Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 45
Capítulo 43


Notas iniciais do capítulo

Boa noite! Desculpem o sumiço. Aconteceram algumas coisas que me impediram de escrever e consequentemente de postar... e eu fiquei um pouco triste também. Bom, acho que pelo que já foi visto até aqui, é bem notável que haverá uma ruptura com nosso casal, e eu sei que muitos leitores não gostam disso e tals, mas faz parte dessa história. Enfim, não sei se o pessoal não tá gostando, só sei que tão pouca gente dá um feedback em forma de comentário. Pode ser um "gostei" que já tá valido. Só preciso saber que vocês continuam ai, lendo e acompanhando apesar de tudo. Enfim, Enjoy.



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Sexta feira, por volta de 6 horas da tarde:

“Bucky, o que você está fazendo aqui?” Natasha se surpreende ao ver o moreno parado na soleira da sua porta. Ele tinha uma expressão indecifrável. “Aconteceu alguma coisa com o Steve?” pergunta preocupada.

Bucky ignora completamente as duas perguntas e adentra a casa sem cerimônia.

“Você está sozinha?” pergunta enquanto caminha pela sala e procura alguém por ali.

“Estou, meus irmãos ainda não chegaram da escola. Por que? Bucky, você está me assustando!” a ruiva estava completamente confusa com a atitude do amigo. Ele finalmente para e a encara. A bolsa com os documentos seguramente presa ao seu corpo. Ele planejara várias formas de aborda-la, contudo, ali diante dela, sua mente parecia mais vazia do que nunca. Ele abre a bolsa e puxa o envelope de dentro da mesma, e em seguida o joga sobre a mesa de centro. O conteúdo se espalha e Natasha lentamente começa a absorver o que está diante dos seus olhos.

Avião em direção a Cancun:

Wanda tamborilava os dedos no braço da poltrona. Era claro a inquietude da moça que não parava de olhar para a pequena tela a sua frente na qual mostrava o tempo de voo. Faltava pouco mais de 2hrs.

“Hey, tá tudo bem?” Steve pergunta observando a cunhada que parecia prestes a correr até a saída de emergência, abrir e pular no vazio.

“Estou sim.” Suspira “Ainda não acredito que a Nat não veio... quero dizer, isso foi tão estranho.”

“Eu sei e também não estou muito feliz com isso, mas não podíamos cancelar e como ela mesma disse, daqui a pouco ela estará com a gente, curtindo as maravilhosas praias de areia branca.” O loiro parece viajar em lembranças. “Você já foi à praia?” pergunta.

“Não.” A garota responde sem graça. Sem precisar de mais estímulos, Steve se joga numa narrativa de como são e o qual divertido será. Obviamente ele estava tentando distrair a cunhada, e ao que parecia, estava dando certo. A garota correspondia ao seu entusiasmo enquanto ele descrevia as paisagens do local.

“Vai ser divertido, você vai ver.” O loiro afirma dando um ‘peteleco’ na aba do boné que a garota usava.

“Vai sim.” Ela confirma, pouco convincente.

Sábado, pouco mais de 9 da manhã:

 Natasha e Bucky se encaram novamente, dessa vez entre eles há apenas a mesa de centro, nenhum papel ou documento. Apenas as acusações já feitas e as respostas já dadas. A ruiva se senta no sofá, sua mala falsamente pronta para a viagem, estava ao lado do mesmo.

“Você pode se sentar sem medo, eu não farei nada contra você.” a ruiva afirma e Bucky faz cara de ofendido.

“Nunca disse que você faria.” Defende-se.

“Mas pensou. Admita, pensou nisso o caminho todo até aqui.” Diz calmamente e Bucky suspira. Será que ficará tão claro assim seu medo de ficar sozinho com a até então, ex amiga? Ele senta-se meio a contragosto e continua observando a ruiva, que transparecia calma e tranquilidade. Ele respira fundo, puxando o ar com força, na expectativa de que aquilo viesse a clarear sua mente e ele descobrisse qual o próximo passo a ser dado. “Então, o que você pretende fazer agora?”

O moreno semicerra os olhos. Era como se a ruiva conseguisse ler os seus pensamentos. Ele precisava dar um jeito nisso.

“Eu quero que você conte tudo ao Steve. Absolutamente tudo.”

Natasha ergue uma sobrancelha.

“Não.”

“Se você não contar, eu conto!” afirma.

“Não.” Insiste. “Você não quer que eu conte e nem vai contar nada.” Afirma a ruiva.

Bucky abre a boca como um peixe fora d’agua, mas nada lhe vem à cabeça. Como ela poderia afirmar tal coisa?

“Se você quisesse mesmo que o Steve ficasse sabendo disso, teria contato a ele no exato momento em que teve acesso a esses papeis, mas não o fez. Você veio até mim e exigiu explicações. Você mentiu por mim e não só permitiu que o Steve viajasse sem saber de nada como ainda prometeu cuidar de mim para que ele não desistisse da viagem.” Continua Natasha. “Então Bucky, me diga: O que você quer? O que pretende fazer com tudo isso?”

