmente. Ele torcia para que a surra que ele levara mais cedo já tivesse sido o suficiente.

O bloco no qual eles estavam era constituído por três prédios de 5 andares cada um, posicionados lado a lado há pouca distância um do outro. Os prédios eram identificados por A, B e C e como o endereço não especificava qual, apenas o apartamento, eles teriam que se separar para checar.

“Clint, você no A, Maria no C e eu o Bucky no B. Qualquer coisa, já sabem.” Natasha instrui e cada um segue para seu prédio.

 Natasha caminha depressa, porem silenciosamente, enquanto Bucky se esforça ao máximo para acompanha-la. Ele suava descontroladamente e seu coração palpitava.

“Será que estou tendo um ataque de pânico?” ele pergunta baixo a Natasha, que se limita a revirar os olhos. Ela não conseguia acreditar no quão medroso Bucky estava sendo.

“O apartamento fica no terceiro andar, se esse for realmente o prédio.” Ela subia as escadas de dois em dois degraus.

Havia um longo corredor que se encontrava vazio e parcialmente iluminado. O prédio demonstrava ser muito mais organizado e limpo por dentro que por fora.

“Ali!” Natasha aponta para uma porta escura, que tem o número 14 gravado em bronze. Com agilidade a ruiva coloca-se diante da porta e observa, em busca de sinal de algum ocupante. Nada.

Ela abre a porta com a ajuda de um canivete e um cartão de credito e não precisa dar mais que dois passos para saber que não é aquilo que ela estava procurando, embora ela nem soubesse direito o que esperar. Bucky liga o interruptor e é claro que eles acabaram de invadir a casa de alguma mãe solteira. Há brinquedos espalhados, assim como portas retratos de uma mulher sorridente abraçada a duas crianças.

“Não é esse.” Natasha fala e rapidamente sai do apartamento fechando a porta atrás de si. “Maria? Clint? Alguma novidade?” ela mal finaliza sua pergunta e o som de tiros é ouvido.

“Vamos!” ela agarra Bucky pela camisa e correm escadas abaixo. No segundo andar, Natasha, optando por uma atalho, arromba um apartamento, sem se preocupar se havia ou não moradores, e sem hesitar, saltar por uma grande janela que havia no apartamento diretamente para o prédio onde Maria estava.

“Você tá maluca?!” Bucky grita a plenos pulmões quando vê o que Natasha acabara de fazer, mas para seu alivio e calma, ela havia se pendurado numa escada usada como saída de emergência ao lado do prédio vizinho.

Com uma agilidade quase felina, a ruiva sobe a escada e adentra o prédio, enquanto Bucky cogita suas possibilidades.

“Eu vou chamar a polícia!” berra um homem idoso, com um taco de beisebol em mãos apontando ameaçadoramente para Bucky.

“Desculpe!” o moreno grita enquanto salta pela mesma janela onde segundos antes a amiga saltara. Mas diferentemente de Natasha, ele não consegue alcançar a escada e cai sobre um monte de sacos de lixo, 2 andares abaixo. “Puta merda...” ele murmura completamente atordoado.

“Vamos!” ele ouve alguém gritar ao longe, mas por cima da voz, o som de tiros e da sirene é ouvido.

 “Você pegou ele?” ele reconhece a voz de Clint. “Vamos cara, você nem caiu de uma altura tão considerável!” o escarnio na voz de Clint era palpável e Bucky rosnou em resposta. Sua cabeça latejava.

 Ele é meio carregado, meio arrastado até o carro e só percebe que já estavam na casa de Clint quando Natasha o puxa para fora do carro.

“Já chegamos?” ele pergunta grogue.

“Já. Você vai ficar bem.” Ela afirma.

“Tem certeza que o carro já parou? Tá tudo rodando.”

“A pancada ai foi feia.” Ele ouve Maria dizer e com esforço consegue identificar a sala onde horas antes ele jantara. Natasha o empurra sobre a poltrona, onde ele cai agradecido. Sua bolsa é jogada no seu colo e uma compressa de gelo é imprensada contra sua cabeça.

“Ai.” Ele geme, mas é ignorado. Ele fecha os olhos por alguns segundos, ou pelo menos é o que ele pensa. Ao abri-los, ele percebe que não está mais na sala, provavelmente o haviam carregado para um dos quartos. Com dificuldade ele senta-se na cama. Sua bolsa estava em cima da mesma e ele decide checar o horário. 4 da manhã. Ele ainda podia dormir mais um pouco, mas antes que pudesse deitar-se de novo, uma mensagem é recebida... na verdade, várias mensagens são recebidas. Mensagens de texto e de voz, de várias pessoas diferentes, mas uma em especial chama sua atenção. Ele a lê, mas não consegue entender realmente o significado daquilo.

“Oh, não!” ele murmura, quando a verdade o atingi. Ele pula da cama e corre em direção a sala, onde Natasha, Clint e Maria estão reunidos.

“A bela adormecida acordou!” debocha Clint, mas a expressão no rosto do moreno não dá margem para brincadeiras. “O que houve?”

Ele estende o celular para Natasha que lê a mensagem, seus olhos arregalam-se e embora sua boca se abra, nenhum som é ouvido.

“O que está acontecendo?” Maria questiona, alarmada.

“Steve.” Natasha sussurra.

“Ele está a caminho.” Bucky completa.


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Notas finais do capítulo

Perdoem erros ortográficos, gramaticais e coisas assim, não deu pra corrigir.
Um beijão e até logo mais!