O moreno sentia como se estivesse prestes a ter um ataque. Seu coração batia desenfreado e sua respiração estava irregular. Natasha tinha razão, ele não fazia a mínima ideia do que estava fazendo ali, do porquê de não ter contado logo ao melhor amigo toda a verdade e do porquê escolhera manter a mentira da ruiva.

“Você não quer ver o Steve sofrer.” Natasha sussurra encarando Bucky. “E acredite, pode até não parecer, mas eu também não quero.”

“Mas é o que parece.” Retruca. “Você mata pessoas, Natasha. Mata! Você deveria saber mais do que ninguém que o Steve abomina esse tipo de coisa... assassinatos.”

“Não é o que parece.”

“Mas é o que é!” esbraveja. “Você confirmou no carro que tudo o que está nos papeis é verdade. E é exatamente isso que está escrito lá: assassina.” A última palavra sai pausadamente.

“Mas eu não mato pessoas inocentes!” defende-se. “Mato pessoas que representam perigo a nossa sociedade, a crianças e adolescentes, pais e mães de famílias, ao nosso país.”

“O Steve pode não acreditar nisso.” Avisa Bucky.

“Ele acreditando ou não, é a verdade.” A ruiva diminuiu o tom de voz, ela sequer percebera que estava gritando. Bucky passa a mão pelos cabelos espessos. Aquilo parecia um pesadelo. Só podia ser um pesadelo.

“Eu não posso mentir para o Steve.” Admite. “Eu não consegui dormir nada desde ontem, eu não consigo pensar em nada desde que tomei conhecimento desses malditos papeis!” exclama. “Eu não sei como você conseguiu e consegue manter essa mentira por tanto tempo.... Olhar para ele todos os dias e saber que tudo não passa de uma grande e terrível mentira. A vida de vocês, esse casamento, confiança, amor... tudo isso é uma grande mentira.”

“Você não tem o direito de afirmar que o meu amor por ele é uma mentira.” As palavras saem por entre os dentes cerrados da ruiva.

“Me desculpe, mas não sei se o Steve acreditará nisso.” Bucky se põe de pé e caminha um pouco pela sala. “Você precisa contar a verdade a ele, porque sinceramente, uma semana disso e eu enlouqueço.”

“Eu preciso que você me dê um pouco mais de tempo.” Pede.

“Eu não sei por quanto tempo consigo manter isso.”

“O Steve nem está aqui, não será tão difícil assim. Por favor, Bucky.” O tom de suplica é inconfundível. “Eu preciso resolver algumas coisas antes do retorno dele.”

Uma luz parece se acender na cabeça do moreno, que estaca e encara a ruiva.

“Você não iria de qualquer jeito.” Murmura mais para si mesmo. “Eu pensei que você tivesse adiado por minha causa, mas não. Nunca foi sua intenção entrar naquele avião.” A descoberta do moreno parece pegar Natasha de surpresa.

É claro que foi por sua causa. Precisava esclarecer as coisas e....”

“Nada foi realmente esclarecido.” Interrompe. “Quero dizer, olha só pra gente, tramando as costas do Steve.”

“Eu lamento que você tenha sido envolvido nisso, de verdade.” As palavras de Natasha são sinceras. “Mas nós não estamos tramando nada as costas do Steve, eu só preciso de mais um tempo para preparar as coisas antes de...” ela engole seco. “Você sabe. Ele voltar.” Conclui.

“Okay.” Concorda. “E eu preciso ir trabalhar.” Informa.

“Ótimo. Por favor, não comente nada com ninguém.” Pede.

Bucky pega sua bolsa e caminha até a saída sendo seguido de perto por Natasha.

“Obrigada por não ter contado nada e por ter me ajudado.” Natasha agradece com um pequeno sorriso.

“Não fiz isso por você.” afirma Bucky, a voz soando tão dura quanto o olhar. “E essa conversa ainda não acabou.”

Natasha suspira frustrada e abre a porta.

“Não acho que tenhamos mais nada para conversar.” Retruca.

“Você ainda não me contou o motivo de ter adiado sua viagem... ou melhor, cancelado.”

“Eu não cancelei.” Assegura.

“Não? E por que você precisa ‘resolver umas coisas até o retorno dele’?” o moreno repete as palavras da ruiva, que contém a vontade de socar o moreno ali mesmo.

“Eu não posso contar a ele em Cancun! Meus irmãos estarão lá, e será muito complicado e perigoso. Eu não sei o que esperar da reação do Steve.” A ruiva explica o obvio.

“Espere o pior.” Aconselha o moreno. Natasha o fuzila com os olhos enquanto ele lhe dá as costas, pronto para ir embora. Então ela os nota.

“Bucky.” Chama, sua voz um pouco mais alto do que um sussurro.

“O quê?” ele vira-se e encara a ruiva.

“Eu preciso que você volte para dentro, agora.” Ela pede e a expressão do moreno é confusa.

“Por que? Tem mais alguma coisa sórdida do seu passado que você quer compartilhar?” retruca.

“Seu idiota, você não quer tanto saber o porquê de eu ter adiado minha viagem?” ela fala baixo, numa tentativa de aparentar normalidade, mas Bucky consegue notar o maxilar trincado dela.

“Então você admite que tem alguma coisa?” Bucky dá seu clássico sorrisinho de lado. “Pode ir abrindo o bico...”

“Entra logo, droga!” Natasha exclama e Bucky finalmente percebe que algo está errado.

“O que está acontecendo?” sibila, dando o primeiro passo em direção a porta, onde Natasha estava parada.

Bucky mal havia posto o pé no último degrau quando um silvo é ouvido e um vaso de planta bem ao seu lado quebra, espalhando terra e cacos para todo lado.

“Corre!” Natasha grita e puxa um Bucky totalmente descrente e assustado para dentro da casa, fechando a porta em seguida. Ela se lança ao chão, puxando Bucky consigo enquanto janelas, vasos, quadros e espelhos são despedaçados. Não havia barulho de disparo, apenas um leve silvo que passaria despercebido pela vizinhança, provavelmente estavam usando silenciadores.

Dentro da casa, em compensação, o barulho era ensurdecedor. Bucky parecia uma bola, completamente curvado sobre si, as mãos protegendo a cabeça. Natasha o arrasta pela sala, onde ficam escondidos atrás do sofá.

“Merda!” a ruiva exclama ao ver que sua mala – que continha armamentos – estava do outro lado sala. Seria imprudente e arriscado ir até lá. Mas era necessário, a qualquer momento, quem quer que estivesse atirando contra eles, poderia invadir a casa.

“Nem pense nisso!” Bucky grita segurando fortemente o braço da ruiva.

“Eu preciso pegar minhas armas!” informa, se desvencilhando do aperto do moreno. Uma rápida discussão tem início, e os dois mal percebem que o tiroteio parou, até que uma espécie de lata cai no meio da sala, praticamente ao lado dois. Uma grossa e branca fumaça começa a escapar de dentro da mesma.

“Precisamos dar o fora daqui!” a ruiva se coloca de pé e num átimo cruza a sala. A mala já bem firme em suas mãos. “Vamos Bucky!”

Diferente da ruiva que por ter experiência com aquele tipo de situação, sabia exatamente o que fazer e parecia pouco afetada pela fumaça, Bucky estava cambaleante. Seu olhos pareciam pesados e o mesmo não parava de tossir.

“Vou tirar você daqui.” A ruiva avisa e sustentando praticamente todo o corpo do amigo, começa o mais rápido possível a sair da casa. Eles estão na cozinha, caminhando em direção a porta que daria para o quintal, quando um homem todo de preto e usando máscara os ataca.

Natasha normalmente conseguiria desviar com facilidade, mas estar carregando o amigo que se encontrava praticamente inconsciente, não ajudava. Ela recebe um chute e cai de costas, Bucky parcialmente por cima dela. Em um movimento rápido, ela o empurra e fica de pé. Mais dois homens entram pela porta, dos fundos e ela não duvida que muitos mais estejam esperando por ela do lado de fora.

“Se vocês me deixarem sair, eu prometo não machucar muito vocês.” Ela propõe para os homens que dão um sorrisinho debochado. “Sempre do jeito mais difícil.”

O homem que a havia chutado, parte para cima dela, pronto para desferi-lhe um soco no rosto, mas sem o peso de Bucky para atrasa-la, Natasha esquiva com facilidade e acerta um soco no estomago e uma forte cotovelada nas costas do homem, que cai sobre Bucky. Os outros dois homens a atacam ao mesmo tempo. Ela salta sobre a mesa que ficava no centro da cozinha, e é obrigada a recuar em direção a sala. Os homens a encurralam, um deles inclusive, aponta a arma para a ruiva, que não deixa de confirmar sua hipótese.

“Silenciadores... admito que ainda assim achei bastante audacioso vocês me atacarem em plena luz do dia.” A ruiva comenta, com um leve tom de deboche na voz.

Com um movimento rápido, ela segura a arma pelo cano e a aponta para o chão. Usando a outra mão acerta um violento soco no rosto do portador da arma, que afrouxa o aperto o suficiente para Natasha torce-lhe o braço e disparar contra o parceiro do homem, que cai antes mesmo de perceber que havia sido atingido. Ela puxa a arma da mão do cara, e atira contra o mesmo. Sem perca de tempo Natasha retorna a cozinha, contudo, seu coração para diante do que vê.

Onde antes Bucky jazia inconsciente, encontrava-se apenas o homem que há poucos minutos ela nocauteara.


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Notas finais do capítulo

Desculpem o desabafo inicial e todos os possíveis erros de digitação/gramatica.
P.S: Ainda não respondi os comentários do capitulo anterior, mas prometo fazê-lo em breve, dei prioridade a escrever um capítulo novo e postar esse. Mas todos foram lidos ♥
Beijos pessoinhas!